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quinta-feira, 27 de maio de 2021

DEBRA MICHAELS - "HOW DO I LIVE" (1997)

Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.

-RIKARDO ROCHA


DEBRA MICHAELS - "HOW DO I LIVE" (1997)

"Sem você, não haveria sol no meu céu"


Tem músicas que ficam eternizadas em nossas vidas e não tem jeito. Por mais que o artista se ausente e não apresente novos materiais, ele ainda continua rendendo boas lembranças através de sua arte e do que nos foi proporcionado em sua época de lançamento.

Assim podemos enquadrar "How Do I Live" de Debra Michaels, uma faixa que causa sensações nostálgicas em quem viveu e curtiu as baladas de 1998, tudo graças ao seu vocal que emociona, sua construção melódica e suas batidas, que te levam direto àquela boa fase da adolescência... 

Cada elemento sonoro e grooves inseridos em "How Do I Live" estão em perfeita sintonia e no seu tempo correto, reativando e brincando com o nosso cérebro instantaneamente. É uma proposta parecida com Kriss Grekò - "Surrender", que também nos apresenta vocais quentes e poderosos, além de uma instrumental envolvente que se conecta de um jeito sensível com o ouvinte:


Debra Michaels - "How Do I Live" (1997) Live In USA
A música foi lançada em 1997, mas se destacou em 1998

Assim funciona e acontece a mágica em "How Do I Live", que é, na verdade, um cover "dance" de um sucesso romântico cantado por LeAnn Rimes, lançado também em 1997. A BMG distribuiu no Brasil a versão de Debra Michaels, que foi muito exitosa nas danceterias e rádios brasileiras, além de entrar para a trilha sonora de uma novela global chamada "Corpo Dourado". 

Houve uma compilação para essa novela com "How Do I Live" no repertóriomas tivemos também outras coletâneas trazendo esta linda track, como "Dancenet Hits", "As 14 + Do Brasil", "H - Love Hits", e etc.

Nessa época, além da versão original e da versão cantada por Debra Michaels, houve ainda uma outra interpretada pelo projeto britânico Rochelle (Almighty Records), quem lembra? Saiu pela Paradoxx Music em vários CDs... mas aqui no Brasil - merecidamente - a versão da Debra foi a mais popular de todas!!!

Muitas vezes o DJ estava tocando uma certa música que nem sequer estava agradando o público, mas quando ele colocava "How Do I Live" de Debra Michaels, você avistava o grande diferencial e sentia toda a empolgação na pista por parte da plateia. 

Literalmente você assistia muitos braços sendo levantados, olhos brilhando ao reconhecer aquela harmonia sendo construída, e sorrisos eram lançados quando o DJ abaixava o volume, para que todos pudessem cantar juntos o vibrante refrão. Isso que era curtir uma noite nos anos 90! Isso que era se sentir dentro da música e fazer parte de uma festa!!!

Mas, e Debra Michaels? Quem é ela? 

Ela fez um grande sucesso em 1998, porém não tínhamos nenhum conhecimento sobre a imagem da artista, e também não sabíamos se ela tinha outras músicas, e tal... Quem era essa cantora, afinal?


A partir do 2º single, descobrimos finalmente a imagem de Debra Michaels


No mesmo ano de 1998, uma luz no fim do túnel foi lançada quando saiu um novo trabalho da cantora  "Don't You Wanna Fly?", que trazia na capa do single o rosto de uma moça loira. Seria ela, a vocalista? 

A música tocou pouco nas noites e em alguns programas de mixagens (lembro até hoje, quando estreou no "Super Pista" da Radio Educadora FM - Campinas SP-  sendo uma indicação do DJ Carlinhos), mas depois a cantora despareceu e não trouxe mais novidades.

 O QUE ACONTECEU COM DEBRA MICHAELS?

Bom, nada melhor que a própria cantora para nos responder algumas dúvidas e dizer mais sobre a sua enigmática trajetória, certo? Então fiquem com ela, a vocalista que causou fascínio e levou magia aos clubs naquele ano de 1998:


DEBRA MICHAELS 

Entrevista para o Brasil

Entrevista realizada em 06 de maio de 2021

Debra, muito obrigado por aceitar essa entrevista. A versão de “How Do I Live” tocou muito no Brasil e foi ótimo dançar com a sua espetacular voz.

1) Rikardo: Em que cidade e país você nasceu?

Debra Michaels: Eu nasci na Filadélfia, PA, nos EUA.

2) Rikardo: Sua voz é muito contagiante e linda. Como você começou a cantar?

Debra Michaels: Tudo começou aos 4 anos de idade, eu sempre cantei com meus avós, tínhamos um grupo musical e viajávamos pela comunidade se apresentando em reuniões de idosos e asilos. Isso me ajudou muito a cantar como uma adulta, ao invés de soar como uma garotinha, e colaborou com que eu colocasse mais alma e emoção em meus vocais. 

3) Rikardo: Seus pais a incentivaram a seguir a carreira artística?

Debra Michaels: Sim, eles me ajudaram desde cedo e estive até na Broadway, no Alvin Theatre, no musical “Annie”. Eu era um talento-mirim, desempenhei alguns papéis, especialmente no National Tour. Também fiz alguns programas de TV e filmes na minha juventude para obter experiência, assim como estive num programa chamado "The Al Albert's Show" (um programa divertido de variedades para a família). Foi onde passei grande parte da minha juventude atuando na TV. Todas as quartas-feiras à noite, filmávamos para as exibições na manhã de domingo. Foi uma ótima experiência. Também me apresentei no cruzeiro "Walt Disney Cruise Line - Premier Cruises", no navio Majestic, por 7 dias por semana durante meses. Eu também estive em “Star Search” e “Big Break” de Natalie Cole, e foi aí que então comecei a gravar demos para artistas novos e conhecidos. Eu realmente ganhei muita experiência até gravar “How Do I Live”, e estava preparada! 


CRÉDITO DA IMAGEM: Facebook de Debra Michaels


4) Rikardo: Você cantou a regravação de “How Do I Live”, que foi muito bem nas FMs e Club's. Como você teve a ideia de regravar essa balada romântica de LeAnn Rimes?

Debra Michaels: Na verdade, eu fui escolhida para cantá-la como uma demo para a cantora de freestyle Rockell, mas acho que fiz um ótimo trabalho com essa demo, e Cory Robbins me contratou para a Robbins Entertainment, num contrato que dizia ter um possível segundo single. Não tive tempo nem para revisar meu contrato. Foi enviado por fax no mesmo dia em que gravei “How Do I Live” e tive que assiná-lo. Meu empresário, na época, estava na costa oeste, era uma bagunça! Tudo aconteceu tão rápido que não tive tempo nem de tirar uma foto para a capa do single, então alguns blocos coloridos e um ponto de interrogação (?) se tornaram a capa de "How Do I Live". A música foi lançada dois dias depois, e nas rádios após mais dois dias. 

5) Rikardo: No Brasil, “How Do I Live” também foi trilha sonora de uma famosa novela (“Corpo Dourado”). Você sabia desse sucesso aqui no Brasil?

Debra Michaels: Eu não estava nem um pouco ciente disso. Estou muito feliz em saber disso agora! 

6) Rikardo: Quais artistas você gosta de ouvir? E quais artistas te influenciaram a cantar?

Debra Michaels: Naquela época eu diria Donna Summer, Whitney Houston, Mariah Carey, Barbra Streisand, Cher, Judy Garland, Patti Labelle, Toni Braxton, Regina Belle, Teena Marie, Sheena Easton, Taylor Dayne e muito mais.

7) Rikardo: Na Dance Music, muitos vocalistas gravavam nos estúdios mas não mostravam seus rostos nas performances e nas capas dos discos ... Os produtores colocavam modelos para fazer sincronismo labial ... o que você acha dessa prática?

Debra Michaels: É horrível isso, mas infelizmente ainda continua...e é muito triste, sabe? O público é enganado por falsos cantores.

8) Rikardo: Qual é a sua maior lembrança de “How Do I Live”?

Debra Michaels: Foi quando eu abri o show para o *NSYNC para a estação de rádio de minha cidade natal (Q102), foi o grande show "Monster" de primavera, na frente de 25.000 pessoas!

Debra Michaels com o pessoal do *NSYNC, em 1998
Nessa época, eles estavam no topo das paradas
CRÉDITO DA IMAGEM: Facebook de Debra Michaels

9) Rikardo: Nessa época, eu lembro que eles estavam super estourados com "I Want You Back", que tocava muito nos club's e rádios, e era o primeiro dos muitos sucessos do *NSYNC que vieram depois...retrata muito bem o ano de 1998. Mas você, depois de “How Do I Live” lançou um freestyle chamado “Don't You Wanna Fly?” ... Como foi o processo de produção desse single ??

Debra Michaels: Foi incrível! Os produtores eram mundialmente conhecidos e residiam na Inglaterra, eram chamados de Cosgrove/Clark Productions. Eles apoiaram muito a minha voz de 5 oitavas e também produziram para mim algumas dance musics que ficaram excelentes, mas que nunca foram lançadas porque a minha gravadora estava pagando para um outro produtor produzir minhas faixas, e essas depois também nunca viram a luz do dia. 

10) Rikardo: Você trabalhou com o produtor Adam Marano, como foi trabalhar com ele?

Debra Michaels: Ele era um compositor e produtor muito profissional de dance music naquela época. Honestamente, eu aprendi alguma coisa? Não, mas ele teve muitos sucessos, principalmente no gênero Freestyle. 


Debra Michaels com Rita Ora
CRÉDITO DA IMAGEM: Facebook de Debra Michaels

11) Rikardo: Como foi trabalhar com o selo Robbins Entertainment? Eles sempre a apoiavam quando você precisava? Ou houve alguma música que eles não queriam lançar?

Debra Michaels: Hmm ... agora estamos chegando na parte mais particular da questão lol. A Robbins deu muito apoio para “How Do I Live” como para qualquer outra faixa... nessa época, quando “How Do I Live” de LeAnn Rimes foi um hit nacional, eu já tinha uma versão dance muito poderosa e muito amada que estava subindo rapidamente nas paradas, então a gravadora viu que eu ia fazer um verdadeiro hit e eles contrataram um remixer bem conhecido no mercado de dance. Eles conseguiram também um grande anúncio na rádio quando eu estava impactando. Essa foi a nossa corrida com "How Do I Live". Se a Robbins não tivesse lançado a sua versão dance, poderíamos estar tendo uma conversa muito diferente agora. Ainda sou muito orgulhosa da versão que gravei e ainda sou muito questionada sobre.

12) Rikardo: Debra, que música você lançou depois de “Don't You Wanna Fly?” ? Por que demorou tanto para acontecer?

Debra Michaels: Hmm ... Chama-se “Voices” e é sobre a conscientização da nossa saúde mental e prevenção do suicídio. Eu tinha acabado de perder meu noivo naquela época para o suicídio. Ele não foi diagnosticado por 17 anos e, aos 44, foi diagnosticado com transtorno bipolar e transtorno depressivo. Ele literalmente ouviu vozes dizendo para se matar, e assim, infelizmente o fez depois de 30 tentativas anteriores. A música e o vídeo foram feitos para ajudar, a defender e a educar, mas também para PARAR o estigma referente à saúde mental. 


Debra Michaels em radio norte-americana
CRÉDITO DA IMAGEM: Facebook de Debra Michaels

13) No Brasil sempre ouvíamos a sua voz em rádios e club’s em 1998, mas era difícil conseguir qualquer informação sobre você. O que aconteceu com a cantora Debra Michaels nos últimos anos?

Debra Michaels: Por onde começo??? Já que minha gravadora não apoiou totalmente o segundo single “Don't You Wanna Fly?”, minha gravação naquela época foi completamente interrompida. Minha mãe morreu de câncer no cérebro depois de uma batalha de quase 8 anos e meu pai morreu de um forte derrame. A vida real me atingiu com força, então tive que me virar e cuidar do meu irmão e da minha família. Eu peguei um emprego na área de hospedagem e no ramo de restaurantes, mas continuei cantando e me apresentando por todo o país em eventos corporativos e cassinos com minha banda chamada “The Debra Michaels Project”. Praticamente fiz isso até que gravei "Voices". Depois disso, continuei me apresentando e comecei a trabalhar como treinadora de desempenho vocal em tempo integral. 

Em 2017, eu fui diagnosticada com câncer de ovário em estágio inicial e os últimos 3 anos tratei com cirurgias, quimio, medicamentos e fisioterapia. Eu passei também a administrar meu estúdio e minha fundação para saúde mental chamada “Yo Cuz kidz4Cuz Foundation”. Nossa missão é conscientizar sobre a saúde mental, e também enviar sempre uma mensagem positiva através da plataforma de vozes infantis, Kidz4Cuz! É uma vitrine onde dou aos meus alunos a oportunidade de mostrar os seus vocais em diferentes temas e é sempre por uma grande causa. 

Debra Michaels com Backstreet Boys
CRÉDITO DA IMAGEM: Facebook pessoal de Debra Michaels

14) Rikardo: Você tem algum sonho que ainda não se tornou realidade?

Debra Michaels: Sim! Eu adoraria voltar a fazer TV e cinema algum dia, e cantar no Apollo Theatre no Harlem, NY. Também quero fazer minha agência de talentos crescer mais ainda, na qual estou trabalhando agora. 

15) Rikardo: Quais são seus planos para o futuro?

Debra Michaels: Quero continuar cantando, atuando nos palcos, treinando jovens talentos e representar o talento fenomenal, quando eu o encontrar. Eu ainda fico animada e sei o quanto EU AMO ser mentora de nossas futuras estrelinhas! Eu também ADORARIA fazer uma turnê no Brasil e agradecer à todos vocês por todo o amor e apoio! 

CRÉDITO DA IMAGEM: Facebook pessoal de Debra Michaels

16) Rikardo: Muitos DJs brasileiros tocaram “How Do I Live” e “Don't You Wanna Fly?” em Clubs e FMs ... Você poderia deixar um recado para esses profissionais, que acreditaram na força da sua voz?

Debra Michaels: Eu quero enviar um MUITO OBRIGADO de coração!! Sem TODOS VOCÊS, eu não estaria fazendo o que estou fazendo hoje. Eu realmente aprecio todo o amor e apoio de vocês em “How Do I Live”. Tenho muito orgulho da minha voz e dessa oportunidade que me foi dada. Desejo tudo de melhor em saúde, sucesso e prosperidade à vocês!

Fiquem protegidos, saudáveis e que Deus os abençoe sempre.

AGRADECIMENTOS:
Finalizamos aqui essa entrevista e espero que vocês tenham gostado de mais um conteúdo exclusivo, com outro artista da cena dance dos anos 90.

O meu Muito Obrigado à Debra Michaels, por seu tempo cedido, à sua atenção e imensa gentileza!! Foi emocionante conhecer a sua história de superação e toda a sua trajetória dentro da música. Obrigado por nos mostrar o seu brilho, Debra!

Abraços à todos!


sábado, 15 de abril de 2023

SCATMAN JOHN - A HISTÓRIA DO CANTOR DE EURODANCE

Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.

-RIKARDO ROCHA


SCATMAN JOHN, FALECIDO CANTOR DE EURODANCE, IRÁ GANHAR O SEU LONGAMETRAGEM

Em breve nos melhores cinemas, ou seria nos melhores serviços de streaming?


Escrito pelos roteiristas Stephen Basilone e Annie Mebane, vem aí o filme biográfico que vai narrar a história de vida de John Paul Larkin, o famoso cantor de Eurodance mais conhecido como Scatman John.

Scatman John fez muito sucesso nas pistas de dança e FM's na década de 90 com suas canções alegres e inspiradoras, mas o que poucas pessoas sabem, é que ele teve uma infância bem difícil e traumática por conta de sua gagueira. Se comunicando através da música, ele se tornou uma sensação internacional da noite para o dia aos seus 53 anos de idade.

E depois de quase três décadas que o seu 1º single "Scatman (Ski-Ba-Bop-Ba-Dop-Bop)" chegou ao topo das paradas musicais ao redor mundo, agora, o homem por trás da música irá receber o seu (mais que merecido) filme biográfico... 

E que ótima notícia, não?


 Stephen Basilone e Annie Mebane são os roteiristas do filme que contará a história de vida do cantor de Eurodance: Scatman John

A equipe Trick Candle Productions adquiriu os direitos da história do cantor gago e está desenvolvendo o longametragem do lendário Scatman John. O filme em questão terá o propósito de narrar a “vida selvagem e influência positiva” do músico.

Com o roteiro escrito por Stephen Basilone (que também é ator e atuou em "Geração Prozac") e Annie Mebane (produtora da 2ª temporada da série "Os Goldbergs"), o filme detalhará as lutas de Larkin por ser um gago, incluindo o seu enfrentamento ao bullying e a sua batalha pelo vício em drogas e álcool. 

O filme contará também o lado positivo de sua vida, como a sua reabilitação e o sucesso que se tornou como "Scatman John", vendendo milhões de CDs, conquistando 14 discos de ouro e 18 discos de platina. Outro ponto interessante, é que teremos videos caseiros raros do artista adicionados no longa. 


Este é Lee Newman, enteado de Scatman John e que cuida atualmente de seus direitos autorais


Tom Malloy, fundador da Trick Candle Productions, e Steve Valentine (dos filmes "O Homem da Meia-Noite" e "A Travessia") negociaram um acordo com Lee Newman, o enteado do cantor e que cuida de seus direitos autorais.

“Hoje, mais do que nunca, a mensagem de John ressoa e precisa ser ouvida”, disse Valentine. “Ele era uma verdadeira lenda que derrubou barreiras que impediram muitos de tentar realizar seus sonhos. Estamos entusiasmados por trabalhar neste projeto com Lee e honrados por trazer a história de Scatman John para a tela grande”.

Manfred Zahringer, que foi empresário de Scatman John na era de ouro do Eurodance, também atuará como um dos produtores do filme, que ainda não tem uma data de estreia definida.



QUEM FOI SCATMAN JOHN?

Ele transformou o seu maior problema em sua maior virtude. Scatman John ainda é um grande exemplo de superação a ser seguido.

A Eurodance dos anos 90 teve inúmeros artistas que se dedicaram ao gênero, e entre tantos talentos e nomes inesquecíveis está o nome de Scatman John, um cantor americano que era gago e que sofreu muito com essa deficiência em sua infância.

Seu nome real era John Paul Larkin, nasceu em 13 de março de 1942 e infelizmente faleceu de câncer em 13 de março de 1999, aos 57 anos de idade.

As suas canções mais conhecidas aqui no Brasil foram "Scatman (Ski-Ba-Bop-Ba-Dop-Bop)" e "Scatman's World" (ambas do primeiro álbum "Scatman World"). Como artista de Dance Music, o "bigodudo" Scatman John foi figurinha carimbada em todos os clubs e FM's no ano de 1995, porém, em 1997 também foi tocado em algumas rádios quando lançou o single "Everybody Jam!" (do segundo álbum "Everybody Jam!").


Scatman John se tornou uma inspiração e um ídolo da Eurodance


Como citado acima, Scatman John sofria de uma grave gagueira desde quando começou a falar as suas primeiras palavras, então esse problema passou a afetá-lo emocionalmente já que ele passara a sofrer bullying. Ele até chegou a dizer algumas vezes que "tinha medo de falar".

Aos 12 anos de idade, o garoto "John" começou a tocar piano e aos 14 foi apresentado à arte do scat singing, ouvindo as músicas de seus ídolos Ella Fitzgerald e Louis Armstrong. Com suas dificuldades na fala, ele começou a se "esconder" atrás da música, pois conseguia se expressar mais à vontade quando atuava musicalmente.


Do Jazz para o Eurodance: Scatman John


Nas décadas de 70 e 80 ele tocou profissionalmente em alguns recintos de Jazz de Los Angeles, e este então era o gênero musical em que o jovem era classificado. 

Em 1986, o músico lançou pela Transitions Records um EP com 6 faixas intitulado de "John Larkin" e com músicas de Jazz. Por sinal, um produto super raro nos dias atuais. 

Nessa mesma época, John Larkin estava se afundando com o vício em álcool e drogas, porém decidiu mudar de vida quando o seu amigo e colaborador musical Joe Farrell - que também tinha problemas com drogas -  faleceu em 1986. Com a ajuda de sua esposa Judy McHugh Larkin, o futuro cantor de Eurodance por fim conseguiu se afastar dos vícios.

O artista saiu dos EUA em 1990 e foi morar na Alemanha, mais precisamente na cidade de Berlin, para focar na música e se estabelecer como um artista de Jazz. Mas, quem diria, hein? Seus planos mudaram e ele acabou se tornando num cantor de sucesso no gênero Eurodance...


Manfred Zähringer, o empresário de Scatman John


Tudo começou em 1994, quando o empresário de John Larkin - Manfred Zähringer - sugeriu que ele misturasse alguns sons de techno em suas apresentações de "Scat Singing", e isso de início não empolgou muito o cantor ...

Larkin estava desconfiado, com medo, e não queria que as pessoas percebessem que ele era gago, mas mais uma vez a sua esposa o ajudou e conseguiu convencê-lo a embarcar nessa nova empreitada. A gravadora BMG também deu total apoio à essa mudança, afinal, a Dance Music estava em alta em 1994.


John Paul Larkin com sua esposa Judy McHugh Larkin. Ela o ajudou a se livrar dos vícios, assim como também o encorajou a cantar Eurodance e a servir de inspiração para milhares de crianças.
Judy McHugh Larkin faleceu recentemente, em 28 de janeiro de 2023. 
Descanse em paz, Judy!


O PRIMEIRO SINGLE "SCATMAN" E O PRIMEIRO ÁLBUM DO CANTOR

Album "Scatman's World" (1995)

Larkin adotou o nome artístico de Scatman John e assim gravou, na Alemanha, o seu primeiro single: "Scatman (Ski Ba Bop Ba Dop Bop)". Este single icônico foi lançado oficialmente em 30 de novembro de 1994 e vendeu mais de 6 milhões de cópias em todo o mundo.

Ingo Kays e Tony Catania foram os produtores que trabalharam em "Scatman (Ski-Ba-Bop-Ba-Dop-Bop)", um hit encorajador que falava abertamente sobre a gagueira e tinha a missão de inspirar crianças que gaguejavam a superar o mesmo problema vivido pelo cantor:


“Todo mundo gagueja de um jeito ou de outro,

Então veja só minha mensagem para você

De fato, eu não deixo nada me parar

Se o Scatman pode, você também pode”


Scatman John - "Scatman (ski-ba-bop-ba-dop-bop)"
 Official Video

Lembro de assistir esse clipe pela primeira vez num programa de uma emissora local da TV Manchete, intitulado de "Clipe Thathi". Que saudades! Foi aí também que conheci os videos de "Another Day" de Whigfield, "Missing" de E.B.T.G, "Boom, Boom, Boom" do The Outhere Brothers, "Cotton Eye Joe" do Rednex, "Be My Lover" do La Bouche, entre tantos outros.


Quando você escutar alguém falar que a idade pode ser um obstáculo para alguém crescer profissionalmente, ou fazer sucesso, lembre-se de Scatman John. Ele conseguiu fazer o seu primeiro hit internacional aos 53 anos de idade, com o single "Scatman (Ski-Ba-Bop-Ba-Dop-Bop)". A música foi uma febre em praticamente todos os continentes e atingiu o pico de importantes paradas musicais.

"Scatman (Ski-Ba-Bop-Ba-Dop-Bop)" dominou as paradas em mais de vinte países, mas John não apareceu na capa do single, pois a sua aparência de "mais idade" poderia afastar as pessoas de uma indústria dominada por jovens, e ele tinha 53 anos. Quando o público soube quem estava por trás da música, aconteceu o contrário. Os jovens o adoraram, e Scatman John apareceu em quase todas as capas depois disso. Como diria John: seja verdadeiro consigo mesmo! 


PI-PA-PA-PA-RA-PO!
Este single de Scatman John chegou ao Brasil um pouco atrasado... "Scatman" foi lançado oficialmente em 30 de novembro de 1994, mas se tornou uma indicação na revista DJ Sound apenas em outubro de 1995.... por isso eu achava antes que "Scatman's World" era o seu primeiro single...


Depois foi a vez do 2º trabalho "Scatman's World", outra canção vibrante que entrou em diversos charts, incluindo na lista dos melhores singles do Reino Unido.

Scatman John posteriormente lançou seu álbum de estreia "Scatman's World" e vendeu surpreendentes 3 milhões de cópias pelo mundo. Ele era querido por onde passava, principalmente nos países europeus e asiáticos, assim como era adorado pelo público infantil.

O cantor chegou a dizer: 

"-Em uma apresentação que fiz na Espanha, as crianças gritaram por cinco minutos seguidos e eu não conseguia começar a canção".

Outras faixas recomendáveis deste álbum são "Time (Take Your Time)", "Song Of Scatland", "Popstar" e "Only You", que não foram tão fortes nas paradas.


O segundo álbum de Scatman John trouxe o título de seu primeiro single "Everybody Jam!". A referida música não tocou muito na popular Jovem Pan 2, mas tocou muito em rádios menores como a Dumont FM (Jundiaí-SP). Nessa época, a Jovem Pan focava mais nas faixas da Paradoxx e Spotlight, então artistas de outras gravadoras maiores, como Scatman John, Captain Jack, Debra Michaels, Tania Evans, Haddaway, e etc... não foram muito divulgados entre 1996 e 1999.


O segundo álbum de Scatman John, "Everybody Jam!", foi lançado em 1996. Embora não tenha conquistado muito sucesso, este disco foi muito bem recepcionado no Japão, numa escala maior que em qualquer outro país do mundo. 

Scatman John era tão popular naquele país que as lojas de brinquedos japonesas vendiam bonecos com sua aparência, além de que, a sua imagem apareceu em cartões telefônicos e também em latas da Coca-Cola. 

Outras canções recomendáveis deste 2º álbum são: "Invisible Man" (cover da banda Queen), "Let It Go" , "People Of The Generation" e "Message To You".


O ADEUS À SCATMAN JOHN

RIP SCATMAN JOHN

Em 1999, Scatman John lançou o seu terceiro e último álbum: "Take Your Time". Logo em seguida revelou que estava lutando contra problemas de saúde desde 1998. Ele continuou seu trabalho com a divulgação do álbum, no entanto, logo foi aconselhado pelos médicos a repousar, pois a sobrecarga de trabalho o prejudicaria. 

Scatman John foi diagnosticado com câncer de pulmão e num breve período de tempo entrou em tratamento intensivo. Apesar disso, ele manteve seus pensamentos positivos e declarou na época: "-O que Deus quiser, está bom para mim... Eu tive o melhor da vida. Eu provei coisas boas." 

Scatman John morreu em sua casa, em Los Angeles, em 3 de dezembro de 1999, às 18h30. Ele foi cremado e suas cinzas foram lançadas ao mar perto de Malibu, Califórnia.

Em 1996, Scatman John havia dito durante uma entrevista: "Eu espero que, quando as crianças cantarem minhas músicas ou as dançarem, sintam que a vida não é tão má assim. Nem que seja por um único minuto."

Vale lembrar que, em 1996, Scatman John criou a "Fundação Scatland" para ajudar pessoas que gaguejam. John gaguejou durante toda a vida e queria usar de seu sucesso para retribuir, mas infelizmente a fundação fechou após sua morte, em 1999.

Sobre o filme biográfico de Scatman John, o enteado do cantor, Lee Newman, afirmou recentemente em tom emocionado: 

“-Eu queria contar a história comovente e envolvente de John já há algum tempo. Estou emocionado por fazer parceria com Steve Valentine e com a Trick Candle Productions para dar vida a este filme - lembrando que não importa o quão difícil a vida se torne, as coisas podem mudar para melhor a qualquer momento, em qualquer idade, para qualquer pessoa. O lema de Scatman - 'Se o Scatman pode fazer isso, você também pode' - vive para sempre nos corações de todos nós que lutamos para alcançar o impossível.”


Obrigado, Scatman John! Esperamos ver mais de seu talento, sua energia, sua luz e sua positividade neste futuro filme biográfico, pois, com toda a certeza, ainda temos muito o que aprender com você!

RIP JOHN PAUL LARKIN, O NOSSO ETERNO SCATMAN JOHN.


sábado, 12 de maio de 2018

PAULINA RUBIO - "DON'T SAY GOODBYE" (2002)

PAULINA RUBIO - "DON'T SAY GOODBYE"

UMA DAS MAIS POPULARES MÚSICAS DA CANTORA, QUE JÁ HAVIA FEITO SUCESSO EM 1996 COM O HIT "TE DARIA ME VIDA":

Paulina Rubio e a sua música mais conhecida no Brasil: "Don't Say Goodbye" (2002)

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-RIKARDO ROCHA


“Border Girl” é o sexto álbum de estúdio e primeiro álbum de língua inglesa da artista mexicana Paulina Rubio, lançado em 18 de junho de 2002 pela Universal Music
As faixas deste disco incorporam estilos como o pop latino, rock, R&B, dance music e elementos mariachi. O single principal do álbum, "Don't Say Goodbye", se tornou sua música de maior sucesso em inglês.

Outros singles lançados do "Border Girl" foram "The One You Love""Casanova" e "I'll Be Right Here (Sexual Lover)", e cada um destes singles também tiveram suas versões em língua espanhola, estas que se tornaram sucessos na Billboard. 

Paulima Rubio ainda regravou a música "I Was Made For Lovin' You" da banda de Hard Rock KISS, que autorizou a faixa ser cantada em outra versão pela cantora mexicana. 


Peça publicitária da Universal Music para Paulina Rubio e seu álbum “Border Girl”, que trazia o sucesso “Don’t Say Goodbye”, hiper executada nas pistas e FMs em 2002.
Aliás, a cantora já era conhecida por nossas praias através da track latina “Te Daria Mi Vida” (hit em 1996).
Impulsionada pelo excelente resultado de Shakira no mercado americano (em 2001), a cantora mexicana também resolveu explorar o inglês, e assim, se lançou pela primeira vez para o público dos EUA... 



TUDO COMEÇOU...
Após o sucesso de seu álbum anterior "Paulina" (2000), e também vendo o resultado de Shakira nos charts americanos, a Universal Music decidiu então lançar a carreira de Paulina Rubio no mercado musical dos EUA. Consequentemente, o álbum "Border Girl" foi lançado e gerou cinco singles, dando ainda a Paulina um sucesso #1 na rádio espanhola com “Baila Casanova”

Além disso, sua primeira música em inglês "Don't Say Goodbye" ainda é o seu trabalho mais conhecido em inglês. Este single foi tão bem recebido que recebeu uma versão exclusiva no Reino Unido.

Todas as versões em espanhol dos singles também entraram no Top 10 da Billboard Hot Latin.

"BORDER GIRL" E SUAS CRÍTICAS:
Ken Micallef, da Rolling Stone, fez uma crítica mista dizendo que "o gosto dela por combinar os sabores techno, pop e mexicano rapidamente confirma o seu potencial único".

Jose F. Promis, da Allmusic, afirmou que "é uma combinação vencedora de diferentes estilos musicais, com sucesso pop, dance, hip-hop, rock, baladas, latim e até mesmo ranchera em um pacote delicioso".

O álbum estreou em 11º lugar na Billboard 200 e se tornou o álbum de maior sucesso de Paulina Rubio nos EUA. Foi também certificado como ouro, indicando vendas de mais de 500.000 unidades. 


Paulina Rubio em cena no Video Oficial de "Don't Say Goodbye" (2002)


"Border Girl" também foi certificado de ouro na Espanha, além de ter se tornado um dos dez melhores sucessos na lista de álbuns do Canadá, chegando ao 9º lugar.

O disco conseguiu ser lançado em países como Nova Zelândia, Holanda, Alemanha, Áustria, Grécia, Irlanda, Rússia, além de ter sido adicionado nas paradas de álbuns suecas - onde Paulina não havia mapeado antes. "Border Girl" foi também #1 em vendas no México. 

Resumindo: Com este álbum, Paulina é apresentada ao resto do mundo e também visita países, como o Reino Unido e Japão, para promover o novo disco. 

Em dezembro de 2002, o álbum vendeu mais de 1 milhão de cópias em todo o mundo.


Paulina Rubio - "Don't Say Goodbye" (2002)
Video Official

O vídeo de "Don't Say Goodbye" foi bastante transmitido nas MTVs de todo o mundo, além dos canais Much Music e HTV, sendo este último, uma emissora exclusiva de clipes latinos, então era muito comum nos depararmos com a sua versão latina: "Si Tu Te Vas".


PAULINA ENTRE OS DJ'S E CLUBS
A faixa "Don't Say Goodbye" tocou muito nas rádios e clubs do Brasil em meados de 2002, ao lado de vários hits "dance" de projetos e artistas da época, como Lasgo, Ian Van Dahl, Kylie Minogue, Iio, Jan Wayne, Gigi D'Agostino, Astroline, Dee Dee, entre outros. A versão original já tem algumas batidas no estilo dançante, mas mesmo assim ganhou alguns remixes, e com isso recebeu mais força ainda nas pistas de dança.


Boa melodia, vocal quente (como Kriss Grekò, Debra Michaels...) e uma produção de primeira linha, que hoje, só ficou na saudades!!


quinta-feira, 31 de julho de 2025

TEEKI - COLOURS IN MY EYES (1997) - A HISTÓRIA

TEEKI - "COLOURS IN MY EYES" (1997)

AS CORES AINDA ESTÃO VIVAS NA NOSSA MEMÓRIA


Chegou o momento de exaltar mais um vocal "dance" dos anos 90!! É o hit "Colours In My Eyes" do projeto Teeki, lembram-se dele?

Pois é... Essa música foi originalmente lançada em 1997, porém, começou a fazer sucesso aqui no Brasil no primeiro semestre de 1998, onde se destacou ao lado de outros clássicos da Eurodance, vide "Suddenly" da Gala, "You And Me" da Taleesa, "You're Not Alone" do Olive, "When I Fall In Love" do Ken Laszlo, e etc. 

Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.

-RIKARDO ROCHA


OS COLABORADORES PRODUTIVOS

Há sete anos, quando conversei com Matteo Cremolini (um dos principais idealizadores do projeto Teeki), observei que ele ficou muito feliz pela minha lembrança a este seu trabalho. Cremolini ainda foi gentil em revelar em primeira mão o nome da vocalista — Sara Grimaldi — que, até então, era uma grande incógnita para nós, os fãs da Eurodance. 


A vocalista Sara Grimaldi

A letra de "Colours In My Eyes" foi, na verdade, escrita pela irmã de Matteo Cremolini, Chiara Cremolini, que hoje é uma oncologista de renome internacional. Naquela época, Chiara tinha apenas 13 anos de idade e Matteo pediu que ela imaginasse uma letra simples para a sua futura "Colours In My Eyes"

A música foi construída por Matteo Cremolini em parceria com seu amigo Davide D'Ambrosio.


Dra. Chiara Cremolini 

Chiara Cremolini graduou-se em Medicina em 2008, e em 2011 concluiu um mestrado em Desenvolvimento de Medicamentos. Em 2014 especializou-se em Oncologia Médica. 

Dra. Chiara Cremolini é especialista em oncologia gastrointestinal e já escreveu mais de 200 artigos sobre câncer colorretal. 


INSPIRAÇÕES COLORIDAS

A poeta Wisława Szymborska

Matteo Cremolini tinha lido o poema "Lovers" de Wisława Szymborska, onde é mencionado um arco-íris na noite, então pediu à sua pequena irmã que incluísse essa ideia na letra. 

Cremolini também contou ao blog que o refrão da música foi inspirado em um fragmento da canção "I Don't Know How to Love Him" ​​do musical Jesus Cristo Superstar (1972).


Jesus Christ Superstar - "I Don't Know How to Love Him" (1972)

Como Matteo Cremolini e a cantora Sara Grimaldi moravam na mesma cidade, isso facilitou para que se conhecessem pessoalmente e fossem trabalhar juntos. Ele ainda disse que, na época, também conheceu a professora de canto de Sara, e como a cantora já havia gravado em outros projetos de Dance dos anos 90, então acabou envolvendo-a no projeto Teeki.


Sara Grimaldi 

"Colours In My Eyes" do Teeki foi lançada na Itália e, acredita-se que em outros países europeus também, mas, como Cremolini mencionou, ele não tinha nenhuma evidência de sua distribuição comercial.

"Tive algumas noites de trabalho em estúdio, e depois não recebi nenhuma novidade sobre a música... até me encontrar com você na internet. Obrigado!"  (Matteo Cremolini)


A HISTÓRIA DE TEEKI NO BRASIL

A música “Colours In My Eyes” brilhou no primeiro semestre de 1998, principalmente no mês de fevereiro/98. Em agosto de 1998 (mês referente ao chart da imagem acima), ainda era tocada nos principais clubs de São Paulo.

Cremolini ficou sabendo do lançamento de "Colours In My Eyes" aqui no Brasil através do primeiro contato que tive com ele, em 2018. A partir daí, o músico me solicitou mais detalhes dos feitos de sua obra conquistados em terras brasileiras, incluindo as posições alcançadas nos charts, os nomes dos clubs que tocaram-na, os títulos das coletâneas de discos em que foi inserida... entre outros dados interessantes ao seu criador, pois segundo Cremolini, foi uma grande surpresa descobrir que a música havia sido tocada por aqui.

"Olá Rikardo, espero que tudo esteja bem!!

Estou tentando reconstruir a história da nossa querida canção 'Colours In My Eyes' e minha agência (SIAE) me perguntou se eu sei os lugares (os mais importantes) onde a música foi tocada. Você acha que pode me ajudar? (Matteo Cremolini)


TEEKI: UM SUCESSO DA DANCE MUSIC QUE MERECIA TER IDO MUITO MAIS LONGE

Pelos registros buscados, não encontrei nenhuma evidência da música ter sido trabalhada em outros países (além do Brasil), mas sei que na Romênia "Colours In My Eyes" tem alguns fãs, e se tem fãs, é possível que tenha chegado por lá também. Na Itália, a música foi distribuída em dois vinis 12": um white label e posteriormente em um single de capa azul  —  ambos com três versões e pelo selo Volumex.

O que podemos afirmar, é que na década de 90 as informações não eram registradas pontualmente como hoje, então, pode ser que a música tenha sido tocada em mais países, no entanto, seguiu com pouco deste histórico registrado. 

Também já é sabido com absolutismo que nenhum outro país do mundo destacou tanto Teeki - "Colours In My Eyes" como o Brasil. Aqui tocava-se muito nas boates e nas FMs, além da faixa ter sido inserida em seis compilações oficiais (fora os piratinhas que também traziam a track).

Quando a ouvi pela primeira vez, eu tinha 16 anos de idade e no ato reconheci a beleza e a qualidade de "Colours In My Eyes" do Teeki. Acredito que foi no programa "Ritmo da Noite" da Jovem Pan 2, no final de 1997 ou início de 1998 — um período que dava início a saturação das produções da Eurodance e também onde crescia com força a onda da Axé Music e seus derivados. 


TEEKI - "COLOURS IN MY EYES" (1997) 
Imaginem agora os adolescentes de 1998 descobrindo essa preciosidade nas rádios ...  Involuntariamente de boca aberta e olhos brilhando!!

Lembro ainda que, a Paradoxx Music publicou um TOP 10 de músicas novas licenciadas em uma das páginas da revista DJ Sound. Ou seja, muito provavelmente a gravadora paulistana estava negociando com o selo Volumex para licenciar a faixa aqui no Brasil, porém, algo deve ter acontecido no meio desse caminho e a negociação não se concretizou. Na sequência, a carioca Spotlight Records acabou licenciando Teeki - "Colours In My Eyes" com eles. Esta foi a primeira vez que vimos Teeki entrar num chart brasileiro, numa divulgação da Paradoxx Music em novembro de 1997:

Novembro de 1997 na Paradoxx Music. 
Há exatos 28 anos…

Outra recordação marcante: Quando o DJ tocou "Colours In My Eyes" na abertura do show da Taleesa, em Itatiba /SP, ao lado de outras canções que marcaram aquela época, como Alexia "Gimme Love"Dario G - "Sunchyme"Gala -"Suddenly"O.M.C - "How Bizarre"Debra Michaels - "How Do I Live?", e etc. Não tem como se esquecer da energia do público itatibense ao dançar e cantar essa música! Uma vibe positiva e contagiante sem igual!!

"Colours In My Eyes" de Teeki também foi muito executada em outras rádios além da Jovem Pan 2, como a 97 FM (São Paulo-SP), Metropolitana (São Paulo-SP), Educadora FM (Campinas-SP), Dumont FM (Jundiaí-SP), e etc. Uma curiosidade é que, quando os locutores informavam o nome do projeto, eu logo imaginava que se tratava de uma cantora coreana — devido a pronúncia do nome ("tiqui"), mas às vezes também idealizava uma cantora negra  devido a voz ser bem característica, potente, forte, daquelas que chamam a atenção logo na primeira ouvida.

Nos charts anexados à revista DJ Sound é possível presenciar também o sucesso que a música atingiu entre dezembro-97/ maio-98, sendo tocada nos mais conhecidos clubs do Brasil, como os icônicos Moinho Santo Antonio, Krypton, Atlanta, Queop's, Florestta, Shampoo, Ilha de Capri, Ludovico, e etc...

No endereço abaixo você pode visualizar todos estes charts, além dos vídeos e fotos da cantora Sara Grimaldi:

https://rikardomusic.blogspot.com/2018/12/a-vocalista-do-projeto-teeki-e-seu-hit.html (copie e cole pois essa url não está linkada).

Mesmo com o crescimento do Axé Music no cenário brasileiro, essa música do Teeki se destacou bastante por aqui em 1998, mas, em muitos países não obteve a mesma sorte... 

Teeki - "Colours Im My Eyes" - Em fevereiro de 1998 foi uma das mais tocadas das noites brasileiras

Mundialmente, "Colours In My Eyes" foi ofuscada por um mar de produções de Techno e Trance que começaram a emergir em 1997/1998, o que é uma grande pena pois a faixa tinha muito potencial para explodir mundo a fora, justamente por ser uma produção classuda, original, envolvente, e por nos apresentar uma linha melódica profunda e uma vibe misteriosa, tudo isso combinado a um vocal pra lá de poderoso. 

Para completar, Teeki teve o azar de ter sido lançada por uma gravadora que não fazia marketing nenhum de suas produções, dando a "Colours In My Eyes" uma divulgação totalmente inexistente e, consequentemente, fazendo com que a faixa nunca ganhasse uma exposição realmente merecida. 

A música não ganhou um vídeo-clipe, uma performance ao vivo, e nem uma edição em CD-Single sequer! 

No Spotify??? Nada também, até hoje!!!

Definitivamente, um completo descaso e uma infeliz subestimação por parte da gravadora para com Teeki e sua fantástica, mas desvalorizada, "Colours In My Eyes".


TEEKI - "COLOURS IN MY EYES"

VOCAIS NÃO CREDITADOS: SARA GRIMALDI

ANO DE PRODUÇÃO: 1997

ANO DE LANÇAMENTO: FINAL DE 1997

ATINGIU AS PARADAS DE SUCESSO: 1998

LABEL: VOLUMEX (ITALY) - SPOTLIGHT RECORDS (BRASIL)

PRODUTORES: A. KASERER, G. VIGNALI

COMPOSITORES: M. CREMOLINI, D'AMBROSIO, RANEAR

LETRA: CHIARA CREMOLINI


Chiara Cremolini e Matteo Cremolini: Com 13 anos de idade ela escreveu a letra de “Colours In My Eyes” para o projeto de seu irmão
(Foto de Carlo Antonio Carcangiu)


A GRAVADORA SPOTLIGHT RECORDS AJUDOU A ESPALHAR AS CORES DE TEEKI PELO BRASIL

Em suas redes sociais, Matteo Cremolini disse: "Essa é a minha faixa de estreia no mundo da Dance dos anos 90 e não vi nenhum centavo de retorno. Teeki: 'Colours in my eyes' teve uma colaboração de meu amigo Davide D'Ambrosio e depois recebeu alguma divulgação no Brasil. 

Alguns anos atrás um blogueiro brasileiro (nostálgico) se lembrou deste trabalho como uma música mágica de um verão que marcou as noites (e que noites... ).

Graças a web também achei uma coletânea brasileira que continha a faixa, comprei e meses depois chegou.

Então, recapitulando, este foi um projeto de dance music antigo, mas que, mesmo depois de todos estes anos, ainda causa emoções nas pessoas, traz sonhos e descobertas, ou seja: isso é algo que não tem preço. Posso dizer que eu participei disso!" Matteo Cremolini em seu facebook.


Matteo Cremolini comprou o CD brasileiro "Ritmo da Noite Volume 7". Ele mesmo tirou a foto do CD e postou em seu facebook

"Colours In My Eyes" do projeto Teeki marcou presença em algumas coletâneas brasileiras de Dance Music, e abaixo estão elas, num total de seis títulos — todos lançados no mercado no ano de 1998 (via Spotlight Records):

-Spotlight Project - "Radio/DJ": Na verdade, este é um CD Promo distribuído aos DJs, não teve venda direta para o público. No CD encontram-se duas versões de "Colours In My Eyes": Radio Vocal Mix (Radio Edit) e Long Mix. Como não existe o CD Single oficial da música (saiu apenas em vinil 12"), vale a pena ter esse promo lançado pela Spotlight;

-Spotlight Dance Hits: Coletânea com 14 faixas variadas, incluindo "Colours In My Eyes" na "Long Mix" de 6 minutos;

-Ritmo da Noite Volume 7: Mais um CD muito bom da Spotlight que traz diversos hits da Dance Music, e é claro, entre as dezenas de faixas, lá está ela: "Colours In My Eyes" ("Radio Vocal Mix");

-Dance Hits: Esta é mais uma compilação nota 10 que foi lançada nas lojas brasileiras, mais precisamente no início de 1998. "Colours In My Eyes" é a faixa #8 ("Radio Vocal Mix");

Terceiro Milênio Vol. 2: Este é um CD bem raro...creio que a Spotlight lançou em tiragem reduzida. Teeki com sua implacável "Colours In My Eyes" está presente na versão "Radio Vocal Mix" de 3 minutos e 42 segundos.

Teeki - "Colours In My Eyes" sendo indicada na coluna "Dance Floor" (quadro de lançamentos) da Revista DJ Sound (Fevereiro / 1998). Este belo Dance marcou  também os melhores anos do programa “Super Pista” da Educadora FM, comandado na época por Lui Mazini e DJ Carlinhos… Que saudades!!


SARA GRIMALDI - A VOCALISTA DO TEEKI 

Aqui está ela: Sara Grimaldi, conhecida também como Sarah Gee

Sara é cantora / compositora, além de ser uma treinadora vocal. Sara nasceu em 20 de novembro de 1966, ou seja, completará seus 59 anos de idade nos próximos dias. 

A artista nasceu na cidade de La Spezia (a mesma em que nasceu Alexia) e sua poderosa voz está classificada como soprano, se estendendo em 4 oitavas. Quando criança, Sara começou a cantar no coral da igreja e seguiu aulas de piano e dança em sua cidade natal. Com apenas 14 anos de idade, começou a praticar como DJ e poucos meses depois, passou a colaborar em algumas rádios regionais, gravando jingles publicitários.


Sara Grimaldi gravou muitas faixas de Eurodance


Sara Grimaldi trabalhou ainda para uma produtora de vídeos na área de filmagem e edição, e assim apareceu em alguns vídeos de artistas italianos e internacionais, como KC & Sunshine Band, Pino Daniele, Gianni Morandi, e etc.

Em 1994, Sara lançou um single solo chamado "Did You Love Me" sob o nome Sarah e em ritmo de Dance Music, a grande moda da época. A canção foi escrita por S. Tubelli, M. Franciosa e Sarah (a própria). Ela também gravou para diversos outros projetos de Eurodance, como XL"Fluxland" (1994), Wild $"Forever Love" (1995), Sinny"Give Me Your Love" (1995) e Queen Of Heart "All Of Your Love" (1997).

Depois, Sara Grimaldi se tornou backing vocal de alguns artistas conhecidos da Dance Music, como Jenny B, Tony Di Bart e Double You, além de contribuir como compositora em diversos trabalhos. 

Mas, se você pensa que Sara Grimaldi só trabalhou na Dance Music, está enganado. Sara também cantou Pop, Blues, Ópera, e participou de shows Gospel com artistas como Leona Laviscount.

Nestes diversos trabalhos no segmento da Eurodance, está o projeto Teeki com a nossa aclamada "Colours In My Eyes", talvez o único hit da cantora aqui no Brasil, embora não tenha sido creditada (estamos aqui para isso).

Sara Grimaldi apenas gravou um single para o projeto Teeki...

No início dos anos 2000 ela gravou para os projetos Sarah Nelson - "The One" (2000) e Valery Verga - "Higher" (2001). Foi em 2004 que Sara Grimaldi fez os vocais para os novos singles de Ice MC, "It's A Miracle" e "My World", além de contribuir nas demais faixas do novo álbum deste veterano da Eurodance.

Sara Grimaldi ainda colaborou em um disco com renda destinada às crianças do Paquistão e também gravou um single solidário para uma associação italiana contra a leucemia.

A talentosa Sara continua até hoje em atividades. Atualmente ele segue realizando performances ao vivo e gravando novas músicas de Eurodance, como as últimas Sarah & Sbeng Allstars"Heart Of Fire" (2024) e Sarah & Sbeng Allstars"Je T'Adore" (2025), que são dois lançamentos da Revamp (gravadora nova que está investindo em Italo Dance).


Matteo Cremolini continua como músico, mas criando sons e trilhas sonoras para a área do cinema e TV:

"Hoje em dia eu componho músicas para filmes e televisão, e esse projeto Teeki é apenas uma lembrança querida que ainda me encanta!!!" (Matteo Cremolini)

 Matteo Cremolini Atualmente - Insolito Stage Live (Novembro / 2025)


AGRADECIMENTOS:

Ao italiano Matteo Cremolini por ter colaborado com seus relatos e por ter cedido o nome da vocalista aqui nesta singela homenagem. 

Grazie!