sábado, 3 de fevereiro de 2024

DJ JUANITO, PRODUTOR DA LINA SANTIAGO (FEELS SO GOOD)

ENTREVISTA EXCLUSIVA COM DJ JUANITO (EX-PRODUTOR DE LINA SANTIAGO)

DJ Juanito atualmente 
"O maior risco da vida é não correr um" (citação favorita)

Essa é mais uma entrevista que o Blog teve muito orgulho em realizar! Trata-se de um bate-papo com um dos meus primeiros ídolos dos anos 90: DJ Juanito

Bom, nos anos 90, como vocês sabem, os produtores não tinham tanta fama e reconhecimento como vemos hoje em dia, os destaques ficavam 100% com os cantores (ou modelos - no caso de projetos fakes como Whigfield, Corona, Randy Bush...), mas DJ Juanito teve uma considerável fama entre os fãs de Dance Music, e talvez seja um dos primeiros produtores a ter este reconhecimento que muitos tem atualmente.

Bora para mais uma??


Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.

-RIKARDO ROCHA


RIKARDO: DJ Juanito, quem foram os músicos que te inspiraram a se tornar um produtor musical? 

DJ JUANITO: Não comecei como produtor, comecei como DJ... mas, acho que a música que me inspirou a ser músico foi o FREESTYLE dos anos 80! Todos aqueles sucessos! 

RIKARDO: Em 1995 você fez o maior sucesso com Lina Santiago na música "Feels So Good" e agora lançou uma versão nova deste grande clássico. Como seus fãs responderam a esta nova versão? 

DJ JUANITO: As pessoas que ouviram gostaram muito, mas ainda temos que ver o que os fãs acham! Eu mal divulgo os meus novos trabalhos ao público!

RIKARDO: Nesta versão nova de “Feels So Good” temos a voz de Christina Marie... Como você a conheceu? 

DJ JUANITO: Eu a conheci há alguns anos, ela é uma garota de São Francisco aqui onde moro. Ela também vem do estilo FREESTYLE... 

RIKARDO: Hoje em dia muitos produtores vêm regravando músicas dos anos 90, ou inserindo samples desses antigos sucessos em produções atuais. Qual a sua opinião sobre isso? Os anos 90 estão de volta? 

DJ JUANITO: Oh sim! Muitas músicas hoje têm sons e inspirações dos hits dos anos 90! Acho que os anos 90 foram ótimos para o House e os produtores da atualidade sabem disso! Começamos neste movimento, que hoje é chamado de EDM! Para nós era apenas House Music ou Nu Freestyle.


Outdoor com anúncio do álbum de Lina Santiago, nos EUA (1996)

RIKARDO: Como você conheceu a cantora Lina Santiago? 

DJ JUANITO: Eu a conheci em Hollywood, Califórnia (Los Angeles). Meu amigo Tony Ramirez a trouxe para o meu selo, Groove Nation Records. 

RIKARDO: Quando foi a última vez que você conversou com a Lina Santiago? Vocês continuam sendo amigos? 

DJ JUANITO: Nos conversamos pela última vez nos anos 90! Infelizmente a gente se desentendeu.


Lina Santiago - "Feels So Good" (Video Official)
Na época, a cantora não tinha nem 18 anos de idade...

RIKARDO: DJ Juanito e Lina Santiago fizeram um grande sucesso ao redor do mundo, mas nunca mais lançaram nada juntos. Por que a dupla não colaborou novamente? 

DJ JUANITO: Essa questão é muito complicada! O que eu digo para as pessoas que me perguntam sobre isso é que leiam o livro que irei lançar! Um dia detalharei tudo e muito mais sobre a minha vida musical! Não escreverei o meu livro por enquanto porque ainda não terminei a minha missão, acho que estou apenas começando.

RIKARDO: Os charts americanos são bem difíceis de serem alcançados, principalmente quando se trata de artistas latinos, mas nos anos 90 você, DJ Juanito, quebrou essa barreira e conquistou as paradas americanas junto com Planet Soul e Angelina. Como foi isso para você? 

DJ JUANITO: Naquele momento eu não raciocinei direito sobre esta conquista, então não senti nada, pois estava muito focado na música e queria permanecer neste meu objetivo... Só mais tarde é que vi o que fiz! Senti muito orgulho deste meu feito. Nunca na minha vida pensei que a UNIVERSAL RECORDS iria lançar o meu primeiro álbum! Com certeza foi um sonho realizado!


DJ Juanito e Lina Santiago chegaram ao #35 da Billboard Hot 100 com o hit "Feels So Good (Show Me Your Love)", e segundo o produtor, a faixa foi lançada pela primeira vez em outubro de 1995. Em novembro/95 Juanito assinou um contrato com a Universal Music, que então passou a distribuir oficialmente o seu single e posteriormente o seu álbum "Lina Santiago - Feels So Good".

RIKARDO: Como surgiu a ideia de produzir "Feels So Good"? Qual foi a sua inspiração? Você pode descrever aos seus fãs brasileiros o processo de produção deste grande e inesquecível hít mundial? 

DJ JUANITO: Eu tinha uma gravadora chamada BUST A GROOVE, era uma gravadora de loops puros e batidas feitas de samples puros... então um dia eu disse ao meu amigo que era hora de produzir e lançar músicas originais. Esse amigo me apresentou a Lina em Hollywood e imediatamente comecei a escrever FEELS SO GOOD. Lina me deu ideias para a música, mas não gostei das ideias. Como eu tinha a batida que eu gostava, gravei em fita cassete e um dia, voltando do estúdio para a minha casa, comecei a ouvir esta batida no som do meu carro e também fui escrevendo a letra ao mesmo tempo! Quando cheguei em casa já tinha a música escrita! Foi a batida, que criei primeiro, que me inspirou a criar FEELS SO GOOD. 

RIKARDO:  Nos anos 90 você também fez outras parcerias que se destacaram, como "A Mover La Colita". Como foi trabalhar com Artie The One Man Party? 

DJ JUANITO: Na verdade, eu não trabalhei com o Artie, ele me deu uma pequena ideia de "A Mover La Colita" mas eu produzi totalmente a música, é simples assim. Mas é claro que ele disse para todo mundo que produziu a música, e eu só dou risada!!


"A Mover La Colita" é um dos maiores sucessos de DJ Juanito e também está na trilha sonora do filme "Nunca Fale com Estranhos" (1995), com Antonio Bandeiras e Rebecca De Morney

RIKARDO: DJ Juanito, você foi o produtor executivo do álbum "Feels So Good" de Lina Santiago, lançado aqui no Brasil pela Universal Music em 1996. Por que a música "Dale que Dale" não foi lançada em CD-Single? Essa música foi muito ouvida em club's e rádios, então o público ainda se pergunta o por que disso... 

DJ JUANITO: Essa foi uma decisão da Universal, eu apenas produzi a música. A gravadora que decidia quais faixas virariam singles.


Lina Santiago e bailarinos, em 1995

RIKARDO: O grande hit “Feels So Good” pertence ao gênero Freestyle/Electro, mas muitas das músicas do álbum de Lina Santiago são românticas e pertencem ao gênero R&B. Essa ideia foi de Lina Santiago, sua ou da gravadora? 

DJ JUANITO: É CLARO QUE NÃO FOI MINHA DECISÃO!! Essa foi a decisão do presidente da Universal Records de Nova York, Daniel Glass! Neste caso, eu insisti que tínhamos que fazer um álbum de DANCE PURO, mas ele insistiu que tínhamos que usar compositores consagrados da indústria (Diane Warren, Emilio Estefan, etc.)! Eu disse a ele que era uma má ideia! Eu tentei fazê-lo entender sobre isso e não concordei sobre ter que criar músicas românticas / lentas para uma cantora que tinha explodido com um hit dançante... mas Glass não me ouviu! No ano seguinte, a Universal o demitiu!

Eu tinha dado uma outra ideia para ele, que também não gostou... Contei para ele se poderíamos colocar o meu nome na capa do disco, como "DJ JUANITO APRESENTA", mas ele me disse que isso nunca iria funcionar... agora é tudo o que mais vemos por aí: David Guetta, Tiesto, John Summit...apresentando vários artistas! Tive essa ideia nos anos 90, quando ninguém estava fazendo isso! 


Daniel Glass (ex-presidente da Universal Music)

RIKARDO: O gênero freestyle teve uma fusão perfeita com a música House/Electro. Você acha que um dia esse mix poderá ter o mesmo efeito que teve nos anos 90? 

DJ JUANITO: NÃO. Mas um dia farei outro Mix Freestyle/EDM para meus fãs! O que vocês do Brasil acham?


RIKARDO: DJ Juanito, para finalizarmos esta entrevista  você poderia deixar uma mensagem aos fãs brasileiros, por favor? Aqui no Brasil muitos DJs começaram a tocar graças aos seus discos...

DJ JUANITO: Sim, eu fiquei sabendo sobre isso...muitos DJ's brasileiros me contaram e eu fico feliz de saber! Hermanos, eu gostaria de fazer um agradecimento muito especial a todos vocês! Eu sei que a maioria dos meus fãs estão aí no Brasil! Muito obrigado a vocês! Tenho trabalhado em muitas músicas novas e espero que vocês possam ouvir e gostar.


"A maioria dos meus fãs estão no Brasil" - DJ Juanito

RIKARDO: Quer deixar suas mídias sociais para que seus fãs brasileiros possam te seguir? 

DJ JUANITO: É claro! Estou sempre procurando por artistas talentosos, se você é um artista e procura por um produtor experiente, aqui estou eu! Envie-me uma demo por email ou envie-me uma mensagem, e não se esqueça de me deixar os seus dados. Obrigado!

 E-mail: djjuanitopresents@gmail.com 

Obrigado Rikardo!


Redes sociais de DJ JUANITO


CONFIRA TAMBÉM MATÉRIA COMPLETA SOBRE OS 30 ANOS DE “FEELS SO GOOD” DE LINA SANTIAGO:

https://rikardomusic.blogspot.com/2025/01/lina-santiago-feels-so-good-1995-30-anos.html


AGRADECIMENTOS:

Agradeço ao DJ Juanito por participar desta entrevista, a única feita a um site brasileiro. Definitivamente, um cara talentosíssimo, acessível e muito atencioso!

Espero que os fãs do Freestyle-Eletro dos anos 90 tenham gostado destas informações exclusivas - que mais uma vez conseguimos! Obrigado a todos pela leitura e até a próxima matéria sobre a boa e velha Dance Music!!!

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

ENTREVISTA ANA PAOLA MELOTTI - ONYX "NOT TO BE YOU" E MANICO "TURN ME ON"

ENTREVISTA 

ANA PAOLA MELOTTI

Depois de um recesso necessário, o Blog Rikardo.Music está de volta e traz aos leitores uma entrevista com a cantora argentina Ana Paola Melotti, a dona da voz em muitas faixas estrondosas da Eurodance, como Manico - "Turn Me On" e Onyx - "Not To Be You".

Essas duas músicas citadas são muito especiais para os fãs da Italo Dance, inclusive para mim, que cresci as ouvindo e as admirando por suas batidas, melodias e vocais cheios de atitude. Manico - "Turn Me On" marcou-me demais com seu rap acelerado e teclados nervosos, e nos anos 90 eu lembro que a considerava uma música bem "radicalzona" e underground para a sua época.

 Já "Not To Be You" do Onyx sempre me lembrou as produções da Factory Team (equipe de produtores da S.A.I.F.A.M.) e é um som que me traz grandes recordações da adolescência. Há ainda outras faixas incríveis na voz de Ana Paola Melotti, como Rhythm - "Beat Pressure" e Qruizia - "Fly To The Sky"... Vale a pena conhecê-las!!

Vamos lá então, descobrir um pouco mais sobre essa magnífíca voz da Dance Music?

Boa leitura à todos!


ANA PAOLA MELOTTI: Uma entrevista exclusiva aos fãs brasileiros da Italo Dance!!!

Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.

-RIKARDO ROCHA


RIKARDO: Os fãs de Dance Music (como eu) adoram a sua voz potente e cheia de vigor. Você pode nos contar quando começou a cantar? Quantos anos você tinha?

APM: Acho que comecei a cantar dentro da barriga da minha mãe, porque ela também cantava...Cresci no meio da música e canto desde que me lembro... Profissionalmente, comecei aos 15 anos.

RIKARDO:  Seus pais incentivaram você a seguir a carreira de cantora?

APM: Minha mãe sempre foi a minha maior fã, ela me apoiou em tudo incondicionalmente, acreditou em mim até mesmo quando eu não acreditava...  Ela é a minha força ainda hoje.

RIKARDO:  Você se lembra da primeira música que você gravou em estúdio? Qual foi?

APM: A primeira música que gravei foi "Dancing", um remake de uma música dos anos 70, produzida por Joe Yellow (Domenico Ricchini)... Infelizmente, nunca foi lançada. A segunda música foi "Fly to the sky", também com Joe Yellow.

RIKARDO:  Se você não fosse cantora, qual profissão exerceria?

APM: Meu primeiro amor foi o balé, mas como venho de uma família humilde nunca tive recursos para estudar, então me concentrei na música. Eu acho que também poderia ser uma pintora, porque adoro pintar. Mas na vida já fiz de tudo, trabalhei no campo, fui garçonete em restaurante, vendedora de sorvetes, operária, costureira, telefonista... de tudo um pouco.


Ana Paola Melotti, da Argentina para o Mundo da Eurodance!

RIKARDO: Além de gravar muitas músicas de Eurodance, você gravou outros gêneros musicais?

APM: Na verdade comecei na Itália com bandas de folclore italiano, o Folk camuni. Eu tenho um repertório bastante extenso, em diversas línguas e estilos, desde blues, folk italiano / argentino, rock, baladas... Gosto de tudo um pouco.

RIKARDO: Ana Paola Melotti, você tinha algum artista favorito que te inspirou a cantar Italo Dance? Quem?

APM: Cresci no final dos anos 70 e fui uma adolescente nos anos 80, então você pode imaginar que tenho milhares de artistas que me inspiraram, como Duran Duran, A-ha, Wham!, Whitney Houston, Alison Moyet, Cyndi Lauper, Howard Jones, The Communard, Genesis, The Police, Depeche Mode, Billy Idol, Prince, Limahl... a lista é interminável... e claro, nos anos 90 eu adorava Snap! , Lolleatta Holloway e Martha Wash (que também eram cantoras de estúdios que ficavam escondidas), Haddaway, Crystal Waters e Soul II Soul (sempre gostei das maravilhosas vozes afro-americanas...).

RIKARDO: Você é um cantora argentina, mas, como começou a cantar Italo Dance? Quem descobriu seu talento vocal? E como você foi parar na Itália?

APM: Meu pai era italiano e em 1976 decidiu nos levar para a Itália, devido à situação que vivíamos na Argentina sob a ditadura... Cresci em uma pequena cidade montanhosa chamada Nadro de Ceto. Quem descobriu meu talento foi o DJ Basetta, em uma boate local quando participei de um concurso de música... era com canções natalinas... e eu ganhei! Ele me apresentou a Joe Yellow, com quem gravei vários singles depois.


Ana Paola Melotti mora atualmente na Argentina, seu país natal

RIKARDO: Você mora atualmente na Argentina, mas você ficou quanto tempo na Itália?

APM: Morei por 20 anos na Itália e depois 12 na Alemanha. Voltei para a Argentina em 2003, depois de me separar do meu marido... Eu quis clarear a cabeça, sabe?... e assim, finalmente pude conhecer o meu país. Me apaixonei pela Argentina e pela primeira vez tive a sensação de pertencer a algum lugar. Então decidi ficar.

RIKARDO: Na Italo Dance você cantou muitas músicas... Você tem alguma favorita?

APM: “Dancing” (a primeira que gravei) é a minha preferida, mas também amo “Freedom” que gravei com Joe Garrasco e "Not To Be You" que gravei com Verzeletti.

 RIKARDO: A música “Turn Me On” (Manico) é um de seus trabalhos que mais gosto...Você se lembra de como essa música chegou até você? Quem te convidou para gravar?

APM: Os caras do Manico eram os produtores Verzeletti e Cigalla, que me ligaram e perguntaram se eu tinha interesse em gravar com eles. Imagine como eu fiquei, tinha 18 anos de idade e fiquei muito, mas muito feliz!! Eles já tinham criado a música quando cheguei no estúdio, e depois eu coloquei a melodia e a letra nela.


Manico - "Turn Me On" (1994)

RIKARDO: Você pode descrever para seus fãs um pouco do processo de produção (ou algum fato interessante) da gravação de "Turn Me On"?

APM: O estúdio ficava numa parte da garagem da casa do Luca Verzeletti, como a maioria dos estúdios de gravação daquela época. Era um local pequeno, com dois computadores e uma caixa isolada do tamanho de um box de chuveiro, onde a voz foi gravada... Eles experimentaram todas as ideias possíveis que juntos imaginamos, e depois escolheram o que pareceu melhor.

RIKARDO: Nos anos 90 você chegou a se apresentar ao vivo cantando “Turn Me On” (Manico), “Not To Be You” (Onyx) ou alguma outra música de Eurodance? 

APM: Nunca cheguei a subir no palco para apresentar algumas dessas músicas, o meu trabalho limitava-se apenas no estúdio.

RIKARDO:  Como foi trabalhar com os produtores italianos Giuseppe Cigalla e Luca Verzeletti, os caras do Manico e Onyx?

APM: Foi divertido, pois imagine que eramos todos jovens entre 18 e 21 anos... Trabalhamos muito, mas também estávamos sempre rindo e se divertindo.

RIKARDO: Você tem uma voz forte e muito poderosa... Os produtores te deram muitos conselhos no estúdio de gravação? Eles te pediram para cantar de alguma forma especial ?

APM: Não muito... Joguei ideias, escrevi algumas letras e gravamos. Às vezes eles pediam para colocar mais alguma coisa ali, ou tirar alguma coisa dali, e a gente gravava, gravava... gravava novamente... até ficar bom!

RIKARDO: Você também gravou “Not To Be You” para o projeto Onyx. Essa música é maravilhosa e ainda causa arrepios em muitos fãs brasileiros de Eurodance. Você pode descrever a sua maior lembrança dessa música?

APM: “Not to be you” é uma das músicas que mais gostei de gravar porque me deixaram fazer muito nesta produção, seja com a letra ou com a melodia. Eu lembro que quando terminamos de gravar já era muito tarde da noite...Se bem me lembro, essa também foi a última música que gravei com a equipe do Manico, mas sinceramente eu não fazia ideia que tinha sido lançada. Eu só descobri isso no ano passado, quando um fã da Croácia me enviou um link, perguntando-me se aquela era a minha voz...


Onyx - "Not To Be You" (1996)

RIKARDO: Você se lembra de quantas músicas gravou em estúdios italianos? Consegue nos informar seus títulos e nomes dos projetos?

APM: Acho que gravei de 25- 30 músicas, mas não sei quais foram impressas em vinil, pois nem todas foram lançadas. Posso falar sobre aquelas que sei que foram lançadas... Lembro-me destas:

Fly to the sky - Qruizia- Joe Yellow

You ́ve got to fight- Fb machine

Turn me on- Manico

Freedom- Joe Garrasco, Joe Yellow - Krizia

Not to be you - Onyx

Spin me Around - Yes no yes

We can shine through the sky- River- Joe Garrasco (version original de fly to the sky)

Crazy for you - Cindy

Follow me -Verity

Rhythm - Beat Pressure

RIKARDO:  Você gravou algum videoclipe para alguma dessas músicas?

APM: Nunca gravei, e também eu nunca fiquei sabendo se lançaram vídeos para essas músicas.


"Fui discriminada devido a minha aparência" - Ana Paola Melotti

RIKARDO: Na Itália, os produtores de Dance Music costumavam colocar algumas modelos no palco para fazer a polêmica da sincronização labial, tipo Whigfield, Corona, Milli Vanilli... Chegaram a fazer isso com a sua voz?

APM: Lamentavelmente sim. Nos anos 70, 80 e 90 se você não fosse “bonita” não poderia subir no palco para cantar a música Dance. Por ser "gordinha" eu fui classificada como "feia", então a única coisa que eu poderia fazer era vender a minha voz e o meu talento por moedas. Isso aconteceu muito, relembremos os casos de Corona, Black Box, Milli Vanilli, Boney M, entre tantos...

RIKARDO: Muitos fãs de Dance Music não se importam com as farsas musicais e até brigam com o Blog dizendo que, o que importa é apenas a música e "dane-se" o cantor... Mas, e você? O que acha dessas farsas?

APM: É pura discriminação. Quando eu era jovem, eu só queria cantar, não sabia sobre essa parte de ter que doar a minha arte para alguma modelo se exibir em meu lugar. Não sabia que, apesar de meu talento vocal eu ficaria sem ser reconhecida pelo público, enquanto que a modelo ficaria com o destaque... O negócio da música era assim, e se você não aceitasse trabalhar dessa forma, ninguém iria ouvir a sua voz. 

Se eu pudesse voltar no tempo, eu não iria aceitar isso! A minha voz faz parte do meu ser, faz parte do meu rosto e do meu corpo, se você não gosta... ok., mas a minha voz faz parte de mim! Com todas as músicas que gravei, ganhei pouquíssimo dinheiro e não tenho mais direitos sobre o que escrevi ou o que cantei... A verdade, é que por tras das gravadoras tem muita máfia. E das grandes...

RIKARDO: Na Argentina, a Dance Music fez muito sucesso nos anos 90?

APM: Embora eu não estivesse na Argentina nessa época, eu sei que a música dos anos 90 teve muito sucesso por aqui...E eles continuam ouvindo e fazendo muitas festas "retrô"...

RIKARDO:  Como você se sentiu ao ouvir as suas músicas nas discotecas e rádios?? Deve ser maravilhoso saber que inúmeras pessoas dançam com a sua voz...

APM: É sempre uma grande emoção quando ouço as minhas músicas no rádio, ou quando as pessoas do exterior, como você, me escrevem, seja para me parabenizar ou para me oferecer algum projeto... Sinto um carinho na alma quando isso acontece, pois simplesmente é o retorno do meu trabalho e isso me faz sentir que todo o sofrimento e sacrífício não foram em vão. A gratidão é absoluta com cada um de vocês.


"Sinto um carinho na alma quando pessoas do exterior me escrevem me parabenizando... A gratidão é absoluta com cada um de vocês" 
- Ana Paola Melotti


RIKARDO: Você tem filhos? Se sim, o que eles acham dessas músicas que você gravou nos anos 90? Gostam?

APM: Não tenho filhos, mas tenho dois sobrinhos que são como filhos e eles têm muito orgulho da sua tia. Ambos amam música eletrônica (a disco modernizada dos anos 90!). Gostam bastante!

RIKARDO: A música “Crazy For You” (projeto Cindy - 1999) apresenta alguns elementos do Trance... Esse foi seu último single? Você gravou mais músicas na Italo Dance depois?

APM: Na verdade “Crazy for you” é de 1993, deve ter sido lançada em 1999. O meu último trabalho foi em 95: "Freedom", com Joe Garrasco. Naquela época eu trabalhava muito com o folk Camuni e no inverno cantava em um pub inglês em Passo del Tonale, então eu não tive muito tempo para gravar nessa época. Em 1997 casei-me e mudei-me para a Alemanha, e gravei algumas coisas por lá, mas até onde eu sei, não existem registros em CDs ou vinis dessas gravações...


Cindy - "Crazy For You" (1999)
Apesar de ter sido lançada em 1999, esta é uma música de 1993

RIKARDO:  Ana Paola, além de colaborar nas letras e na voz, você participava com outras ideias criativas? Os produtores te davam total liberdade para produzir ou improvisar nas músicas??

APM: Para cada música, as letras e as melodias das partes cantadas são de minha autoria, embora eles tenham ficado com todos os créditos... Eles tiraram várias estrofes cantadas de formas diferentes, então escolhiam depois qual soava melhor e inseriam nas músicas.

RIKARDO:  Felizmente os fãs de Dance Music tiveram uma adolescência mágica nos anos 90 ouvindo vozes incríveis como a sua (Onyx, Manico), Melanie Thornton (La Bouche), Taleesa (Co.Ro.), Jenny B / Sandy Chambers (Corona), Annerley Gordon (Whigfield)... mas, como os anos 90 foram para você? 

APM: Os anos 90 me deram uma libertação de muitas dores, pois antes a minha vida era bem difícil, principalmente nas questões familiares, porém, a música sempre esteve presente e me salvou nas diversas situações. Musicalmente os anos 90 foram ótimos pois trabalhei e me dediquei bastante na música, embora tenha sido muito dolorido quando me rejeitaram por causa da minha aparência física. Os anos 80 e 90 foram anos cheios de fantasia e brilho, seja nos figurinos, na música, nos filmes e na nossa própria vida.  Antigamente não havia celulares e nem computadores, o contato humano era essencial, as amizades daquela época são aquelas que duram com o tempo, vivíamos num mundo onde não era preciso ser rico para ser feliz, você só precisava de alguns amigos, de ar puro, e assim já se sentia o dono do mundo... Sinto falta daqueles tempos! Eu iria adorar se as crianças de hoje pudessem vivenciar aqueles tempos e aprendessem o que é a verdadeira amizade e a real felicidade.

RIKARDO: Há alguma coisa que você se arrependeu de ter feito (ou de não ter feito)?

APM: Eu acho que gostaria de ter a sabedoria e a coragem que tenho hoje para enfrentar e denunciar aqueles que me prejudicaram neste meio musical... E eu provavelmente também não teria ido à Alemanha.

RIKARDO: Você já realizou muitos sonhos em sua vida? Há algo que você ainda quer fazer?

APM: Posso dizer que realizei muitos dos meus sonhos, mas adoraria realizar uma turnê pela América Latina, e adoraria também fazer um show acompanhada por uma banda sinfônica interpretando vários clássicos da música, cantando aquelas canções que são atemporais...


Ana Paola Melotti continua na música...

RIKARDO:  Ana Paola, o que você está fazendo atualmente? Ainda grava músicas? Faz shows?

APM: Há quase um ano que não realizo shows. Por motivos familiares tive que dar uma pausa nos palcos. Sou treinadora vocal, então continuo cantando mas como professora. Tenho um CD gravado (agora à venda) e tenho também alguns projetos para gravar, sendo um deles aqui na Argentina e outro com um produtor da Itália para 2024...

RIKARDO: Que conselho você daria para quem deseja seguir uma carreira de cantor na Dance Music?

APM: Se a sua voz é boa, o seu corpo também é! Se você tem talento, nunca cante algo que você não gosta apenas para ter fama... Seja fiel a si mesmo, seja sempre você, ame-se acima de tudo e prepare-se mentalmente porque este não é um trabalho fácil ou simples, é muito sacrificial e muitas portas vão se fechar no seu nariz, mas mesmo assim nunca desista e nunca se sinta um derrotado. O mundo da música é um mundo mágico, lindo e ao mesmo tempo muito cruel e injusto.... não se iluda e seja forte!

RIKARDO: Muitos brasileiros entram em contato com você, por ser uma cantora de Dance Music? Você conhece muitos brasileiros?

APM: Acho que poucos brasileiros me conhecem como cantora, conheci vários brasileiros na Alemanha... são pessoas bonitas, muito felizes e calorosas. Eu amo a música brasileira, e quando eu era garota eu dançava samba... Adoro Daniela Mercury, Gilson de Sousa, Toquinho, Roberto Carlos, Ara ketu, Viniciús, Michel Teló...

RIKARDO: Para finalizarmos esta entrevista, queria te agradecer por sua amável gentileza e também queria saber se você tem alguma conta no Instagram ou alguma outra rede social para compartilhar com seus fãs...

APM: Tenho sim, vocês poderão me encontrar no instagram, youtube e também no facebook:

ANA PAULA MELOTTI

@anapaolamelotti - Instagram

Youtube

Facebook

Se quiserem comprar meu CD, me escrevam no facebook ou instagram e explicarei a vocês como fazer... Muito obrigado a todos!!! Um grande beijo para os fãs do Brasil. Espero um dia poder fazer alguns shows em seu maravilhoso país. 


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta entrevista foi realizada no dia 5 de dezembro de 2023, mas ao publicá-la hoje, notei que Ana Paola Melotti está internada num hospital tratando de uma pneumonia. Não tenho notícias quanto a sua recuperação, mas ela estava tentando se hospitalizar, e agora finalmente conseguiu. Se possível, gostaria de pedir aos leitores que enviem mensagens positivas à ela! Com certeza, essa talentosa artista ficará muito feliz em ler recados carinhosos de brasileiros que curtem as suas músicas Dance dos anos 90!! Vamos ser afetuosos com quem sempre nos proporcionou tantas emoções e alegrias através de sua bela arte...


Para concluir, desejo que todos vocês tenham um feliz, próspero e saudável 2024! Inclusive, à nossa estrela argentina... Feliz Año Nuevo, Ana Paola Melotti!

Muchas gracias por esta entrevista!

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

ACE OF BASE - "ALL THAT SHE WANTS" (1993) A HISTÓRIA

"ALL THAT SHE WANTS: A INACREDITÁVEL HISTÓRIA DO ACE OF BASE" 

Ace Of Base: Eles não eram artistas "fakes" como Milli Vanilli, Whigfield e Corona, mas a história da banda sueca de Eurodance é cheia de polêmicas...


O Ace of Base foi um quarteto sueco constituído pelos irmãos Jonas "Joker" Berggren, Malin "Linn" Berggren, Jenny Berggren, e pelo amigo do trio, Ulf "Buddha" Ekberg

Na verdade, a banda - que é popularmente conhecida como um símbolo dos anos 90 - foi formada originalmente no ano de 1986, mas com um outro nome, Tech Noir. Neste início o grupo contou apenas com três integrantes, Jonas Berggren e seus dois colegas Johnny Lindén e Nicklas Tränk, que também eram músicos. 

Com o tempo, as duas irmãs - Jenny e Linn - foram adicionadas para fazer os vocais e depois acabaram se tornando integrantes fixas. O amigo Ulf Ekberg entrou depois, logo com a saída dos dois colegas de Jonas, restando então na banda: Jonas, Linn, Jenny, e claro, Ulf. Não demorou muito também para que o Tech Noir trocasse o seu nome de batismo para o conhecido Ace Of Base (em 1990), e assim, os suecos escreveram a sua história no Hall da Pop / Dance dos anos 90, com muitos singles, prêmios e reconhecimento mundial.

A história do Ace Of Base é tão relevante para os anos 90 que a banda irá ganhar um documentário intitulado de "All That She Wants: The Unbelievable Story of Ace of Base", uma produção que seguirá os moldes do recente e bem sucedido documentário sobre Milli Vanilli.


Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.

-RIKARDO ROCHA



Ace Of Base - "All That She Wants" (1992)
Este single foi o divisor de águas na carreira do Ace Of Base e influenciou diversos outros nomes do Eurodance, como Randy Bush, DJ Bobo, Sect, Mr. President, Jessica Jay, e etc...


A canção "All That She Wants" foi lançada em 1992 e se tornou rapidamente uma grande sensação mundial. Os quatro integrantes realmente acreditavam no potencial desta música desde o seu início, mas não achavam que seria algo tão gigantesco... Para o Ace Of Base, eles poderiam conquistar os charts de alguns países escandinavos, e só...mas o single se tornou num grande hit global, surpreendendo até a própria banda.


O DOCUMENTÁRIO TRARÁ OS ALTOS E BAIXOS DO ACE OF BASE

Denniz PoP - Há 25 anos perdíamos este incrível produtor... Praticamente, o pai do "Euroragga" 

No dia 30 de agosto de 2023 completou-se vinte e cinco anos da morte do lendário produtor Denniz PoP, um dos grandes responsáveis pelo sucesso do Ace Of Base, e com certeza, um dos caras que elevou a popularidade do subgênero EuroRagga. Ele foi diagnosticado com um câncer de estômago em 1997, não resistiu e veio falecer no ano de 1998, aos seus 35 anos de idade. Uma grande perda para o Eurodance, o Ragga, e o Pop.

Nos anos de 1990 e 1991, Denniz PoP produziu alguns artistas Ragga antes mesmo de trabalhar com o Ace Of Base, e dentre estas produções podemos citar os primeiros hits do Dr. Alban, Kayo (que também foi a voz do Le Click - "Call Me") e Leila K. A propósito, ouça a música “Another Mother” da cantora Kayo, de 1990, e sinta toda a inspiração que ela foi para “All That She Wants”.

Denniz PoP já apostava na sonoridade "reggae-pop" nestes três artistas mencionados acima, ou seja, ele simplesmente deu uma continuidade em seu bom trabalho iniciado em 1990.


Linn é a única vocalista creditada em "All That She Wants" do Ace Of Base

Outra curiosidade, é que no single de “All That She Wants” há apenas créditos vocais para a Linn, ou seja, a Jenny não gravou no estúdio esta faixa icônica! 

Realmente não há nenhum registro vocal da Jenny nesta gravação, e eu fiquei bem surpreso quando olhei para o verso do cd-single (que adquiri recentemente) e não encontrei o nome da morena nos créditos. É meus amigos, definitivamente foi uma grande perda para o Ace Of Base o desligamento da Linn, afinal, a loira sabia se virar sozinha, tinha uma presença e um talento que engrandecia exuberantemente as faixas e o visual do Ace Of Base. Linn ainda foi creditada sozinha em "Happy Nation" como vocalista principal, e assim como em “All That She Wants”, o nome da Jenny não aparece nem entre os backing vocals (!).

Lógico que a Jenny tinha um papel muito importante, incluindo uma excelente voz, mas a Linn tinha algo a mais… Ela era a essência; a própria alma do Ace Of Base!


Ace of Base - "All That She Wants" (1992)
Um clássico arrebatador da Dance Music e dono dos principais charts de 1993!


Voltando a falar sobre Denniz PoP, ele também firmou uma parceria com ninguém mais que Max Martin, uma outra grande referência das produções musicais, principalmente às músicas voltadas ao Pop, e juntos assinaram vários sucessos mundiais.


Denniz PoP com Jonas "Joker" Berggren em ação no estúdio

A BMG / Arista lançou o primeiro ábum do Ace Of Base - "Happy Nation" em 1992 e obteve sucessos bombásticos como a citada "All That She Wants", "The Sign", "Happy Nation", "Wheel Of Fortune" e "Don't Turn Around". Em 1995 o grupo retornou com o álbum “The Bridge” e apresentou os novos híts "Beautiful Life", "Never Gonna Say I'm Sorry" e "Lucky Love". Já em 1998, o Ace Of Base tornava a agradar o público e desta vez foi com um cover de "Cruel Summer" (uma canção original do Bananarama), faixa presente no álbum “Flowers”, tal qual, em alguns países intitulado como “Cruel Summer”.


Ace Of Base - "Cruel Summer" / "Flowers"" (1998)
Linn se despede dos fãs em imagens desfocadas e distante dos demais integrantes...

Foi mais ou menos nessa época que Linn começou a ficar estranha e se afastar cada vez mais da banda, até se desligar totalmente algum tempo depois. Nessa Era “Cruel Summer” Linn estava praticamente de fora do grupo, mesmo com os demais membros não falando oficialmente sobre o assunto... 

Quando estiveram aqui no Brasil, em 1998, a loira não veio com eles, então Jenny disse no antigo programa "H" que Linn não estava participando daquela tour porque "tinha medo de viajar de avião". Os fãs estranharam isso, porque, apesar da cantora realmente ter declarado que não gostava de voar, ela estava sempre viajando em turnês…  aliás, já havia comparecido no Brasil anteriormente (em 1994). Será que a fobia por viagens aéreas estava evoluindo para um grau maior? 

No entanto, o que mais chamou a atenção dos fãs nessa época, é que na capa do álbum "Cruel Summer" (1998) a imagem da cantora estava praticamente "desfocada", e ela parecia estar de "escanteio" em várias imagens promocionais. Ou seja, aquele foi o penúltimo álbum contendo a participação da bela loira de olhos azuis, e essas imagens seriam um "preview" deste seu desligamento.


Ace of Base - "Never Gonna Say I'm Sorry" (Official Music Video)
A formação clássica do Ace Of Base teve uma vida curta... Usando e abusando da fórmula bem sucedida do Euro-Ragga

Ao todo, o Ace Of Base vendeu um pouco mais de 32 milhões de álbuns, tornando-os o terceiro maior grupo sueco de todos os tempos (depois do Roxette e Abba), e sem dúvidas, o documentário focará nestes impressionantes resultados e em todas as conquistas alcançadas pelo grupo, porém, também é muito justo e esperado que reconstruam toda a história sobre o afastamento de Linn Berggren. 

Para quem não sabe, Linn teve a sua casa invadida por um fã alemão enquanto estava com seus familiares e isso gerou uma situação muito traumática para a cantora, que por consequência passou a não mais conseguir lidar com a vida pública, preferindo ter uma vida totalmente "reclusa" (longe dos fãs e da imprensa). 

É claro que aguardamos uma explicação muito mais detalhada sobre este seu afastamento, e também ficamos na torcida de que Linn "Malin" Berggren faça alguma aparição neste documentário, como fez recentemente a cantora Annemie Coenem no doc. "Belpop" (2023). 


"É FÁCIL PERDER O EQUILÍBRIO"

Atualmente ninguém sabe do paradeiro de Malin "Linn" Berggren. A cantora sueca resolveu desaparecer para viver em seu anonimato... Mas, será que há chances de Linn reaparecer agora, neste documentário??

O documentário irá se chamar "All That She Wants - A Inacreditável História do Ace Of Base" e será dividido em três partes. A empresa de streams que fará a sua transmissão -  Viaplay - informou que os espectadores terão uma visão não apenas focada nos sucessos, mas também nas partes mais sombrias do Ace Of Base. 

A Viaplay está prometendo detalhes de quando Jenny Berggren foi atacada com uma faca por este fã em sua casa, além de outras polêmicas, como o passado nazista de Ulf Ekberg e também de quando ele foi ameaçado de morte por extremistas de direita (tendo que usar coletes à prova de balas nos palcos e de andar acompanhado de guarda-costas).

A vocalista Jenny Berggren comentou recentemente sobre essa produção de vídeo:  "Alguns momentos me machucam em relembrar, outros já me deixam feliz, e será algo bem próximo da realidade que vivenciamos. Nós lutamos, perdemos, amamos e perdoamos. Fizemos uma carreira mundial e nela fomos à Lua e depois voltamos. De repente, a vida em casa passou a ter seis vezes mais gravidade e era fácil perder o equilíbrio quando estávamos trabalhando. Mas nos mantivemos com os pés no chão e muitas vezes carregamos os fardos um do outro. Talvez seja disso que mais me orgulho hoje."


O Ace Of Base é um dos nomes mais premiados e respeitados da Eurodance dos anos 90

Ulf Ekberg (o "Buddha") é o membro mais envolvido nesta produção documental, e informou num comunicado para a imprensa:

 "Se tratará de uma visão profunda, autêntica e honesta da nossa jornada através dos nossos altos e baixos."  - Ulf Ekberg

Ele também apareceu num programa de TV sueco e falou mais sobre a futura produção, porém, o que mais surpreendeu aos fãs do Ace Of Base foi quando Ulf afirmou não ter contatos com Linn há 20 anos

Os fãs não esperavam que fizesse tanto tempo assim (que "Malin" e "Buddha" não se viam), afinal, foram integrantes da mesma banda e se consideravam amigos... Ele ainda conta que Linn optou em sair de cena para ter uma vida totalmente desligada dos holofotes, e que ela está feliz assim. Então, com essa afirmação do músico, infelizmente podemos deduzir que será muito difícil de vermos Linn dando o seu depoimento nesta produção, pois, se nem o próprio Ulf tem visto a sua antiga parceira nas últimas décadas... quem irá convencê-la de ressurgir agora, para este registro documental?


MINI ENTREVISTA - ULF 'BUDDHA' EKBERG SOBRE O DOCUMENTÁRIO "ALL THAT SHE WANTS" (2024) - LEGENDADO
Ulf "Buddha" Ukberg sempre está divulgando os lançamentos de compilações e edições especiais do Ace Of Base. Agora, o músico está se esforçando para divulgar o documentário "All That She Wants: The Unbelievable Story of Ace of Base"


Outro ponto que o documentário irá abordar será em torno dos conflitos internos entre os integrantes, muitos destes envolvendo os direitos autorais das músicas, e outros simplesmente por causa de dinheiro, gerando mais tensão e colaborando lentamente com o fim da banda. 

Será que é por isso que Ulf não tem visto a Linn nos últimos 20 anos? Estão brigados? Há muitos mistérios nos bastidores, e provavelmente só saberemos da verdade quando este documentário ganhar a sua estreia.


HAPPY NATION NAZI

Ulf não fala no vídeo acima sobre o seu passado nazista, mas qualquer fã do Ace Of  Base sabe de seu envolvimento com uma banda chamada Commit Suicide, onde cantaram nos anos 80 algumas letras racistas, defendendo a supremacia branca e a xenofobia.


'BUDDHA' FAZENDO UMA SAUDAÇÃO NAZISTA
Este é um CD chamado 'Uffe was a Nazi!', ou "Uffe era um nazista!", traduzido em português. 
O disco contem algumas letras racistas e também conta com a participação do músico pop Ulf "Buddha" Ekberg (Ace Of Base)


Em março de 1993, logo após ao sucesso do single "All That She Wants", o jornal sueco "The Express" publicou uma reportagem de capa revelando que, em sua adolescência, Ulf "Buddha" Ekberg havia sido um membro de uma gangue de skinheads com crenças neonazistas/supremacistas brancas. Embora o Ace of Base continuasse a ter uma carreira normal para uma banda de Eurodance, as acusações perseguiram Ekberg durante anos depois que a história foi divulgada.


Ulf "Buddha" Ekberg sendo exposto na década de 90 por ter sido um nazista nos anos 80 (de 1982 até 1987)

Em 1998, uma independente gravadora sueca chamada Flashback Records lançou um CD chamado "Uffe Was a Nazi!" (Ulf foi um nazista), que era uma coletânea "pirata" em edição limitada com apenas 1.000 unidades, hoje sendo uma raridade e um importante item de colecionador. O tal produto contem cinco músicas, como “Rör inte vårt land”, que se traduz como “Não toque em nosso país” e “Vit makt, svartskalleslakt!” que se traduz como “Poder Branco, Massacre de Caveira Negra”.

As faixas deste disco são atribuídas às primeiras bandas de Ekberg, Commit Suiside e MRP; e uma das faixas é um cover da música "Smash the IRA", da banda nazista inglesa Skrewdriver.

No encarte do CD, há também uma mensagem de um tal de Jan Axelsson (provalmente o cara que quis revelar a verdade sobre o passado sujo de "Buddha"):

"Este registro não tem a intenção de questionar as crenças políticas de ninguém. A intenção é provar que esse grupo de Ulf Ekberg é bem diferente desse que ele apresentou diante de 60 milhões de telespectadores americanos em março de 1993, enquanto ele nega de ser nazista.

Este disco está sendo lançado por causa de sua covardia em continuar negando isso, em 1998.

Este disco nunca poderá ser censurado, pois isso invalidaria seu propósito e ônus da prova. Portanto, o material é áspero e grosseiro em alguns lugares, e as pessoas sensíveis a isso devem tomar cuidado.

-Jan Axelsson

Estocolmo, junho de 1998"


Ulf Ekberg está bastante ativo nos negócios do Ace Of Base atualmente, inclusive, ele tem participado excessivamente nas divulgações do documentário do grupo, que ganhará estreia em 2024. Será que ele irá se poupar? Será que ele realmente falará toda a verdade sobre o seu passado, de quando era um skinhead nazista??

Ulf já pediu desculpas e disse que essa sua versão sombria não existe desde 1987, porém, é praticamente ímpossível desassociar este fato tão chocante da vida de uma pessoa, principalmente se ele é um cantor famoso de Eurodance que canta músicas fofinhas, como "Happy Nation" (1993). 


Ace of Base - "Happy Nation" (Official Music Video)


A capa do polêmico disco tem Ulf "Buddha" fazendo uma saudação nazista, e nas músicas ouvimos palavras de ódio aos afrodescendentes e imigrantes, como o perturbador trecho: "Homens de capuzes brancos marcham pela estrada, nos divertimos quando serramos cabeças de negros e imigrantes, nós odiamos vocês! Fora, fora, fora, fora! Povos nórdicos, acordem agora! Atire, atire, atire, atire!"

Ekberg se defendeu algumas vezes, dizendo que o grupo Commit Suicide foi uma banda de New Wave que produzia música eletrônica com sintetizadores, e que as músicas racistas não foram escritas por ele, mas ao mesmo tempo lamentou por ter se associado a estes grupos.

Em um outro momento, Ulf também divulgou um comunicado dizendo sentir muito, esclarecendo ainda que era muito jovem, e que hoje entende a decepção e mágoa que causou nas pessoas. Ele ainda reforçou que os demais integrantes do Ace Of Base nunca compartilharam destes mesmos pensamentos de ódio e intolerância. 

Se "Buddha" compôs as letras, ou não, isso não faz tanta diferença pois ele cantou, representou e compartilhou de todas aquelas mensagens de ódio. Ele não sofria de lentidão mental e entendia muito bem o que aquelas palavras estavam dizendo. Afirmar agora que não escreveu as letras, não ajuda muito, pois ele compactuou com aquelas mensagens e com quem as escreveu. A imagem na capa do CD também não mente e mostra claramente "Buddha" fazendo uma saudação nazista, então qualquer justificativa não irá safá-lo ou diminuir a gravidade de seu péssimo comportamento. Acredito sim na mudança das pessoas, mas tentar confundir o seu público não parece ser uma atitude muito honesta.

Jenny Berggren também disse ao jornalista brasileiro Braulio Lorentz que "Buddha" era muito jovem e que acredita na mudança de seu ex-colega:


"Eu acredito no perdão" - Jenny Berggren

"Eu acredito no perdão. Você pode dar passos errados quando é jovem e acredito que isso não deve destruir a vida inteira de uma pessoa, só porque você fez algo errado. Temos que aprender com as pessoas e foi o que fiz. As pessoas são lindas, pessoas normais. Ulf é normal, ele é incrível, ele é fantástico, e ele é uma outra pessoa hoje." - Jenny Berggren

Ou seja, ele teve um envolvimento com aqueles ideais neonazistas, mas merece uma segunda chance. O que incomoda, é que - em muitas das vezes - “Buddha” parece tentar "tirar o dele da reta" ao dizer que não escreveu as letras, sendo que ele participou destes grupos racistas de 1982 até 1987, demonstrando o seu fervor, disposição e apoio à violência que estes perfis escreviam e cantavam. 

Mas, é claro! As pessoas podem se regenerar, e tudo indica que “Buddha” está mudado e realmente arrependido. Além de que, ninguém merece ser julgado eternamente por um erro que cometeu em sua juventude. Por outro lado, também não dá para passar uma borracha e fingir que este seu passado asqueroso nunca aconteceu…

Sobre o documentário "All That She Wants - A Inacreditável História do Ace Of Base", Ulf "Buddha" ainda diz: Documentários sobre artistas e grupos costumam ser bastante polidos e seletivos, mas o nosso será muito honesto e mostrará os nossos sucessos mas também as nossas quedas. Os espectadores terão a chance de vivenciar a nossa história de uma nova maneira, e acho que todos os nossos fãs merecem ver a história real. Agora também estamos comemorando 30 anos desde que 'All That She Wants' foi descoberta mundialmente (1993), portanto, cabe muito bem este documentário para o momento."

Esperamos que Ulf Ekberg não tente se safar de seu passado utilizando-se deste documentário em benefício próprio, como exemplo, trazendo dramas da infância que o levaram a ser um racista, ou recriando qualquer roteiro novo com a intenção de gerar comoção ao público - com a finalidade de apagar ou tornar mais "leve" o seu erro. 

E será que a Linn se ausentou - de tudo e de todos -  devido apenas ao trauma que sofreu com o fã alemão? Ela nunca gostou da fama, mas será que a cantora também não sabe de mais histórias grotescas como esta?

Vamos abrir o leque de possibilidades e assistir, muito atentos, como essa história toda irá se deslanchar sobre a tela...


O POP NÃO POUPA NINGUÉM

O cantor Prince deu uma ignorada no Ace Of Base, mas Michael Jackson demonstrou carinho pelo grupo

Seria curioso se essa série documental mostrasse também mais da relação da banda com outros artistas consolidados da música, já que os suecos se tornaram uma banda "queridinha" entre vários cantores americanos. 

Michael Jackson, por exemplo, se declarou fã do grupo e já esteve pessoalmente com os integrantes. Quanto a cantora pop Britney Spears, ela disse amar o hit "All That She Wants" e ainda regravou um trecho deste hít... Maaaas, há também quem não "foi muito com a cara" do quarteto de Eurodance...

O cantor Prince nunca foi um sinônimo de simpatia, inclusive muitos são os relatos de artistas que se sentiram menosprezados por ele... e com o Ace Of Base, não foi muito diferente...

Ace of Base - "The Sign"- Premiação 'World Music Awards' (5/4/1994) 
Whitney Houston, Kylie Minogue e Prince são vistos na plateia

Em 1994, diante do auge do Ace Of Base, os responsáveis pela premiação "World Music Awards" convidaram o grupo sueco para se apresentar em seu palco, então a banda de Eurodance performou o single "The Sign". Na plateia, Whitney Houston e Prince pareciam se divertir com a apresentação do grupo, contudo, fora das câmeras, Prince não demonstrou muito "amor" assim pelo Ace Of Base...


Jonas "Joker" Berggren diz à revista francesa que "Prince ofendeu o Ace Of Base"


Jonas Berggren disse em 1994 à uma revista francesa: “Durante o 'World Music Awards', em Mônaco, conhecemos duas ótimas garotas: Claudia Schiffer e Helena Christensen. Depois do show, Ulf e eu jantamos com Kylie Minogue, e a achamos uma pessoa muito legal e inteligente. É emocionante participar de um show com outras estrelas como essa.”

“Já Prince, ele não quis apertar as nossas mãos...Quando estávamos frente a frente, Prince se aproximou de nós, nos olhou diretamente nos olhos e disse: 'Prince não quer conhecer o Ace Of Base'. Ele se virou e foi embora. Prince é um gênio como músico, ele fez muito pela música, mas a sua atitude é definitivamente indesculpável. Nós não tínhamos feito nada para ele! Isso nos deixou bem tristes.” - Jonas Berggren


Atrás de Whitney Houson temos Kylie Minogue, e na direita temos o polêmico cantor Prince, que parece se divertir bastante com a performance do Ace Of Base cantando "The Sign" - na premiação "World Music Awards'94". Mas, quando estiveram frente a frente (ao compartilhar um elevador), Prince demonstrou arrogância e insolência ao grupo sueco...

Ulf também disse algo a respeito sobre esta experiência com o cantor Prince, mas de maneira mais resumida. Em 2020, o Ace Of Base lançou um Box-Set contendo vários CDs e um livreto especial com um pouco da história do grupo. Entre essas páginas, Ulf Ekberg escreveu:

"Nós vimos o Prince tentando fugir de alguns jornalistas num hotel de muito prestígio, em Monaco, quando nos apresentamos no 'World Music Awards'. Sempre o considerei um cara legal, mas ele não ficou muito satisfeito em compartilhar um elevador com a gente." Jonas sorri “Também me lembro de ter gostado de conhecer os favoritos da minha infância, os Bee Gees, e eles foram muito legais conosco”, acrescenta.


Livreto com um pouco da história e curiosidades sobre a banda... Este item é parte integrante do Box-Set "All That She Wants: The Classic Albums" (2020)

Até a Linn já mencionou o nome de Prince, ao citar a admiração de Michael Jackson pela banda:

"Antes eu achava que ser famoso significava que você teria uma casa grande, um lindo carro e um homem bonito. Não é bem assim, mas acho que é bom ser uma estrela pop. Soa tão estranho para mim ser chamada de estrela pop. Ainda não consigo me acostumar com isso. O fato é que Michael Jackson é um grande fã da nossa música, e ele veio até nos conhecer... Ulf disse que Prince nunca entendeu a nossa música, mas Michael Jackson sim." (Malin "Linn" Bregger)

Em 1994, Prince ignorou o Ace Of Base na época da premiação "World Music Awards", mas em 1996, durante a mesma premiação, o astro Michael Jackson demonstrou um sentimento contrário ao de Prince. Ulf Ekberg disse que Michael Jackson se dirigiu pessoalmente até aos criadores do hít "Beautiful Life".

“Conhecê-lo pela primeira vez foi algo muito importante porque ele era uma lenda para todos nós da banda”, disse Ulf ao site DS.

"A primeira coisa que ele fez foi vir até a nós e dizer: 'Quer saber? Eu acho que 'Beautiful Life' é uma das melhores músicas que já ouvi e a ouço o tempo todo'. Ele estava tímido e agiu como se estivesse honrado em nos conhecer. Eu só pensei comigo 'Na verdade, somos nós que estamos honrados em conhecê-lo, e não o contrário'. Ele era tão humilde e sempre me lembrarei disso. Foi um grande momento." (Ulf "Buddha" Ekberg)


Ace Of Base @ World Music Awards 1996 (Live) "Beautiful Life"
Celine Dion, Shania Twain e Michael Jackson aparecem entre os espectadores na plateia. Percebam a empolgação do rei do pop durante a performance... Depois, ele foi até ao grupo se apresentar pessoalmente e ainda teceu elogios à eles.


"All That She Wants" do Ace Of Base também era uma das músicas prediletas de Britney Spears, e em 2006, a princesa do pop resolveu samplear o grudento refrão da faixa e criar a sua própria música que levava o mesmo título. Nos versos, Britney incluiu um poema escrito pela própria chamado "Remembrance Of Who I am". Ela planejou lançar a sua "All That She Wants" no quinto álbum ("Black Out"), porém, permaneceu inédita porque "acontecia aquele capítulo difícil na vida de Spears" (Segundo Ulf Ekberg).


Britney Spears - "All That She Wants" (2006)

Depois de trabalhar com o Ace Of Base, Denniz PoP também produziu e escreveu canções para diversos artistas internacionais, incluindo Backstreet Boys, N'Sync, E-Type, Britney Spears, entre muitos outros.

Depois da morte precoce do produtor, Britney Spears venceu o prêmio de 'Melhor Canção' para o seu single "...Baby One More Time" no MTV Europe Music Awards (1999) e dedicou o prêmio à Denniz PoP (falecido no ano anterior).

Quanto ao tão aguardado documentário de 3 partes do Ace Of Base, está sendo produzido por Nexiko e seus diretores são Jens von Reis e Daniel Andreasson, além de contar com Johan Wennberg como o produtor executivo. É claro que esperamos que Denniz PoP tenha também o seu merecido espaço neste registro, afinal, ele fez um excelente e incomparável trabalho para este importante grupo de Eurodance que é o ACE OF BASE.

RIP DENNIZ POP 🙌🏻🙏


Merry Christmas and Happy New Year!!
25/12/2017 - 25/12/2023
6th Anniversary of the Blog!!


Finalizo esta última postagem do Blog em clima de festa do nosso 6º aniversário, e desejando também um Feliz Natal e um próspero 2024 a todos os leitores e amigos!!

Obrigado pela companhia sincera neste ciclo que durou 6 anos!

FIM

:) Rikardo