quinta-feira, 25 de abril de 2024

2 BROTHERS ON THE 4TH FLOOR - RAPPER D-ROCK ANUNCIA QUE FOI DIAGNOSTICADO COM PARKINSON

RAPPER D-ROCK, DO GRUPO 2 BROTHERS ON THE 4TH FLOOR, ANUNCIA DOENÇA AOS FÃS

D-Rock é um dos ídolos da Eurodance e encantou a geração anos 90 com suas letras positivas, alegres e contagiantes 


O rapper D-Rock (2 Brothers on the 4th Floor) anunciou que tem a doença de Parkinson nessa quinta-feira, 25 de abril de 2024, num programa de TV chamado "90's Dance" da emissora holandesa NPO3.

No programa ele disse que foi diagnosticado há cerca de quinze anos com a doença, mas que até agora não quis divulgar isso ao público.

“Quando eu tinha 38 anos, fui diagnosticado com Parkinson”, disse D-Rock, cujo nome verdadeiro é René Phillips e tem atuais 54 anos. 

O rapper contou à apresentadora Hila Noorzai que, a princípio, não conseguia acreditar que estava doente. "Eu não queria acreditar. Isso para mim era impossível. Eu ainda era tão jovem, sabe... Tinha 38 anos. Não cara, isso não é possível, não acreditei. Mas era verdade", disse o rapper.


D-Rock contando sobre a sua doença para a TV NPO3. Claramente percebemos um nítido desconforto nele ao contar sobre o seu problema de saúde...

D-Rock decidiu não compartilhar seu diagnóstico com o público, só agora, depois de 15 anos (e após ser submetido a uma cirurgia) que ele resolveu se abrir com os fãs:

 "O show deve continuar. Nós apenas temos que seguir em frente. Eu não queria ser o motivo da nossa agenda de shows estar em baixa. Pensei: vou continuar e não contar a ninguém" 

O rapper esteve visivelmente emocionado e entristecido em contar a sua história: “É difícil, não é?” 

A sua parceira de mais de 30 anos de estrada, Des-ray, também esteve com ele e o confortou neste momento de visível dificuldade.

“É um grande passo”, disse a vocalista sobre a revelação, e D-Rock afirma na sequência: “Também é assustador. Tipo: como as pessoas vão reagir?” 


Des'Ray também conviveu com uma séria doença há alguns anos, quando enfrentou um câncer. Hoje a vocalista está curada


Des-ray relembrou ainda o momento quando D-Rock percebeu que tinha Parkinson: "Ele começou a se tremer numa apresentação, e foi piorando tanto que ele teve que se sentar. Ele não aguentava mais."

Com o tempo, D-Rock aceitou que tinha que conviver com a doença, também fez uma cirurgia no cérebro, e hoje consegue “regular” melhor os seus tremores. 

E sobre o rapper continuar atuando nos palcos sem despertar a desconfiança da plateia, isso se deve em parte ao seu neuroestimulador, implantado na cirurgia:

"Isso é um salva-vidas. Estou feliz por ser um dos primeiros a conseguir isso. Se minhas mãos ou pernas estão tremendo, posso regular isso com esse neuroestimulador”, diz D-Rock.


‘Tenho que ser realista, afinal tenho Parkinson’

Des'Ray e D-Rock formam uma das duplas mais amadas da Eurodance

D-Rock afirmou ainda que espera poder se apresentar por muito tempo com o grupo 2 Brothers no 4th Floor:

 “Quero continuar me apresentando com o 2 Brothers por muito tempo, mas também tenho que ser realista, afinal tenho Parkinson.”

O rapper chama essa doença de “estranha”. "Posso me sentir muito bem agora, mas em dez minutos posso ficar muito deprimido ou meu corpo pode reagir de maneira muito diferente. Mas acho que o futuro será bom."

O grupo holandês 2 Brothers on the 4th Floor foi fundado pelos irmãos Bobby Boer e Martin Boer, tendo o seu auge na década de 1990. Eles fizeram muito sucesso mundialmente e emplacaram singles como "Never Alone", "Dreams (Will Come Alive)", "Let Me Be Free", "Fairytales", entre muitos outros hits das danceterias e rádios.


"Dreams (Will Come Alive)" foi a música mais bem sucedida do 2 Brothers On The 4th Floor aqui no Brasil (embora eles também tenham outras faixas bem conhecidas)

Vale lembrar que D-Rock e Des'Ray estiveram aqui no Brasil em março de 1995 (uma única vez!), e cantaram os seus principais sucessos no Close Up In Concert Dance Festival, além de "Fly (Fly To The Stars Skies)"- que na época era um single novo do grupo.


O Blog Rikardo.Music deseja que D-Rock continue tendo uma excelente resposta com o seu neuroestimulador, e que ele atue com o 2 Brothers On The 4Th Floor por longos e longos anos...

Fonte: Vídeo completo do programa holandês (sem tradução)


domingo, 21 de abril de 2024

SOPHIE ELLIS-BEXTOR LANÇARÁ NOVAS MÚSICAS ATÉ O FINAL DE 2024

SOPHIE ELLIS-BEXTOR: OS ANOS 2000 ESTÃO DE VOLTA COM ELA, E TRARÃO TAMBÉM SEU NOVO ÁLBUM!

Estrela da Dance-Pop dos anos 2000 está de volta e pronta para lançar seu novo álbum ainda neste ano!

Sophie Ellis-Bextor é uma cantora inglesa, nascida em 10 de abril de 1979, e ficou conhecida na cena Dance após contribuir com o produtor Spiller, estourando com o hít "Groovejet" (1999)  - licenciado aqui no Brasil pela sempre citada Paradoxx Music.

A vocalista que deu corpo definitivo à track, declarou em 2000 que não estava nem aí para o sucesso de "Groovejet": "Dance Music é algo que eu nunca imaginei trabalhar musicalmente. Minha meta sempre foi o BritPop!".

Acredite, essa belíssima dama de voz envolvente tinha uma preferência em fazer parte do time das meninas que faziam projetos solos, como a "Posh Spice" - Victoria Beckham

Devido ao sucesso da sua colaboração com Spiller, Sophie Ellis-Bextor partiu para a sua carreira solo e apresentou as suas novas faixas de trabalho...e felizmente, todas no estilo Dance!


Sophie Ellis-Bextor - "Murder On The Dancefloor" (2001)
Video Oficial

"Murder On The Dancefloor", "Take Me Home" e "Get Over You" foram músicas que balançaram o início dos anos 2000 e estiveram no topo das paradas, inclusive, lembro até de uma rádio de pagode daqui de São Paulo que fazia questão de tocar em sua programação a charmosa "Take Me Home"...

E para a surpresa geral da nação, "Murder On The Dancefloor" - que é uma canção de 2001 - voltou a se popularizar entre os jovens recentemente... Tudo deu início porque a faixa entrou para a trilha sonora de um filme recente chamado "Saltburn", e assim, explodiu novamente nos charts mundiais e lançou fortes holofotes para a bela e talentosa Sophie Ellis-Bextor.


A cantora Sophie Ellis-Bextor voltou e não mudou praticamente em nada...mantendo a sua beleza, talento, jovialidade e "psicopatia" nas pistas!

Vale lembrar que o interesse do público também levou a estrela de "Murder On The Dancefloor" para uma turnê pelos Estados Unidos e a um contrato com a gravadora Universal Music, e diante desta alta procura, é lógico que a cantora revelou estar pronta para retornar com um novo álbum...afinal, nessas horas surgem (até de bueiros) vários produtores, gravadoras e compositores interessados em trabalhar com o artista. 


Richard 'Biff' Stannard 

Richard 'Biff' Stannard - um famoso compositor e produtor do Reino Unido - já revelou que está trabalhando com Sophie em faixas inéditas de seu próximo álbum. Sophie Ellis-Bextor, por sua vez, está frequentando os estúdios e já elaborando as novas faixas. O novo álbum da artista ainda não tem nome e nem previsão de lançamento, mas será lançado até o final de 2024 e contará com alguns dos maiores e mais bem-sucedidos compositores e produtores do pop/dance.

O marido de Sophie, Richard Jones, confirmou ainda que a artista se reuniu com a cantora / compositora Cathy Dennis (que escreveu alguns dos maiores híts de Kylie Minogue, Britney Spears e da própria faixa de Sophie - "Catch You") e a convidou para trabalhar neste seu novo álbum.


Cathy Dennis tem um currículo impecável na indústria musical, tendo escrito hits dançantes para Britney Spears ("Toxic"), Kylie Minogue ("Can't Get You Outta My Head") e etc, além de ter sido uma cantora de Pop-Dance em 1990 e apresentando sucessos solo, como "Touch Me (All Night Long)" e "Just Another Dream"

Sophie revelou também que esteve no estúdio com o colaborador frequente Ed Harcourt e com a lenda das discotecas Nile Rodgers... Ou seja, vem aí mais material na linha Dance Music:

"Eu tenho escrito músicas. Estive em estúdio com Ed Harcourt e Nile Rodgers. Foi realmente muito divertido. Você acredita? Fizemos algo meio estranho. Eu gosto disso. Eu gosto muito" , disse ela (via coluna Bizarre do The Sun).

Sobre a fase atual da cantora, fontes afirmam: “Sophie se tornou uma estrela global novamente. A Universal, sua antiga gravadora, a recontratou e ela lançará novas músicas ainda este ano. É provável que ela seja uma estrela maior do que era antigamente. Isso surgiu do nada para Sophie e ela está emocionada e muito animada.”


Album novo para 2024
Sophie Ellis-Bextor no estúdio com Richard 'Biff' Stannard e outros produtores


Sobre a sua popularidade estar em alta novamente após "Murder On The Dancefloor" ser adicionada na série "Saltburn",  Sophie Ellis-Bextor acrescentou: 

“É simplesmente uma coisa extraordinária e muito difícil de entender. Parece um pouco mais real agora, mas estou tentando fazer o meu melhor para apenas aproveitar.”


Venha nos matar de dançar mais uma vez, Sophie! Nossos pés são todos seus!!

sexta-feira, 29 de março de 2024

AIRPLAY -"THE MUSIC IS MOVING" (2001) E ASTROLINE - "CLOSE MY EYES" (2000) - DOIS PROJETOS NA VOZ DE KATHLEEN GOOSSENS

AIRPLAY & ASTROLINE


DOIS NOMES QUE OS FÃS DA DANCE MUSIC DOS ANOS 2000 SE RECUSAM A ESQUECER!

O QUE FOI O AIRPLAY?

O Airplay foi um projeto belga de Trance do início dos anos 2000, inclusive, esta foi uma época muito rentável e produtiva para os lançamentos do gênero. Foi aí que estouraram também Alice DJ, Kriss Grekò, Lasgo, Ian Van Dahl, Fragma, Dee Dee, Astroline, e tantos outros que você - fã de Eurodance -  com certeza deve se lembrar.

Infelizmente o Airplay só teve uma música lançada, que é justamente "The Music Is Moving" (2001), e também não realizou performances ao vivo e nenhuma turnê. O único single foi distribuído no saudoso ano de 2001 e possui aquela já conhecida vibe lamentosa, vocal hipnotizante e teclados altamente delirantes que conquistaram os clubbers dos anos 2000.


Airplay - "The Music Is Moving" (2001)

A faixa foi recebida aqui no Brasil pela Fieldzz Discos e entrou também na programação de várias rádios e danceterias, além de ter sido adicionada em algumas compilações brasileiras de Dance Music, como os CDs "Chupim", "Radio DJ 97 FM" e "Planeta DJ Vol.3".

No geral, o projeto foi criado e produzido pela dupla de produtores Danny Corten e Eddy Weyns, dois especialistas da cena "dance" belga dos anos 2000. Além de produzir a música, a dupla também se encontra creditada como os compositores da letra, que nos diz:


Airplay - "The Music Is Moving" (2001)

"Há alguma coisa dentro de mim, e eu nunca me senti tão forte antes

É a música que está dentro de mim, será que é ela que continua me levando pra frente?

A música está se movendo...

E ela continua me levando pra frente..."


Danny Corten: DJ e um dos compositores / produtores do Airplay


Danny Corten nasceu na cidade de Antuérpia (Bélgica) em 9 de fevereiro de 1974, e seu interesse pela música começou desde quando era muito jovem. Além de muitos trabalhos como produtor, Danny Corten tocou como DJ em club's de diversos países, como os EUA, Canadá, França, Portugal, Rússia, Croácia e Reino Unido. Em 2001 ele fez essa parceria com Eddy Weyns e lançaram "The Music Is Moving" para o projeto trance Airplay. 

Já em 2004, quando o Trance perdia a sua força, Danny Corten se juntou com o produtor Mark Carpentier e produziram o conhecido projeto Paris Avenue, que seguia uma linha mais direcionada ao House. Com os vocais de Robin One, o trio alcançou o sucesso com a espetacular faixa "I Want You" (2004), que aposto que você dançou muito.


Eddy Weyns: DJ e um dos compositores / produtores do Airplay

Sobre Eddy Weyns, ele nasceu na cidade de Turnhout (Bélgica) em 05 de junho de 1965, começando a sua carreira como DJ em 1994, além de atuar como produtor em muitos projetos. Weyns ainda abriu o seu selo independente, a Byte Records, em 1999, e foi lá que eles gravaram "The Music Is Moving" do Airplay (Byte Studio 1).

Atualmente Eddy Weyns trabalha no grande evento Tomorrowland (desde fevereiro de 2019). Como produtor, ele produziu outros projetos importantes do Trance, como o Zippora - que trazia a vocalista Zippora De Brauwer.


O CLIPE DO AIRPLAY É UM MATERIAL RECICLADO

Eu sou fã de "The Music Is Moving" desde 2002, quando o DJ do club Grêmio CP a tocava e fazia toda a galera viajar na pista! 

É o único single do projeto; não teve nenhuma performance ao vivo; mas pelo menos existe um videoclipe oficial para a música, certo?

Bem, mais ou menos...

Este material foi filmado numa estação de metrô em Praga - cidade da República Checa - e automaticamente faz a gente se lembrar de outras dezenas de produções da época, como a videografia do LasgoMadelyneDee Dee4 StringsNovaspace, entre outros projetos dos anos 2000. 

Podemos também sentir que há um tom futurista no vídeo, e isso inclui cenas que combinam com a sonoridade da música... Funciona como uma obra que veio do futuro, e na minha opinião, soa muito mais atual que muitos sucessos que estão aí nos charts recentes!

Mas agora, vem a maior surpresa!!

Vocês sabiam que, na verdade, este video é de uma outra música - e que em nada tem a ver com "The Music Is Moving" do Airplay?


Split - "Perfect Bass" (1997)
Video Official

Pois é... Oficialmente este vídeoclipe pertence a música do projeto alemão Split - "Perfect Bass" (1997), que estranhamente não tem nenhuma correlação com os produtores do Airplay - "The Music Is Moving" (2001). Então, a pergunta que fica é: Como essa junção ocorreu e quais foram os motivos que levaram a isso?

A resposta é: Foi a gravadora "EastWest" (representante dos dois projetos na Alemanha) que resolveu reutilizar este vídeo de 1997 para "The Music Is Moving" do Airplay, muito provavelmente para economizar no "caixa". Ou seja, foi enviado para as emissoras de TV (e sites) o mesmo clipe para duas músicas diferentes... Curioso isso, né?

Falei também com Eddy Weins do Airplay, e olha só como ele ficou surpreso com essa história do vídeo... Deixo aqui também os meus agradecimentos ao Eddy, por ter sido tão solícito neste rápido bate-papo que tivemos:


UMA RÁPIDA CONVERSA COM O PRODUTOR EDDY WEYNS

Eddy Weyns

Olá Eddy, eu sou do Brasil e muito fã da canção "The Music Is Moving" do Airplay. Por favor, você pode me confirmar se houve alguma apresentação ao vivo desta música? 

Eddy Weyns: Olá Rikardo, obrigado pela sua mensagem. Fizemos um vídeo, mas não houve apresentação ao vivo. A vocalista, nós contratamos para uma "sessão de estúdio" e esse foi o resultado. Tudo de bom para você, meu amigo!

Obrigado por me responder, Eddy! Você pode me contar como foi produzir este projeto? Quem escolheu o nome "Airplay"? Tenho um blog sobre música aqui no Brasil e estou escrevendo um artigo sobre essa bela track de 2001. Muito obrigado mais uma vez!

Eddy Weyns: Foi só mais um dia comum no escritório (risos). Não, só estou brincando, vou te contar como foi. Eu estava trabalhando como produtor interno de gravações da Byte Records. O grande "boss" queria novos artistas para suas marcas / gravadoras, então convidou um dos DJs da época (Danny Corten) para fazer uma sessão comigo no estúdio. Danny tocou alguns discos que eram tendência naquela época, acho que o projeto Rank1 esteve nesta lista, e tentei seguir a mesma vibração deles. Fiz depois alguns riffs bem legais com o teclado Roland jp8080, escrevi algumas letras e convidei uma garota para cantar.

Ótimo! E por acaso essa garota é Kathleen Goossens do Astroline?

Eddy Weyns: Aí você mostrou que sabe!

Você também perguntou sobre o nome do projeto, então eu irei te responder. Como o nome "airwave" já havia sido captado por meu amigo Laurent Veronnez, e o nome "airscape" por meu outro amigo Johan Gielen, resolvemos escolher pelo "airplay". Não me lembro por que precisávamos tanto de "ar" (risos).


Rank 1 -  "Airwave" (1999)
Segundo o próprio Eddy Weyns, ele se espelhou no projeto Rank 1 para criar "The Music Is Moving" do Airplay

Por que o Airplay não lançou mais músicas? Você se lembra?

Eddy Weyns: Sim, eu me lembro, infelizmente. Danny não tinha muito tempo. Ele tinha um emprego de período integral durante a semana, e nos finais de semana sempre ia fazer shows em todos os lugares. Ele ainda tinha um relacionamento com uma mulher nos Estados Unidos, então era bem difícil a gente conseguir se unir. Quando finalmente encontramos tempo, começamos um novo trabalho. Estava quase terminado, muito promissor... mas, o meu disco rígido morreu e perdemos tudo. Danny ficou furioso e essa foi a última vez que ele trabalhou comigo. Mas fiz alguns outros projetos com outras pessoas legais, como Gemini II, Zippora, Robert Armani, Definitely n.o.t, etc...


Esta imagem é apenas uma parte de um Top 25 das músicas mais tocadas da rádio paulistana Metropolitana FM, referente ao mês de Março de 2002. Percebam que "The Music Is Moving" do Airplay estreou em #9. 
Há exatos 23 aninhos...

E atualmente? Você tem produzido músicas novas?

Eddy Weyns: Eu sempre estou produzindo música, é isso que eu faço, as pessoas gostem ou não.

Em 1997 um vídeo foi lançado para o projeto Split - "Perfect Bass", mas a gravadora alemã utilizou este mesmo vídeo para o projeto Airplay. Você sabia disso? (Enviei também o link do vídeo para Eddy)

Eddy Weyns: Haha eu não sabia disso... como isso é engraçado (risos).

Confesso que o vídeo ficou melhor com a sua música...

Eddy Weyns: Qualquer vídeo ficaria melhor com a nossa música (risos).

Concordo! "The Music is Moving" é fantástica até hoje! Nunca envelhece!! Muito obrigado por produzir este projeto. Faz parte vida de tanta gente...

Eddy Weyns: Eu estou honrado. Obrigado Sr. Rikardo.

Muito obrigado por esta conversa, estimado Eddy!

Eddy Weyns: Agradeço meu amigo. Se cuide!


A VOCALISTA DO AIRPLAY

Kathleen Goossens

Dentre os colaboradores do Airplay, temos a não menos importante participação da vocalista (citada logo acima), pois com a sua marota e cativante voz deu muita emoção e profundidade para "The Music Is Moving"

Kathleen Goossens nasceu em Lier, Bélgica, no dia 23 de maio de 1976, e tem atualmente 47 anos de idade. Ela começou a trabalhar profissionalmente depois de se formar em Marketing, conseguindo um emprego de meio período numa agência de artistas dirigida por sua irmã e, como resultado, acabou indo parar no projeto Astroline em 1997.


O QUE FOI O ASTROLINE?

A vocalista Kathleen Goossens (jaqueta jeans) com a dupla de dançarinas - que visualmente também eram personas importantes para a imagem do Astroline

O Astroline foi um projeto que obteve muito mais reconhecimento que o Airplay, justamente pela quantidade de músicas que lançou (7 singles), pela quantidade de shows que realizou e também por sua longevidade no mercado da cena eletrônica - se mantendo ativo de 1997 até 2001. 

Na verdade, o Astroline não teve um fim definitivo, pois voltou a se apresentar nos festivais de "revivals" alguns anos após o seu término, e estão até os dias atuais performando nestes eventos que celebram os anos 90 e 2000, contudo, o seu trabalho criativo e produtivo em estúdios durou de 1997 até 2001.

Os realizadores do Astroline são Bart Smolders (conhecido também como DJ Bart), Peter Luts (um dos produtores do Lasgo), Gert Corvers (um dos produtores de Esther), Christophe Chantzis (produtor do Absolom e Ian Van Dal), Stefan Wuyts (DJ Jimmy Goldschmitz & Heliac) e também, é claro, temos a presença da compositora, dançarina e vocalista Kathleen Goossens.


Astroline: Christophe Chantzis, Peter Luts e Kathleen Goossens, entre dançarinos como Cindy De Visschere (atualmente administradora comercial), Ellen Kempenaers (atualmente gerente de uma empresa que trabalha com modelos/recepcionistas/anfitriãs para eventos), Ann Houben (ainda trabalha como dançarina), e etc.
Peter Luts também subia aos palcos para performar com seus teclados, assim como já fez Gert Covers algumas vezes...
Além da vocalista, produtores e dançarinas, na foto temos Feront Pascale (vocal do Absolom - que atualmente trabalha numa acessoria financeira e ainda atua como cantora). 

Kathleen foi a cantora oficial do Astroline, mas o projeto costumava apresentar, além da vocalista, duas dançarinas "imagens" que apareciam bastante frente ao grupo: An Hoube e Katarina Vincente. Curiosamente, esta ideia de mostrar três garotas sexy's frente a um projeto continuou no início do também belga Ian Van Dahl, onde tínhamos Annemie Coenen e as dançarinas Jeanine e Diana. Na realidade, este era um conceito habitual em outros projetos trance da época - como o holandês Alice Deejay - que visava a "vocalista" mas não deixava de jogar holofotes de igual para igual nas duas dançarinas (principalmente nas imagens promocionais).


OS SINGLES DO ASTROLINE

Em resposta a uma pergunta que fiz à vocalista (via instagram), Kathleen Goossens contou que gravou apenas algumas músicas do Astroline, e que outras foram gravadas por cantoras de estúdio!! 
Confira algumas imagens capturadas da conversa que tivemos, onde ela destaca que gravou todas as músicas do Orion Too e apenas algumas do Astroline:

Kathleen Goossens confirmou que gravou com a sua voz as canções do Astroline -"Close My Eyes", "Angels", "Take Care Good", "Smiling Faces" e que também foi a backing vocal em "Feel The Fire" (temos uma outra vocalista principal em sua maior parte). 
Já as canções "No Way Out" e "Happy Christmas, War Is Over", estas foram totalmente gravadas por cantores de estúdio. Numa outra conversa, Kathleen confirmou que gravou "The Music Is Moving" do Airplay e complementou que adoraria receber um convite de algum produtor de eventos para se apresentar no Brasil (quando eu informei à ela que receberemos a Tour de Evi Goffin em abril/ maio - 2024):

 "Faça chegar no ouvido dos managers, por favor, eu iria adorar!"



TODOS OS SINGLES DO PROJETO (1997-2001)


"Take Good Care" (1997)

-A primeira produção do Astroline foi "Take Good Care" (1997), escrita e produzida pela dupla Bart Smolders / Christophe Chantzis, e com trechos cantados por Kathleen Goossens, como vemos nos créditos do vinil belga: ''Vocais de Kathleen G.". E claro, a própria Kathleen nos confirmou que é a voz dela neste 1º single do projeto.

Sobre a produção de "Take Good Care" (1997), esta é uma viagem potente e lasciva do Trance noventista, de uma época que era "radical" demais para ser tocada no "As 7 Melhores" da Jovem Pan. Foi originalmente lançado em 1997 e apresenta um "featuring" em sua capa: Astroline Feat. DJ Bart;


"Smiling Faces" (1997)

-No segundo single "Smiling Faces" (1998), os créditos para compositores e produtores estão direcionados para Bart Smolders, Peter Luts e Gert Corvers. É mais um trance que não chegou ao Brasil, infelizmente...

Para a vocalista, o crédito está informado como ''Vocais de Kathleen G.", e de fato, é a voz dela que ouvimos neste single;


"Feel The Fire" (1998)

-O trabalho seguinte foi "Feel The Fire" (1998), escrito e produzido por Christophe Chantzis, Bart Smolders, Gert Corvers e Peter Luts. 

Se saiu muito bem nas paradas belgas, principalmente no Ultratop Dance Chart - onde conquistou o 1º lugar. É uma das minhas favoritas do Astroline, e sem dúvidas, é uma track extremamente eletrizante até hoje!


Astroline - "Feel The Fire" (Live - Year: 1999)
Kathleen Goossens canta ao vivo e também é muito bem articulada em cima do palco, provando ser, sem dúvidas, uma das melhores vocalistas do Vocal Trance Belga. 

Apesar do trecho animadinho "Da dum da da di da oh eh" ser cantado por Kathleen Goossens, ouvimos ainda uma voz diferente na maior parte em "Feel The Fire", e quando vamos verificar os créditos no verso do disco constatamos que estes apresentam a informação: "Vocais de Kathleen G. & Cindy". Ou seja, tem essa outra participação feminina em "Feel The Fire", de alguém chamado Cindy.

Perguntei à Kathleen Goossens se ela lembra do nome completo da vocalista principal de "Feel The Fire", mas ela disse não se lembrar, então, o que me restou a fazer? Recorrer por outros meios, é claro...  

Pois é, meus amigos! Agora vamos de mais uma exclusividade deste Blog! 


Cyndi ainda sente o fogo da música...

No perfil (do Facebook) de Peter Luts encontrei várias mulheres com o nome de Cindy, e depois de checar trinta e três dessas contas, encontrei a cantora de "Feel The Fire"!! Coincidiu da pessoa ter o mesmo nome daquela que foi creditada no single, além do fato de ser uma cantora.


Cindy Buckenberghs foi uma das vocalistas do Astroline, nunca mostrada antes, mas que você fica sabendo aqui...

O nome da vocalista é Cindy Buckenberghs, nasceu no dia 05 de agosto de 1975, tem atuais 49 anos de idade. Ela canta atualmente músicas no estilo Rock.

Não precisei perguntar para a cantora se ela gravou "Feel The Fire" do Astroline, pois escutando a sua voz em seus vídeos ao vivo, pude perceber facilmente o quanto a sua voz continua inconfundível... mas, ainda teve um outro motivo plausível para que eu tivesse certeza de que era ela:


Cindy relembra "Feel The Fire" numa postagem de 2022


Vasculhei o Facebook de Cindy Buckenberghs e encontrei uma materialidade muito importante, onde ela cita a canção do Astroline, inclusive, ainda não fica muito contente com o crédito minúsculo que lhe deram:

"Memórias com Ilona Gybels... Tirando algumas músicas de gavetas antigas... 'Feel The Fire' com Astroline, estou referida como Cindy (7)??? Não tem graça!" (algo como "só isso", "que chato")


"No Way Out" (1999)

-"No Way Out'' (1999) foi o quarto single e apresenta uma letra composta por Kathleen Goossens e Elfi Strackx. 

Segue o mesmo estilo extasiante das produções anteriores e não há vocais mencionados no single. A voz da cantora, percebemos que está diferente... não é a voz de Kathleen (apesar da própria ter sido uma das compositoras da faixa).

 Quem seria a cantora, afinal? Outra exclusividade que você só vê aqui:


A cantora de estúdio da música "No Way Out" do Astroline

A cantora aqui é Elfi Strackx! Sim, uma das compositoras da música! Rastreei o seu nome e percebi que hoje ela atende por Elphy Strackx (às vezes é encontrada como Elfi) e trabalha desde 2014 numa empresa chamada "Positive Vibes" - voltada ao ramo de coaching / treinamento, com foco motivacional / habilidades pessoais. Indo mais a fundo, alcancei também o seu perfil artístico. Ela é realmente uma compositora / vocalista e ainda está ativa na Bélgica, cantando principalmente em casamentos (foto acima). 

Elphy cresceu em uma família musical. Seu pai era guitarrista / cantor amador e possuía uma extensa coleção de discos, que Elphy começou a explorar desde cedo. Aos 9 anos ela espontaneamente começou a cantar esses discos. O talento de Elphy também não passou despercebido na escola e ela logo foi selecionada para o coral local. Pouco depois, quando tinha apenas 14 anos, participou do show VTM Soundmix regravando a música "Queen For Tonight" de Helen Shapiro, que lhe rendeu uma considerável visibilidade. Logo depois ela se juntou ao grupo feminino Secret Fantasy, junto com Linda Mertens (sim, ela mesma, do Milk Inc., também em seu início de carreira). 


Elphy escreveu e cantou para o Astroline na faixa "No Way Out", além de outros projetos de Trance da época...

Através de algumas apresentações de sucesso na TV, Elphy teve contato com vários compositores e produtores conhecidos, incluindo Miguel Wiels, Peter Gilis, Daniël Moerenhout e Peter Luts. Foi aí que ela gravou algumas faixas de Dance Music, como:

- "The Music" Fiocco (1999, Antler-Subway, EMI Music Belgium)

- "No Way Out"Astroline (1999, Antler-Subway)

- "Virtual Love" - Requiem feat. Chiara Gio (2002, Antler-Subway)


Escrevi uma mensagem na página da Elphy (onde ela oferece seus serviços como cantora de casamentos), e depois de algumas semanas ela me respondeu por e-mail:
"Oi Rikardo. Obrigada por sua mensagem. Sim, eu também fui a cantora de 'No Way Out' do Astroline. Saudações da Bélgica! Elphy"
14/04/2024

Depois disso, Elphy fez muitos trabalhos de estúdio para álbuns de outros artistas, e hoje continua cantando e se apresentando, embora também tenha uma outra profissão, como mencionado.

E para concluir de vez, Kathleen Goossens fez apenas as apresentações ao vivo de "No Way Out", já que as gravações no estúdio aconteceram com Elphy Strackx;


"Angels" (2000)

-"Angels'' (2000) foi o quinto single do Astroline. Possui uma vibe que vai te levar aos céus e teclados mais que ensandecidos! É mais uma belíssima faixa que merece ser endeusada pelos fãs em todas as dimensões possíveis:


Astroline - "Angels" (Live - Year: 2000) 

Os créditos da letra de "Angels" são de Peter Luts, Kathleen Goossens e Gert Covers, no entanto, sem vocais creditados no single. 

Esta é uma das faixas que eu mais gosto do Astroline, e a própria Kathleen Goossens afimou que, não apenas a compôs, como também a gravou com sua voz;


"Close My Eyes" (2000)

"Close My Eyes" (2000) foi o maior sucesso do Astroline no Brasil, e na época, chamada também pelos DJ's como uma "música de Paty". 

A voz na canção não nos deixa dúvidas, é pertencente a Kathleen Goossens, mas mesmo assim podemos checar o seguinte crédito no vinil: ''Vocais de Kathleen G.". 

E não estranhe se este sexto single do Astroline se assemelhar muito com os singles do Lasgo, tenha apenas em mente que a letra de "Close My Eyes" foi composta simplesmente pela dupla David Vervoort e Peter Luts (a dupla do Lasgo), além da produção ser totalmente de Peter Luts;


"Happy Christmas, War is Over" (2001)

-Enquanto aqui no Brasil os jovens se deleitavam nas danceterias com a viciante "Close My Eyes", na Bélgica o Astroline lançava o seu último single "Happy Christmas, War Is Over" (2001), que foi uma regravação de John Lennon e que serviu também como uma mensagem de paz e de conforto às pessoas  -  que estavam chocadas e amedrontadas após aos ataques terroristas do fatídico 11 de Setembro.

Não há créditos vocais informados no single, mas eu já tinha a convicta certeza de que a vocalista aqui não é Kathleen Goossens. Foi através desse vocal diferente que resolvi entrar em contato com a loira, e assim Kathleen respondeu-me que não a gravou no estúdio, porém a performou nos shows, assim como também fez com "Feel The Fire" e "No Way Out".

Ainda neste single foi adicionada uma outra faixa inédita aos fãs: "Sensations".


Kathleen Goossens com Christophe Chantzis (um dos produtores do Astroline, Absolom e Ian Van Dahl). Kathleen foi a cantora verdadeira na maioria dos singles do Astroline, e sempre interpretou todas as músicas do projeto de maneira satisfatória e plausível nos palcos!!

Vale lembrar que o Astroline não lançou nenhum álbum em sua trajetória, nenhum videoclipe, e focou apenas em singles e apresentações ao vivo. Estes singles foram lançados pela gravadora A&S (Antler-Subway), que nos anos seguintes apoiou também outros projetos fervorosos do trance, como Lasgo e Ian Van Dahl.


ASTROLINE NO BRASIL

Aqui no Brasil o Astroline ficou mais conhecido entre 2001 e 2002 através do hit "Close My Eyes", título licenciado pela Building Records e muito tocado em nossas pistas e FM's - embora a canção tenha sido lançada oficialmente no dia 3 de julho de 2000 (na Bélgica). 

A empresa brasileira deu atenção total à "Close My Eyes" a inserindo em várias coletâneas "dance" da época - como "Comando 97 FM" (ano: 2001 - talvez a primeira aparição da música para o público brasileiro colecionador de mídias) e a bem sucedida "As 7 Melhores 2002" (quase dois anos após o seu lançamento oficial!). Fora isso, a Spottlight, em parceria com a Som Livre, também trabalhou com "Close My Eyes" e a distribuiu em suas compilações de música eletrônica, como "dance.com - Jovem Rio 94,9 FM" (2001) e "Trance Party" (2002).

Spottlight e Building competiram-se e lançaram "Close My Eyes" em suas coletâneas, mas inexplicavelmente não investiram em nenhum outro single do Astroline...
Ao centro da imagem, um TOP 10 dos singles mais vendidos em março de 2002 e publicado na revista brasileira DJ Sound #107 (clique na imagem para ver em melhor resolução)

Só foi uma pena nenhuma destas companhias terem aproveitado as outras faixas do Astroline, como as estupendas "Take Good Care", "Feel The Fire" e "Angels", produções que mereciam um reconhecimento muito maior por aqui, inclusive, são canções até mais conhecidas que "Close My Eyes" em muitos países europeus.


OS ASTROS SE COLIDIRAM

Ian Van Dahl e Lasgo

Quanto ao término do Astroline, muito foi se falado em sites da época que os produtores encerraram o projeto para focar fortemente nas produções do Ian Van Dahl e Lasgo. Christophe Chantzis precisava de mais tempo para se dedicar ao Ian Van Dahl e produzir o seu álbum de estreia "Ace", assim como Peter Luts se empenharia em absoluto para o projeto Lasgo -  ambos em bastante ascensão naquele ano de 2001. Sobre Stefan Wuyts, ele também foi trabalhar no Lasgo em 2001 e se tornou um dos produtores executivos do álbum "Some Things", assim como Gert Covers criou e produziu a bela e viajante faixa "Cloud Surfers*" deste álbum. Já Bart Smolders (DJ Bart), deixou de lado as produções e tem em seu currículo apenas os singles do Astroline (embora muita gente confunda-o com o DJ Bart de "Message" de 2001).


Kathleen Goossens foi gravar no projeto trance Orion Too...

Enquanto estava no Astroline, Kathleen Goossens gravou em 1999 a faixa "Harmony" de DJ Philip, e em 2001 realizou mais alguns trabalhos vocais para DJ's e produtores belgas, como a música do Airplay - "The Music Is Moving", assim como gravou de 2001 até 2005 para o ótimo projeto Orion Too. E é interessante observar que Kathleen Goossens assumiu o pseudônimo de "Caitlin" enquanto atuava no Orion Too, muito provavelmente por conta de seu contrato de exclusividade com os produtores do Astroline (talvez o mesmo motivo de não ter sido creditada no Airplay e na música com DJ Philip).


A RESPOSTA DO PÚBLICO JOVEM DOS ANOS 2000

Kathleen Goossens -   A voz do Astroline e Airplay

Tanto “Close My Eyes” do Astroline, quanto "The Music Is Moving" do Airplay são dois exemplos do gênero Vocal Trance que ressoaram positivamente entre os entusiastas brasileiros da música eletrônica naquele início de século XXI. 

Com suas batidas pulsantes, melodias hipnotizantes, vocais quentes e teclados que "soltavam chamas", estas duas faixas tornaram-se verdadeiros hinos noturnos para os baladeiros e principalmente para os fãs de Lasgo, Ian Van Dahl, Fragma, Paul van Dyk, Kriss Grekò, Deal, Dee Dee...

Quem viveu, saboreou tudo isso com muita vontade e proveito!!


KATHLEEN GOOSSENS - APÓS A FASE DE OURO DO TRANCE

Kathleen Goossens atualmente: Ela continua envolvida na música, mas também se concentra em outros empreendimentos...

Com o encerramento do Astroline, a cantora e compositora Kathleen Goossens foi vista também atuando como atriz na TV belga. Sim, além de continuar escrevendo e gravando para outros projetos, Kathleen se tornou uma atriz a partir de 2001 e participou de algumas produções televisivas da Bélgica, além de um longametragem chamado "Meisjes" (2009).

Já em outubro de 2009, Kathleen apareceu em um reality show que buscava por uma cantora para um grupo musical chamado K3, porém, a voz de "Close My Eyes" não conseguiu passar para a sexta fase do reality. Foi também nessa época que Kathleen engravidou e teve um filho.


ASTROLINE - Filmagem de 2022
Kathleen Goossens continua a frente do Astroline e cantando os seus sucessos, como "Smiling Faces", "Close My Eyes" e "Feel The Fire"

Neste momento atual, Kathleen continua se apresentando como uma integrante do Astroline em diversos festivais pela Europa, além de ser a proprietária de uma loja chamada "Barnature" - que vende produtos naturais (suplementos, alimentos orgânicos, sem glúten, sem lactose, e etc). 


Barnature - Loja de produtos naturais de Kathleen Gooseens

A cantora de Trance Music se especializou também em 2022 em Hipnoterapia, e hoje aplica a técnica da hipnose em seus pacientes. 

Com certeza, uma mulher que continua linda, talentosa e acima de tudo muito determinada em seus projetos profissionais, principalmente naqueles que se referem a música, aquela arte encantadora que sabe nos empurrar para a frente!!


Agradecimentos: Eddy Weyns, Kathleen Goossens, Elphy Strackx


Outra pequena postagem sobre Airplay - "The Music Is Moving" (2001), mais especificamente sobre o CD-single que ganhei de presente:

https://rikardomusic.blogspot.com/2023/10/airplay-music-is-moving-2001-um-vocal.html

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

REDNEX NO BRASIL E A HISTÓRIA REAL DOS CAIPIRAS DA EURODANCE

O Rednex é uma marca, antes de tudo, e essa marca está se preparando para visitar o Brasil em abril de 2024 para uma série de apresentações. E você, pretende assistir a algum show?

"COTTON EYE JOE" DO REDNEX É BASEADA NUMA CANÇÃO FOLCLÓRICA E ACABOU MARCANDO A HISTÓRIA DA CULTURA POP-DANCE

O grupo está completando 30 anos de aniversário e vem ao Brasil para realizar uma turnê, mas... será que veremos os mesmos integrantes daquele divertido grupo country-dance dos anos 90?

O Rednex é um dos grupos de Eurodance que mais sofreu com trocas de membros ao longo dos últimos 30 anos. Na verdade, muitos grupos e bandas também costumam apresentar estas variações e trocas de integrantes / personagens, e no caso do grupo que virá ao Brasil em abril de 2024, não há praticamente mais nenhum integrante da formação original dos anos 90.

Para se ter uma idéia, algo muito semelhante tem acontecido recentemente com o grupo Mamonas Assassinas, que continua na ativa realizando seus shows mesmo com seus integrantes todos falecidos. O mesmo se aplica ao grupo de rock nacional RPM, que não traz consigo mais nenhum integrante original, muito menos o seu popular vocalista Paulo Ricardo. 

Sendo mais claro, há uma questão burocrática que o público não se atenta e que também não se envolve muito, e essa é a questão da marca registrada que todo grupo, projeto ou banda tem. No caso do Rednex, alguém é o detentor de seus direitos autorais, e este alguém não quer se desfazer desta fonte de rendas (mesmo não apresentando nenhum dos artistas originais ao público). 

Acompanhando o Rednex nos últimos anos, podemos configurá-lo como um destes grupos que não quer se "aposentar", e com razão, pois, se há pessoas interessadas em seus shows... por que cessar agora?

REDNEX NO BRASIL - TOUR 2024

Os shows acontecerão entre os meses de Abril e Maio. Os locais dos eventos serão: Curitiba /PR (03/05), São Paulo / SP, Goiânia / GO e Divinópolis / MG (ainda não foram divulgadas as datas para estas três cidades). Provavelmente serão adicionadas outras cidades também.

EDIT ABRIL 2024: Os shows em Goiânia / GO e Divinóplis /MG foram cancelados, no entanto foram acrescentadas outras cidades. Veja abaixo a agenda completa com 5 shows.

Valor dos ingressos: Não divulgado.


FALECIMENTO DE "DAGGER" (EX-MEMBRO DO REDNEX)

Coincidentemente um ex-membro da banda chamado Anders Sandberg morreu no finalzinho de janeiro, fato triste que provavelmente não afetará na agenda de shows do grupo em território nacional, pois este músico já não pertencia há alguns anos à marca.

Anders Sandberg faleceu recentemente, no dia 22 de janeiro de 2024

Anders Sandberg atendia pelo nome artístico de "Dagger", tinha 55 anos e nunca foi um dos integrantes da formação dos anos 90, ou seja, a formação clássica que gravou os sucessos do Rednex. "Dagger" foi vocalista do Rednex na formação dos anos 2000, e ele começou sua carreira musical como cantor de uma banda de hard rock antes de ingressar no Rednex - em 2001.

Ele ficou de 2001 até 2005 no Rednex, mas retornou em outros momentos, principalmente entre os anos de 2009 e 2017. 

A marca Rednex lamentou essa perda em sua página oficial no Facebook: 

“Nossa família Rednex nunca mais será a mesma. Você fará muita falta, nossa lenda. Este é um dos dias mais tristes da nossa história. Dagger, nós amamos você”.


A HISTÓRIA VERDADEIRA DO REDNEX 

Despenteados, sujos, engraçados e no topo das paradas!

O Rednex vem da terra das boas melodias - a Suécia - e nasceu em Estocolmo, em 1994, num dos anos mais gloriosos para a música Eurodance (embora seus primeiros passos tenham sido dados no ano de 1992). 

O grupo consistia em diversos integrantes - instrumentistas e vocalistas - e sempre estava numa vibe animada, teatral, divertida e exageradamente pitoresca em sua maneira de se apresentar. Na verdade, eles também se apresentavam como personagens, tinham seus "nomes de guerra", e suas músicas e visuais eram todos voltados ao universo country.

O nome do grupo "Rednex" veio da palavra "rednecks", que significa "caipiras" em nosso português, e eles gravaram em 1994 o seu maior hit: "Cotton Eye Joe".

Este single fez um sucesso gigantesco naquele ano, inclusive foi muito tocado aqui no Brasil, principalmente no 1º semestre de 1995. Lembro-me que, no colégio, a turma da minha classe dançou essa faixa country-dance durante uma apresentação numa gincana, e eu fiquei bem feliz com a escolha da música. Já o videoclipe eu assisti pela primeira vez numa emissora local chamada "TV Thathi" (programa "Clipe Thati") e numa sequência que trazia ainda La Bouche - "Be My Lover" e Ace Of Base - "Beautiful Life". Fiquei maravilhado ao ver este clipe pois eu já era muito fã da música, sem falar que naquela época era bem mais difícil de nos depararmos com algum vídeoclipe do gênero, então, quando isso acontecia você ganhava o seu dia!


Rednex - "Cotton Eye Joe" (1994 / 1995)
Video Oficial (Legendado)

O videoclipe foi dirigido pelo diretor sueco Stefan Berg e venceu o prêmio de "Melhor Vídeo de Dance Sueco" no Swedish Dance Music Awards de 1995. O divertidíssimo material nos mostra um celeiro se transformando numa verdadeira "rave country", com muitos figurantes trajados de caipiras dançando, montando em touros mecânicos, interagindo com ratos... num verdadadeiro "arrasta-pé" eletrônico!
Atenção para algumas placas que são vistas rapidamente no celeiro e que incitam o bom humor, como "Cavalos lá fora", "Sem banho!" e "Não é permitido sexo". Uma verdadeira obra-prima que vai tirar, mesmo que depois de 3 décadas, um sorriso genuíno de seu rosto!

O Rednex foi muito bem nas paradas mundiais com este seu single de estreia, principalmente, é claro, nas que se referem a Europa. E com certeza, eles ainda conseguiram um ótimo destaque nos EUA em março de 1995, quando atingiram o #25 na Billboard Hot 100.


ARA, DE ONDE VEIO "COTTON EYE JOE"?

Os significados e as inspirações...

O refrão da música vem de uma melodia folclórica americana do seculo XIX, muito conhecida como uma canção que circulou pelo sul dos Estados Unidos, então podemos definí-la como um cover que o Rednex fez para ser tocado nos clubs. E como muitas canções folclóricas tradicionais, não há como saber quem foi a primeira pessoa a escrever e a tocar “Cotton Eye Joe”; isso é um mistério. A canção é anterior à Guerra Civil, muito provavelmente foi escrita entre 1800 e 1860, circulando pelos estados sulistas (dos EUA) - principalmente entre os escravos - como uma cantiga para cantar e dançar entre eles. 

A música do Rednex foi lançada oficialmente em 12 agosto de 1994, e contém esse refrão que existe desde o século XIX, porém apresenta também alguns versos femininos que foram compostos originalmente pelo time do Rednex - uma equipe de artistas que respondia na época por Future Crew Team.


Os versos femininos cantados pela vocalista Annika Ljungberg são originais e foram escritos pelos produtores do Rednex, já o refrão é uma regravação de uma música antiguíssima...

“Cotton Eye Joe” (1994) do Rednex é engraçadinha, tem uma velocidade que nos remete ao estilo de Scatman John, é super animada e esbanja diversão, porém... tem algo implícito nela que é bem diferente destas perceptíveis características positivas... 

Existem muitas teorias sobre a criação da letra de "Cotton Eye Joe", e alguns acreditam que o título é uma expressão que tem a ver com "estar alcoolizado", outros pensam que está ligado ao contraste da pele negra com o branco dos olhos (faz sentido porque é uma música antiga e dançada pelos escravos), e há ainda quem diga que é sobre um escravo que sofreu de uma doença nos olhos, substituindo o globo ocular por uma bola de algodão devido à falta de equipamento médico na época. Nenhuma definição verdadeira jamais foi confirmada, mas há ainda uma outra teoria que pode estar também conectada ao hit dos suecos...

Há um conto sobrenatural de um homem que fica cego e jura vingança ao seu amigo. Nesta história sinistra, Joe tem seus olhos perfurados acidentalmente e se vinga do cara que causou isso, assassinando todas as mulheres que estão prestes a se casar com ele. Talvez seja por isso que o refrão de "Cotton Eye Joe" diz claramente que "Se não fosse por Joe - Olhos de Algodão, eu já teria me casado há muito tempo", fazendo uma notável referência ao cara que sonhava em se casar, mas que via o seu sonho ser interrupido todas as vezes que as noivas eram assassinadas.

Outra observação importante a ser feita, é em relação a uma gíria americana denominada como "cotton eye joe" - que é muito usada para definir o homem que tem DST (como a sífilis). Lembro-me que essa nota saiu num fórum russo no início dos anos 2000, e ainda havia um esclarecimento sobre um acessório chamado "olho de algodão", que servia para ser introduzido no pênis e remover a secreção da sífilis (!!). Então, no primeiro instante você pode imaginar que o grupo se aproveitou desta expressão popular para causar uma reação de nojo e repulsa nas pessoas, já que eles também adoravam esse tipo de humor, embora não há nada que comprove esta ou outras teorias. 

"Cotton Eye Joe" é uma uma canção muito antiga que foi regravada por inúmeros artistas conceituados (Nina Simone foi uma das que recriaram a música), motivando que alguns estudiosos se aprofundassem mais neste histórico, então tais pesquisas indicaram que a canção é realmente sobre alguma situação de flagelo vivida na escravidão. Muitos acreditam que havia um personagem negro popular chamado Joe, que era um velho que ficou cego devido ao alcoolismo, ou simplesmente por tracoma ou catarata.

Se você se interessar em ouvir a interessante história sobre Joe - o matador de noivas, que muitos fãs apontam como uma inspiração, clique aqui


ALÉM DE "COTTON EYE JOE"

"BB Stiff" e "Bobby Sue" praticamente nús na Alemanha, provando que a banda Rednex era uma das mais loucas da Eurodance!

Devido a esta popularidade que "Cotton Eye Joe" rendeu ao Rednex, seus produtores resolveram continuar colhendo mais frutos com o grupo sueco, e com isso se dedicaram em criar novas músicas para os "caipiras".

Estes produtores eram Janne Ericsson, Örjan "Oban" Öberg, e Patrick "Pat Reiniz" Edenberg, que pouco tempo depois nos entregaram as novas e aguardadas faixas de trabalho: "Old Pop in an Oak" e "Wish You Were Here".

Quanto a música "Old Pop In An Oak", quando a ouvi pela primeira vez eu nem percebi que se tratava de um single novo, achava que estava ouvindo ainda a mesma "Cotton Eye Joe" - de tão semelhante que o resultado ficou! É sério! A melodia, o rítmo country-eurodance, os vocais, os arranjos, e principalmente o refrão... Quase que um plágio de si mesmo!

"Wish You Were Here" foi uma música produzida por Denniz Pop e Max Martin, tendo um ritmo mais lento e com uma pegada mais sentimental, me lembrando ainda um pouco o estilo de Dolly Parton. Ambas foram tocadas em algumas rádios daqui, mas com menos ênfase, obviamente.


Max Martin e Annika Ljungberg 
Créditos: Facebook de Annika Ljungberg
 
"Visitando os meus arquivos encontrei diversas fotos antigas de shows e apresentações na TV, até que vi essa foto legal minha com Max Martin (Martin Sandberg), tirada quando estávamos na Alemanha para um grande programa de TV ...
Tínhamos acabado de gravar "Wish You Were Here" no Cheiron Studio. Primeira gravação que Martin fez com Denniz Pop ... Lindas memórias" Annika Ljungberg


O primeiro álbum do Rednex foi lançado e intitulado de "Sex & Violins", chegando também nas lojas brasileiras pela BMG. Quanto aos integrantes que o público assistia tocando nos shows, estes não haviam trabalhado como instrumentistas neste álbum de estúdio, já que o produtor levou apenas a vocalista Annika "Mary Joe" Ljungberg para gravar. Ou seja, todos aqueles sons de violinos, banjos, guitarras, entre outros que você ouve nas faixas do álbum "Sex & Violins" foram criados por outros músicos que já trabalhavam e tinham uma notável experiência nos estúdios. Só no segundo álbum, lançado em 2000, que alguns membros visuais participaram com seus atributos artísticos. 

Sobre a arte da capa de "Sex & Violins", era impossível passar perto do disco e não perceber o quanto era uma capa estranha, para não usar o adjetivo "bizarra". Mostra um penico no chão sendo urinado por um sujeito em pé, e em seu preenchimento "fétido" ainda podemos ver os rostos dos cinco membros visuais do Rednex: Bobby Sue, Billy Ray, Ken Tacky, Mary Joe e BB Stiff .


"Sex & Violins"
Rednex (1995)
Jamais me esquecerei quando vi pela primeira vez a capa deste CD ao visitar o departamento de Discos do Carrefour


A vocalista Annika Ljungberg (Mary Joe) talvez seja a figura mais importante e marcante do grupo até hoje. Nos shows, vídeos e capas de discos podíamos vê-la com os demais integrantes, estes que, eram figuras que funcionavam mais como comediantes do que como músicos (não que eles não fossem também). Inclusive, aquela voz masculina tão característica nos refrões de "Cotton Eye Joe" e "Old Pop In An Oak" não era daquele loiro "imundo" que estava presente nos vídeos e palcos. Este membro se chamava Anders Arstrand (Ken Tacky), contudo o vocalista verdadeiro do Rednex era um cantor country chamado Göran Danielsson, que gravava a sua parte vocal secretamente nos estúdios e não mantinha vínculos com a platéia, fãs ou com a imprensa. 

Dentro desta realidade, Göran Danielsson e Annika Ljungberg foram os dois membros mais importantes ao longo destes 30 anos de carreira do Rednex, e isso deve-se ao inegável talento que a dupla proporcionou ao grupo. Percebam também que o Rednex viveu o seu auge quando conquistou a América, e foi justamente quando estes dois artistas cediam os seus belos vocais na formação clássica.


Uma surpresa e tanto para quem achava que Ken Tacky era o verdadeiro cantor nas músicas do Rednex!!


GÖRAN DANIELSSON, A VOZ CAIPIRA DO REDNEX SE CALOU PARA SEMPRE 

Göran Danielsson de Dalarna, nascido na Suécia em 27 de maio de 1957, fez parte de muitas bandas de country e rock’n roll desde 1974. Ele foi o vocalista de grupos como Western Express, Country Minstrels, Tennessee Five e RockBox, mas a sua voz se espalhou pelo mundo quando cantou a parte masculina do hit “Cotton Eye Joe” do Rednex, e após ao grande sucesso, foi gravando outras dezenas de faixas para este projeto que misturava country e eurodance.

Göran se apresentou em muitos programas de televisão em diversas ocasiões e em vários países europeus, tanto como vocalista de diferentes bandas, quanto como artista solo, porém nunca com o Rednex.


REDNEX RAÍZ: Essa é a formação clássica do Rednex (1995)
É uma colagem que fiz, pois achei que seria interessante adicionar também uma foto do vocalista Göran Danielsson junto aos demais integrantes. Aproveitei e inseri outras fotos super raras do violonista de estúdio Bosse Nilsson e do produtor Pat Reiniz (que chegou a ser um integrante visual nos primeiros meses do Rednex)


Foi em maio de 1994 que o produtor Patrick "Pat Ranis" Edenberg (que Göran nunca tinha conhecido, nem ouvido falar antes) ligou para ele e perguntou se gostaria de ir ao seu estúdio para cantar a parte vocal masculina de uma música que ele e seus amigos da Future Crew Team estavam trabalhando. Göran foi lá e gravou a música “Cotton Eye Joe”, que ele conhecia bastante na versão “antiga” do final do século XIX.

Depois disso, ele não teve mais notícias da equipe “Future Crew” até o início de agosto do mesmo ano, quando Ranis ligou novamente e contou sobre um novo contrato de gravações com a Zomba Records, empresa que tinha um plano de lançar um álbum com eles. O produtor executivo do Rednex perguntou a Göran se ele tinha interesse em continuar fazendo a parte vocal masculina, e é claro, ele disse que sim.


"ÊTA LASQUÊRA DE CANTOR BOM!"
Göran Danielsson em agosto /2018

Mas quando surgiram os planos de formar um grupo para as apresentações ao vivo, em conjunto eles decidiram que Göran não deveria fazer parte destes eventos, principalmente por causa de sua carreira que era bem diferente, e como o vocalista não queria abrir mão de seus outros trabalhos na música, então ele continuou sendo apenas a parte do conceito do Rednex, ou seja, apenas “a voz masculina” nos estúdios, enquanto que o integrante visual Anders “Ken Tacky” Arstrand passaria a representar a sua imagem e fazer a sincronização labial de suas partes vocais.


Göran Danielsson: Ele é mais uma voz que encantou os fãs da Eurodance, mas o seu lugar estava no Country e Rock...

E foi assim que Göran Danielsson esteve na maioria dos singles do Rednex, num total de dois álbuns: “Sex & Violins” (Tem 13 faixas, ele gravou 12) e “Farm Out” (Tem 15 faixas, ele gravou 10). 

Infelizmente Göran Danielsson faleceu no dia 09 de abril de 2021, prestes a completar os seus 65 anos de idade. 

O violinista Bosse Nilsson, que gravou no estúdio com Göran em quase todas as músicas do Rednex, o conhecia há muito tempo - antes mesmo de trabalharem juntos no disco “Sex & Violins” - então ele postou uma homenagem no facebook ao seu antigo colega, juntamente com uma foto datada do ano de 1985 em que eles estão num grupo musical. Nessa publicação a cantora Annika Ljungberg também apareceu para prestar as suas condolências e demonstrou tristeza pela grande perda.


Descanse em paz, Göran Danielsson!

Como citado acima, Göran Danielsson e Annika Ljungberg foram os artistas principais por darem vozes e alma ao Rednex, e agora sem a presença destes dois ilustres artistas, só resta aos produtores a viverem de seus antigos sucessos e promoverem suas turnês com uma grande equipe, tal qual é repleta de músicos que em sua maioria não contribuíram criativamente em nada ao verdadeiro Rednex.


O ROSTO E A VOZ FEMININA DO REDNEX FOI PROCESSADA PELOS PRODUTORES DO GRUPO

Ela não pode usar a marca Rednex!

E mais uma vez chegamos no mesmo assunto: Direitos Autorais. 

Annika Ljungberg foi condenada em 2017 a pagar uma multa aos produtores da banda Rednex após os mesmos a processarem em 2016. Ela foi acusada de fazer uso indevido da marca, recorreu com um recurso, porém perdeu a disputa. 

Este é basicamente o maior receio destes cantores originais no meio artístico, e por isso muitos não se envolvem muito nestas questões burocráticas e mais delicadas, porque, sinceramente não há muito o que se fazer quando a lei não lhes dá nenhum tipo de proteção. Se há um contrato, os tribunais irão validar somente as informações que estiverem ali registradas e assinadas.

Resumindo: Os produtores alegaram que Annika usou o nome "Rednex" sem a devida permissão, violando as cláusulas contratuais ao associar a marca em um evento norueguês, e no dia 29 de junho de 2017 o Tribunal Distrital de Estocolmo condenou a cantora e a sua empresa Showmix Annika Ljungberg AB

Annika, além de ter que pagar uma indenização ao Rednex, foi notificada a arcar também com todos os gastos judiciais. 


O SEGUNDO E ÚLTIMO ÁLBUM

"Farm Out" foi lançado em 2000 com "Whippy" nos vocais, substituindo "Mary Joe"

O álbum seguinte "Farm Out" foi lançado em 2000 e teve algum sucesso na Europa. O seu primeiro single "The Spirit of the Hawk" foi escrito por Axel Breitung, um produtor / compositor muito conhecido entre os fãs da Eurodance, principalmente por ter trabalhado com Fancy, DJ Bobo, Loft, Indra, T Spoon, Modern Talking, entre outros. Este single foi bem em alguns países europeus, especialmente na Alemanha.

Depois dos anos 2000 o grupo foi perdendo aos poucos a sua relevância, principalmente em países mais distantes, como o Brasil, onde eles nunca mais tiveram músicas novas tocadas nas rádios (apenas "Cotton Eye Joe" foi bem sucedida, as outras duas seguintes nem tanto).

Apesar de terem lançado apenas dois álbuns e pouquíssimos grandiosos sucessos, o Rednex segue na ativa sendo lembrado devidamente ao mega-hit "Cotton Eye Joe". Toda a fama deste single colaborou na construção e na força que o nome Rednex tem até os dias atuais, e assim, os produtores vão se garantindo financeiramente com várias turnês, festivais e diversas outras aparições.


ESTES SÃO OS INTEGRANTES ORIGINAIS DO REDNEX EM FOTOS MAIS RECENTES

Annika “Mary Joe” Ljungberg (foto de dezembro de 2023)

Em 1994, o produtor Pat Reiniz (Patrick Edenberg - conhecido também por Mup) estava procurando por uma cantora country para o seu projeto Rednex. Ele conheceu Annika e ela se transformou na personagem "Mary Joe". De 1994 a 1996 ela foi a cantora feminina do Rednex, mas depois saiu e foi trabalhar em seu álbum solo chamado "Me & Myself", que incluia os singles "Flower in my Garden", "The Reddest Rose" e "Me and Myself". Nesta sua nova fase, Annika ainda fez testes para ser a voz de "Branca de Neve" em um CD-Rom da Disney, cantou o tema de um jogo de computador intitulado de "Legend of Mana", gravou um dueto com a estrela do country sueco Jill Jonhson, e ainda participou de um evento muito popular na Suécia chamado Melodifestival. Anos depois ela se apresentou na "Rednex Revival Party" junto com o verdadeiro cantor do Rednex, Göran Danielsson, e também com o violinista Bosse Nilsson - que foi simplesmente o cara que tocou originalmente no estúdio o som do violino em "Cotton Eye Joe" (e em todos os outros sons de violino que ouvimos nas demais músicas do Rednex).

O público sueco se refere a Annika como uma pessoa muito talentosa, humilde, legal para se conversar - como se ela não se importasse por ser famosa. Os fãs ainda mencionam que Annika Ljungberg é uma artista que não tem sonhos maiores, além de apenas desejar continuar com sua música. Ela nasceu em 31 de março de 1969, tem atualmente 55 anos e segue com sua trajetória musical na Suécia.

Annika não tem a autorização para usar a marca "Rednex", então ela montou um grupo com dois rapazes, Fredrik Jernberg e Jensa Sylsjö. O nome desse grupo? Cotton Eye Joe, é claro! Onde ela tem se apresentado de tempos em tempos cantando algumas canções conhecidas, como o big-hit "Cotton Eye Joe".

No site deste seu grupo, ela deixa claro: Gostaríamos de ressaltar fortemente que estamos associados à marca CEJ - Cotton eye Joe e nos distanciamos rigorosamente da marca registrada Rednex e da empresa Rednex AB. Não temos cooperação, negócios em conjunto ou qualquer tipo de associação com Patrik "Ranis" Edenberg - Örjan Öberg - Janne Eriksson. Estamos trabalhando estritamente com e sob o nome CEJ - Cotton eye Joe onde quer que nos apresentemos ou façamos.

Instagram: https://www.instagram.com/annika_ljungberg/


Mia "Whippy" Löfgren (foto de dezembro / 2023)

"Mary Joe" esteve fora do Rednex e foi cuidar de seus projetos pessoais, então uma nova integrante se juntou à banda em 1999 (o grupo não gravou nestes cinco anos). Mia Löfgren é o nome dela, e recebeu o apelido de "Whippy". Curiosamente ela já havia cantado numa banda chamada "Rock Box", tal qual também tinha a participação do cantor Göran Danielsson, o verdadeiro cantor masculino do Rednex. 

Como bem informado acima, o grupo é um entra e sai surreal de pessoas, então no início de 2001 "Whippy" saiu do Rednex. Em 2003 ela se juntou ao programa de TV sueco "Fame Factory", além de lançar o seu single solo "Superstar" - que esteve em 4º lugar nas paradas suecas. Ela também ficou em 12º lugar nas paradas com a música "Gula och bl°a"

Tempos depois "Whippy" entrou em um grupo chamado "The Original Members of Rednex" e que trazia também outros caras da formação clássica, como Bobby Sue, Billy Ray BB Stiff, no entanto é importantíssimo ressaltar que este é um grupo totalmente diferente daquele que virá se apresentar no Brasil. Hoje, para a confusão ser completa, eles se apresentam também como Rednex, abandonando totalmente o título de antes: "The Original Members of...".

Como a vocalista entrou no Rednex em 1999, então não a considero como uma integrante da formação clássica, porém "Whippy" teve um papel fundamental sendo a substituta da "Mary Joe", e assim ela gravou com a sua voz o segundo álbum oficial do Rednex. É por esta e outras razões que o perfil de Mia Löfgren está sendo adicionado aqui entre os integrantes originais, embora ela não pertença a formação clássica.


Anders “Ken Tacky” Arstrand (foto de fevereiro de 2024)

De 1994 a 2000 pensávamos que Anders Arstrand era o vocalista masculino do Rednex, afinal, os vídeos e shows nos induziam a isso, sempre mostrando o cara atuando nas partes masculinas. No entanto, "Ken Tacky" (seu apelido) era só o tocador de banjo nos shows do grupo... E assim como a loira Sannie Carlson do Whigfield, ele nunca gravou nada com sua voz nestes sucessos dos anos 90. 

Como já mencionado acima, nem nas faixas que estão no CD "Sex & Violins" tem instrumentais desempenhadas pelo músico. Tacky, assim como os demais instrumentistas visuais do Rednex, foi contratado inicialmente para tocar nos shows e compor o time cômico do grupo, embora ele e seus colegas fossem realmente bons músicos. No vídeo de "Cotton Eye Joe", além de simular que está cantando vemos Tacky simulando que está tocando banjo, e esse instrumental é simplesmente espetacular, sendo um dos melhores momentos da música! Não sabemos quem foi o instrumentista que produziu este som mágico, mas provavelmente foi o produtor Pat Reiniz que o criou no computador, pois o responsável pelo instrumento está cadastrado no discogs como "Geral Custer - Tocador de banjo imaginário".

No 3º single "Wish You Were Here" há uma faixa em que Ken Tacky foi creditado tocando guitarra, mas é a versão "Live At Brunkeflo Town Hall", tocada numa apresentação ao vivo e registrada em áudio neste single. Já na versão de estúdio ele não desempenhou este papel.

Anders “Ken Tacky” Arstrand participou também de uma banda de metal chamada "Explode", inclusive participando de seu álbum "Live Forever" (como guitarrista desta banda). Em 2000 ele decidiu sair do Rednex, porém, em 2015 ele voltou se passando mais uma vez pelo vocalista do grupo (detalhe que a farsa já havia sido revelada anos antes). 

Hoje, Anders Arstrand toca guitarra numa banda sueca chamada Jaw e ainda mantém um bom convívio com os ex-integrantes da formação clássica. Ao que parece, só não há indícios de proximidade entre ele e Annika, aliás, por motivos óbvios ela não mantém vínculos nenhum com a galera original do Rednex.

"Ken Tacky" não era só um figurante do Rednex, de fato ele tinha os seus atributos artísticos, no entanto, cantar ele não cantava não....


Jonas “Billy Ray” Nilsson (foto de fevereiro 2023)

No início ele era apenas um dos violinistas nos shows do Rednex, mas depois que "Ken Tacky" saiu, ele também assumiu o papel de "cantor" masculino. Paralelamente ao grupo caipira, ele trabalhava como professor de música, além de trabalhar numa rádio. 

Assim como os integrantes já citados, ele saiu do Rednex em 2001, mas retornou em 2015. Um entra e sai infinito, realmente.

Na verdade ele nunca cantou no Rednex, mas era sem dúvidas um bom instrumentista, mesmo não atuando nas gravações do primeiro álbum. Como no caso citado acima, "Billy Ray" foi creditado como baixista no 3º single "Wish You Were Here", pois há uma faixa em que ele performou com um baixo, porém, essa é a versão "Live At Brunkeflo Town Hall"-  tocada numa apresentação ao vivo. Na versão original ele não esteve no estúdio. 

Hoje, ele se define como DJ, além de tocar guitarra na banda Jaw - junto com Anders “Ken Tacky” Arstrand. Ele ainda foi registrado na banda "The Original Members of Rednex" fazendo algumas apresentações com seus antigos colegas, como Bobby Sue, Whippy BB Stiff, lembrando que este é um grupo que hoje responde apenas por Rednex, mas totalmente diferente daquele que virá ao Brasil daqui a alguns meses.

Só reforçando também que, Jonas "Billy Ray" Nilsson era um dos violinistas nos shows do Rednex, mas no álbum, quem tocava o violino e fazia todo mundo se animar era o músico Bosse Nilsson.


Kenta “Bobby Sue” Olander (foto de janeiro de 2024)

De 1994 a 2001, Kenta Olander - conhecido como "Bobby Sue"- foi também um violinista do Rednex, e era lembrado pelas suas muitas tatuagens. Paralelamente ele ainda tocava bateria em uma banda de rock. 

Assim como os demais integrantes, Kenta Olander foi adicionado ao Rednex para as apresentações e festivais ao vivo, e apesar de todos estes membros não terem trabalhado nas versões de estúdio do primeiro álbum, compareceram na capa do disco fazendo companhia para "Mary Joe". 

No 3º single "Wish You Were Here", há realmente uma faixa em que "Bobby Sue" foi creditado tocando violino, mas é a versão "Live At Brunkeflo Town Hall", tocada numa apresentação ao vivo e registrada em áudio neste single. Nesta apresentação ao vivo há também a participação do violinista original que gravou esta e todas as outras faixas no estúdio - Bosse Nilsson.

Depois que "Bobby Sue" saiu do Rednex ele fez outros trabalhos, mas hoje também realiza alguns shows com Mia Löfgren, BB Stiff e Billy Ray na formação que não virá ao Brasil. Ele ainda mora em Estocolmo, é casado desde 1996 e tem dois filhos.


Urban "BB Stiff" Landgren (foto de 2022)

Ele era o baterista da formação original contratado para fazer os shows ao vivo do Rednex, aparecer nos videos, imagens promocionais e participar de todo aquele núcleo de humor. No estúdio, a princípio foram usados outros instrumentistas no álbum "Sex & Violins", mas “BB Stiff” realmente era um músico capacitado.

Assim como outros membros masculinos já citados, "BB Stiff" também aparece creditado (tocando bateria) no 3º single "Wish You Were Here", porém, apenas na versão "Live At Brunkeflo Town Hall"- que foi tocada numa apresentação ao vivo. Na versão de estúdio ele não participou, assim como todos os outros mencionados anteriormente.

Já no disco seguinte, ele realmente esteve no estúdio tocando banjo e flauta no fonograma original da música "Spirit of the Hawk" (faixa do álbum "Farm Out"). Ele também foi o responsável pelos sons de teclados, baixo, e guitarra neste 2º álbum, assim como os demais membros visuais.

"BB Stiff" ainda produziu algumas músicas do Rednex que apareceram em edições especiais lançadas na Ásia, além de se envolver na banda "Explode" (que Tacky também participou). 

Atualmente, Urban Landgren continua trabalhando com música e, inclusive, também entrou no grupo "The Original Members of Rednex" - que hoje responde apenas por Rednex.


FORFÉ DANADO DUMA FIGA

Rednex de 1995 - O auge do grupo e do Eurodance

- O histórico do Rednex nos mostra o quanto este é um grupo que sempre foi muito movimentado em relação as entradas e saídas de seus membros, mas hoje vemos que a situação conseguiu ficar ainda mais complexa e praticamente fora de controle... Acontece que há mais equipes e pessoas envolvidas nos eventos e shows do Rednex, ou seja, tem bandas diferentes utilizando-se do sucesso que "Cotton Eye Joe" proporcionou à marca sueca;

-Apesar de existirem bandas diferentes (que acabam confundindo o público), tudo está acordado / dentro da lei com a marca "Rednex". Muitos destes membros não tiveram nada a ver com a trajetória do Rednex e estão atuando com a aprovação dos produtores, já Annika - que fez parte da banda original - foi processada por ter levado o nome "Rednex" num evento na Noruega;

-Além da banda de Annika (que se chama “Cotton Eye Joe”) e da banda citada acima com o restante dos membros originais, há ainda a formação que virá ao Brasil, cujo nenhum membro participou antes- ou gravou qualquer faixa dos dois discos da marca Rednex. No entanto, é mais um grupo regulamentado e que tem a liberação dos produtores / detentores dos direitos. E atenção: Há mais outras equipes que representam o Rednex nos palcos, como uma formação que está na Nova Zelândia, e segundo pesquisas, há também uma na Austrália (!).


Peças publicitárias para as bandas Cotton Eye Joe e Rednex. As duas possuem membros da formação original, porém, a Turnê no Brasil não será com nenhuma dessas duas bandas. Há no mínimo mais 2 bandas que utilizam da marca (todas regulamentadas com os detentores dos direitos), veja abaixo qual formação virá ao Brasil...

-O Rednex deixa claro em seu site oficial que existem vários grupos representando a marca. Eles também descartam totalmente essa fórmula de "banda única" desde 2012, citando que o Rednex não é mais uma "banda", mas sim um "espírito" que pode chegar em outros conjuntos musicais. Nestas declarações percebemos que a marca se sente orgulhosa deste ato, como se os empresários do Rednex fossem pioneiros em algo que é inovador / revolucionário no entretenimento;

-O mesmo site oficial informa que a marca "Rednex" está a venda desde 2007, e que eles foram ridicularizados naquele ano quando fizeram o seu anúncio no popular site de vendas "Ebay". Aliás, essa sempre foi a intenção do Rednex, ser uma piada em todas as situações possíveis... "Muitas pessoas relacionaram esta atitude a algo destrutivo e desesperador, mas o Rednex mostrou que isso também pode ser feito com sorrisos e união. Existe um pouco de Rednex em todas pessoas e que merece ser mostrado mais vezes". Eles ainda avisam que a marca continua à venda, só esperando um comprador...


CURIOSIDADES MATUTAS

Um dos produtores principais: Pat Reiniz 

- O produtor do Rednex, Patrick "Pat Reiniz" Edenberg, também foi um dos integrantes visuais no comecinho do grupo, ele era o personagem "Mup", mas ficou pouquíssimo tempo. Ele saiu da linha de frente do grupo e "BB Stiff" entrou em seu lugar (ainda em 1994). Seu trabalho no Rednex se destinou apenas às produções das músicas, como trabalhando nos bastidores, também lidando com a imprensa e nos negócios burocráticos que envolviam a sua marca;

-Havia também uma história fantasiosa contando como a banda original foi criada, e a tal consistia no fato do produtor Pat Reiniz ("Mup") ter ido visitar uma pequena cidade americana do estado de Idaho (Brunkeflo), e acabou conhecendo neste passeio alguns de seus parentes que eram caipiras e que viviam ali de maneira incivilizada, o que levou a resgatá-los para montar a sua famosa banda Rednex. Nas entrevistas após a formação do Rednex, os membros alegavam que foram resgatados dessa vila incivilizada e levados para a Suécia e onde descobriram a sua paixão pela música. Apesar da história exagerada e duvidosa, a tática de marketing realmente funcionou. As pessoas ficaram perplexas com este roteiro, e “Cotton Eye Joe” atingiu as paradas na América do Norte e na Europa. Alguém depois disse à imprensa que eles nunca foram caipiras, muito menos americanos, e que a verdade é que todos eram suecos. Foi só em fevereiro de 1995 – seis meses após o lançamento da música – que um jornal sueco revelou que tudo isso era mentira. Ou seja, como diria o pessoal da roça: "Pura conversa fiada, só causos!" É claro que não demorou muito para que mais verdades fossem reveladas, com isso também foi dito que o verdadeiro cantor não era Ken Tacky....mas sim Göran Danielsson, o cantor country profissional já mencionado acima;

-Em 1995, o grupo teve que trocar a foto "mijada" da capa do álbum "Sex & Violins" no lançamento nos EUA (não sei porque...afinal, era uma capa tão linda, uma verdadeira obra de arte!);


Queria estar na reunião que decidiu isso. Deve ter sido no mínimo muito engraçada!

- O Rednex vendeu ao todo 10 milhões de CD's;

-Apesar do sucesso nos EUA, muitos americanos acharam que o uso de estereótipos pelo grupo foi profundamente ofensivo. O produtor do Rednex, Pat Reiniz ("Mup"), disse que sua representação da cultura americana não tinha a intenção de ser prejudicial;

- A faixa número 8 do álbum "Sex & Violins" provavelmente possui o maior título de uma música já registrada no mundo;

-O Rednex teve mais um problema nos anos 90. Eles eram acostumados a se apresentar bebendo cerveja e cuspindo no palco, mas durante um show na Noruega isso pegou mal e eles acabaram sendo presos. Foram rapidamente soltos porque a justiça local determinou que o ato fazia parte do show.


CONHEÇA O REDNEX QUE VIRÁ  AO BRASIL

Este é o Rednex que virá ao Brasil e fará 6 apresentações!
Anúncio publicitário do show do Rednex agendado para 03/05/24 em Curitiba-PR

Com todo o respeito aos membros dessa formação e também aos idealizadores da turnê brasileira, mas eu classificaria este grupo como um "cover" do Rednex original, e acho que esta definição seria a ideal para designar qualquer banda ou projeto que traz consigo apenas integrantes novos, ou seja, aqueles que não fizeram parte ou não gravaram originalmente nenhum sucesso em sua devida época de lançamento.

Vejam, por exemplo, o caso dos membros originais do grupo alemão Fun Factory. Eles foram demitidos da marca e rapidamente o seu empresário acabou substituindo-os por pessoas mais jovens, estas que, por sua vez, performam os híts de uma época que os tais nem vivenciaram, e muito menos contribuíram artísticamente alguma vez sequer para o projeto.

Não é só injusto com os integrantes originais, mas também com o público, que na minha opinião acaba "trocando gato por lebre". É um assunto delicado e que rende numerosas dissertações, mas no meu ponto de vista deveria haver um limite para essas engenhosidades criadas pelos magnatas do entretenimento. 

Atualmente, a banda da cantora Annika Ljungberg seria a mais próxima de ser classificada como uma banda original do Rednex, pois realmente contem a presença de alguém que, não só esteve de verdade na formação clássica, mas também cedeu o seu talento vocal às músicas do grupo, além de emprestar a sua imagem e carisma  -  tornando-o popular, sendo benquisto em inúmeros países e atingindo o seu auge como nunca mais os donos da marca conseguiram.


Rednex da nova geração

Muito provavelmente os brasileiros presenciarão o Rednex que está no vídeo abaixo (um show realizado na Itália em setembro de 2023). Este raciocínio se dá diante da imagem divulgada no anúncio do show de Curitiba-SP, onde podemos ver os rostos dos integrantes que coincidem com os mesmos que estão presentes no vídeo.

A nova vocalista apelidada de "Zoe" chama-se Nika Karch, e percebam, ela canta realmente ao vivo numa performance que é até muito satisfatória. Já a parte masculina é dublada, é claro!


Rednex - "Cotton Eye Joe" - Arena Suzuki Italy - 23/09/2023

Sobre a atuação deste grupo no Brasil, ao contrário do que pode vir a parecer... Eu fico feliz e apoio esta turnê em nosso solo. Apesar de todos os pesares, esta é uma opção a mais aos brasileiros para se divertirem - além daquelas tradicionais mesmices voltadas ao que a grande massa brasileira tem por preferência. 

É um respiro e um alívio diante da tamanha ditadura musical que vivemos atualmente, e assim ganhamos um pouco mais de diversidade, algo que é muito justo e necessário para qualquer comunidade sadia. Eu só acho interessante o público estar informado sobre estas movimentações e ciente do que os seus olhos irão presenciar!


AGENDA COMPLETA ATUALIZADA DA TURNÊ BRASILEIRA:

30/04 - BOITUVA - SP

01/05 - MANOEL RIBAS - PR

03/05 - CURITIBA - PR

04/05 - RIO VERDE - GO 

05/05 - SÃO PAULO - SP

Para maiores informações:

https://www.instagram.com/turnerednexnobrasil/

Bom show para quem vai e depois nos conta o que achou! 😉


"Brigado cêis tudo pela leitura!"