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-RIKARDO ROCHA
O QUE É EURODANCE?
Pulsação, palpitação, batimento, pancada, movimento de contração e dilatação do coração e artérias.
Eurodance foi, e ainda é isso aí. O contínuo e sequenciado batimento de um pulso agindo sobre o corpo.
A FORÇA DA DANCE MUSIC NO BRASIL
Você sabe quem é esse cara? Ele foi o operador responsável pelas montagens e edições do programa "As Sete Melhores" da rádio Jovem Pan. Seu nome é Evandro "Piccolino", e foi ele que gravou aquela vinheta clássica "Atenção emissoras da Rede Jovem Pan Sat, aumente o volume e prepare-se, em sete segundos..."
DANCE, TRANCE, TECHNO, HOUSE, JUNGLE...
Qualquer uma das definições acima se aplica a um mesmo modo de fazer música. Com o sintetizador pode-se produzir uma infinidade de sequências rítmicas e requintá-las com samples, bases instrumentais e vocais hipnotizantes.
A IMPORTÂNCIA DO DJ
A figura do DJ se faz presente para unir as músicas em um só conjunto. Para isso, ele tem o controle das BATIDAS POR MINUTO (as B.P.M.'s). Manipulando-as, ele cola as músicas, gerando unidade para a massa dançante, que não se prende a qualquer estilo. As pessoas então podem dançar ininterruptamente, pois é como se a música não terminasse, graças a essa colagem intitulada de mixagem.
E quem dança não tem nenhuma obrigação de seguir padrões, somente o pulso que a Dance Music nos proporciona.
A ORIGEM, OS ARTISTAS E UM POUCO DA HISTÓRIA DA EURODANCE NO BRASIL
Eurodance é a música eletrônica feita na Europa e surgiu influenciada pela Disco Music dos anos 70. Os elementos da eurodance vieram basicamente de Giorgio Moroder, um dos produtores mais renomados das discotecas (entre os diversos artistas que ele produziu, podemos citar Donna Summer, a rainha da Disco Music).
Nos anos 80 esse tipo de música dançante ficou forte na Itália, com a ítalodisco, mas outros países como Inglaterra, Alemanha e Suécia também produziram suas eurodiscos e juntos fizeram muito sucesso em várias nações do planeta.
Já no final dos anos 80, vieram novos produtores e um novo ritmo, algo mais acelerado contagiou rapidamente as pistas: a House Music.
Pronto, aí também vieram Technotronic, Snap!, Real McCoy, Masterboy, Capella, 2 Unlimited, 2 Brothers On The 4th Floor...
E assim, a vertente Eurodance era estabelecida nos 5 continentes mundiais.
DJ Badinha ao centro, com Tommy Schleh (Masterboy) e Stay-C (Twenty 4 Seven) em 1995 (Close -Up Festival).
DJ Badinha foi um dos DJ's mais importantes da década de 90 e ajudou excessivamente na divulgação do Eurodance naquele produtivo e rico período.
A Itália foi um dos países que mais se dedicou ao gênero nessa década, e aqui no Brasil, esse "spaghetti" foi muito bem aceito e consumido pelas rádios e clubs...
Artistas italianos como Alexia, Double You, Taleesa e Ken Laszlo viraram figurinhas carimbadas de nosso público.
Outros que atingiram boa popularidade por aqui foram aqueles projetos "fakes", como Whigfield, Randy Bush e Corona, que também vieram para cá fazer seus shows de playbacks (enquanto as vocalistas originais ficavam lá na Itália).
Sim, naquela época a gente acreditava que essas modelos eram as verdadeiras cantoras nos palcos, capas de discos e vídeos... mas na realidade, isso era apenas uma "farsa", uma prática antiga muito usada igualmente na italodisco, ou seja, era um legítimo fruto dessa mesma genética.
Nos anos 80, por exemplo, Den Harrow, Valerie Dore, Fun Fun e muitos outros também ofereciam muitos rostos de boa aparência em suas capas de discos, mas estes não cantavam uma nota sequer!
Jingle veiculado na Jovem Pan em 1997, destacando as novas músicas de Spice Girls, Whigfield, Gala, Angelina, entre outras
Apesar dessas farsas, o eurodance soube divertir e alegrar o seu público nos anos 90, além de fazer muitos DJs ganharem bastante espaço no mercado da música.
DJs renomados como David Guetta, Tiësto, Calvin Harris, e tantos outros da atualidade, conseguiram conquistar o seu espaço graças também ao empenho desses profissionais que vieram antes.
Muitas portas se abriram com o advento do Eurodance, e muitos adolescentes foram felizes ao participarem de suas primeiras raves, de seus primeiros festivais e de suas inesquecíveis matinês.
Teve muita farsa sim, modelos dublando para seus fã-clubes, mas não podemos nos esquecer das pessoas verdadeiramente talentosas, esforçadas e dedicadas. Outros nomes que não dá para deixar de citar são os dos lendários Culture Beat, Undercover, Loft, DJ Bobo, Ace Of Base, Fun Factory, La Bouche, Ice MC, Captain Hollywood, Nicki French, Haddaway, e etc. Todos ajudaram a escrever essa fantástica história, numa época sem celular, sem internet, sem serviços de streams...
EMPRESAS BRASILEIRAS QUE APOSTARAM NO EURODANCE
Trio Paradoxx Music: Nilton, Silvio Arnaldo e Luis
Eles eram os empresários da icônica gravadora Paradoxx Music, que ajudou a fortalecer a Dance Music no Brasil!!!
Gravadoras como Fieldzz Discos, Spotlight Records, Building Records e Paradoxx Music foram importantes empresas que ajudaram a difundir o gênero no país. Qual jovem brasileiro dos anos 90 que nunca comprou algum CD, K7 ou vinil de dance music???
Time Spotlight: Christovam, William Naraine (Double You), René Michel e Kaká
Participação especial de Iraí Campos (Fieldzz Discos)
Rádios como a Jovem Pan foram mais que essenciais. Programas como "As 7 Melhores", "Maxi Pan" e "Ritmo da Noite" fizeram história. Outras emissoras também desempenharam um importante papel, como a 97 FM (atual Energia 97), Metropolitana, Nova FM e Transamérica (principalmente com seu programa "Adrenalina").
Tutinha - o "dono" da Jovem Pan - e Alexandre Hovoruski
Sem dúvidas, Tutinha foi um grande visionário ao apostar na Dance Music na década de 90, colaborando muito com o crescimento da cena brasileira.
Alexandre Hovoruski foi Diretor Artístico da emissora nessa época, por isso seu nome ficou tão marcado entre os fãs das coletâneas da rádio, pois estava sempre creditado nos versos:
"Seleção de Repertório: Alexandre Hovoruski"
DJ Rodrigo Vieira e DJ Ricardo Guedes
Djs brasileiros? É lógico que eles colaboraram, e muito! Nessa lista podemos incluir DJ Ronaldinho, Torrada, Ricardo Guedes (RIP), Mauro Borges (RIP), Badinha, Ronaldo Gasparian, Alessandro Tausz, Iraí Campos, Kesinho, Raidi Rebello, entre muitos outros.
Muita gente fez a Dance Music acontecer em nosso país, e esse é apenas um resumo do que ela conquistou aqui.
É lógico que em nossas próximas publicações teremos mais homenagens à todos estes importantes colaboradores...
Aliás, você se considera um colaborador?
OUÇA E APOIE A DANCE MUSIC!!
Muito legal ter acompanhado a história da Eurodance. Me sinto um privilegiado por ter sido adolescente nos anos 90 e ter visto toda essa cena acontecer.
ResponderExcluirNosso querido Rikardo!Sempre que possivel nas madrugadas dou ima parada e venho aqui me alegrar com suas belíssimas histórias!Um grande abraço!E.obrigado por fazer e manter a Dance Music viva no Brasil!
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