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domingo, 6 de dezembro de 2020

BLACK ROSE - "MELODY" (1994)

Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.

-RIKARDO ROCHA


A cada publicação do blog RikardoMusic, um grande desafio sempre se põe à minha frente. Depois de revelar com exclusividade o verdadeiro rapper do Masterboy (Stephan Krauss), a vocalista do Black 4 White (que todos diziam ser a Clara Moroni), Serena, Penelope, Nell, Raffi, Corona (álbum "And Me U"), Anat, Ondina, Teeki, Real System, Kriss Grekò, Michelle Winter, DJ Ross, e muitos outros... agora trago a publico mais uma informação exclusiva e nunca revelada antes em nenhum site ou fórum da internet. 

Afinal, a pergunta que não quer calar, mas que será calada hoje é a seguinte: Quem é a vocalista do grande hit "Melody" do italiano Black Rose??

Edit: Depois que essa informação foi revelada aqui em 1ª mão, alguns espertinhos divulgaram-na como se fosse alguma de suas exclusividades. Mas prestem atenção, quem soltou essa novidade foi o Blog RikardoMusic, depois de muitos meses de investigação e tentando com que os produtores informassem a verdade.  Não sejam enganados com achismos e agora também com exclusividades terceirizadas. Aqui não tem achismo, tem VERACIDADE e principalmente créditos à todos os envolvidos!


FINALMENTE LIBERTAMOS A MELODIA DO PROJETO BLACK ROSE

"I love your song on my melody, Yes I know it's gonna be alright..."

Pois é, estamos cá novamente para ajudar a escrever mais um capítulo da história da Eurodance, e provocar também a sua memória afetiva!! E antes de começar com este artigo, despretensiosamente eu gostaria de fazer uma pergunta à todos os leitores deste humilde Blog: Onde posso encontrar informações precisas sobre o Black Rose? Será que alguém pode me ajudar? 

Bom, eu sempre fui muito curioso em relação a esse projeto, mas nunca encontrei absolutamente nada que fosse revelador, confiável ou relevante sobre eles. Só me sobrou mesmo esse papel, de recorrer ao produtor Davide Marsilio e buscar maiores informações sobre o projeto - que foi unanimidade nas pistas e rádios de todo o Brasil (entre 1994-1995). Inclusive, Davide Marsilio está ausente das redes sociais, então, foi uma tarefa muito árdua conseguir falar com este homem. 

Felizmente, nessa “missão impossível” eu tive o apoio intermediário de Mark Hoogkamer (empresário de Annerley Gordon), que me enviou o e-mail pessoal do produtor, e assim, conseguimos trocar algumas palavras sobre o seu projeto Black Rose. Foi um processo lento, minucioso e muito intervalado, mas finalmente consegui trazer as informações necessárias aos leitores. 

Então vamos lá, para mais um artigo investigativo?


OS MENTORES DO BLACK ROSE

DFC: O selo que lançou Black Rose - "Melody" (1994)

Os caras que comandavam o Black Rose eram os italianos Davide Marsilio e Giorgio "Theo" Spagna, dois produtores que mergulharam de cabeça na cena eurodance no início dos anos 90, num momento muito fértil e rentável para as músicas direcionadas às discotecas. 

Juntos eles escreveram, mixaram e produziram várias faixas que provavelmente você deve conhecer, como Ella G. ‎– "Forever" (1994), Funny Boys ‎– "Gsuffa" (1994), O.U.N.I. ‎– "Gonna Dance With You" (1996), Red Velvet ‎– "Into The Night" (1996), Aleena – "Babe" (1997), e claro: Black Rose - "Melody" (1994).

É importante mencionar também que, Davide Marsilio produziu outras canções sem a parceria de Giorgio Spagna, como Xenofoby Feat. Rossella ‎– "I'm Going On" (1993), Afrodithe ‎– "Uh-Ah-Ah" (1993), F.U.N.O. Boys Featuring Anny ‎– "Bee In My Bonnet" (1994), Shiva  ‎– "Voice Of Asia" (1994), 7th Virgin ‎– "Living By Numbers" (1995), Alexandra"Envie De Toi (Time For Love)" (1995) e Easy Lady ‎– "My Body Dance" (1999). 

Mas a bagagem musical de Giorgio Spagna também é grandiosa e com muitos registros...


Giorgio Theo Spagna
Crédito: Foto pessoal de Giorgio Spagna

Giorgio Spagna nasceu em Valeggio Sul Mincio, na província de Verona, e aos 14 anos de idade já estava ingressando na música como violonista e baixista. Depois, com os sintetizadores ele desenvolveu uma de suas principais virtudes, que é criar as bases instrumentais das músicas. Foi no início dos anos 80 que ele começou a preferir o teclado como o seu instrumento de composição, e nessa época, todos sabem que os sintetizadores "ditavam" moda e tendência nas músicas. 

Todas as criações musicais de Giorgio Spagna têm grandes doses artísticas com a batida do sintetizador, e até hoje, ele carrega consigo a fama de ser um grande mestre dos teclados e das composições.

Seu primeiro projeto foi Mike Cannon, que aconteceu em 1983 e trabalhando com ninguém mais ninguém menos que Alfredo "Larry" Pignagnoli e a cantora Ivana “Theo” Spagna, que é a sua irmã! Segundo o próprio, "Mike Cannon" é um nome que ele se inspirou de um seriado de televisão, e apesar de seus discos trazerem sempre outros rostos, quem cantava as músicas era ele, assim como outros projetos que vieram depois, como o Cyber People.


Giorgio Spagna, Larry Pignagnoli e Ivana Spagna nos anos 80
Crédito: Foto pessoal de Giorgio Spagna

Sua irmã Ivana Spagna, a grande e conhecida cantora da ítalo-disco, lançou-se na carreira solo em 1986 e criou canções clássicas das discotecas. Ela também se apresentava em vários clubes italianos com o "brother" Giorgio Spagna e seu parceiro já citado, Larry Pignagnoli. Os três foram compositores muito ativos nos primórdios da Italo-Disco, lá nos anos 80, onde juntos também produziram para a dupla Fun Fun e obtiveram grandes sucessos, como "Happy Station", "Color My Love""Living In Japan", entre outros.

Diante de tantos singles populares como produtor e compositor, Giorgio Spagna passou então a produzir, remixar e escrever para muitos artistas de diversos selos, como Time, Dig-It, Bananarama, e etc. Ele teve um lugar importante dentro da Italo-Disco e Italo-Dance, contribuindo em grandes obras que hoje são verdadeiras joias musicais, como Spagna - "Call Me" e Lee Marrow - "Dont Stop The Music".

Para nós, que somos fãs dos anos 90, podemos dizer que Giorgio Spagna também atuou de maneira muito expressiva nessa incrível década. Em 1992, junto com Davide Riva, ele escreveu, fez os arranjos e mixou Jenny Bee - "Wanna Get Your Love", na voz dessa brilhante vocalista que você está imaginando aí: Giovanna Bersola

Em 1993 ele voltou com "Jenny Bee", agora trabalhando ao lado de Annerley Gordon, que colabora apenas na composição de "There's A Bit Goin' On" , pois os vocais ainda são de Giovanna Bersola. 

Sobre a vocalista Annerley Gordon, ela cantou a faixa "Try Me Out" (Lee Marrow) também lançada em 1993 e tendo os arranjos de Giorgio Spagna. Vejam só, o cara trabalhou com muitos artistas lendários e juntos lançaram diversas obras valiosas do Eurodance...


Annerley Gordon e Giovanna Bersola: Grandes auxiliadoras de Giorgio Spagna e do Eurodance em geral

A propósito, todos sabem que Giovanna Bersola é a verdadeira vocalista da música "The Rhythm Of The Night" do projeto Corona, certo? Agora, adivinhem quem trabalhou também nesse impactante single? Giorgio Spagna! 

Sim, ele colaborou como engenheiro de som e compositor nesse grande hino da Dance Music. Resumidamente, Giorgio Spagna, Annerley Gordon e Giovanna Bersola foram grandes colaboradores e estão em muitos singles que fizeram história nas pistas de dança.

Em 1994, o italiano ainda produziu um outro projeto espetacular que fez muito sucesso, Red Velvet - "Lady Dont Cry", e a voz é novamente dela: Giovanna Bersola. Aliás, eles voltaram depois em 1999, quando ela cantou uma outra produção que marcou bastante o ano de 1999: S-Sense - "Gonna Get Your Love". É mole ou quer mais?

Atualmente, Giorgio Spagna acompanha mais os trabalhos de multimídia, produções e comerciais de Ivana Spagna para a TV e cinema, mas ele disse numa entrevista à página Fans Memory Records que pensa em voltar a escrever alguma música novamente: "mais cedo ou mais tarde".

O NASCIMENTO DE 

"MELODY" (1994)

Black Rose - "Melody" (ZYX Music - Alemanha)

Foi em 1994 que a dupla Spagna e Marsilio se uniu pela primeira vez, lançando Ella G - "Forever". A partir daí, não demorou muito para surgir o projeto Black Rose com a avassaladora "Melody", o mais bem sucedido trabalho da dupla.

O single "Melody" foi mixado na Alamode Studio e tem a participação de Giorgio Spagna e Davide Marsilio em todas as áreas, como a mixagem, a composição da letra e os arranjos. Ambos trabalharam igualmente aqui, pelo menos é o que consta no verso do single, pois os créditos estão devidamente bem distribuídos. Mas há ainda uma participação mais que especial e que deve ser mencionada... é a presença - novamente - da “figurinha carimbada” Annerley Gordon, que colaborou escrevendo a letra da canção. Ou seja, Davide Marsilio, Giorgio Spagna e Annerley Gordon assinam a composição dessa maravilhosa faixa.

O lançamento do single aconteceu em outubro de 1994, pelo selo DFC (Dance Floor Corporation) em parceria com a Expanded Music, na Itália, e tão logo se tornou um grande sucesso em todo o continente europeu, principalmente na Itália, Alemanha, Bélgica e Espanha.


"As 7 Melhores" da Jovem Pan foi uma das maiores vendagens 
da Paradoxx Music, e Black Rose estava lá...

Aliás, o ano de 1994 ficou marcado para sempre no coração dos amantes da Dance Music, não é mesmo? Foi um período extremamente produtivo, com muita fluidez e com grandes singles no mercado. Além de Black Rose - "Melody", tivemos outras grandes obras sendo muito bem tocadas nas boates, como Whigfield - "Saturday Night", Double You - "Run To Me", Masterboy - "Feel The Heat Of The Night", Fun Factory - "Take Your Chance", Corona - "The Rhythm Of The Night", Playahitty - "The Summer Is Magic", J.K. - "You And I", e etc. 

Inclusive, muitas dessas tracks que mencionei foram compiladas no lendário e primeiro volume da coletânea "As 7 Melhores" da Jovem Pan, sendo lançado pela extinta e saudosa Paradoxx Music. Só grandes músicas e todas pertencentes ao mesmo padrão de qualidade!!!

BLACK ROSE - "MELODY" E SEU RESULTADO FINAL

Black Rose- "Melody" (1994)
Video Oficial
Infelizmente não vemos a vocalista e o rapper originais no video de "Melody", apenas temos algumas sombras num ambiente bem colorido e cheio de efeitos. É uma pena, pois eu achava que vendo esse vídeo descobriria finalmente quem são os donos dessas vozes. "Doce" ilusão de quem viveu os anos 90!

Então, junto com "Veludo Vermelho" (Red Velvet), o produtor Giorgio Spagna lançou em parceria com Davide Marsilio o projeto "Rosa Negra" (Black Rose) no final de 1994. Como já dito, "Melody" foi um grande estouro mundial e logo também invadiu os clubs e as rádios do Brasil, assim como saiu em inúmeras coletâneas da Paradoxx Music.

O hit tem um ritmo alucinante, além de um vocal super poderoso. Ah, e o rap? Não podemos nos esquecer dele, muito bem feito e explosivo. 

Outra característica que não dá para deixar de comentar, é o som de uma aeronave presente em "Melody", onde você literalmente se sente "decolando" na pista de dança com muita energia, positividade e um poder transformador único! 

Definitivamente, é um dos grandes clássicos dos anos 90 e que ainda está na memória de muita gente que viveu loucamente a época das matinês, das excursões ao Playcenter, de quem dormia ouvindo o "Ritmo da Noite" da Jovem Pan no radinho de pilha (como eu), de quem gravava fitas K7 e torcia para o locutor não falar em cima da música... Enfim! Um som que atuou de maneira muito forte nos clubs, embora ainda arranque muitos suspiros quando tocado em algum evento de flash back. E pode ter a certeza,"Melody" ainda será referenciada por muitos e muitos anos, pois tem o autêntico clima de festa e a verdadeira magia das noites.

Uma curiosidade, é que Giorgio Spagna inseriu também o som de uma aeronave em "Lady Don't Cry" (Red Velvet) na sua versão "Euro Spanish Mix", sendo esse um elemento bem característico e marcante de "Melody":

Ouça a versão "Euro Spanish Mix" de Red Velvet - "Lady Don't Cry", 
principalmente aos 3'56'', para ser mais exato

Em algumas mensagens que enviei ao produtor Davide Marsilio, eu disse que o Black Rose também fez muito sucesso aqui no Brasil, e que "Melody" sempre será um grande tesouro dos clubs brasileiros. Ele agradeceu pelo carinho e falou na possibilidade de criar um novo remix para essa faixa clássica, mas não entrou muito em detalhes...

Eu também perguntei à ele sobre o rapper de "Melody", (“quem é esse cara, afinal?”) então o produtor informou que eles acabaram perdendo o contato com o passar dos anos, e que se lembra apenas de seu primeiro nome, que é Luca e sendo natural de Modena.

É triste, mas ficamos devendo essa informação... creio que seria muito legal ter também a identidade desse grande colaborador, não é mesmo? Afinal, ele deu muito de si em "Melody", fazendo um rap bem empolgante e eficiente.

Mas em compensação, Davide Marsilio me disse quem é a cantora de "Melody"; e ela não é Annerley Gordon, Ivana Spagna, Bibi Schon...entre outras mulheres já apontadas por diversos fãs de eurodance...


FIM DAS FAKE NEWS: A VERDADE SOBRE A VOCALISTA

A verdadeira voz do hino "Melody" do Black Rose

É com muita honra que apresento à vocês a verdadeira vocalista de "Melody" (Black Rose): ROSSELLA GRAZIANI. 

Rossella Graziani é uma cantora italiana nascida em Bolonha (Bologna), e já emprestou a sua voz para muitos gêneros musicais, embora atualmente seja mais dedicada ao Jazz (assim como Giovanna Bersola, já citada várias vezes neste artigo). 

"Ross", como é chamada por seus amigos, estudou a arte em suas diversas disciplinas como o canto, o balé e a mímica, além de frequentar o curso de atores no Centro Experimental de Artes Cênicas em Bolonha. Ela, assim como muitas cantoras de eurodance, também trabalhou em vários estúdios como backing vocal. O seu vocal apareceu como "voz de fundo" nas produções de muitos artistas italianos, como Skiantos, Paolo Belli, Irene Grandi, The Bluesmen, Pia e Aeroplanitaliani (com quem participou em programas de televisão como Top of the Pop, Quelli che il calcio, e etc). 

Rossella Graziani nos anos 90

O fã de eurodance poderá ouvir a voz de Rossella Graziani no projeto Ella G - "Forever" (nesse, Annerley Gordon confirmou que fez o backing vocal) e também em 7th Virgin ‎– "Living By Numbers", ambas produzidas também por Davide Marsilio.

7th Virgin ‎– "Living By Numbers"
Mais uma Eurodance na fantástica voz da italiana Rossella Graziani

Existe um outro projeto de Davide Marsilio chamado Xenofoby feat. Rossella - “I’ m Going On” que provavelmente também tem a voz de Rossella Graziani, no entanto, essa é uma música muito rara e não consegui ouvi-la e nem mostrar à cantora, para que pudesse nos confirmar.

A talentosa vocalista de Bolonha passou três anos sob a orientação de Michael Allen (pianista e arranjador) cantando nos clubes mais importantes da Itália. Depois participou em 1993 e 1994 no "Porretta Soul Festival" e no famoso "Roxy Bar" de Red Ronnie. 

De 1994 a 1998, Rossella atuou em vários teatros da Itália como cantora-mímica com Vito, Malandrino e Veronica, dirigidos por Daniele Sala e Francesco Freyrie. Nessa época, além de atuar nos teatros, ela também já cantava Jazz, além de gravar alguns discos de Eurodance, pelos quais ela nunca foi creditada. Foi nessa época que ela gravou também uma cover "dance" para a clássica de Taylor Dayne - "Tell It To My Heart", do projeto Q-Club:

Q-Club - "Tell It To My Heart" 
Essa versão... Essa voz!!

Em 1995, Rossella Graziani participou do espetáculo "Ruvido Show" (do canal RAI 1), como cantora solo e ao lado de outros nomes italianos, como Enzo Iacchetti, Giobbe Covatta, Gioele Dix e Paolo Cevoli. Em 1997, ela também voltou a gravar para o projeto Q-Club, mas agora dividindo os vocais com a cantora Elana Hayden, na música "I'll Be There":

Q-Club - "I'll Be There"
Aqui Rossella colabora como backing vocal...

Rossella Graziani forneceu a sua voz para várias gravadoras (DFC-Expanded, Mercury, Groove Groove Melody... ) e gravou muitos singles, incluindo alguns para Gemolotto, Sugar e o famoso projeto Black Box (não sei se ela foi backing vocal ou a cantora principal em alguma faixa).

Em 1998, Rossella Graziani gravou um CD chamado "AEON" e que teve a colaboração de outros músicos, como Enzo Torregrossa, Renato D'Aiello e Massimo Greco (no encarte, o ano de lançamento é 2002). Ao longo de sua carreira ela também colaborou com vários outros artistas, como Jimmi Villotti, Nicola Arigliano, Antonio Onorato, Francesco Villani, e etc.

Rossella Graziani: A eterna voz de "Melody" de Black Rose


Atualmente, Rossella Graziani continua gravando nos estúdios, embora não faça isso com a mesma frequência de antes. Hoje ela está mais concentrada nos palcos e cantando Jazz (como já mencionamos). 
Sobre seus artistas favoritos, ela é admiradora de Paul McCartney (The Beatles), Ella Fitzgerald, David Bowie, Nina Simone, The Police, Keith Richards (Rolling Stones), Eric Clapton, além de muitos outros, incluindo também os brasileiros Milton Nascimento e Elis Regina.

Graziani Mantovani Duo - "The Man I Love"
Além desse, existem outros variados vídeos da vocalista cantando Jazz & Blues no Youtube

Eu perguntei à Rossella se realmente ela foi a vocalista de "Melody" , então prontamente respondeu-me de maneira bem simpática e gentil:


"Oi Rikardo, estou bem, obrigada, e você? Sim, eu era a cantora de 'Melody', há muitos anos! Obrigada pela sua mensagem 😊 tenha um bom dia! Muito obrigada!"


Depois questionei-a também sobre o rapper, se ela lembra do nome dele, mas Rossella também disse não se lembrar, pois “faz muito tempo”.

Eu conversei ainda sobre as diversas especulações que existem em torno de sua voz, pois algumas pessoas "apostam" que Annerley Gordon ou Ivana Spagna foram as vocalistas de "Melody", então ela confirmou que não, deixando bem claro que Annerley Gordon apenas escreveu a música (sinceramente eu sinto pouquíssimas semelhanças entre o vocal dela e o de Annerley Gordon). 

Mesmo assim ainda perguntei se existia a possibilidade de Annerley ter feito ao menos os backing's para a música, mas mais uma vez, Rossella Graziani foi bem clara e categórica:

"Nessa música, eu que fiz os backing vocals também. Todas as vozes.🙂"

"Uau, algumas pessoas dizem que o apoio é de Annerley Gordon ... então é a sua voz também! Você é demais! Obrigado!"

Sim, é minha voz também, não é Annerley. Muito obrigada Rikardo! 😊


Como foi essa experiência de gravar “Melody”? Minha última pergunta, eu prometo ...

 

"Era 1994 ..... oh meu Deus! Há muito tempo ... Não me lembro agora...😊 Eu lembro que eu gravei pois Davide Marsilio me convidou, mas eu lhe digo que foi uma experiência linda."


Crédito: Foto de MaxDeRosa_Blues (Massimo de Rosa)

Crédito: Foto pessoal de Rossella Graziani

Crédito: Foto pessoal de Rossella Graziani


CRÉDITOS

Lista de faixas

1 Melody (Main Mix) 5:53
2 Melody (Alternative Mix) 6:00
3 Melody (Euro Mix) 5:50
4 Melody (No Rap Mix) 4:30

Produzido na Alamode Studio
Mixado na Alamode Studio
Créditos:
Arranjado, Produzido, Mixado por Davide Marsilio, Giorgio Theo Spagna
Letra escrita por A. Gordon, D. Marsilio, G. Spagna
VOCALISTA: ROSSELLA GRAZIANI


OUTROS SINGLES APÓS "MELODY"

BLACK ROSE - "IF I COULD BE ONLY BE WITH YOU" (1996)

saga da "Rosa Negra" continua...


E o Black Rose continuou firme e forte no cenário da Dance Music com seus lançamentos posteriores. Em 1996, Davide Marsilio e Giorgio Spagna soltaram a cativante "If I Could Only Be With You", que também agradou bastante aos fãs de eurodance na época.

A vocalista, como todos sabem, agora é Samantha Boni, afinal, ela foi creditada no single e também tem o seu nome registrado / linkado no Discogs e em diversos outros sites da internet. 


Samantha Boni, a voz do Black Rose em
 "If I Could Only Be With You" (1996)

Muita gente também confunde o vocal de Samantha Boni com o de Annerley Gordon, e aqui sim, eu tenho que concordar que realmente são bem parecidos, embora a voz de Samantha seja um pouco mais "angelical" ou "infantil" que de Annerley. São pouquíssimas as diferenças, mas são sim perceptíveis.

Por falar em Annerley Gordon, mais uma vez ela colaborou com a dupla de produtores, escrevendo a letra de "If I Could Only Be With You". O single foi bem aceito e trouxe 6 versões bem criativas, mas percebemos que não foi amplamente distribuído como "Melody"

A minha versão favorita é a "Euro Mix", que tem uma instrumental de saxofone que é uma delícia! Essa também é a versão que integrou diversas coletâneas nacionais da Paradoxx Music, como "As Borbulhantes da Pepsi Vol.2", "Let's Dance 99 FM" e "Só As Melhores Jovem Pan, Vol 2". Vale a pena conhecer ainda a "Alternative Mix", muito elogiada pelos fãs.

Resumindo, "If I Could Only Be With You" é muito boa, embora muito diferente da grandiosa "Melody". Lembro-me quando a ouvi pela primeira vez, nos anos 90, e estranhei muito essa sonoridade "fofinha", pois esperava algo para “tremer o chão", como fez muito bem o single anterior.

Black Rose - If I Could Only Be With You" (1996)
Esse 2º single infelizmente não ganhou um video-clipe oficial, 
assim como seus lançamentos seguintes...


BLACK ROSE - "BORN TO BE LOVED ME" (1997)


Assim como "If I Could Only Be With You", essa é mais uma música cantada por Samantha Boni e lançada pelo selo Plastika (a DFC só foi responsável por "Melody")

"Born To Be Loved Me" saiu apenas em vinil, não fez sucesso algum e aparentemente não constou em nenhuma coletânea brasileira de Dance Music

Não é ruim, mas nada tem a ver com aquele Black Rose que conhecemos em "Melody". Nem parece que é o mesmo projeto, apesar de ainda trazer o mesmo time de produtores...

Ouça:

Black Rose - "Born To Be Loved Me" (1997)


BLACK ROSE - "PEOPLE ON THE MOVE" (1997)


Mais uma música do Black Rose interpretada pela talentosa Samantha Boni e lançada em 1997, porém, não teve lançamento em single.

"People On The Move" foi lançada no Brasil pela carioca Spotlight Records e está presente num "promo" da gravadora chamado "The Remix Project 4" (contendo a versão “extended mix”). A mesma faixa foi acrescentada também na ótima coletânea "Radio 97, É Demais!" (na versão "radio edit”).

Na minha opinião, "People On The Move" é superior a música anterior, e em alguns momentos nos lembra a excelente "Into The Night" do Red Velvet, cantada também por Samantha Boni e com a produção dos mesmos Giorgio Spagna e Davide Marsilio. Vocais bem envolventes e produção muito harmoniosa:

Black Rose - "People On The Move" (Extended)
Lembrando que só "Melody" ganhou um video oficial


Red Velvet - "Into The Night" (Extended)
Samantha Boni com os mesmos produtores do Black Rose


OUTROS TRABALHOS:

Nascida na cidade de Vercelli, em 2 de dezembro de 1978, a italiana Samantha Boni cantou também em outros projetos italianos...

Você ainda poderá ouvi-la em Babilonia - "Too Easy" de 1995 (onde ela divide seus vocais com Annerley Gordon - informação cedida por Mark Hoogkamer e que já comentamos no artigo sobre Ally & Jo). 

No começo dos anos 2000, com a X-Energy, ela se lançou como Samantha e gravou "Oh My My" e "Get On Up & Dance". Vale a pena dar aquela garimpada por seus trabalhos. 

Na música do projeto O.U.N.I. ‎– "Gonna Dance With You" (1996) tem também os vocais de Samantha Boni, embora esteja creditada no vinil como "Sammy B" (Sammy de "Samantha" e B numa abreviatura de "Boni"; Uma outra dica, é que em seu próprio facebook as pessoas se referem à ela como "Sammy"):

O.U.N.I. - "Gonna Dance With You" (1996)
Mais uma parceria de Samantha Boni com Giorgio Spagna e Davide Marsilio (Black Rose)


Samantha Boni

Em suas redes sociais conseguimos encontrar várias informações bacanas, como por exemplo, o depoimento de um colega de longa data:

"Em maio de 1989 comecei a minha atividade orquestral, digamos "por conta própria". Eu tinha conhecido a Samantha um ano antes numa outra formação da qual participei ... Na minha nova orquestra a cantora não era a Samantha, mas quando precisei de uma substituição pedi à ela , que com sua habilidade excepcional, preparou meu repertório (acho que pelo menos 30 músicas) em apenas alguns dias: fantástico! Ainda hoje quando a adversidade me acontece ... tomo isso como exemplo! E quando ela me "salvou", não tinha nem vinte anos, mas hoje está aí, muito mais madura ... mas a foto parece que foi tirada nos anos 90 ... VOCÊ ESTÁ ÓTIMA!

- Maurizio Saletti


Samantha Boni é fã de Céline Dion, Janet Jackson, Michael Jackson e Prince. O primeiro disco que ela comprou foi "Like A Virgin" da Madonna e seus gostos musicais variam de Hip-Hop ao Rock do The Doors.

Em suas mídias, conseguimos também alguns vídeos mais recentes, onde podemos vê-la cantando numa banda chamada Patty Stella, embora ela também tenha atuado numa outra chamada Taga Band (informação que constava em sua conta no myspace). 

Como Samantha Boni não gravou nenhum videoclipe para as suas músicas "dance", então, esses videos mais atuais acabam se tornando bem interessantes para nós, nostálgicos... pois assim podemos "matar" um pouco da nossa curiosidade em relação a essa talentosa artista:

Patty Stella - "Fuoco D'Amore" (2018)
Video Oficial


Patty Stella com Samantha Boni e Pietro - "Misereree" (2018)
Apresentação Ao Vivo

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Foi bem "puxado" pesquisar e obter as informações sobre o hit "Melody", mas no fundo, valeu a pena! Finalmente a minha curiosidade foi saciada, em virtude dessas informações cedidas por Davide Marsilio e pela própria Rossella Graziani

Já as informações das músicas que vieram depois, os singles cantados por Samantha Boni, esses são fáceis de encontrar pela internet, pois a vocalista foi creditada e também alimentava as suas redes com seus materiais e parcerias que realizava.

Eu acho que os leitores deste blog também irão gostar dessa aventura que vivenciei, pois "Melody" é muito querida por todos aqueles que curtiram os anos 90, uma época inesquecível, muito bem vivida e aproveitada!!

Os mal-humorados que menosprezam a Dance Music não sabem o que deixaram para trás. Nós, pelo menos, dançamos e nos divertimos à beça. 


AGRADECIMENTOS

Obrigado à Rossella Graziani, Davide Marsilio e Mark Hoogkamer

sexta-feira, 21 de abril de 2023

CRYSTAL B. - "I DON'T WANNA BE" (1994)

Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.

-RIKARDO ROCHA

Depois de escrever linhas quilométricas sobre a minha aventura em Curitiba-PR (no show de Annerley Gordon), resolvi dar uma pausa nos textões e poupar os leitores com algum conteúdo mais prático e rápido, hahaha.


 CRYSTAL B - "I DON'T WANNA B" (1994) É MAIS UM EURODANCE SENSACIONAL LANÇADO PELA DWA

Hoje vamos falar rapidamente sobre uma deliciosa faixa da Eurodance intulada de "I Don't Wanna Be", do projeto italiano Crystal B. Conhecem??


CRYSTAL B - "I DON'T WANNA BE" (1994)
"Você não ouve as minhas orações!!!"


Acho que alguns leitores devem conhecê-la, pois aqui no Brasil saiu pela Spotlight Records, podendo ser encontrada na excelente compilação "Summer Dance". 

Aliás, este CD foi lançado em 1994 e nos trouxe outros híts fenomenais que você deve conhecer, como Ice MC - "It's A Rainy Day", Playahitty - "The Summer Is Magic", Fourteen 14 - "Don't Leave Me", Double You - "She's Beautiful", Gottsha - "You Can Do Magic", DJ Bobo - "Everybody", DUE - "Under The Same Sun", entre outros.

Sinceramente eu indico essa coletânea à todos os fãs do gênero, pois, além de conter grandes hinos da época, ainda os apresenta em suas versões estendidas. Um outro detalhe interessante, é que a música "Under The Same Sun" do DUE aqui não é cantada pela conhecida voz da Alexia (Alessia Aquilani). Trata-se de uma outra intérprete, além da versão ostentar alguns versos comandados por um rapper... Contudo, a produção continua sendo da DWA e a vocalista não nos decepciona.

Outra curiosidade a cerca dessa coletânea, é que temos duas faixas na voz da cantora Gottsha... Sim meus amigos, além da já citada "You Can Do Magic", você poderá ouvir a música "Mania de Você" - uma regravação pop-dance do clássico de Rita Lee - na voz de Sandra Maria "Gottsha", que saiu apenas com o seu primeiro nome: Sandra.


CRYSTAL B. 

"Eu não quero ser algo para você fazer..."

O projeto Crystal B. é mais uma produção do selo italiano DWA, que como vocês já sabem, é uma marca lendária de Eurodance fundada por Roberto Zanetti (conhecido também como Savage e dono de sucessos como "Don't Cry Tonight" e "Don't You Want Me"). 

Uma outra característica marcante da DWA, é que a empresa é muito lembrada pelos fãs da Dance Music por ter lançado Alexia, Double You, Netzwerk, Ice MCCorona e vários outros artistas ao estrelato...

Os produtores do Crystal B?? Eles foram Francesco Alberti, Massimo Gianfranceschi, Sabrina Marchetti e Pasquale Scarfi, que infelizmente só trabalharam nesse único single para o referido projeto. Dá para acreditar? Eu fico imaginando aqui, como seria legal se tivessemos mais músicas do Crystal B...


Francesco Alberti
Crédito da foto: Facebook de Renzo Cantarelli

Francesco Alberti (que compôs alguns sucessos de Po.Lo., Alexia, Double You, Tracy Ann, Blizzard...) foi também o Engenheiro de Som nas gravações de Crystal B., além de ter colaborado como um dos produtores, como citado acima.

Os créditos da composição também trazem os mesmos nomes: Francesco Alberti, Massimo Gianfranceschi, Pasquale Scarfi Sabrina Marchetti.


"EU NÃO QUERO CAIR EM SEUS BRAÇOS NOVAMENTE..."

"I Don't Wanna Be" infelizmente não é tão conhecida do grande público, pois saiu em pouquíssimas coletâneas ao redor do mundo (aqui no Brasil, parece que só saiu no disco "Summer Dance"), mas é um grande single, super viciante, com um estupendo vocal, uma vibe lá pra cima, melodia envolvente até o talo, e possui aquela produção magnífica com o carimbo da DWA/ Extravaganza Publishing Srl.

Sobre o nome do projeto, "Crystal B" é uma referência ao Kristal Studio, onde o single foi gravado e mixado em 1994. Nesse mesmo estúdio também foram gravadas diversas produções de esplêndidos projetos, como Blizzard (X-Energy), Corona (DWA), Netzwerk (DWA), entre outros.  

A música foi tocada nos clubs brasileiros em meados de 1994, assim como também apareceu em listas dos singles mais vendidos de algumas lojas:


JULHO DE 1994
Crystal B apareceu nos charts de alguns clubs paulistas, como Arena e Broadway, sempre divindo o espaço com músicas mais radicais, embora também era bem disputada pelos DJs das "dance" mais comerciais. Já a loja Flash (do Rio de Janeiro) listou o single como o 2º mais vendido do mês de julho de 1994.

Quanto à sua vocalista, demorei alguns meses para descobrir a sua real identidade, mas finalmente consegui localizá-la, e trazer também aos leitores a sua devida e necessária materialidade.

Uma observação importante, é que consta o nome dela no time de produtores / compositores, então isso facilitou muito o meu trabalho, embora não há nenhum crédito à ela como "vocalista", nem no CD-single, nem no Vinil.

O nome dela está anunciado ali em cima como uma das produtoras e compositoras do single: SABRINA MARCHETTI


A voz do Crystal B - "I Don't Wanna Be"


SABRINA MARCHETTI, A VOCALISTA TAMBÉM COLABOROU NA COMPOSIÇÃO  E PRODUÇÃO DO SINGLE

Aliás, sempre quando quiserem descobrir o nome de algum vocalista, primeiro deem uma olhada nesses créditos, pois em muitas vezes o nome dele/dela está informado ali, junto aos compositores. Mas também tenham muito cuidado ao fazer essa checagem, porque às vezes o compositor não gravou a música, ele apenas a compôs e colocaram um outro artista para gravar, vide o caso de Taleesa - que escreveu "Ride On Meteorite" para o Antares (Clara Moroni gravou), e Annerley Gordon - que escreveu "Melody" para o Black Rose (Rossella Graziani gravou). Enfim, a Dance Music é isso aí, uma verdadeira balbúrdia, mas acho que é por isso também que a amamos!! hahaha

"Tá, Rikardo, mas como você tem certeza que ela é a cantora?"

Por que procurei por ela, então depois de "vasculhar" por dezenas de perfis de pessoas com o mesmo nome, finalmente encontrei-a e fiz aquela pergunta clássica e indispensável: "É VOCÊ, A VOCALISTA??"


Sabrina Marchetti confirmou, com exclusividade ao Blog, ser a vocalista de "I Don't Wanna Be" (Crystal B)


Sabrina Marchetti confirmou que sim, que é a vocalista do Crystal B, além de citar que gravou outras músicas com a sua voz, e de ter escrito letras para outros artistas (assim como fez Annerley, Taleesa, Regina, Nathalie Aarts nos anos 90). É por isso que ressalto que, temos que ter muita atenção em averiguar se a composição é de fato da mesma pessoa que está cantando. Aqui, simplesmente tivemos sorte; uma coincidência de ser a mesma vocalista que escreveu a letra.


A VOZ

Uma voz que arrepia!

Sabrina Marchetti tem uma voz forte, contagiante, enfática e que causa arrepios e afinidades no ouvinte. Ela nasceu em Viareggio, Toscana, Itália, e apesar de ser uma excelente artista (produtora, compositora e cantora), se formou em Turismo em 1989. Ela ainda é fã da banda Queen e se apresenta em bares, bistrôs e cafés, além de trabalhar nos bastidores dos estúdios. 

Para gravar o projeto Crystal B, Sabrina Marchetti recebeu o convite de Francesco Alberti, mas já gravou também para outros estúdios e produtores.

Percebi também que Sabrina é super discreta, e creio que tive muita sorte em conseguir alguma resposta (a cantora pouco atualiza as redes sociais). Outro ponto que nos deixa "perdidos", é que não se encontra nada sobre a pessoa e nem sobre a artista pelos sites.

Por exemplo, se você fizer uma busca com o seu nome "Sabrina Marchetti", aparecerá diversas matérias e links sobre uma outra italiana que possui essa mesma identidade... Mas, essa senhora (com cabelos tingidos de vermelho) que os sites de busca lhe trarão, não tem relação alguma com a verdadeira vocalista do Crystal B... A indivídua em questão ganhou fama ao falar sobre a síndrome de Tourette, se tornando atualmente numa web-star italiana.


Sabrina Marchetti - Ela é mais uma Diva da Italodance

Infelizmente também não existe nenhum video-clipe para Crystal B - "I Don't Wanna Be", distanciando ainda mais essa música do grande público. 

Mas, há uma chance de ver essa talentosa morena em ação, e eu lhes digo como. Sabrina Marchetti pode ser vista pelos curiosos de plantão (assim como eu, hahaha) num outro trabalho visual... Olha ela aqui nesse video do projeto Heart Of Space:


Heart of Space - "Lose Your Love"
Video Official

Sabrina Marchetti gravou com a sua voz para o projeto Heart Of Space  – na música  "Lose Your Love" (2009). Esse projeto é de Alessandro "Alex" Barattini, um músico que já participou de uma turnê como tecladista para o Netzwerk (outro projeto da DWA), em 2004, na Espanha. 

Por consequência desse trabalho com o Netzwerk, Barattini fez uma parceria com o selo Smilax Records, que é uma propriedade de Alberto Margheriti (produtor que já trabalhou na DUE Records, com Nell, Black 4 White...), nascendo então a música "Lose Your Love" (2009), com Sabrina Marchetti nos vocais.

A parceria entre Alex Barattini, Andrea Margheriti e Sabrina Marchetti continuou em outras faixas, como "Free To Love" (2010), onde a vocalista foi creditada como "Sabry", assim como lançou músicas de house music sob o nome de Solange (como "The Way I am"), e também compondo alguns singles de eletro.


SABRINA MARCHETTI
FOTO DE 2017
Crédito da foto: Facebook de Sabrina Marchetti

Infelizmente Sabrina Marchetti não ficou tão conhecida como Double You, Alexia e Corona, mas a sua pérola "I Don't Wanna Be" para o projeto Crystal B continua empolgante, envolvente e merece ser redescoberta pelos fãs mais fiéis da Eurodance. 

Ouça, e tente ficar parado.


AGRADECIMENTOS:

À Sabrina Marchetti.


segunda-feira, 25 de abril de 2022

A GRAVADORA PARADOXX MUSIC

Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.

-RIKARDO ROCHA


Todo fã de Dance Music que se preze conhece um pouco da história da Paradoxx Music, uma das principais gravadoras que melhor representou o gênero aqui no Brasil. 

Não que a Paradoxx investisse apenas em Dance Music, afinal, a gravadora também se aventurou em vários lançamentos de Rock, Rap, Reggae, Country, entre outros... mas a música Dance dos anos 90 virou o símbolo e a cara da saudosa gravadora paulistana.

Quem não conhece - ou ignora -  a trajetória da Paradoxx Music certamente não é fã de Eurodance, ou ainda tem muito o que aprender sobre o legado do gênero no país...

 

A HISTÓRIA DA PARADOXX MUSIC, UMA DAS PRINCIPAIS GRAVADORAS DE DANCE MUSIC DO BRASIL

Para uma melhor visualização das imagens, clique sobre elas para dar o zoom


A história da Paradoxx Music começa com o empresário Silvio Arnaldo Calligaris, que criou a sua pequena empresa inicialmente com o nome de Bullet Comercial de Discos e Licenciamentos LTDA - num apartamento em São Paulo em 1991. 

Com a ajuda de sua esposa Mara Lucia Comim, Silvio Arnaldo conseguiu manter o seu modesto negócio e depois resolveu se juntar com os sócios Nilton Ribeiro Luiz Domingos Rodrigues (o Luizão), oficializando em julho de 1993 a conhecida Paradoxx Music Comércio de Discos Ltda

Outro nome muito usado pela gravadora era House Records, então também lançaram muitas coletâneas com essa marca. Nos versos destes CDs você podia ver que a empresa usava o mesmo endereço da Paradoxx Music, e logo, se você era um adolescente atento entre os discos de Eurodance, já começava a suspeitar que tratava-se do mesmo grupo de negócios destes empresários:


A Paradoxx Music também lançava discos sob o nome House Records e se manteve na Rua Dr. Pinto Ferraz, nº58, na Vila Mariana - São Paulo- SP até 2001

Com o tempo alguns CDs começaram a trazer os dois logos (Paradoxx Music e House Records), como a ótima coletânea “Ritmo das Pistas” (1995). Logo não demorou muito e a House Records foi totalmente dissolvida, com o trio de sócios focando apenas na gravadora Paradoxx Music.

Bem, para ser mais exato, a companhia não era em si uma gravadora, mas praticamente um escritório com uma grande equipe licenciando fonogramas, amarrando contratos com vários selos, e negociando o seu catálogo com outras empresas (como as rádios FMs e Clubs). Era mais correto designar a Paradoxx de selo também, justamente pelo fato de ser uma empresa pequena e que externalizava seus serviços de gravações em estabelecimentos especializados na área, como a Videolar, Sony, Sonopress (BMG) e Microservice. O CD de Whigfield lançado em 1995, por exemplo, foi fabricado na Sony Music Entertainment (Brasil), assim como a coletânea "100% Pure Dance", entre outros. Já a Sonopress (BMG Ariola) foi responsável por fabricar outros inúmeros discos, como as coletâneas "Flash Hits", "Dance Xplosion Vol 2", "As 7 Melhores" e "Hot Nine Seven Vol.2", enquanto a Videolar fabricava outros discos relevantes, como o álbum "Secrets" de Nicki French, e por aí vai...


AS PRIMEIRAS COLETÂNEAS DA PARADOXX

A coletânea "Ritmo da Noite Volume 1" - da rádio Jovem Pan 2  - foi a primeira parceria da Paradoxx Music com uma emissora de rádio e rapidamente se tornou num imenso sucesso de vendas. Veja abaixo uma publicidade da época, contendo estas primeiras preciosidades da Paradoxx Music: 


Os primeiros discos de Eurodance da Paradoxx Music: A gravadora lançou, além das coletâneas acima,  o single de Jenny J - "What Is Love", que é um cover de Haddaway na voz da vocalista do Whigfield (Annerley Gordon)

Podemos dizer que, de 1993 à 1997, a Paradoxx Music apresentou um grande número de coletâneas de Dance Music ao seu público, mas também investiu em álbuns de Rock, Country e Samba. Era nítido que o forte mesmo era a Dance Music, então Silvio Arnaldo transformou a sua empresa numa grande referência ao gênero, ainda hoje sendo muito lembrada por isso.

Em relação aos outros estilos musicais, houve um aumento significativo nos discos voltados ao segmento popular no decorrer dos anos, como o sertanejo da cantora Jayne e a MPB de Benito di Paula e Peninha. Tivemos ainda coisas mais pitorescas sendo distribuídas pela Paradoxx, como os artistas de pagode, forró e paródias; Entre esses estilos podemos citar Genival Lacerda, Tirullipa Jr. e Discoteca do Kiko.


Este é o primeiro prédio onde funcionou nos anos 90 a Paradoxx Music; No local hoje funciona uma Auto Escola

Sobre os fonogramas internacionais de Eurodance - que são os que chamaram a nossa atenção - estes foram licenciados em parceria com vários selos ilustres do gênero, como a X-Energy Records, XL Recordings, Strictly Rhythm, Dig It, Love This Records, Time, Do It Yourself, DFC, Bliss Corporation, Blow Up, Intercord, Edel, Mute RecordsS.A.I.F.A.M., Upstairs Records, Media Records, Zyx, PIAS, Propio Records, Countdown, New Meal Power, Positiva, Ministry Of Sound, entre muitos outros. Essas negociações eram concretizadas, na maioria das vezes, através de exposições e feiras internacionais de músicas que aconteciam na Europa, como a famosa feira francesa Midem (Marché International du Disque et de l'Edition Musicale)


O trio Paradoxx Music na importante MIDEM (Edição de 1996), com o propósito de abastecer o seu cast de Dance Music. Eles também estiveram nas edições anteriores, em 1994 e 1995.

Os sócios Silvio Arnaldo, Nilton Ribeiro, Luizão costumavam frequentar anualmente este evento (Midem) com a finalidade de levar mais novidades para a sua empresa, então visitavam os stands desses selos e assim conheciam / negociavam estas produções de Eurodance. Foi dessa forma que a Paradoxx Music nos trouxe os sucessos de Nicki French, Whigfield, General Base, Newton, Serena, Antares, J.K., Co.Ro., Red Velvet, Playahitty, Fun Factory, Black RoseGala, Angelina, entre outras centenas de artistas e projetos que fizeram parte do cast clássico da gravadora paulistana. Estes licenciamentos aconteciam com a importante assessoria de Filippo Croso, na época contratado da Paradoxx Music e responsável pela área Label International.


A Paradoxx Music na Feira MIDEM, em 1995: Filippo Croso é o que está de casaco pardo, ele foi um dos grandes responsáveis pelos licenciamentos das consideradas, atualmente, grandes faixas clássicas da Eurodance

Raríssima imagem do ingresso para o evento Midem'95 que contava ainda com diversas apresentações de artistas de Eurodance. Era como uma vitrine aos diversos empresários que visitavam a feira... 
O pessoal da Paradoxx Music esteve também nessa edição - realizada no dia 31 de janeiro de 1995 - e licenciou os fonogramas de Newton, Nicki French, Co.Ro feat Lyen, Nina...
 Uma observação: Olhem só o nome de David Guetta - hoje um nome muito popular - entre os feras dos anos 90!!!


Como já citado acima, o catálogo da Paradoxx Music não era destinado apenas à Dance Music europeia, portanto existiu também diversos contratos com grupos nacionais, como Uforia (projeto que regravou em eurodance o hit "Estoy Enamorado", além de algumas músicas em português); Lady Lu (uma cantora que se aventurava mais nas "modinhas", cantando o dance-latino "Eres Tu", depois partindo para o pop, funk, forró, e agora num gênero que eu não conhecia denominado como "pisadinha"...); Dominó (boyband nacional lançada por Gugu Liberato que em sua formação de 1997 assinou com a Paradoxx Music e lançou "Baila, Baila Comigo", estourando na França, Espanha, Argentina, Polônia e Bulgária); além de Ivo Meirelles & Funk ‘N LataMarion K, Michelle Winter, SectDJ MP3, entre muito mais.

Podemos citar ainda Carlos Oliva & Los Sobrinos (uma banda latina que tinha uma cover de "Macarena", além de gravar outras faixas em castelhano inclusas em coletâneas da Paradoxx); o rock nacional do Ira!, Nenhum de NósSkuba, Ratos de Porão, Garotos Podres, Inocentes; a mpb e o rap de Tim Maia, Toquinho, Pavilhão 9Rap SensationFilosofia de Rua, e etc.


Stand da italiana DiscoMagic - com o lendário Severo Lombardoni, na Midem'95. Provavelmente o trio Paradoxx passou por aí...


Os fãs de Rock certamente também tiveram muita consideração e apreço pela Paradoxx Music, visto que a empresa distribuiu em terras brasileiras vários álbuns de bandas internacionalmente conhecidas, como Bad Religion, Slayer, Marky Ramone (do Ramones), 10CC, Pennywise, Rancid, NOFX, The Cramps, Nick Cave & The Bad Seeds, Helloween, Bruce Dickinson (do Iron Maiden), Judas Priest, Dead Kennedys, Bauhaus, Gary Numan / Tubeway Army, Angra, Green DayOffspring, e etc. Após ao grande sucesso dessas bandas entre o público brasileiro, então as gravadoras multinacionais "acordavam" e fechavam contratos com estes músicos, mas foi a pequena Paradoxx Music que acreditou neles inicialmente e servindo-se também como um "termômetro" ou "cobaia" para essas gravadoras mais endinheiradas.


PARADOXX MUSIC E JOVEM PAN - INJETANDO DANCE MUSIC NO BRASIL!

Silvio Arnaldo (Paradoxx Music) com Emilio Zurita (Gerente de Sonoplastia - Jovem Pan) e Augusto Bataglia (diretor - Jovem Pan)


Em relação as emissoras de rádios parceiras da Paradoxx Music, com certeza nos vem em mente imediatamente a Jovem Pan 2 FM, certo? Sim, é inevitável não nos lembrarmos dessa grande cooperação.... Porém, a Paradoxx teve excelentes resultados também com a 97 FM (Energia 97)Nova FMTransamérica FMRPC FMMetropolitana FM, Studio 96 FM, Cidade FM, Extra FM, Caiobá FM, 98 FM, Folha FM, Universal FM, Liberal FM, e etc.

E para os fãs das coletâneas de eurodance, sem sombra de dúvidas que a série de discos "As 7 Melhores Jovem Pan" foi a mais bem sucedida de todas! Sempre apresentando as melhores vendagens entre os lançamentos da Paradoxx Music, esta coleção clássica com 8 discos foi distribuída entre os anos de 1994 e 1998.


Informativo RARO com muitos dados sobre a Paradoxx Music - Divulgados em Abril de 1996
As grandes parcerias, as vendagens das coletâneas, os selos licenciados, os artistas recém contratados e muitos outros detalhes a respeito da gravadora. Até aquele momento, os Cds "As 7 Melhores Vol.1,2,3 e 4" haviam vendido mais de 1 milhão de cópias;


Sobre o início dessa parceria entre a Paradoxx Music e a Jovem Pan, há rumores que se deu devido a um desacordo entre a rádio e algumas majors (grandes gravadoras), mas não existem evidências claras sobre o ocorrido. Vale lembrar que a Jovem Pan sempre foi muito antenada com o melhor da música internacional e buscava constantemente por novidades aos seus ouvintes, então, com o "boom" da Dance Music na Europa, a rádio - que já tocava House Music e Pop Dance desde os anos 80 - também acrescentou Eurodance aos seus ouvintes por volta de 1993. Os ouvintes também não estranharam a inserção do Eurodance na programação, justamente porque a emissora já era uma especialista em "Pop Dance", diferente do que aconteceu no final da década de 90 - quando a rádio mudou drasticamente o seu estilo e adicionou o "pagode" e o "axé" em seu dial. 

A Jovem Pan sempre foi sinônimo de rádio "descolada" e "cool" aos seus ouvintes, e desde os anos 80 a emissora seguia fielmente as principais tendências mundiais lançando em primeira mão os grandes sucessos dançantes ao jovem brasileiro, então, a aceitação do Eurodance foi imediata entre os ouvintes.


Nicki French, Whigfield e Taleesa foram algumas das artistas femininas que tiveram vários hits nos anos 90 através da Paradoxx Music

É importante lembrar que a rádio tocava também artistas de outras gravadoras, como Ice Mc, Masterboy, 20 Fingers, Twenty 4 Seven, Alexia, Culture Beat, Scatman John, La Bouche, Gottsha, Haddaway, Double You, E-rotic, entre muitos outros, então não houve uma parceria exclusiva da rádio com a Paradoxx Music. No geral, era uma parceria da Pan com as gravadoras que apoiavam o estilo Eurodance, sobretudo as menores.

Tutinha (dono da Jovem Pan) tinha essa visão do que estava explodindo musicalmente no mundo e do que poderia fazer sucesso por aqui, então a gravadora paulistana também foi muito beneficiada com todo este espaço dado pela Jovem Pan ao Eurodance, assim como a rádio também lucrou muito com os inúmeros CDs lançados, sempre com excelentes vendagens como a citada coletânea "As 7 Melhores" (1994). 


Jovem Pan fazendo jabá?

O chefão da Jovem Pan até foi acusado de fazer jabá nessa época, fato que ele negou dizendo que sua prioridade era apenas fazer promoção com as músicas tocadas e podendo usá-las com a marca de sua rádio... Ou seja, digamos que foi uma parceria perfeita, com coletâneas que até ultrapassavam a marca de cem mil cópias vendidas. 


Iraí Campos (Fieldzz Discos) com Tutinha (Jovem Pan)


Tutinha era realmente amigo de Silvio Arnaldo (Paradoxx), mas também era amigo dos donos da Spotlight Records e Fieldzz Discos, inclusive, essas duas gravadoras também foram muito favorecidas e amparadas pela rádio, com direito a muitas coletâneas lançadas e várias músicas tocadas na programação - só ressaltando novamente que não foi uma parceria exclusiva entre a rádio e a Paradoxx Music. Era o gênero Dance Music que estava em alta, dando destaque e retorno financeiro à todas estas empresas e diversas outras rádios, além da Jovem Pan.


AS IDEIAS GENIAIS DA PARADOXX MUSIC NA FORMULAÇÃO DE SEUS DISCOS

A gravadora de Silvio Arnaldo, Nilton Ribeiro e Luizão também foi muito inovadora em suas convicções, concepções, peças publicitárias, artes gráficas e, além de tudo, foi muito feliz em pesquisar sempre com as melhores empresas do ramo para realizar estes trabalhos terceirizados, como a Quarto Mundo e a Dazz Comunicações. Por este motivo os discos da Paradoxx sempre apresentavam capas muito atrativas, desenhos convidativos e um visual que falava a linguagem do jovem dos anos 90. 


A sempre bela e notável publicidade by Paradoxx Music

Entre os CDs que marcaram essa década... Quem não se lembra das latinhas do "Projeto Lata"? A Paradoxx Music iniciou essa concepção personalizada no final de 1996 e conseguiu obter um grande apelo popular com diversos destes produtos. 

Já no final dos anos 90, a Som Livre "copiou" essa ideia e lançou vários de seus itens num projeto chamado "Arte na Lata", no entanto a Paradoxx Music foi a pioneira nesse ramo e distribuiu essas latinhas em muitos CDs, como "As 7 Melhores Volume 6", "Jovem Guarda - O Novo de Novo Ao Vivo", "Aiwa Milo Som", "Samba Enredo Gaviões da Fiel" e "Special Reserve -  The Best Of Dance Music":


O projeto "Na Lata" da Paradoxx Music revolucionou as embalagens de CDs 


Luizão disse em 1997 para a revista DJ Sound: "Partindo de nossa área de projetos especiais, solicitamos à Sonopress dois profissionais que pudessem trabalhar ao nosso lado para transformar em realidade as ideias que tínhamos a respeito de novas embalagens. Assim surgiram as latinhas, que depois de 8 meses de pesquisa e testes se mostraram perfeitas para dar esse diferencial. O sucesso foi imediato, as vendas se tornaram ainda mais significativas e o público aprovou a ideia". - Luizão

A Paradoxx Music foi muito inovadora também em seus outros registros, como a série "Mixed Mode", que trazia em seus CDs a primeira faixa em CD-ROM, lembram-se disso? 


A Paradoxx Music, junto com a Quarto Mundo e a Midianova criaram os famosos CDs com faixas interativas: "Cuidado: Não toque a 1ª faixa em seu equipamento de áudio"

Pois é, e uma das coletâneas mais famosas nessa caracterização foi "TV Dance" -  que em parceria com a empresa Midianova  -  trouxe aos brasileiros em dezembro de 1995 (e em primeira mão) o videoclipe da cantora Tatjana - "Santa Maria". Isso foi um ato revolucionário para a época, ver um clipe no computador e de quebra ainda poder ouvir as demais faixas no aparelho de som.

Outras coletâneas marcantes da gravadora também seguiram esse formato multimídia, como "Só Se For Dance", "Flash Hits" e “Love Songs”; além dos álbuns de Carlos Oliva Y Los Sobrinos - "Caribbean Dance", Paula Santoro - "Santo", e da banda de rock nacional Ira! - "7" (todos estes CDs com a primeira faixa interativa).

Uma curiosidade, é que a conhecida filha de Nilton Ribeiro, Joyce Ribeiro, também trabalhou na Paradoxx Music nesta época, sendo provavelmente o primeiro emprego da jovem. Você com certeza a reconhece através da televisão, certo? 


Joyce Ribeiro e seu pai Nilton Ribeiro
Esta foto não pertence aos meus arquivos pessoais, os créditos são da página Portal Afro


Formada em jornalismo, Joyce foi âncora do SBT por muitos anos, trabalhando em vários telejornais da emissora de 2005 até 2017. Hoje ela se encontra na TV Cultura apresentando o “Jornal da Tarde”. 

Abaixo temos uma foto rara da jornalista, que aos seus 17 anos de idade está ao lado de seu pai no show da cantora Angelina, realizado em 1996:


Será que a adolescente Joyce Ribeiro foi ao show só à trabalho, ou aproveitou também a ocasião para ver a Angelina de perto?


Em novembro de 1996, mais uma cartada certeira foi dada pela implacável Paradoxx Music. A empresa fechou um dos contratos mais importantes de seu legado, trazendo para o seu catálogo grandes artistas da música eletrônica e do synth-pop mainstream, como os conceituados Erasure Depeche Mode. O contrato era com a Mute Records, que permaneceu vigente até 1998.

Outra boa sacada da empresa? Bom, podemos citar que aconteceu no início de 1997, quando a Paradoxx surgiu com uma ideia bem diferente mas que tinha tudo a ver com o povo brasileiro, que sempre gostou de música e de ... futebol! 

Pois é, a gravadora patrocinou o time Jr. do Corinthians, levando ao campo a marca "Paradoxx Music" em suas camisetas. Que demais isso, né? Pensa aí, você torcendo para o seu time e de repente se depara com aquele emblema icônico que representa as suas músicas favoritas... É emoção ao dobro!!!


A Paradoxx Music marcava vários golaços em seus marketings e crescia no mercado fonográfico


Em 1997 ocorreu também a ascensão da cantora Gala, então a Paradoxx Music, que já tinha lançado álbuns importantes ao seu público em anos anteriores, como Nicki French, Angelina, Whigfield, Rebeca... lançou o álbum "Come Into My Life" exclusivamente em terras brasileiras. 

Este foi ainda o ano que a Paradoxx Music entrou para a internet através de sua homepage www.paradoxx.com.br. Apesar da companhia ter anunciado a inauguração de seu site para abril de 1996, o mesmo ficou online pela primeira vez apenas um ano depois... E mesmo com esse atraso, a Paradoxx revolucionou em sua estreia, visto que outras empresas - como a Spotlight Records - só tinham um endereço de e-mail disponibilizado aos seus consumidores. E vamos combinar, né?...Naqueles meados de anos 90 a internet ainda estava engatinhando... Com isso, a Paradoxx Music nos surpreendeu positivamente mais uma vez.


Feira Internacional de Música MIDEM'1996. Aqui é onde a magia começava...


Outro grande acerto da gravadora foi licenciar com a XL Recordings as músicas do The Prodigy, grupo britânico que fez história com as tracks mais radicais e absurdas da música eletrônica. 

Lá nos primórdios da gravadora, em 1993, a Paradoxx já havia representado alguns singles do grupo aqui no Brasil, como "Out Of Space", "Rhythm Of Life" e "One Love", mas em 1997 chegaram as tão aguardadas novidades desse grande quarteto...  Era o fantástico álbum "The Fat Of The Land", que virou uma grande sensação na cena musical. E em 1998, a Paradoxx Music continuou servindo aos brasileiros com um outro álbum dos britânicos: "Music For The Jilted Generation". 

Como se não bastasse estes grandes abastecimentos importantes para o Brasil, a Paradoxx Music também foi a responsável por lançar estes dois álbuns do The Prodigy no México e também na Argentina:


Paradoxx Music lançou discos do Prodigy na Argentina e México


Mais especificamente no segundo semestre de 1997, foi a vez da Paradoxx voltar a empreender no mercado, criando então um selo destinado ao público gay chamado simplesmente de “GLS” - que talvez se chamaria hoje de "LGBTQI+" (devido às constantes alterações que a sigla vem sofrendo com o decorrer dos anos). 

As músicas? Praticamente as mesmas encontradas em variadas coletâneas dance da Paradoxx Music... porém, como a Almighty Records era um selo popularmente conhecido entre os gays da Inglaterra, então era comum encontrarmos múltiplas faixas do tal estúdio nestas compilações.

Detalhe que Luizão saiu para conhecer as noites GLS's da época com o propósito de estudar melhor o conceito do selo, antes de inaugurá-lo. Algo parecido foi feito quando o country estourou no ano anterior (1996), e como o cantor Garth Brooks estava atingindo o topo de todas as paradas dos EUA, então o trio Silvio, Nilton e Luizão se mandou para a terra do Tio Sam com a finalidade de pesquisar e trazer alguma nova ideia para a Paradoxx.

Outro capricho da Paradoxx para com o seu público era em relação as suas coletâneas específicas a determinados selos. A empresa, que tinha contratos exclusivos com a Time, X-Energy e S.A.I.F.A.M., colocou nas prateleiras das lojas algumas coletâneas maravilhosas dedicadas apenas a esses selos:


"Get Up And Dance" - Só com músicas da  X-Energy, como Whigfield, New System, J.K., Tenessee...
"All Night Dance" - Só com músicas da Time, como Jinny, Taleesa, Antares, Molella, Aladino...
"Alien Dance" e "Italian Dance"- Só com músicas da  S.A.I.F.A.M., como Delegation, Ken Laszlo, Radiorama, Orlando, Kate's Project…
...
Eram músicas dos principais estúdios italianos em CD's únicos, exclusivos e com a qualidade Paradoxx Music


Já em 1998 a coletânea "TV Dance" chegava ao seu 3º volume, e novamente, a Paradoxx soube modernizar ao fazer este lançamento...

Foi colocado no mercado um "kit" que trazia um CD com 14 faixas de Dance Music e uma fita VHS com os vídeos oficiais dessas músicas. Apesar da PolyGram ter lançado uma ou duas VHSs com clipes “dance” no ano anterior, não me lembro de ver um CD e uma VHS com o mesmíssimo conteúdo sequencial.

Quanto a coleção anterior da Paradoxx (conteúdo multimídia - CD-ROM), a Spotlight Records copiou a ideia vista nessas faixas interativas e em 1997 inseriu os clipes de Alexia - "Uh La la la" e "Number One" no CD do programa "Perfil" (SBT). Entretanto, nessa época a Paradoxx Music já estava com outras premissas e criando uma outra caracterização, oferecendo então ao seu público (no ano seguinte) o tal CD + fita VHS:


Gala, Whigfield (Annerley Gordon), Regina, Erasure, Angelina, Simone Jay, Ultra Naté, Carol Bailey... grandes destaques deste excepcional produto da Paradoxx Music: "TV Dance Vol.3"


AS PEDRAS NO CAMINHO DA PARADOXX MUSIC

A Paradoxx Music - que sempre foi uma empresa pequena - teve ainda que lutar contra as gigantes do segmento, que andavam bem incomodadas com seus ótimos resultados alcançados no setor fonográfico.

A PolyGram chegou, inclusive, a acusar a Paradoxx de pirataria em 1994, pois a empresa de Silvio Arnaldo também tinha um contrato com os grupos alemães Maxx e Intermission - e como era típico da Paradoxx - eles lançaram as faixas "Get A Way""Piece Of My Heart" em suas coletâneas, causando logo um certo desconforto na PolyGram (detentora também dos direitos). 

Apesar da tentativa por parte da outra corporação, a Paradoxx Music não teve maiores problemas e conseguiu provar que tinha um contrato legítimo com esses grupos alemães (embora não exclusivo)"Foi uma precipitação. Um caso do grande querer comer o pequeno. Fizeram todo esse escândalo para quebrar a gente", disse Filippo Croso na época (Para mais informações sobre esse caso, clique aqui).

A imprensa também pegou muito no pé da Paradoxx e da Dance Music nos anos 90. Na verdade, a Eurodance sofreu muito preconceito por parte de muitos jornalistas e críticos musicais.

A revista Veja, por exemplo, sempre escrevia artigos negativos e com toneladas de críticas ao gênero. Era nítido o incômodo que a Dance Music causava nos grandes empresários e nos diversos jornalistas. O curioso é que, se você ler a revista atualmente, não encontrará nenhuma crítica aos gêneros nacionais que fazem sucesso hoje em dia, como o funk e o sertanejo. Inacreditavelmente hoje tudo ficou muito lindo e maravilhoso... O funk é manifestação cultural para a Revista Veja, já a Dance Music era "bate-estaca irritante""canções descartáveis""músicas sem alma""produtos ruins""sem criatividade" e por aí vai. Até a cantora colombiana Shakira foi alvo da Veja e teve o seu talento questionado em uma de suas edições, é mole? E como dar credibilidade para esse tipo de jornalismo, já que nos anos seguintes a estrela da música latina recebeu 10 prêmios Grammys?

Hoje os redatores não tocam uma palavra sequer sobre o grandioso "talento" das cantoras de funk, tão pouco citam a qualidade nos arranjos, as instrumentais, as danças que simulam o sexo, a apologia às drogas, e a banalização da verdadeira cultura funk (já que a revista adorava rebaixar os artistas da eurodance os comparando com Donna Summer e outros da Disco Music), etc. 

Enfim, hipocritamente não há nenhum pio sobre estes cantores e músicas nacionais, mas sobre os artistas internacionais, incluindo os premiados e reconhecidos pelas grandes Academias, estes impiedosamente não eram poupados pela tendenciosa Veja.


Em 1997 até a revista DJ Sound comentou sobre o incomodo que a Dance Music estaria causando


Num desses ataques, mais precisamente em 1997, a mesma revista resolveu apedrejar mais uma vez a Paradoxx Music, agora alegando de maneira denunciativa que a empresa oferecia fonogramas piratas aos seus consumidores, mencionando ainda os covers de Ricky Martin ("Roby Cheloz"), Shakira ("Shaquille"), Shania Twain ("Shanaia T."), entre outros. Acontece que muitas outras organizações, como a conhecida Som Livre, também recorriam aos covers quando não possuíam os direitos das faixas originais. Isso sempre foi muito corriqueiro no mercado fonográfico entre as gravadoras, mas nessa ocasião era visível que o importante para a Veja era poder criticar gratuitamente a Paradoxx Music e o Eurodance. Era muito rotineiro ver esse tipo de "matéria jornalística", e as críticas eram sempre muito pesadas e gratuitas. Atualmente parece que estes jornalistas estão em paz, pois agora podem dominar bem o mercado brasileiro com seus ritmos favoritos, lucrar com seus próprios artistas e usufruir de todo o espaço abocanhado.


O DEFINHAMENTO DA PARADOXX MUSIC

Foi entre 1998 / 1999 que a gravadora foi entrando em declínio e com lançamentos pífios ao seu consumidor, e isso aconteceu porque a Dance Music de rádio estava perdendo o seu espaço para o axé, forró e o pop internacional (Hanson, Spice Girls e Backstreet Boys eram os novos queridinhos dos jovens). 

Nas compilações da gravadora, por exemplo, começaram a surgir muitas faixas que nem eram conhecidas pelo público, além de vários covers de qualidade duvidosa, como os fonogramas presentes nas coletâneas sofríveis "FM Sucesso", "Zapping Sem Parar", "Tempo de Alegria Vol.2", "Top 18 Vol.2", "Só Se For Dance Vol.4"e muito mais...

Em 1999 teve também o fim do contrato da Paradoxx Music com a empresa de design Quarto Mundo. Agora, além dos CDs enfraquecidos, as artes também não eram mais tão atrativas (com exceção de alguns títulos, como a esperta capa do CD  "Na Balada", de 1999). 


CD Mega Dance Vol.3: Arte gráfica deixa a desejar... (provavelmente nem o Celso Portiolli quis aparecer neste 3º volume)


E essa ainda foi a época que a Building Records começou a crescer no campo da música eletrônica, embora também não tivesse um projeto gráfico tão bonito e instigante quanto ao apresentado pela Quarto Mundo. Inclusive, as capas dos discos da Building Records eram sempre feias, empobrecidas e monótonas, mas com o passar dos anos o seu catálogo, ao menos, foi ficando cada vez mais interessante... 

No final dos anos 90 (e início de 2000) a Paradoxx tacou também diversos CDs de flashbacks aos fãs de música eletrônica, talvez devido a escassez de novos fonogramas... Então tivemos "Power Flash", "As Melhores das 7 Melhores", "The Best Of 90's Hits", "As Melhores Da Década", "As Melhores Da Década - Volume 2", entre muitas outras.

Quanto a Building Records, o seu catálogo não parava de surpreender aos fãs da Dance Music, e quando o CD "As 7 Melhores do Milênio" foi lançado por esta gravadora em 1999, percebemos imediatamente que a situação estava cada vez mais crítica para a Paradoxx Music, que havia lançado oficialmente os 8 volumes anteriores da coleção "As 7 Melhores" e que agora estava perdendo o seu favoritismo para as rádios, clubs, fãs de Dance Music e dirigentes da época.


A Paradoxx Music tenta se levantar nos anos 2000

Maaaas, aparentemente a Paradoxx resolveu se mexer no início dos anos 2000... Tentando dar uma nova guinada no mercado fonográfico, a gravadora finalmente licenciou novos artistas da Dance Music, como Fragma, Mumm. Vs Dhany, SoundloversFloorfillaThe Underdog Project, Love Connection… 

Já em 2001 a companhia se instalou em um novo endereço: Rua Conde de São Joaquim, 57, Bairro Liberdade - São Paulo - SP.


Este é o segundo prédio onde funcionou nos anos 2000 a Paradoxx Music; O local hoje se encontra completamente abandonado, como vemos na imagem acima.


A empresa seguiu apostando em novidades para o seu crescimento, assinando então com novos artistas que ainda eram desconhecidos na época, como Magic Box, Erika, S.M.S., Groove Coverage Ian Van Dahl. Hoje, com toda a certeza, são projetos que você conhece, não é mesmo? Então, mas foi a Paradoxx que os licenciou primeiramente...

Percebíamos claramente que a empresa queria reconquistar o seu lugar de destaque - perdido para a Building Records - e representou ainda por aqui o hit de Daniel Bedingfield – "Gotta Get Thru This", que tinha o seu videoclipe muito executado na MTV Brasil; além de trazer as belas e promissoras DJ Encore feat Engelina – "I See Right Trough To You" e Carola –"I Believe In Love" . 

Apesar de fazer um bom negócio com esses novos licenciamentos, a gravadora não deu sequência a esse trabalho, então mais uma vez viu as suas fontes secarem em poucos meses... E como se não bastasse, não demorou muito e a Bulding contratou a maioria desses artistas, deixando a Paradoxx totalmente de mãos vazias.


O ENCERRAMENTO DA MITOLÓGICA PARADOXX MUSIC 

O triste fim de uma magnífica Era

Infelizmente a Paradoxx Music encerrou as suas atividades em 2006 (e não em 2005, como consta em alguns sites). Um de seus últimos CDs lançados foi o álbum "No País De Laura Roitman" (2006) da banda brasileira de pop eletrônico Que Fim Levou o Robin?. 

O que gerou o fechamento da Paradoxx Music? Bem, muitas pessoas afirmam que o principal fator foi a pirataria de discos, que estava bem desenfreada no início dos anos 2000, mas apesar disso ser um dos reais motivos, não foi só a pirataria que fez o selo decretar falência...

Algumas bandas também processaram a empresa alegando que não estavam sendo remuneradas devidamente, assim como muitos selos internacionais - que lhes forneciam as famosas faixas de eurodance - também não estavam sendo pagos... Então muitos contratos foram desfeitos com a companhia, resultando na sua escassez de lançamentos e na perda de sua confiabilidade dentro do mercado fonográfico.

A Building Records também enfrentou a pirataria nos anos 2000, mas soube conduzir muito bem seus negócios, inclusive, essa foi a década mais produtiva e rentável da Building, que ainda nos trouxe nesse mesmo período diversas músicas de artistas do Vocal Trance, Italo Dance e Techno

O caso da Paradoxx Music vai além da atribulação com a pirataria... Apesar da empresa saber inovar com seus belos produtos, de ser original e de trazer material de qualidade ao Brasil (e não falo apenas no que se diz respeito ao Eurodance, mas também ao seu impecável catálogo de Rock), houve ainda uma ausência de planejamento, uma administração falha, e a falta de pagamento aos seus contratados. 

E para a fábula da Paradoxx Music finalizar de maneira mais triste ainda, em 12 de setembro de 2014, infelizmente faleceu em Curitiba-PR, no Hospital Vita (na Rodovia BR 116), o seu ex-dono e criador: Silvio Arnaldo Calligaris. O empresário tinha 58 anos de idade e deixou sua esposa Mara Lucia Comim e filhos Ana Carolina Calligaris e Billy Calligaris.

Luizão, seu antigo colega e ex-sócio, também já havia falecido, restando dessa importante história apenas Nilton Ribeiro, que hoje cuida de seus negócios pessoais -  como a Obi Music.


A “PARADOXX” CONTINUA NAS MÍDIAS DIGITAIS 

"Os sucessos de sempre, mas de cara nova"

No início desse ano (2022), percebi que criaram uma página no Facebook com o título de “Nova Paradoxx Music”, contudo, não dei muita importância a este fato visto que existem diversas páginas e grupos não oficiais que usufruem da identidade da antiga gravadora.

Porém, Milton Oliver - também fã e seguidor de Dance/House Music - entrou em contato comigo e garantiu que, segundo suas fontes, trata-se de uma empresa real que está usando a logomarca da Paradoxx Music.

Com a confirmação vinda do nosso amigo, resolvi então averiguar e tentar obter alguma informação sobre este possível “retorno” da antológica Paradoxx Music... Seria essa, a sua volta à cena musical?

Entrei em contato com os responsáveis e logo perguntei: 

-A Nova Paradoxx Music por acaso tem alguma relação com a antiga empresa Paradoxx Music? 

E dentro de duas semanas obtive um retorno:

-Olá Ricardo, obrigado pelo contato! A resposta é sim e não... Calma, vamos explicar! A Nova Paradoxx Music é atualmente detentora de parte do catálogo da antiga Paradoxx Music, inclusive o direito de uso da marca. No entanto, são empresas distintas e não detemos a íntegra do catálogo da antiga Paradoxx mas, centenas de antigos sucessos da famosa gravadora serão disponibilizados nas plataformas digitais. 😊

Respondi com outra mensagem:

-A antiga gravadora tinha um catálogo enorme de Dance Music, e depois que a empresa fechou, o Brasil ficou meio que órfão nesse segmento…(embora tivéssemos ainda o apoio da Building Records). Vocês pensam em licenciar músicas com novos selos internacionais, ou isso não está nos planos? 

Então responderam: 

-Muito em breve você terá a oportunidade de desfrutar tudo o que havia de bom e também de novidades. Só aguardar. Grato pelo contato.

Fiz uma última pergunta: 

-Terão músicas apenas em mídias digitais ou em mídias físicas também?

Então veio a resposta (já esperada):

-Só mídias digitais.


Com tudo isso, acho que fica claro que a Nova Paradoxx Music exercerá a mesma função da atual Spottlight Record (antiga Spotlight Records) e trabalhará apenas focada nas plataformas digitais. 

Já podemos encontrar em seu canal oficial no YouTube, por exemplo, os antigos trabalhos de sertanejo, forró, pagode e até de Eurodance, como Jayne, Ira!, Discoteca do Kiko, Genival Lacerda, KMC Feat. Dhany, Carlos Oliva & Los Sobrinos, Orlando Johnson, e etc. 

Não sou especialista na área, mas acredito que estes fonogramas disponibilizados no momento se referem a contratos vitalícios, e quanto a maioria dos sucessos antigos da Dance Music creio que já tiveram seus contratos expirados há muitos anos. Mas, como dito pela própria marca, vamos aguardar pelo o que ainda pode vir por aí...

EDIT: Estranhamente, a "NOVA PARADOXX" mudou de nome. Após a publicação dessa matéria, a empresa passou a se intitular comercialmente de "NOVA MUSIC" (provavelmente algum detentor dos direitos autorais barrou o uso da marca). 

Leia mais aqui.


CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Apesar de seus altos e baixos, a gravadora Paradoxx Music fez um excelente trabalho na divulgação da Dance Music em nosso país, sempre enaltecendo o gênero e dando espaço à muitos artistas que antes não tinham credibilidade com as grandes gravadoras. 

É lógico que também lucraram muito com isso, afinal nenhuma empresa trabalha de graça, mas o mais importante nisso tudo é que a Paradoxx prestou um ótimo serviço, foi muito empenhada com a Dance Music e deu muita atenção ao seu consumidor, ouvindo sugestões, apoiando fã-clubes de seus artistas - e até os enviando singles gratuitamente. Era um atendimento diferenciado, único, próximo e com muita acessibilidade, diferente do oferecido por muitas majors da época. 

Mas acima de tudo, a pequena Paradoxx Music fez algo que não acontece mais: colocou sorrisos de orelha a orelha em milhares de adolescentes brasileiros que se deliciavam com suas inigualáveis coletâneas de Eurodance. 

Aliás, se nos anos 90 você não teve nenhum produto da empresa você viveu sua juventude de maneira "errada", e com certeza desconhece a mágica sensação de segurar em mãos um CD novo com a qualidade Paradoxx.

A palavra que fica é Saudades. Muitas Saudades de tuuuuuuudo isso aí.