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-RIKARDO ROCHA
Como diz a capa do single, "I Love You Baby (Papa Don)" foi um hit com sabor de verão
Talvez muitos leitores nunca tenham ouvido falar no projeto de euro-ragga Pandera, mas para alguns "dinossauros", este nome é bem popular.
Eles divertiram o mundo Dance em meados dos anos 90 com "I Love You Baby (Papa Don)", um grudento sucesso que rolava nas principais pistas e nas grandes FM's, como a Jovem Pan, 97 FM, Metropolitana, Nova...e etc.
Alguém aí se lembra da coletânea "Dance Philco Music" (by Paradoxx Music)? Então, na época eu comprei esse CD mais por causa dessa animadinha faixa...
Não se lembrou ainda desse fantástico hit?
Para quem é fã da voz deBalca Tözün (Fun Factory) e da música "Coco Jambo" do Mr. President, pode ter a certeza que ao conhecê-lo irá se amarrar.
FICHA TÉCNICA
E PRODUÇÃO
Este projeto alemão foi criado pelo produtor executivo Franz Merwald, que nitidamente quis entregar uma atmosfera de litoral, festa, diversão e ragga aos singles do Pandera, embora algumas destas faixas sejam mais voltadas ao freestyle... Sim, eles faziam essas variações em alguns singles!
"I Love You Baby (Papa Don)" foi lançada em 1996 e nos apresentou o doce vocal da cantora Christina Bianco, além de algumas batidas de "tambor" que nos levavam diretamente ao clima do verão, ou melhor, ao paraíso da capa do single, como queiram...
Não podemos nos esquecer de citar, é lógico, alguns instrumentos de sopro extremamente elegantes que harmonizam totalmente esta produção, além de alguns sons de ondas se quebrando, das gaivotas ao fundo (!), ou seja, mais particularidades do verão para fazer você entrar nessa viagem tão cativante.
O refrão de "I Love You Baby"é bem insistente, repetitivo, mas de excelente bom gosto. Sem perceber, você se pega cantando junto com essa melodia simpática e de astral elevado:
Pandera - "I Love You Baby (Papa Don)" (1995)
MICHAEL BAUR - O PRODUTOR
Vocês se lembram de "Emotion" de DJ Ross? Pois é, alguns fóruns chegaram a divulgar que o alemão Michael Baur seria o vocalista dessa canção italiana dos anos 2000, mas isso está totalmente fora da realidade... O cara sempre foi um produtor, sem falar que tinha um cantor de estúdio por de trás de "Emotion"... Bom, a curiosidade da vez é que Michael Baur esteve envolvido como produtor aqui no Pandera e participou de muitos singles, como exemplo "I Love You Baby (Papa Don)".
O produtor Michael Baur
Ele produziu vários projetos alemães, a maioria de hard-techno. O Pandera é uma de suas concepções mais pop dentro da música eletrônica...
O nome real desse produtor é Michael Maretimo - Baur,e como um de seus pseudônimos é Steven Maverick, isso bastou para que o creditassem como o "vocalista" do hit de DJ Ross.
Para saber quem é a voz real de DJ Ross - "Emotion" (2002), clique aqui e veja toda a saga dessa investigação.
O Sr. Baur continua em atividades e produzindo muito para a sua gravadora Maretimo Records. O video abaixo é de uma livestream que ele realizou no Youtube há 3 dias, e você pode notar que ele ainda continua produzindo músicas com essa temática de verão, praia, sol... apesar do vídeo focar mais no estilo Lounge:
Michael Baur - Weekly Livestream "Maretimo Lounge Radio Show"
Sobre o "Produtor Executivo" do Pandera, Franz Merwald, esse cara tem muitos fãs na música hard-techno, mas a sua identidade é ainda um grande mistério... Absolutamente ninguém sabe quem ele é, e qual é o seu paradeiro... Só sabemos que ele tem inúmeros pseudônimos no mundo das produções, e que aqui ele trabalhou como “Beatbuster” (Alguns de seus admiradores comentam em fóruns internacionais que ele pode ser, na verdade, o já citado Michael Baur).
Michael Baur também foi um dos compositores de "I Love You Baby (Papa Don)" junto com o rapper Markus Shuster, que aliás, fez um ótimo trabalho aqui, dando mais energia e clima praiano para a canção:
MARKUS SHUSTER - O RAPPER RAGGA
Markus Shuster : Irre Locke : Ed Masano
É dele o vocal ragga em "I Love You Baby (Papa Don)"
O rapper Markus Shuster atende pelo nome artístico de Irre Locke, tem sua carreira solo e foi integrante de alguns grupos de Hip Hop, Reggae e Dancehall da Alemanha.
O alemão nasceu em Augsburgo / Bavaria e também foi membro do grupo de rap Bassreflex, além de fundar a sua própria gravadora, a Locke Records. No mundo da música desde 1984, ele ainda possui o pseudônimo de Ed Masano em produções diversas. O rapper também é conhecido por fazer músicas com muitas criticas e por sempre gerar discussões através de suas letras.
No single "I Love You Baby (Papa Don)" só temos a participação dele e da cantora Christina Bianco nos vocais, mas em outras músicas do Pandera podemos encontrar ainda a voz do rapper Rose O'Neill, que é um outro integrante que sumiu sem deixar vestígios.
Indicação na revista DJ Sound - Coluna "Dance Floor"
A TRILHA SONORA DO PARAÍSO
"I Love You Baby (Papa Don)" foi o primeiro lançamento do Pandera e se tornou o hit do verão na Alemanha. Em seguida, eles apostaram num novo single chamado "In My Dreams", que infelizmente não decolou no Brasil, apesar de ser uma ótima produção e de ter ido bem em diversos países europeus.
É bom ressaltar que esta nova música fugiu um pouco do estilo anterior, não sendo tão festiva ou animada... A melodia, incluindo a voz do rapper, lembra bastante"So Strung Out"do também alemãoC-Block.
Nesse single, você irá perceber ainda a mudança brusca de estilo que o Pandera optou em fazer, agora se distanciando do euro-ragga e embarcando totalmente no gênero freestyle.
No verão de 1997, eles lançaram (só no Japão) o seu 1º álbum "Joy And Fun" (1997), que trazia apenas 10 faixas.
Os instrumentos de sopro e o ritmo do verão voltam na alegre canção "Joy And Fun", ragga perfeito para abrir um disco e mostrar ao ouvinte que, se ele gostou do 1º single do projeto, sem dúvidas vai se divertir bastante com o restante do material.
Nessa época, o produtor Michael Baur ainda investiu no single "Pussy Lover Man" (1997) do projeto MC Rose, que Christina Bianco também havia gravado com sua bela voz. O sample é do clássico "Bette Davis Eyes" de Kim Carnes, e o rapper é Rose O'Neill, que compôs e fez o vocal em algumas outras faixas do Pandera (como "In My Dreams").
Neste álbum de estreia, prestem atenção em "Rastafari", que é um ragga praticamente instrumental e bem conhecido em alguns países sul-americanos. Se você se aprofundar neste registro, irá perceber que a música já havia sido lançada antes, mas com um nome de projeto diferente: Mongawa. A mesma música que saiu no álbum do Mongawa (sim, eles chegaram a lançar um álbum) está aqui também no álbum do Pandera, e em sua mesmíssima versão. Como estamos falando de mais uma produção de Franz Merwald, então ele resolveu acrescentar este trabalho aqui nesse disco também.
A música "In My Dreams" do Pandera chegou em junho de 1998 ao Brasil (via Paradoxx Music), mas infelizmente não fez sucesso. 1998 foi o ano da Axé Music nas rádios e do Techno nos clubs. Tirando "Suddenly" da Gala e "Feel It" do The Tamperer, todas as músicas do TOP 10 acima não foram muito bem nas paradas musicais.
"UM PEDAÇO DO PARAÍSO"
Àlbum - Pandera - "A Piece Of Paradise" (1998)
Em 1998, foi a vez do Pandera distribuir o novo disco "A Piece Of Paradise". Até hoje muitos afirmam que este é o 2º álbum do projeto, mas na verdade trata-se de um relançamento do álbum japonês, incluindo quase todas as faixas que estão no "Joy And Fun", além de outras canções inéditas.
Um desses trabalhos inéditos que podemos citar é "We've Got The Power", que tem um sax bem atrativo e que combina com as batidas cadenciadas da música. Existe ainda uma versão freestyle bem eletrizante para esse som, seguindo uma estrutura semelhante com a de "In My Dreams".
No álbum japonês tem uma música que não está aqui, é a já citada "Rastafari", mas em compensação temos a inédita"Summerfeeling", que é um legítimo ragga nos moldes de "I Love You Baby (Papa Don)" e com aqueles mesmos agradáveis instrumentos de sopro. Participam desta faixa Irre Locke, MC Rose, e claro, Christina Bianco.
Nesse disco temos ainda uma canção que nunca foi do Pandera, mas que curiosamente foi inserida por se tratar dos mesmos produtores... É a música "Terra Nova" de um projeto chamado Janina, e que possui o mesmo estilo "ragga" do Pandera. E se você for um leitor atento, talvez irá se lembrar do caso "Randy Bush", um projeto italiano que sofreu dessa mesma experiência e que teve várias músicas de outros projetos adicionadas em seu álbum oficial, como se todas fossem do "Randy Bush"...
O problema maior, é quando isso acaba confundindo os fãs, afinal, esses projetos tinham um nome e de repente, da noite para o dia, se tornam músicas de outros grupos (?)... Isso fica mais estranho ainda quando a vocalista não é a mesma, como é o caso aqui. Você ouve este álbum do Pandera e percebe que a cantora de "Terra Nova" não é a mesma das outras faixas.
Single: Janina - "Terra Nova" (1997)
"Terra Nova" já era uma música conhecida em alguns países como "Janina", tinha até uma personagem na capa de seu single, e do nada, se tornou uma faixa do Pandera. Quem acompanhava o início de ambos os projetos, no mínimo, achou estranha essa movimentação.
Até hoje, alguns fãs gringos se perguntam (na internet) sobre quem é o verdadeiro possuinte da tal música... Pandera ou Janina?
A resposta correta seria: Os produtores!
Eles eram os verdadeiros membros e proprietários do Pandera, Janina, MC Rose... apenas se escondiam atrás desses nomes "fantasias".
Sobre outras faixas deste álbum,temos ainda "Come To Me", que foi single de trabalho. A música, apesar de ser um euro-ragga, tem menos elementos africanos, e o rap em alguns momentos nos lembra o estilo de DJ Bobo.
"Diamond Chord" é um som mais instrumental e possui a mesma legitimidade "ragga" da faixa "Rastafari" (álbum "Joy And Fun"). Na verdade, essa é outra faixa que já existia antes e foi acrescentada depois neste álbum. O produtor Franz Merwald produziu-a inicialmentee a lançou em algumas compilações de euro-ragga sob o pseudônimo de Mongawa. Depois, ele resolveu inclui-la também nos álbuns do Pandera.
Compilação de Franz Merwald trazendo Papaya, African Vibes, Ronaldo, Mongawa, Cosmic Vibrations...
São todos pseudônimos dele, e algumas dessas músicas já estavam prontas em seu catálogo
A faixa 10 desse disco nos apresenta a música "Papa Don", contendo aquele famoso trecho interpretado por Irre Locke em "I Love You Baby (Papa Don)". É uma produção inteiramente dedicada apenas ao rapper, com mais letra e mais conteúdo do universo africano. Para alguns, pode ainda soar familiar com as produções de Dr. Alban.
Existem outras músicas deste disco que seguem essa mesma temática e não fornecem nenhum refrão feminino, como é o caso de "High & Low", "Fifth Colour Man" e "Waiting Man" (que tem uma base de fundo hipnotizante).
Essas três últimas citadas também já haviam sido lançadas no mercado fonográfico com outros nomes diferentes: Mongawa e Bushman.
A música "High & Low" é outra que já havia sido lançada antes pelo projeto Mongawa, e depois foi acrescentada no álbum do Pandera "A Piece Of Paradise". Em seu lançamento original era "High + Low" (Mongawa), mas quando entrou no álbum do Pandera passou a ser "High & Low".
Para fechar o álbum, a track escolhida é "It's A Dream". Essa é uma faixa inteiramente instrumental, com base viajante e sem aquela batida quebrada que deu fama ao projeto. É a track mais eletrônica do álbum.
Essa música ainda saiu em algumas compilações de 1997, não com o nome "Pandera", mas como um projeto intitulado de Cosmic Vibrations. Só no ano seguinte, em 1998, que a faixa foi incluída no álbum do projeto Pandera.
O álbum de Mongawa - “Tribal Feelings”
Na época, o produtor utilizava o nome artístico de Toni Mongawa... Provavelmente, Franz Merwald também não seja o seu nome real... E como mencionei antes, nenhum fã conhece a sua verdadeira identidade.
Verso do álbum com o nome das faixas
Dê o zoom na imagem e veja "Rastafari", "It's A Dream", "High + Low", "Fifth Colour Man", "Waiting Man"... todas foram lançadas primeiramente neste álbum de 1997, além de serem adicionadas em algumas coletâneas.
Já em 1999 o Pandera retornou com uma cover de "Cecilia", do Simon & Garfunkel. Apesar de criarem ainda uma versão freestyle para esse remake, existe uma versão euro-ragga bem no estilo praia & verão (que eles eram tão especialistas em fazer).
No ano seguinte, em 2000, eles lançaram o 2º álbum de inéditas "Sun Splash Summerdance & Freestyle", uma produção que trouxe faixas inéditas como "Night & Day", "Join The Summertime" (que freestyle sensacional, o teclado é estrondoso!!) e "Lunica Donna Per Me". Não ouvi na íntegra este e os próximos álbuns do Pandera, mas posso dizer que gostei muito das músicas citadas. É uma miscelânea positiva, que novamente alterna entre o "ragga" e o "freestyle".
Uma curiosidade, é que nesse disco também foi acrescentada a faixa "Pussy Lover Man" do Mc Rose, como se fosse uma música oficial do Pandera. Porém, diferente do caso "Janina", essa música ao menos nos apresenta a mesma vocalista, Christina Bianco.
Em 2001, o Pandera se reuniu com um outro projeto de freestyle chamado The Freestyle Crew (também do produtor Michael Baur, é claro) e lançaram um novo material chamado "From Old 2 New School".
Em 2002, lançaram o último álbum oficial do projeto, o "From Sunrise 2 Sunset".
Como vocês podem ver, o Pandera lançou vários álbuns, além de algumas compilações especiais com versões remixes, e a maioria destes CDs tiveram vendas expressivas em vários países, especialmente na Romênia, Japão e Coréia do Sul (o Pandera teve até disco de ouro). Na Rússia e Malásia, eles também tiveram bastante destaque.
Já aqui no Brasil, eles ficaram marcados apenas com o single de "I Love You Baby (Papa Don)", o que é uma pena...
CHRISTINA BIANCO
A vocalista do Pandera
Christina Bianco nasceu em 25 de janeiro de 1967, na mesma cidade que nasceu o rapper Markus Shuster, em Augsburgo.
Desde pequena ela sempre quis ser cantora, e em seu web-site diz orgulhosa: "Estou feliz que deu certo".
Christina Bianco não é um nome artístico, mas sim seu nome de solteira. Ela começou a sua carreira musical no final dos anos 1980, como a vocal-leader da banda afro-americana Boys and Soul (e como já sugere o nome da banda, eles eram do gênero Soul).
Christina Bianco, ainda bebê
"Desde pequena sempre quis ser cantora…. Estou feliz que funcionou ..."
No início dos anos 90, a loira então foi contratada para ser a cantora fixa de um club bem popular de sua cidade natal, onde passou a se apresentar com vários músicos convidados, durante 3 vezes por semana, e isso aconteceu por longos 6 anos...
Foi em 1996 que a sua bela voz foi adicionada ao projeto Pandera, um dos maiores sucessos de sua carreira e que exportou o seu talento para diversos países.
Apesar da abrangência que essas músicas alcançaram, e do efeito positivo que o Pandera causou nas pessoas, parece que Christina Bianco não gosta muito de falar sobre o Pandera.... Além disso, a vocalista não inseriu nenhuma informação sobre o projeto em seu site ou redes sociais. Estranho, né?
Eu consegui falar com Christina sobre essa sua colaboração no Pandera, mas apesar de parecer ser uma pessoa simpática... não quis adentrar muito sobre esse assunto. Apenas confirmou que foi a vocalista e depois deixou de responder.
Em sua biografia oficial, por exemplo, são mencionadas algumas de suas colaborações em vários grupos, como a que fez na banda Boys And Soul e também quando ela foi a cantora contratada no club de sua cidade, mas nada sobre o Pandera. Inexplicavelmente há um salto para 1997, onde é mencionado apenas sobre a banda MO'ACID - que a cantora fundou com o compositor (e futuro marido) Jaro Messerschmidt. E o tempo em que ficou no Pandera? Por que não é citado?
Apesar de Christina Bianco ter sido creditada no Pandera, a imagem da vocalista mal apareceu no projeto. Em algumas capas de singles tinham apenas algumas paisagens, praias, desenhos, modelos... A capa do single de "Come To Me" foi uma rara exceção (ao menos a loira se parece com ela, mas também não sei dizer, com certeza, se é ela).
Sobre o rapaz, provavelmente não é nenhum dos rappers.
Talvez Christina Bianco prefira não falar sobre o Pandera porque este foi apenas um projeto isolado, em que foi a cantora contratada; não era o seu projeto pessoal.
Em seu web-site ela destaca ainda outros trabalhos de estúdio, como jingles publicitários, gravações promocionais para a "Radio Bayern 3", algumas performances ao vivo com bandas, entre outros trabalhos menores, mas realmente não há nenhuma menção sobre o Pandera... que foi um trabalho bem maior em níveis de reconhecimento e de sucesso mundial.
Christina Bianco - Capa de seu álbum solo "My Soul Secrets"
Christina Bianco tem atualmente 53 anos de idade, se casou com o compositor e colega Jaro Messerschmidt, e em suas raízes circula o Soul, Funk, Jazz, R&B e baladas da época da Motown. Ela também é uma cantora soprano e trabalha com o grupo Cash-n-go, fundado em 2002 (composto por 5 homens e ela, a única mulher), que continua atuante e já até ganhou alguns prêmios.
Desde 2010 Christina Bianco também se apresenta com seus shows solo, que acontecem regularmente com diversos músicos na região de Augsburgo.
Por cantar um estilo mais sério e por ter em seu palco músicos e instrumentistas renomados, talvez esse também deva ser um dos motivos da vocalista não querer falar sobre um projeto descompromissado de euro-ragga / freestyle que ela participou nos anos 90...
Não sei se é o caso dela, mas muitos vocalistas sentem vergonha ao citar que a Dance Music foi o seu "ganha-pão" nos anos 90 ou 2000.
Talvez não seja tão interessante para Christina Bianco... relembrar o público alemão que gravou essas músicas, inclusive uma chamada "Pussy Lover Man" (1997).
CHRISTINA BIANCO ATUALMENTE
Christina Bianco hoje aos seus 53 anos está mais envolvida com o Soul, músicas de orquestras, sons acústicos...
Além dos álbuns do Pandera (já citados acima), a cantora gravou no mínimo mais 8 discos. Em sua carreira solo temos dois registros oficiais:"My Soul Secrets" e "My Soul Secrets - Live".
Adicione também 3 álbuns com Cash-n-go; o disco "Outback - The Sound Of Australia" (uma parceria com Nik Reich & Jaro Messerschmidt – seu marido); além de uma participação noBrother Joscephus And The Love Revival Revolution Orchestra – que rendeu dois álbuns nos anos 2000.
Aqui nesse vídeo de 2014, Christina Bianco se apresenta com a banda Nu Secrets, cantando totalmente ao vivo a música "Soul Food To Go":
Christina Bianco & Nu Secrets - "Soul food to go"
Diferente de Whigfield, Surama K, Corona, J.K., Randy Bush... pelo menos vemos que a voz é realmente de Christina Bianco, e que ela sabe cantar muito bem ao vivo e sem enrolar o público.
Divirtam-se com o melhor do Euro-ragga e com o som pulsante do Freestyle que só o PANDERA soube fazer!
Na minha opinião, os produtores do Pandera foram muito felizes (e corajosos) ao criarem esse projeto que mescla estes dois estilos musicais tão diferentes...
Aliás, os públicos desses gêneros também são bem diferentes um do outro...
O Pandera se arriscou ao trocar de gênero em 1997, quando lançaram a faixa "In My Dreams", mas continuou nos brindando, sem medo, vários singles super dançantes... Sempre oscilando nestes dois gêneros, mas permanecendo com a mesma qualidade!!
Não, desta vez não estamos falando da vocalista do DC Project.
Essa Alexa é uma assistente virtual desenvolvida pela Amazon, capaz de interagir com a nossa voz e fazer quase "tudo o que pedimos", como tocar músicas, fazer listas de afazeres, definir alarmes, transmitir podcasts, reproduzir audiolivros, fornecer previsão sobre o tempo, trânsito...e outras informações em tempo real. É basicamente como funciona outros assistentes virtuais, como Siri, Cortana ou Google Assistente.
Então, agora vem onde eu quero chegar. Se você utiliza a Alexa, saiba que o nosso Blog também tem uma skill e que pode ler para você todas as nossas postagens, basta solicitar à ela.
Exemplo:
"Alexa, leia Rikardo Blog"
Página do Amazon - Skill Rikardo Blog
Essa skill foi gentilmente criada pelo amigo Joe Carvalho, mais conhecido também como DarkSide Joe (quem conhece o canal O Som do K7 do Erik Rizzatto deve conhecê-lo, pois é um grande participante e colaborador).
Se você, querido leitor deste Blog, quer descansar um pouco os olhos e escutar a Alexa lhe contando as nossas notícias, então pode ativar a nossa skill (gratuitamente) aqui neste link:
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-RIKARDO ROCHA
O QUE É EURODANCE?
Pulsação, palpitação, batimento, pancada, movimento de contração e dilatação do coração e artérias.
Eurodance foi, e ainda é isso aí. O contínuo e sequenciado batimento de um pulso agindo sobre o corpo.
A FORÇA DA DANCE MUSIC NO BRASIL
Você sabe quem é esse cara? Ele foi o operador responsável pelas montagens e edições do programa "As Sete Melhores" da rádio Jovem Pan. Seu nome é Evandro "Piccolino", e foi ele que gravou aquela vinheta clássica "Atenção emissoras da Rede Jovem Pan Sat, aumente o volume e prepare-se, em sete segundos..."
DANCE, TRANCE, TECHNO, HOUSE, JUNGLE...
Qualquer uma das definições acima se aplica a um mesmo modo de fazer música. Com o sintetizador pode-se produzir uma infinidade de sequências rítmicas e requintá-las com samples, bases instrumentais e vocais hipnotizantes.
A IMPORTÂNCIA DO DJ
A figura do DJ se faz presente para unir as músicas em um só conjunto. Para isso, ele tem o controle das BATIDAS POR MINUTO (as B.P.M.'s). Manipulando-as, ele cola as músicas, gerando unidade para a massa dançante, que não se prende a qualquer estilo. As pessoas então podem dançar ininterruptamente, pois é como se a música não terminasse, graças a essa colagem intitulada de mixagem.
E quem dança não tem nenhuma obrigação de seguir padrões, somente o pulso que a Dance Music nos proporciona.
A ORIGEM, OS ARTISTAS E UM POUCO DA HISTÓRIA DA EURODANCE NO BRASIL
DJ Iraí Campos e seu filho Bruno, em 1995
Iraí Campos é DJ, empresário e foi dono da inesquecível Fieldzz Discos
Eurodance é a música eletrônica feita na Europa e surgiu influenciada pela Disco Music dos anos 70. Os elementos da eurodance vieram basicamente de Giorgio Moroder, um dos produtores mais renomados das discotecas (entre os diversos artistas que ele produziu, podemos citar Donna Summer, a rainha da Disco Music).
Nos anos 80 esse tipo de música dançante ficou forte na Itália, com a ítalodisco, mas outros países como Inglaterra, Alemanha e Suécia também produziram suas eurodiscos e juntos fizeram muito sucesso em várias nações do planeta.
Já no final dos anos 80, vieram novos produtores e um novo ritmo, algo mais acelerado contagiou rapidamente as pistas: a House Music.
Pronto, aí também vieram Technotronic, Snap!, Real McCoy, Masterboy, Capella, 2 Unlimited, 2 Brothers On The 4th Floor...
E assim, a vertente Eurodance era estabelecida nos 5 continentes mundiais.
DJ Badinha ao centro, com Tommy Schleh (Masterboy) e Stay-C (Twenty 4 Seven) em 1995 (Close -Up Festival).
DJ Badinha foi um dos DJ's mais importantes da década de 90 e ajudou excessivamente na divulgação do Eurodance naquele produtivo e rico período.
De 1992 até 1995 vivemos o auge do Eurodance no Brasil, embora tivemos também algumas surpresas agradáveis surgidas em outros anos, como Gala, Vengaboys, Aqua, Eiffel 65, Alice DJ, e muitos outros.
A Itália foi um dos países que mais se dedicou ao gênero nessa década, e aqui no Brasil, esse "spaghetti" foi muito bem aceito e consumido pelas rádios e clubs...
Artistas italianos como Alexia, Double You, Taleesa e Ken Laszlo viraram figurinhas carimbadas de nosso público.
Corona, Simone Jackson (vocal do Netzwerk) e Alexia no Brasil em 1995
Outros que atingiram boa popularidade por aqui foram aqueles projetos "fakes", como Whigfield, Randy Bush e Corona, que também vieram para cá fazer seus shows de playbacks (enquanto as vocalistas originais ficavam lá na Itália).
Sim, naquela época a gente acreditava que essas modelos eram as verdadeiras cantoras nos palcos, capas de discos e vídeos... mas na realidade, isso era apenas uma "farsa", uma prática antiga muito usada igualmente na italodisco, ou seja, era um legítimo fruto dessa mesma genética.
Nos anos 80, por exemplo, Den Harrow, Valerie Dore, Fun Fun e muitos outros também ofereciam muitos rostos de boa aparência em suas capas de discos, mas estes não cantavam uma nota sequer!
Jingle veiculado na Jovem Pan em 1997, destacando as novas músicas de Spice Girls, Whigfield, Gala, Angelina, entre outras
Apesar dessas farsas, o eurodance soube divertir e alegrar o seu público nos anos 90, além de fazer muitos DJs ganharem bastante espaço no mercado da música.
DJs renomados como David Guetta, Tiësto, Calvin Harris, e tantos outros da atualidade, conseguiram conquistar o seu espaço graças também ao empenho desses profissionais que vieram antes.
Muitas portas se abriram com o advento do Eurodance, e muitos adolescentes foram felizes ao participarem de suas primeiras raves, de seus primeiros festivais e de suas inesquecíveis matinês.
Teve muita farsa sim, modelos dublando para seus fã-clubes, mas não podemos nos esquecer das pessoas verdadeiramente talentosas, esforçadas e dedicadas. Outros nomes que não dá para deixar de citar são os dos lendários Culture Beat, Undercover, Loft, DJ Bobo, Ace Of Base, Fun Factory, La Bouche, Ice MC, Captain Hollywood, Nicki French, Haddaway, e etc. Todos ajudaram a escrever essa fantástica história, numa época sem celular, sem internet, sem serviços de streams...
EMPRESAS BRASILEIRAS QUE APOSTARAM NO EURODANCE
Trio Paradoxx Music: Nilton, Silvio Arnaldo e Luis
Eles eram os empresários da icônica gravadora Paradoxx Music, que ajudou a fortalecer a Dance Music no Brasil!!!
Gravadoras como Fieldzz Discos, Spotlight Records, Building Records e Paradoxx Music foram importantes empresas que ajudaram a difundir o gênero no país. Qual jovem brasileiro dos anos 90 que nunca comprou algum CD, K7 ou vinil de dance music???
Time Spotlight: Christovam, William Naraine (Double You), René Michel e Kaká
Participação especial de Iraí Campos (Fieldzz Discos)
Rádios como a Jovem Pan foram mais que essenciais. Programas como "As 7 Melhores", "Maxi Pan" e "Ritmo da Noite" fizeram história. Outras emissoras também desempenharam um importante papel, como a 97 FM (atual Energia 97), Metropolitana, Nova FM e Transamérica (principalmente com seu programa "Adrenalina").
Tutinha - o "dono" da Jovem Pan - e Alexandre Hovoruski
Sem dúvidas, Tutinha foi um grande visionário ao apostar na Dance Music na década de 90, colaborando muito com o crescimento da cena brasileira.
Alexandre Hovoruski foi Diretor Artístico da emissora nessa época, por isso seu nome ficou tão marcado entre os fãs das coletâneas da rádio, pois estava sempre creditado nos versos:
"Seleção de Repertório: Alexandre Hovoruski"
DJ Rodrigo Vieira e DJ Ricardo Guedes
Djs brasileiros? É lógico que eles colaboraram, e muito! Nessa lista podemos incluir DJ Ronaldinho, Torrada, Ricardo Guedes (RIP), Mauro Borges (RIP), Badinha, Ronaldo Gasparian, Alessandro Tausz, Iraí Campos, Kesinho, Raidi Rebello, entre muitos outros.
Muita gente fez a Dance Music acontecer em nosso país, e esse é apenas um resumo do que ela conquistou aqui.
É lógico que em nossas próximas publicações teremos mais homenagens à todos estes importantes colaboradores...
TIËSTO - "THE BUSINESS" (2020): "SONHOS QUE TEMOS, NUNCA DESAPARECEM"
"Então vamos começar, vamos ao que interessa"
Em setembro de 2020 um fenômeno aconteceu. DJs de todo o mundo recebiam o novo single do famoso e universal Tiësto - "The Business", que hoje é um dos sons mais tocados nas rádios e plataformas digitais do mundo inteiro. Poderia ser diferente? Sim, poderia ser melhor ainda, caso não tivéssemos vivendo um ano pandêmico, "The Business" poderia estar também entre as mais tocadas nos clubs mundiais...
Essa é mais uma ótima surpresa vinda do veterano e premiado produtor holandês Tiësto (Tijs Michiel Verwest), que consegue nos provar - aos seus 52 anos de idade - que ainda está em plena forma depois de tantos singles de sucesso ao longo de sua bela trajetória na Dance Music.
Apenas para se ter uma ideia, esta atual faixa de Tiësto está com mais de 300 milhões de transmissões no Spotify e 80 milhões de visualizações no Youtube, ou seja, já é um dos maiores hits da carreira do DJ / Produtor.
DJ e produtor Tiësto - Um dos mais premiados e prestigiados do Mundo
Este single, que alcançou o primeiro lugar em vendas digitais no chart Dance/Eletrônico da Billboard e entrou no Top 50 de 25 países no Spotify, agora também ganha uma nova roupagem chamada "The Business II", trazendo vocais adicionados do rapper Ty Dolla Sign.
Mas na minha humilde opinião, nada supera a versão original que já é super eficiente e cumpre muito bem com o seu papel: tocar na alma do ouvinte e fazê-lo dançar.
Esse "remix" novo é apenas um método para fazer a música subir mais ainda nos gráficos (o verão europeu está começando), além de atingir outros públicos (já que a participação agora é de um rapper).
Continuando com o meu ponto de vista, nem Tiësto esperava esse sucesso tão grande de "The Business", e agora ele quer trabalhar de todas as formas possíveis para aproveitar esse boom repentino. Então ele contratou esse rapper, acrescentou alguns trechos na letra e soltou a nova versão, que não ficou ruim ou perdeu sua essência, mas a original é bem melhor...
Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.
-RIKARDO ROCHA
COMEÇANDO OS TRABALHOS
Apesar da primeira versão trazer um cantor desconhecido, a voz dele consegue fazer uma conexão com o público das noites, dando um tom sombrio à música e uma atmosfera perfeita para quem gosta da verdadeira balada.
Esse cantor, que não recebeu destaque algum no single, é James "Yami" Bell, que pouco (ou quase nada) falaram sobre ele.
Não sabe de que música estamos falando? Aposto que você deve tê-la ouvido por aí, pois é até agora um dos hits mais tocados neste 2021. A melodia melancólica e introspectiva, uma vez que tocada, não há como sair de você!!!
Como uma maldição (ou seria uma benção?) você vai se pegar cantando: "Let's get down, let's get down to business..."
Detalhe para o vídeo abaixo, traduzido pela própria Warner Music Brasil:
Tiësto - "The Business" (2020)
Video Oficial - Legendado em PT
Como de costume, o cantor não aparece em cena, nem ao menos o produtor. Os responsáveis resolveram contratar um casal de dançarinos que protagonizam o vídeo... Então vemos uma garota ressuscitar um rapaz num necrotério e ela passa a noite inteira com ele, um zumbizão dançando pela cidade. O vídeo é interessante, o rapaz dança bem, mas dá aquela impressão de que nada desse material tem a ver com a letra... Ou será que a mensagem está em metáforas e eu não consegui traduzi-las? (EDIT: Assisti mais uma vez e cheguei numa conclusão - Existe um conceito no vídeo que precisa ser interpretado: O zumbi seria a pessoa da relação que aceita as humilhações de sua amada, mas não tem coragem de finalizar o relacionamento. Ele vai aguentando tudo, até que no final ele consegue se libertar e sair dessa relação abusiva. Você consegue entender isso depois de ler a entrevista abaixo com o compositor/vocalista, onde ele comenta sobre o que a letra significa, então as cenas do vídeo vão fazendo mais sentido. No início, a moça ressuscita o zumbi pois ele deixava-a conduzir a relação; eles terminavam mas ela sempre voltava pra ele quando achava vantajoso).
É um bom vídeo, principalmente se você gostou do estilo mórbido visto em The Soundlovers - "Run-Away" (1997)
The Soundlovers - "Run-Away" (1997)
Vídeo Oficial
QUEM É O VOCALISTA DESSA VERSÃO ORIGINAL??
Ele é o vocalista de um dos maiores hits do momento
Muitos sites (inclusive brasileiros) destacaram bastante a música nos últimos meses (o que é muito bom, inclusive), mas ninguém falou sobre o vocalista / compositor de "The Business" em notícias e matérias veiculadas... É muito fácil você encontrar por aí informações sobre Tiësto, Ty Dolla Sign (vocalista da nova versão) ou sobre outros DJs famosos que fizeram suas novas versões... Mas, e a pessoa que colaborou com sua letra e voz? Por que ninguém cita essa voz que está no topo das paradas?
Ele é James "Yami" Bell, que apesar de cantar desde a sua infância, esteve trabalhando mais como compositor para alguns cantores. "The Business" foi um trabalho que ele escreveu ao lado de outros compositores, como Anton Rundberg e Julia Karlsson, porém nesse caso, foi também a primeira canção que James Bell gravou com a sua voz.
O nome completo dele é James Michael George Bell, tem 28 anos, nasceu na cidade de Reading e atualmente mora em Londres, no Reino Unido. Outra coisa que percebemos, é que esse artista não é muito popular e também não apresenta aquela imagem "padrãozinha" que a mídia quer empurrar aos jovens da atualidade. Apesar disso, James "Yami" Bell é muito talentoso, canta, escreve, toca violão, piano, gaita e tem um contrato com a BMG desde 2018.
James "Yami" Bell:
O artista que colaborou com letra e voz para "The Business" (Tiësto)
Antes de trabalhar na BMG (como compositor criativo), ele trabalhou na área da Tecnologia da Informação, passou ainda por uma floricultura e foi garçom numa pousada de sua cidade natal.
James tinha cerca de 22 anos quando começou a escrever canções, ao mesmo tempo em que trabalhava nesses empregos. Quando já estava com 25 anos, ele assinou o seu primeiro contrato com a BMG e, desde então, escreveu para vários artistas, incluindo AJ Mitchell, Ava Max, Lewis Blissett, TY Dolla Sign, Yungblud, Polo G, PrettyMuch e KSI.
Ao jornal britânico "Henley Standard", ele deu uma entrevista (matéria publicada em 12 de março desse ano), e disse que estava muito feliz com esse sucesso:
“Estou muito grato e é tão irreal tudo o que está acontecendo agora. Sempre acreditamos que somos bons o suficiente para fazer X, Y ou Z, mas quando realmente acontece você fica tipo, 'Não acredito, isso é loucura'. Sinto-me um privilegiado, pois alguns músicos nunca chegam a este ponto em suas carreiras” - James Bell
Matéria no Jornal Henley Standard
Obrigado à Thalles Soares
Bell, que canta desde criança, complementou dizendo que o objetivo de "The Business" é falar sobre a tentativa que temos de consertar alguns relacionamentos que não tem mais futuro, que o melhor a se fazer é finalizar e não insistir nessas relações, principalmente se somos maltratados.
"Trata-se de não perder tempo resolvendo esses problemas que não tem mais solução, tem que começar a trabalhar, agir e olhar para a frente" - James Bell
Uma curiosidade, é que os compositores demoraram apenas duas horas para escrever "The Business".
“Escrevemos a música rapidamente, pois eu precisava pegar um vôo naquele dia e estava com pressa”, disse Bell. "Tenho uma gravação minha tocando no mundo, e essa música foi feita enquanto comia um pacote de sushi com molho de amendoim. Estava abrindo e despejando molho de amendoim, cantando: 'Vamos ao que interessa'. Muitas músicas minhas são feitas comendo molho de amendoim e eu mantenho isso." - James Bell
James Bell
Sobre essa composição da faixa, o artista informou que aconteceu há cerca de dois anos e que ele já havia se esquecido desse trabalho, até que a música começou a subir nas paradas de 2020.
O rapaz disse ainda: “Quando Tiësto ouviu a música pela primeira vez, demorou uma semana para ele gravá-la. Foi muito estranho, pois eu não tinha ouvido a música da maneira como ele a ouviu - ele teve uma ideia na cabeça e a seguiu. Quando eu ouvi pela primeira vez, pensei, 'Oh, isso pode ser bom e algo que as pessoas possam gostar'. Então foi #1 em alguns países, e é loucura, pois ganhou ouro no Canadá. É a primeira música minha que se saiu tão bem nas paradas internacionais.”
Ele ressaltou na entrevista que, foi "insano" ouvir a sua voz na música: "É muito diferente de apenas escrever a música. As pessoas querem comprar sua música e isso é incrível, mas quando elas gostam de sua voz, isso é muito melhor, parece tão pessoal."
O britânico mora com seu pai Robert Bell (advogado), com sua mãe Rebecca Bell (cantora soprano) e com seu irmão Henry (de 20 anos).
Sua mãe também é uma nadadora, então a sua equipe de natação resolveu homenageá-la recentemente:
"Às vezes não se trata apenas de nadar ... estamos super orgulhosos de nossa maravilhosa colega de equipe Rebecca Bell e seu filho Yami Bell, que atualmente está em #3 nas paradas com o DJ Tiësto e 'The Business'. Grande acontecimento!!"
A Sra Bell dirige o coro infantil da Igreja de Todos os Santos e também é organista. James Bell então explica a origem de sua veia artística: “Comecei a fazer ópera e canto clássico sob o olhar atento de minha mãe, que costumava fazer muitas apresentações. Minha mãe dirige muitos coros e ela sempre quis que eu recebesse uma boa educação musical, então tiro o chapéu para ela.”
E a mãe de James Bell gostou de "The Business": "É uma música estrondosa - eu adoro e escuto o tempo todo. É incrivelmente cativante e as pessoas elogiam bastante. Eu me acostumei com 'Jamie' no rádio, ainda tenho amigos e familiares que me ligam para dizer que ouviram meu filho - ele está em todo o mundo. Ele sempre amou compor e quando ele saiu da escola se voltou para isso. 'Jamie' escreveu muitas músicas, mas nada que contasse com sua própria voz, então esta é a sua primeira vez, e é um grande feito. Eu queria que ele cantasse mais, que mostrasse a sua voz em todas as suas músicas, mas ele tem orgulho de ser, às vezes, só o compositor também."
Ele planeja cantar mais músicas em breve....
Recentemente James Bell escreveu também uma música chamada "Medicine", cantada por James Arthur e que está se destacando no Reino Unido.
Mas o cantor / compositor de "The Business" deseja gravar e lançar a sua própria música em breve, dizendo que gosta de escrever todos os gêneros e acreditando que não existe uma maneira "certa" de criar uma música.
James Bell está por enquanto maravilhado com todo o sucesso que sua música ganhou recentemente e agradece:
"Eu não tinha uma música no top 10 antes, então obrigado à todos vocês pelo streaming e por comprá-la. Com a abertura em breve dos clubs, gostaria muito que a música fosse tocada. Esperamos que a música tenha um outro impacto nesse nosso verão europeu.”
E se você ainda não experimentou a força de "The Business", pode conferir, é o tipo de música que levanta até defunto.
AGRADECIMENTOS:
Obrigado à Thalles Soares, por enviar a matéria do Jornal.
PAUL PARKER & ANGIE GOLD - "I FINALLY FOUND SOMEONE" (1997): UMA VERSÃO QUE AINDA CAUSA SUSPIROS
Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.
-RIKARDO ROCHA
Um dueto que emocionou e fez muita gente dançar nas noites de 1997!!
Diante de tantas regravações bem sucedidas na Eurodance, como as de Nicki French, Undercover, Suzann Rye e Ken Laszlo, é lógico que alguém iria fazer uma versão dance para essa balada romântica também, não é mesmo? Era só uma questão de tempo!
"I Finally Found Someone" é cantada originalmente pelos astros internacionais Barbra Streisand & Brian Addams, sendo também trilha sonora do filme "O Espelho Tem Duas Faces", de 1996 (Barbra é uma das protagonistas).
O longa-metragem foi bem popular nos cinemas brasileiros e víamos o seu teaser muitas vezes em suas transmissões diárias pela TV, mas quanto a música oficial... bem, eu acho que não foi muito conhecida na época... Pelo menos eu nunca a ouvi tocar nas rádios.
Mas a versão Eurodance, produzida em 1997... Ah, essa tocou muito na Jovem Pan e nas danceterias da época!! Puxa, quem que não se lembra dessa maravilhosa versão?
Também saiu em diversas coletâneas da Building Records, e praticamente foi a faixa que me impulsionou a comprar o meu 1º CD da gravadora: "MAXI PAN VOL. 2" (que trazia ainda outros hits espetaculares, como as belíssimas Kelly B - "Love Like Never Before" e SIU - "Its' So Easy").
Literalmente é uma das músicas que melhor traduziu o ano de 1997!!!
Automaticamente cantamos junto com a dupla:
"Someone...Ooooooooh yeaahh"
A música foi lançada no Brasil em junho de 1997, e em agosto começou a despontar nas paradas. Atingiu o #8 nas noites de São Paulo (Outubro de 1997), seu pico máximo. Na Jovem Pan, a maior rede de rádios do Brasil, conseguiu o #9 no chart das mais tocadas em setembro de 1997.
QUEM SÃO ELES?
Essa versão dançante foi criada pelo produtor Ian Anthony Stephens, um especialista no gênero Dance e que produziu muito nos anos 80 e 90, como a épica Abigail - "Dont You Wanna Know?" (1994), além de outras inúmeras releituras de grandes clássicos da música pop.
Abigail - "Dont You Wanna Know?" (1994)
A música foi escrita e produzida por Ian Anthony Stephens, um grande talento das produções... Repare que a base lembra bastante a produção de "I Finally Found Someone", principalmente os teclados...
Ah, e essa faixa também está no CD "Maxi Pan Vol. 2"
Então juntamente com o selo Klone Records, Stephens resolveu trazer Paul Parker e Angie Gold, numa cartada certeira para esse seu mais recente trabalho.
Para a revista DJ Sound (nº84, 1998), Angie Gold disse: "Me ligaram de Londres, onde eu estava praticamente de férias, e em 48 horas eu já aterrissava em solo californiano. Em três dias a música estava pronta".
Contatei Angie Gold, para que ela nos falasse mais a respeito dessa querida e nostálgica produção, e perguntei à ela se conheceu pessoalmente o cantor Paul Parker, então ela disse: "Não ,,,,, eu fiz minha parte no estúdio de gravação de Londres e Paul em San Francisco."
Mas peraê! É impressão minha ou as informações da DJ Sound estão meio desencontradas? Pois a revista nos deu a entender que Angie Gold foi fazer as gravações na Califórnia... enquanto a própria cantora nos afirma que gravou em Londres mesmo...
O trio que fez "I Finally Found Someone" brilhar nas pistas!
Angie ainda complementou dizendo que até hoje não conheceu pessoalmente Paul Parker... E sabe, é engraçado saber disso só agora pois eu sempre senti muita química nesse dueto, sempre encontrei muita profundidade nessas duas interpretações, então é estranho pensar que eles nunca se viram pessoalmente (e que muito menos pisaram juntos num estúdio de gravação...).
Na DJ Sound havia ainda mais informações, e era sobre a repercussão positiva que a música obteve em 1997, que "os dois cantores foram pegos de surpresa com este sucesso".
O produtor Stephens adiantava na curta matéria que não teria um novo single entre eles, muito menos um álbum, justificando a distância que separa Paul Parker (que mora nos EUA) e Angie Gold (Reino Unido).
Stephens ainda disse: "Na maioria dos fins de semanas nós contatamos Angie e trocamos algumas ideias sobre um possível novo trabalho. Nós estamos à procura de um novo bom single para gravá-lo já no início deste ano".
Paul Parker
Bom, sobre uma nova parceria com Paul Parker, isso jamais aconteceu novamente, porém Angie lançou muitos outros singles com este seu produtor, e alguns até se tornaram bem conhecidos entre os fãs de eurodance...
Sabe aquela versão dance de "You Learn" da Alanis Morissette, que foi lançada em 1996 sob o nome de ANGELINA?? Então, essa música me deixou confuso naquele ano, pois automaticamente co-relacionava com a Angelina de "Release Me", mas na realidade se trata novamente dela: Angie Gold.
Basicamente "Angie Gold" é um dos pseudônimos de Angelina Fiorina Kyte, seu verdadeiro nome, e ela se iniciou como cantora há muito mais tempo que a Angelina do freestyle...
ANGIE GOLD
A voz de muitos singles dançantes do Reino Unido
Nascida em Manchester (Reino Unido), no dia 08 de novembro de 1959, Angelina Fiorina Kyte começou a se apresentar nos clubs aos 8 anos de idade, e aos 17 fez a sua primeira apresentação num programa de TV.
Em 1978, ela ainda lançou um single na Alemanha pela Polydor, chamado "Der schönste Tag". Já aos seus 22 anos, participou de um programa de TV aos sábados à noite chamado "Search for a Star", onde foi vista pela gravadora CBS / Epic Sony, que a convidou para assinar um contrato.
Com esse suporte, ela lançou o seu primeiro trabalho oficial como “Angie Gold”: um single chamado "Every Home Should Have One". Depois ela lançou também o seu 1º álbum, em 1982.
Angie Gold em 1982
A partir daí, "Angie Gold" investiu totalmente nesse nome artístico, embora também usasse outros pseudônimos, como fazia qualquer outro artista da cena dance européia...
Seu segundo álbum não demorou muito, e com ele veio também uma canção intitulada "Get It Over With", que fez bastante sucesso no Japão. Na verdade, Angie Gold tem uma relação bem íntima com o público japonês, pois a maioria de suas canções sempre foram bem conhecidas por lá.
Em 1985, a cantora lançou "Eat You Up", que teve um bom desempenho na “Billboard Disco Chart”, e sendo um de seus mais memoráveis trabalhos. Nesse ano, ela também se destacou com uma versão em inglês para um hit japonês, intitulado de "Dancing Hero" (cover de Yōko Oginome), e conquistando quatro semanas consecutivas no topo dos charts.
Com o passar dos anos, Angie Gold lançou dezenas de singles de relativos sucessos, além realizar também várias parcerias com alguns grupos, como People Like Us, Girlfriends, Illusive, Stepsisters, Suns Of Shiva, e etc... mas aqui no Brasil, a britânica só se tornou conhecida mesmo graças à linda versão de "I Finally Found Someone":
Paul Parker & Angie Gold - "I Finally Found Someone"
Indicação na coluna "Dance Floor", em junho de 1997
Angie Gold cantou várias músicas de Dance Music, lançadas aqui no Brasil pela Building Records
Outras músicas de Angie Gold também chegaram por aqui, como as regravações de Madonna, "Into The Groove" e "You'll See", mas distribuídas sob o nome de Prima... Lembraram dessas tracks, né??
Inclusive, a sua versão para "Into The Groove" é maravilhosa e também está na coletânea "Maxi Pan Vol. 2".
Prima - "Into The Groove / You'll See"
Indicação na coluna "Dance Floor", em setembro de 1997
Prima - "Into The Groove" (1997)
Desculpe Madonna, mas eu prefiro a sua prima!
Outro projeto que tem a sua voz é Princess Paragon, que possui faixas conhecidas como "Kiss The Rain" (1998), regravação dance de Billie Myers e que chegou a tocar nas danceterias brasileiras, assim como algumas rádios. Sobre esses variados pseudônimos, ela justifica:
"Ao mesmo tempo em que eu trabalhava como Angie Gold, estive envolvida na gravação de muitas outras produções, então a minha gravadora decidiu usar diferentes nomes para mim, como PRINCESS PARAGON e PRIMA. Os dois também tiveram muito sucesso, e o Prima teve um hit Nº 1 na Billboard dos EUA com "DONT CRY FOR ME ARGENTINA", e PRINCESS PARAGON, com "ANGEL OF MINE" e "KISS THE RAIN", além de outras canções. Todas essas músicas foram produzidas pelo meu amigo e talentoso Ian Anthony Stephens."
-Angie Gold
Princess Paragon - "Kiss The Rain" (1998)
Indicação na coluna "Dance Floor", em julho de 1998
Além de se simpatizar com o público japonês, a vocalista tem uma boa relação com o público LGBT do Reino Unido, que a reverencia como uma "Diva - Gay". Angie Gold sempre esteve colaborando com as causas desse grupo, assim como participando de campanhas solidárias e doando parte de seus rendimentos às instituições que tratam de soropositivos.
Ela está atualmente com 61 anos de idade e morando em Marbella, na Espanha.
Sobre a sua colaboração (à distância) com Paul Parker, surgiu pois seu produtor também trabalhava com o cantor (nessa época), e para Stephens, ela foi a voz ideal para cantar com Paul.
Ao todo, Angie Gold lançou 5 álbuns oficiais e dezenas de singles, numa carreira que continua à todo vapor, sempre realizando shows e participações em eventos pelo mundo afora.
Veja um vídeo de 2012 da artista, onde canta absolutamente ao vivo:
Angie Gold - "Eat You Up" (Live In Blackpool Gaypride 2012)
PAUL PARKER
Se Angie Gold é um ícone gay, o cantor Paul Parker também não fica muito atrás... já que ele é assumidamente gay e ativamente participante da cena LGBT americana.
Assim como Angie Gold, ele praticamente não menciona o sucesso de "I Finally Found Someone" pois este só foi um projeto isolado da dupla, fora que ambos possuem músicas bem mais sucedidas em suas carreiras...
Aliás, o seu maior sucesso é "Right On Target" (1982), que alcançou o primeiro lugar nas paradas Hot Dance Music / Club Play:
Paul Parker - "Right on Target" (1982)
Ótima canção e muito tocada na rádio holandesa de ítalodisco Stad Den Haag
"Right on Target" é uma canção de 1982 e lançada pela Megatone Records. Foi produzida e escrita pelo lendário Patrick Cowley, um compositor e multi-instrumentista norte-americano de disco music, que ao lado de Giorgio Moroder, é considerado um dos pioneiros da música eletrônica.
Patrick Cowley queria uma voz que soasse como a de um homem negro, mas como Paul Parker era seu amigo, ele cantou tentando atingir a esse objetivo e foi um sucesso total. Foi o primeiro single do álbum "Too Much To Dream", e também o seu primeiro e mais bem-sucedido single nos charts, sendo #1 por duas semanas.
A carreira de Paul Parker é bem semelhante com a de Angie Gold, eles basicamente cantam no mesmo gênero musical (Hi-NRG Disco) e se iniciaram profissionalmente na mesma época. Ele também é conhecido por sua entrega energeticamente masculina, por sua voz forte e potente, e por ter um comportamento bem-humorado, tais características que conquistaram fãs leais na Europa, Austrália e alguns países americanos.
Em 2019, por exemplo, ele esteve se apresentando na Argentina, onde é muito conhecido e respeitado: "Fui convidado para vários programas de rádio e fiz uma aparição na TV num dos programas matinais. Pediram-me para cantar em todos os lugares que eu ia e, felizmente, minha voz resistiu, mesmo com a viagem cansativa ... Viagem maravilhosa! Obrigado novamente à todos os meus amigos de Buenos Aires!"
-Paul Parker
Ele tem mais músicas conhecidas pelo mundo, mas aqui no Brasil é somente lembrado pela versão dance de “I Finally Found Someone”...
Se o italiano Ken Laszlo é uma lenda da Italodisco, considere Paul Parker uma das lendas vivas da Hi-NRG americana!! Ele também é muito querido no México e está sempre indo à América Central realizar seus shows, onde é muito aplaudido.
Uma curiosidade, é que não existem informações sobre a sua data de nascimento, o que é uma pena... (é sempre muito bom saber a idade atual dos nossos vocalistas favoritos dos anos 90), mas pelas contas ele deve estar na casa dos 70 anos.
Paul Parker continua morando nos EUA, na Califórnia.
Ao todo, o cantor lançou 4 álbuns oficiais e dezenas de singles, numa carreira que continua firme e forte até hoje. Ou melhor, "Pushing too hard", como diz uma de suas músicas.
PAUL PARKER E ANGIE GOLD ATUAMENTE
Paul Parker em 2019 e Angie Gold em 2020
Sucesso e vida longa à esse casal que tanto embalou as nossas festinhas nos anos 90, as melhores de nossas vidas!!! E obrigado à eles por nos conceder tantas emoções!!