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sexta-feira, 15 de novembro de 2024

TIME RECORDS COMPLETA 40 ANOS!

TIME RECORDS, UMA DAS MAIS IMPORTANTES GRAVADORAS DA ITALODANCE, COMPLETA 40 ANOS DE HISTÓRIA


HÁ 40 ANOS, NASCIA UMA DAS MELHORES DA DANCE!!

Tudo começou no dia das bruxas, 31 de outubro de 1984, quando o produtor e empresário italiano Giacomo Maiolini fundou o seu selo TIME Records, uma empresa independente que marcou de forma indelével a história da Dance Music feita na Itália e distribuída no mundo.

Foi na cidade de Bréscia, na sede da Time, que nasceram as músicas mais icônicas, os grandes híts internacionais, os remixes, os contratos, e os licenciamentos que fizeram o delírio dos milhares de fãs da Dance Music Mundial, sobretudo a Eurodance tocada no rádio, nos clubs e distribuída nas coletâneas.

Giacomo Maiolini no início da Time

Aqui no Brasil, a Time começou a ganhar reconhecimento dos notívagos em meados dos anos 90, graças justamente às coletâneas de Eurodance da Paradoxx Music e Spotlight Records, além das transmissões dessas músicas em rádios como a Jovem Pan 2, 97 FM, Nova FM, Cidade FM, Metro FM, e claro, não podemos nos esquecer da força dos DJ's, que as executaram nos inesquecíveis clubs Kripton, Ilha de Capri, Toco, OverNight, Rivage, Atlanta, Resumo da Ópera, Limelight, Pacha, Broadway, entre muitos outros.

Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado neste artigo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.

-RIKARDO ROCHA


MUITA ITALO DISCO EM 1984:

Giacomo Maiolini nasceu no dia 08 de março de 1963 e sempre foi um menino apaixonado por música, de frequentar às discotecas só para ouvi-las. Quando ele ouviu pela primeira vez uma música que gostou sendo tocada, foi perguntar ao DJ qual era o seu título e quem cantava, e na semana seguinte já foi comprar o tal disco. Ele sempre estava nas discotecas e levava também consigo um bloco de notas para anotar as canções que mais chamavam a sua atenção. Noite após noite, ele criou a sua playlist perfeita de "Dance Matadora", assim dando início na sua carreira como Produtor executivo e empresário do ramo fonográfico.

Não, em seu início ele não virou DJ, mas pensou nisso. O desejo que se instalou forte no italiano era em produzir, e Giacomo Maiolini consequentemente ficou alimentando essa ideia, até que perguntou à um amigo: "Porque não gravamos um disco?" 

Em Brescia, cidade onde Giacomo Maiolini nasceu, tinha um pessoal que havia acabado de gravar um disco, então o jovem Maiolini se uniu a dois deles (em 1984), e juntos fizeram dois discos. Estou falando de ninguém mais que a lendária dupla da S.A.I.F.A.M. - Mauro Farina e Giuliano Crivellente - que ajudaram a produzir as primeiras músicas da Time, produções estas, mais voltadas à italo disco. 

Iniciando nessa experiência, o novato produtor disse a si mesmo que, se ele quisesse seguir em frente com este sonho, precisaria criar um logotipo próprio, algo que fosse a sua marca. Então, Giacomo Maiolini olhou para o relógio e disse: 'Vamos de gravadora Time Records. Quatro letras, fáceis e compreensíveis na Itália e no resto do mundo'.

Mauro Farina, Giacomo Maiolini e Giuliano Crivellente

Com muito trabalho, viagens, colaborações, e visão de mercado, Giacomo Maiolini transformou a Time Records num dos selos mais proeminentes da Italo Disco dos anos 80, lançando artistas / projetos como Atrium, Danny Keith, Riky Maltese, Aleph, Alan Barry, Virgin, Gipsy & Queen, De Niro e Sophie. O selo foi responsável ainda por lançar alguns nomes clássicos da Italo Disco, como Fred Ventura, Albert One, Jock Hattle, Stylóo, Rudy & Co., Max Coveri, Rose, Topo & Roby e Silver Pozzoli.

Mauro Farina, além de ser conhecido pelos fãs da Eurodance como um excelente produtor, é também um eficiente cantor e fez vários vocais masculinos para a Time em muitos projetos, até que chegou um dia que ele resolveu se desligar da gravadora (juntamente com Giuliano Crivellente, no final de 1988) para começar a sua Asia Records

Já a cantora Clara Moroni (que se juntou à Time no final de 1986), foi uma das principais vozes femininas do selo, fazendo muitos backing vocals e cantando refrões harmoniosos em muitos singles do estúdio.

Clara Moroni gravou inúmeros singles para a TIME

DE OLHO NO EUROBEAT / HIGH-ENERGY:

Giacomo Maiolini sempre foi visionário e praticamente inventou um gênero musical na segunda metade dos anos 80. Tudo começou quando ele sentiu o potencial de um mercado ainda a ser descoberto e compreendido: O mercado japonês - que adorava as músicas no estilo dançante, cantado e "acelerado". 

O produtor executivo então investiu altamente em produções neste formato e vendeu aos japoneses várias compilações com centenas de faixas criadas em Bréscia. Foram 100 mil cópias vendidas por mês em variadas coletâneas, e assim, catapultando de vez o nome de Giacomo Maiolini como uma forte referência ao estilo "High-Energy". 

O mercado japonês foi inundado com produções da Time até 2002, com ao todo 1954 produções no estilo, e com cinco prêmios Grammy concedidos à três compilações “Super Eurobeat apresenta Initial D – D Non stop Megamix”, “Super Eurobeat vol.100” “Super Eurobeat vol.110”

Ann Sinclar - "Help Me" (1993)
 Annerley Gordon na Time Records

A EURODANCE CHEGA NO INÍCIO DOS ANOS 90:

Com o nascimento da House Music no final dos anos 80, Maiolini decidiu embarcar nesta nova onda, fazendo da Time uma das melhores no segmento da Euro-House, Eurodance e Italo Dance. 

Dessa tendência que abria os anos 90, nasceu um novo subselo da Time em 1990, intitulado de Italian Style e que foi, sem dúvidas, um dos melhores ”labels” italianos no que diz respeito à Italo-house e Italo-dance. Você ficaria surpreso com quantos hits saíram deste selo, sendo produções inesquecíveis de projetos como USURA, Aladino, Ruffcut Feat. Carol Jones, Silvia Coleman, Copernico, Andromeda, Quasimodo, Nevada, Jinny, Carol Bailey, Antares, Discover, Orange Blue, Lullaby, Gorky, Humanize, Trivial Voice, Kina, Phase Generator, entre muitos outros.

O primeiro single lançado pelo selo Italian Style foi DJ Pierre - "Move Your Body" (1990), uma ótima produção e muito inspirada em Technotronic - "Pump Up The Jam" (1989). Os singles seguintes foram House Corporation "Jammin On The Dance Floor" (1991) e Jinny"Keep Warm" (1991), com este último conseguindo um bom destaque nos charts das pistas de dança e ganhando outros futuros singles pelos próximos anos.

Já em 1997 Maiolini criou o selo Rise Records, que tinha um objetivo de mostrar outras sonoridades dos clubs, além do famoso ítalo. Este selo logo foi inaugurado e um de seus primeiros registros foi a faixa "Feel It" do The Tamperer, que ficou pronta em dezembro de 1997.

Giacomo Maiolini afirmou na época que os produtores ficaram 3 meses trabalhando no single "Feel It", e enfatizou: "foram dias e noites trabalhando nesta façanha". Fora o fato que ele teve que enfrentar vários problemas relacionados a direitos autorais, todos referentes aos samples que foram retirados (aparentemente sem autorização) de outras produções alheias e incluídos em "Feel It".

The Tamperer featuring Maya -  "Feel It" (1997)
Selo: Rise Records

Na verdade, "Feel It" nasceu de uma mescla da instrumental de "Can You Feel It" dos Jacksons com o vocal gravado de 1995 da cantora americana Heather Leigh West. Ouça aqui essa música original - "Drop a House (on that bitch)" para o projeto inglês Urban Discharge feat. She

Neste single há também um pequeno trecho masculino que fica repetindo "Is It Sex, Or Is It Love", que no caso foi retirado de uma obra de Danny Vitale And Family - "Sex Or Love" (1995).

O resultado disso tudo? Surreal!! The Tamperer com sua "Feel It" detonou nos charts mundiais e ficou 6 semanas em 1º lugar na Inglaterra. Aliás, Giacomo Maiolini foi o único produtor italiano a conseguir este feito, com quatro músicas no topo dos charts ingleses:

The Outhere Brothers - "Don't Stop" (1994)

The Outhere Brothers - "Boom Boom Boom" (1995)

The Tamperer - "Feel It" (1998)

Black Legend - "You See The Trouble With Me" (2000)

CD "ALL NIGHT DANCE" (1995)
Uma das coletâneas da brasileira Paradoxx Music dedicada apenas às músicas da Time

Além da Clara Moroni (que acompanhou a Time desde os tempos da Italo Disco até a Italo Dance), tivemos muitos outros artistas que participaram vocalmente nas produções da gravadora, como Asher Senator, Taleesa, Melanie Thornton, Jenny B, Sandy Chambers, Debby French, Simone Jay, Annerley Gordon, Maria Capri, Nancy Sexton, Nathalie Aarts, Ken Laszlo (Gianni Coraini), e etc.

Confira aqui uma lista quase completa, contendo os nomes de quem gravou nos gêneros Italo Disco e Eurobeat da Time.

Sandy Chambers de volta no Brasil, depois de 18 anos (10/08/2024)
Sandy Chambers também atuou na Time Records e um de seus sucessos foi com Aladino - "Stay With Me". Mas, engana-se quem pensa que Sandy não gravou mais na gravadora de Giacomo Maiolini... A estrela da DWA e do projeto Corona ainda gravou para os excelentes Jinny - "Wanna B With You", Dream Project - "Take A Chance", entre outros...

Com o nome "Time", houve ainda um departamento que licenciava as produções de outros estúdios para o mercado italiano, embora a Style Italian também tenha distribuído alguns singles de terceiros, como “Cannibal” do Black 4 White (em 1995 - a produção era 100% da DWA), “To Be Free” do Prime (também em 1995 - a produção era de Riccardo Menichetti) e “Dreaming” do Ruffdrivers (em 1998 - a produção era do selo britânico Inferno).
Outras distribuições realizadas pela Time (para produtos que não eram deles) continuaram acontecendo, como os petardos do 20 Fingers, Vengaboys, O-Zone, ATC, Bob Sinclar, Chris Willis, Deal ("Maybe One Day" e "Shine"), Alice DeejayRihanna ("Disturbia" e "Don't Stop The Music"), Lady Gaga ("Just Dance"), Robyn With Kleerup ("With Every Heartbeat") entre centenas de outros, além da brasileira Luka com seu mega-hit "Tô Nem Aí"

Inclui-se ainda nesse mesmo selo os grandes artistas próprios e que se tornaram sucessos europeus, como DJ Dado, Taleesa, Molella, Billy More, Magic Box, Erika, DJ Ross, Prezioso Feat. Marvin, e etc... sendo literalmente produções que "moraram" nos nossos clubs e FMs dos anos 90 e 2000. 


Taleesa na festa de Halloween da rádio Energia 97 (02/11/2024)
 Taleesa - assim como Sandy Chambers - também cantou com Aladino, e seu vozeirão magnífico se encontra em faixas clássicas como "Brothers In The Space", "Make It Right Now" e "Call My Name", além de muitos outros projetos. Fora isso, a vocalista ainda fez carreira solo na Time com seus hits "I Found Luv", "Let Me Be" e "Burning Up".


MEU TOP 10 DE SINGLES DA TIME

40 ANOS DA TIME
Prontos para um passeio num meteorito?

Quanto aos singles citados abaixo, são clássicos atemporais que nunca deixarei de ouvir, e sempre quando coloco algum CD contendo essas canções dá aquela vontade de ligar os alto-falantes no volume máximo para que toda a vizinhança possa ouvir e dançar também! 

São hinos avassaladores que não devem ficar confinados a um canal do YouTube! É um dever social compartilhar todos estes tesouros dos anos 90, mas, como temos que respeitar a lei do silêncio e a privacidade alheia, venho até aqui então para subdividir este TOP 10 com vocês:

1- ALADINO - "Make It Right Now" (1993)

Música muito atmosférica, dá até para sentir aquela fumaça artificial da boate chegando ao seu rosto enquanto você ouve "Make It Right Now" do Aladino... Um dos pontos fortes é o vocal grave e belo da cantora Taleesa imperando sobre a instrumental, porém, infelizmente é uma faixa não muito conhecida do público brasileiro, tanto é que a cantora, apesar de gostar muito da música (é a favorita dela), prefere não cantá-la em seus shows aqui no Brasil e dar prioridade às suas outras canções mais populares.

2- NEVADA - "Take Me To Heaven" (1994)

Aqui já se trata de um grande hit na voz de Giovana Bersola, a Jenny B. Aliás, se um dia ela vier ao Brasil, tem que interpretar "Take Me To Heaven" ao vivo e nos levar, finalmente, a tão aguardada "morada dos bem-aventurados"! "Take Me To Heaven" é sem dúvidas uma música perfeita para ser dançada num sábado à noite, rodeado dos bons e verdadeiros amigos numa discoteca -ambiente mágico que cura a inércia. O Nevada depois seguiu com outras cantoras, todas talentosas e com músicas também excelentes. Indico todas!

3- NEVADA - "Feels Like Heaven" (1995)

E o Nevada quer, de qualquer jeito, que seus ouvintes sintam-se no paraíso! Neste 2º trabalho eles vieram com uma outra incrível e adorável vocalista, a Deborah French. É uma música extremamente envolvente, base que aguça as boas lembranças dos anos 90 e um vocal doce e carismático que, pode parecer exagero, mas tem a capacidade de fazer muito marmanjão chorar (sim, experiência própria)!

4- JINNY - "Wanna B With You" (1995)

Olha aí o projeto Jinny de volta! Este foi o primeiro projeto da Style Italian a fazer um grande sucesso comercial, lá em 1991, com o single "Keep Warm". Já o single "Wanna B With You" foi lançado no segundo semestre de 1995, na voz inconfundível da Sandy Chambers, a cantora que é um dos maiores patrimônios da Eurodance dos anos 90. Tocou muito, tanto nas pistas como nas rádios! Com a vinda da Sandy Chambers no Brasil em agosto deste ano (para duas apresentações), é claro que ela teve que incluí-la em seu vasto e impecável setlist.

5- MOLELLA - "I's a Real World" (1997)

Espetacular trabalho de Molella e Phil Jay que chegou em 1997 e foi muito bem tocado nas danceterias e FM's daquele ano. Não tem uma vibe "alegrezinha", pois era um outro momento que a música dance atravessava... No entanto, sentíamos algo reflexivo que pairava sobre a sua sonoridade e sobre os vocais circunspectos da bela Nancy Sexton. Foi um dos frescores da rádio Jovem Pan, que buscava exclusividade para a sua programação, e assim, sempre tocava os grandes lançamentos antes de todas as outras rádios. Que época!

Os charts da Billboard com as mais tocadas da Time!!
Ano: 1995

6- ANTARES - "Ride On A Meteorite" (1995)

O teclado vibrante e os vocais irresistíveis dão vida à este acelerado Italodance de 1995. Taleesa escreveu a letra, mas também gravou a faixa em estúdio com sua amiga Clara Moroni (os vocais principais são da Clara). O rap é do britânico Asher Senator, que também abrilhantou em vários outros hits da Time, inclusive é dele a voz no rap em "Let Me Be" da Taleesa. "Ride On A Metorite" é uma das músicas que sonho um dia ver voltando às paradas, tipo aquela redescoberta recente da geração atual pela Kate Bush, sabem? 

7- THE TAMPERER - "Feel It" (1997)

Essa música tem um valor sentimental muito grande para mim. A primeira vez que a ouvi foi no programa "Super Pista" da rádio Educadora FM, comecinho de 1998, e naquele momento senti que seria uma das mais tocadas nas rádios e clubs do Brasil. Não demorou muito e a invasão do The Tamperer deu-se início. A dançante "Feel It" era uma das mais aguardadas da noite, e quando o DJ iniciava a sua introdução com "Is it sex, Or is it love" a galera simplesmente entrava em êxtase!! Encontrei-a depois em sua versão estendida no CD "Hot Nine Seven 7" (Paradoxx Music) e se tornou o meu vício por longos meses. A cantora Maya Days, que representava o projeto, era muito talentosa mas ela não gravou este primeiro single do projeto, visto que os produtores Mario Fargetta e Alex Farolfi samplearam vários sons de diversas produções, incluindo o vocal de Heather Leigh West, uma cantora e compositora americana que gravou a sua parte vocal em 1994 (!).

8- MOLELLA - "If You Wanna Party" (1995)

Mega executada no Brasil no final de 1995. Chego até me lembrar agora do meu primeiro minisystem, recém comprado no Carrefour, double deck, onde gravava várias modas dance que bombavam na Jovem Pan, inclusive gravei "If You Wanna Party" numa dessas fitas K7 (em dezembro de 1995). Os vocais animados da dupla The Outhere Brothers e a produção contagiante do Molella colocavam todos para dançar numa época que fervia criatividade e talento nas produções.

9- TALEESA - "I Found Luv" (1994)

Taleesa foi uma das artistas que mais emprestou o seu talento às produções da Time, mas aqui a cantora italiana foi colaborar com os produtores alemães do La Bouche - a equipe Le Click Productions. Apesar disso, o single foi distribuído na Itália pela empresa de Giacomo Maiolini, que permaneceu sendo o "Produtor Executivo" deste trabalho. "I Found Luv" foi uma faixa bem disputada pelos DJ's e entrou, é claro, na programação de muitas rádios. Vale lembrar ainda que Taleesa gravou "I Found Luv" em Frankfurt, nos incríveis estúdios que produziram o Milli Vanilli; além de trazer a participação do ótimo rapper Michael Romeo (do Le Click - "Tonight Is The Night"). Um clássico!

10- ORANGE BLUE - "If You Wanna Be (My Only)" (1994)

Mais uma track fantástica da Time / Style Italian que fez parte das nossas adolescências!! Interessante que, no single "I Found Luv" da Taleesa, a italiana foi produzida pela mesma equipe que produzia o La Bouche, enquanto que, no mesmo ano de 1994, a cantora do La Bouche foi trabalhar com quem? Com os produtores da Taleesa! Melanie Thornton gravou "If You Wanna Be (My Only)" para o projeto Orange Blue, que inclusive traz os raps de Gianfranco Randone, o super vocalista do Bliss Team e Eiffel 65. Taleesa ainda relatou: "Melanie foi uma boa amiga, e nós ajudamos ela com seus shows na Itália. Ela também foi uma boa amiga de Simone Jay, a cantora (minha irmã :)) que produzimos!". "If You Wanna Be (My Only)" é de fato uma Eurodance fascinante, e muito de suas qualidades se deve ao talento da inesquecível Melanie Thornton.


AS VISÕES DE GIACOMO:

GIACOMO MAIOLINI
Um visionário, ligado em moda, e louco por música

A grande capacidade de Maiolini em compreender o sucesso comercial de um produto - antes de outros profissionais  - foi reforçada em 2004, quando o fundador da Time decidiu adquirir os direitos autorais de "Dragostea Din Tei" dos garotos romenos do O-Zone. Com essa negociação, a Time vendeu mais de dez milhões de singles e dois milhões de álbuns, fora ainda os resultados alcançados no Japão e que não foram contabilizados nestes números. 

O single "Dragostea Din Tei" atingiu o topo das paradas mundiais de maneira grandiosa, porém, infelizmente não fez o devido sucesso aqui no Brasil, talvez pela falta de compreensão e visão de algum empreendedor fonográfico brasileiro (características enfatizadas acima em Maiolini). Na verdade, "Dragostea Din Tei" chamou a atenção de uma pessoa errada aqui no Brasil, e que quis aproveitar a sua melodia para fazer uma versão em português: Latino - "Festa no Apê" (2005). Tristemente, a maioria dos brasileiros conheceram antes a versão do Latino, e assim, muitos deduziram erroneamente que a original é que era a cópia.

O-Zone foi febre total com "Dragostea Din Tei" (2004)

O sucesso global do O-Zone levou ainda, em 2008, o rapper americano T.I. a solicitar à empresa sediada em Brescia, os direitos para gravar "Live Your Life" com a cantora barbadiana Rihanna. A versão da dupla foi número 1 nos Estados Unidos com cinco milhões de singles vendidos. 

Os híts mundiais da Dance Music continuavam. Através do selo Rise, foi lançado o single de Alex Gaudino"Destination Calabria" (2006) que foi um marco na cultura clubber em meados dos anos 2000, trazendo uma letra escrita pela cantora Sharon May Linn (a vocal do Blizzard), mas gravada pela icônica voz de Crystal Waters. O resultado de "Destination Calabria" foi enorme (principalmente na Europa), além de vencer um disco de ouro na Inglaterra e outro na França.

Parabéns TIME!!

A Time seguiu apostando em novos produtos Dance, como Yolanda Be Cool - “We No Speak Americano” (2010) e Dynoro & Gigi D'Agostino -“In My Mind” (2018), e este último ganhou até uma platina dupla! 

Mas, infelizmente, muitos dos singles produzidos e apoiados pela Time de uns anos para cá não tem se destacado no Brasil, como acontecia antigamente. Ficam conosco as boas lembranças que essas trilhas sonoras nos trouxeram, toda a dança, a despreocupação juvenil, as risadas, os amigos... Foram anos maravilhosos que nunca mais voltarão. 

Contudo, a gravadora que "quarentou" segue firme na Itália, trabalhando e apostando as suas fichas em produções voltadas à Dance Music atual.

Parabéns à Giacomo Maiolini pelo 40º aniversário da Time Records, um dos maiores símbolos da Italo Dance de todos os tempos! 

Para àqueles que também contribuíram, principalmente cantando os grandes sucessos da gravadora, o nosso muito obrigado por tantas alegrias e emoções propiciadas!

Assinado: Todos os fãs do Brasil.



LEIA MAIS SOBRE O QUE JÁ FOI PUBLICADO SOBRE A TIME:

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

JENNY B REGRAVA “THE RHYTHM OF THE NIGHT” APÓS 30 ANOS!

“THE RHYTHM OF THE NIGHT” DO CORONA COMPLETA 30 ANOS E A VOZ ORIGINAL, JENNY B, COMEMORA COM UM NOVO DISCO

O Hino "The Rhythm Of The Night" do Corona chega ao seu 30º aniversário, mas a verdadeira cantora ainda hoje não foi creditada, apesar de ser a presença mais original do single


No dia 05 de novembro de 1993 foi lançado um single que marcou toda a história da Eurodance. Estou falando de "The Rhythm Of The Night" do projeto italiano Corona, uma música estrondosa que encontrou o seu auge absoluto nos nightclubs e rádios no ano de 1994.

Trinta anos anos depois, "The Rhythm Of The Night" já foi sampleada e regravada por inúmeros artistas do mainstream, como Black Eyed Peas, J Balvin, Slaughterhouse, CeeLo Green, Bastille, e até a banda nacional Fresno fez uma versão. Então, devidamente a essa sua grandiosidade hoje reconhecida, é estranho olhar para a capa do famoso single e enxergar apenas as duas torres gêmeas do World Trade Center, numa arte pouco atrativa e meramente tímida.

Apesar da música conter o super vocal da italiana Giovanna Bersola (Jenny B), a imagem e o nome da cantora não estão presentes em nenhuma edição do single (infelizmente ela não foi creditada por este seu magnífico trabalho). Aliás, se você procurar pelos créditos no disco, encontrará apenas os nomes dos produtores e escritores do mega-hit, que no caso inclui uma outra artista “injustiçada” da Eurodance... a inglesa Annerley Gordon, que compôs a letra de "The Rhythm Of The Night" ao lado do talentoso músico italiano Giorgio "Theo" Spagna.


Annerley Emma Gordon e Giorgio 'Theo' Spagna, dois dos compositores de "The Rhythm Of The Night"

Na verdade, foi Theo Spagna que colaborou com a introdução da incrível Jenny B aos holofotes da Dance Music, quando trabalhou com ela em 1992: Jenny Bee "Wanna Get Your Love"

Ele produziu e compôs para a sua irmã Ivana Spagna nos anos 80 em seus vários hits da Italo Disco, mas nos anos 90 quis se dedicar nas produções de Italo Dance, iniciando assim uma importante parceria com Jenny B em diversas canções. Percebam que Theo Spagna usou o nome real da artista para dar vida ao seu projeto mencionado acima - Jenny Bee. Em 1992, Jenny B também gravou com o produtor Larry Pignagnoli para o projeto J.K. - "You Make Me Feel" , mas com ele não foi creditada.


Jenny Bee - "Wanna Get Your Love" (1992)
A jovem Jenny B, aos seus 20 anos de idade, posando para a capa de sua primeira música gravada para a Italo Dance

No ano seguinte (1993), Theo Spagna trabalhou com a inglesa Annerley Gordon, que apesar de ser uma grandiosa vocalista, colaborou na escrita de uma nova letra para Jenny B: Jenny Bee"There's A Bit Goin' On" (1993). 

Esta produção foi lançada no mesmo ano de "The Rhythm Of The Night" do Corona, mas aqui vemos o nome da vocalista, "Jenny Bee", assim como também podemos ver o rosto dela estampado na capa do single:


Theo Spagna produziu os primeiros singles de Italo Dance de Jenny B, começando por "Wanna Get Your Love" (1992). A imagem da cantora também marcou presença nas edições de "There's A Bit Goin'On"

Em 1993, Theo Spagna ainda produziu com Lee Marrow a música "Try Me Out", então percebemos que aqui se estabelecia uma conexão com o time "Corona" (embora a dupla já se conhecesse desde os anos 80). Os envolvidos eram Theo Spagna, Jenny B, Annerley Gordon e Francesco Bontempi, que uniram suas veias artísticas para nos entregar alguns singles fascinantes da Italo Dance. 

Nasciam então as poderosas tracks "Try Me Out" (Lee Marrow, com o vocal não creditado de Annerley Gordon), "Baby, I Need Your Love" (Lee Marrow feat Ce Ce Houston, com o vocal não creditado de Jenny B) e "The Rhythm Of The Night" (Corona, com o vocal não creditado de Jenny B), todas do ano de 1993, enquanto que Annerley Gordon ainda lançava pela Extreme Records (subselo da Energy Productions) um outro mega-clássico da Eurodance noventista: "Saturday Night" de Whigfield. Sem sombra de dúvidas, o ano de 1993 foi muito frutífero para todos estes colaboradores!


Francesco Bontempi (Lee Marrow) e Giovanna Bersola (Jenny B)

Infelizmente em “The Rhythm Of The Night” Jenny B foi totalmente ocultada do público, e talvez essa tenha sido uma escolha de Francesco Bontempi (Lee Marrow), visto que o produtor era o detentor da marca e já havia trocado antes o nome de Jenny B pelo pseudônimo de Ce Ce Houston (na faixa "Baby, I Need Your Love" by Lee Marrow). Para ser mais exato, até hoje o produtor se incomoda quando atrelam o nome de Jenny B ao sucesso de "The Rhythm Of The Night", sempre evitando citar o nome da vocalista e muitas das vezes até discutindo com seus seguidores - quando estes insistem em correlacioná-la ao sucesso de "The Rhythm Of The Night".

"The Rhythm Of The Night" foi lançada oficialmente na Itália no dia 5 de novembro de 1993, através do selo DWA Records (empresa de Roberto Zanetti, o popular Robyx / Savage), mas o seu lançamento mundial ocorreu apenas em 1994, inclusive aqui no Brasil, onde a dançante e animada faixa foi licenciada pela saudosa Spotlight Records

O curioso é que a canção possui a mesmíssima melodia de "Save Me" do projeto Say When! (1987), já ouviram??


Say When! - "Save Me" (1987)
Por incrível que pareça, essa música de 1987 não teve nenhuma menção no single de "The Rhythm Of The Night" do Corona, nem ao menos seus idealizadores como Michael Patrick Gaffey e Peter Wilfred Glenister foram mencionados. Ou seja, Jenny B não foi a única que ficou sem os seus créditos...
Sintam essa melodia... a letra mudou, mas...  é pura cilada!!

Pois é, "The Rhythm Of The Night" é nada mais que uma música "reciclada" de um antigo sucesso dos anos 80, e Lee Marrow adorava fazer isso em seus trabalhos. Pegava melodias e arranjos que já existiam e depois dava aquela sua "recauchutada maneira", lançando como se fossem novidades ao público. Isso não é nenhuma crítica ao mestre, até porque, apesar do cara não ser muito original, ele tinha muita habilidade artística e dava um "up" muito agradável nessas sonoridades, soando realmente como algo novo, interessante e moderno. 


Bizarre Inc - "Playing with Knives" (1991)
Atente-se aos 1'29" do video acima e ouça o mesmo sample que também foi parar em "The Rhythm Of The Night" (1993)

O resultado ficou tão excelente que, "The Rhythm Of The Night" atingiu o #1 em vários países, como exemplo a Itália e toda a sua vizinhança: Espanha, Portugal, Grécia e Romênia. Já no Reino Unido ficou em #2 por um mês. No verão de 1994 foi a vez do hit conquistar os Estados Unidos, atingindo a posição #11 da mais importante parada mundial: Billboard Hot 100. Indiscutivemente, Lee Marrow venceu!

Vale lembrar que, a princípio, muitos músicos italianos não acreditaram que a música fosse agradar, aliás, vários destes disseram que seria um fracasso... Quando "The Rhythm Of The Night" foi oferecida à conhecida gravadora DIG IT, eles recusaram e disseram que Albertino - popular DJ que tinha um programa de radio (onde destacava os futuros híts) - jamais iria tocá-la em sua programação. Ledo engano... A DWA / Extravaganza aceitou em representar a faixa, e rapidamente, Albertino ouviu e reconheceu o seu potencial de longe. 


Primeira vez que "The Rhythm Of The Night" foi citada num veículo de comunicação brasileiro. Foi destaque na coluna de lançamentos da Revista DJ Sound em fevereiro de 1994, e foi o DJ André Werneck que indicou o "hit da noite" aos demais DJ's brasileiros!!

No final dessa história, "The Rhythm Of The Night"  teve que trocar as "torres gêmeas" por uma figura feminina para caracterizar o Corona, pois o mundo queria saber mais sobre o projeto e estava ansioso também para ouvir o seu próximo single. Foi aí então que, Francesco Bontempi recorreu à modelo brasileira Olga Maria de Souza para salvá-lo e ser a front-lady do Corona nos palcos, vídeos e capas dos discos.

Depois do imenso sucesso de Corona - "The Rhythm Of the Night" (1993), Theo Spagna lançou mais um conhecido hit da Eurodance com Jenny B nos vocais. Trata-se do projeto Red Velvet "Lady Don't Cry" (1994), uma outra parceria "monstra" com estes dois grandes gênios da Dance Music. É também importante ressaltar que Theo Spagna mais uma vez creditava Jenny B nos vocais - inserindo um "Feat. Jenny Bee" na capa do CD-single holandês... Como podemos perceber, diferente de Francesco Bontempi, Mr. Spagna reconhecia e mostrava ao mundo que Jenny B também era responsável pelo sucesso de suas produções.


CD-Single holandês do Red Velvet - "Lady Don't Cry" (1994)
Outra obra máxima da Eurodance na voz dessa fenomenal vocalista!

Jenny B não foi escolhida para ser a "Corona" por Francesco Bontempi, mas talvez isso tenha sido bom para todos nós, pois imagine como seria, se ela tivesse assinado um contrato fixo com a DWA? Muito provavelmente não existiriam outros grandes clássicos do gênero, como Nevada - "Take Me To Heaven", S-Sense - "Gonna Get Your Love" (outra parceria com Theo Spagna), Playahitty - "The Summer Is Magic", Libra - "Closer To Me", entre tantos outros gravados na sua estupenda e inigualável voz. 

Aliás, nos anos 90 muitas pessoas reconheciam os vocais destes singles e os denominavam como "músicas da cantora Corona". Quem é dessa época?


Um breve resumo de algumas músicas gravadas por Jenny B na eurodance dos anos 90. Só hits, e olha que faltaram outros...

Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este artigo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.

-RIKARDO ROCHA


"ACERTANDO AS CONTAS" - 30 ANOS DEPOIS

Como dito anteriormente, "The Rhythm Of The Night" está completando os seus trinta anos de aniversário neste final de 2023, e coincidentemente, a vocalista original resolveu também lançar um trabalho novo com alguns destes seus hits do passado -  repaginados agora para a nova geração - e isso inclui, é claro, o maior sucesso de todos: "The Rhythm Of The Night" (Corona).


Jenny B - "Rhythm Of My Life - Her Greatest Hits" (2023)

Este novo produto de Jenny B recebeu o título de "Rhythm of My Life – Her Greatest Hits", traduzidamente em português como "O Ritmo da Minha Vida - Os Grandes Hits Dela", através do selo americano Essential Media Group

Esse lançamento não se trata de um álbum de Jenny B, mas sim de uma coletânea com algumas regravações de músicas antigas...  Ou seja, Jenny B regravou a si mesma, e apresenta - além dos conhecidos projetos de Eurodance - uma versão atualizada para Funky Company, grupo de jazz que a cantora participa desde 1994.

Confira quais são essas faixas que compoem o novo trabalho de Jenny B, e veja também quais são os projetos que as lançaram originalmente:

The Rhythm of the Night (Corona), Save Me (Say When!), The Summer Is Magic (Playahitty), You & I (J.K.), Closer to Me (Libra), 1-2-3! (Train with Me) (Playahitty), Bring It Down (Simpson Tune), Everytime (Funky Company), Gonna Get Your Love (S-Sense), Shine into My Life (Stefano Gamma Vs. Jenny B.), Alright! (Make Me Feel) (Tofunk), Rise Up (Sunkids Feat Chance * a versão original dessa música não contem os vocais de Jenny B, ela apenas gravou agora com sua voz), Shined On Me (Praise Cats Feat. Andrea Love - *a versão original dessa música não contem os vocais de Jenny B, ela apenas gravou agora com sua voz), Love Is My Life (FR Ft. Jenny B) e Open In Your Eyes (Alessandro Magnanini feat. Jenny B).

Para ouví-las, clique aqui.

A empresa americana que está lançando este trabalho (apenas digitalmente) preparou um texto para utilizar em seu marketing: Apresentamos Jenny B – a voz de “The Rhythm Of The Night” de Corona e de outros grandes sucessos da Eurodance dos anos 1990. Jenny B também emprestou a sua voz para “You & I” de JK, “The Summer Is Magic” de Playahitty e “Bring It Down” de Simpson Tune, todos inclusos em seu novo álbum 'Rhythm of My Life – Her Greatest Hits'.  O que Corona, J.K., Playahitty e tantos outros projetos têm em comum? A resposta simples é Jenny B, a voz principal não creditada de todas essas músicas. A hora de acertar as contas é agora.


"Quem conhece a minha voz, sabe que sou eu!"
-JENNY B

Tive o prazer e a oportunidade de perguntar à Jenny B sobre este seu novo lançamento: "Rhythm Of My Life - Her Greatest Hits". Confira abaixo, o que a vocalista nos disse respeito dos 30 anos de "The Rhythm Of The Night", como foi para ela regravar este novo trabalho, além de outras curiosidades exclusivas aos leitores do Blog…


ENTREVISTA JENNY B

RIKARDO: Jenny B, nas músicas que você gravou nos anos 90, você não foi creditada, não apareceu nos vídeos e não apareceu nas capas dos álbuns. Com esse lançamento “Rhythm Of My Life – Her Greatest Hits”, a gravadora diz que agora é "a hora de acertar as contas". O que você tem a nos dizer sobre isso?

JENNY B: Na verdade eu participei de muitos projetos, e em todos eles, muitas pessoas também estavam envolvidas. Cada uma dessas pessoas tinha o seu papel importante para um bom resultado de cada um destes projetos, mas o público já sabe que sou eu. Quem me ouve me reconhece facilmente em várias músicas. 


Trinta anos depois, ela não se esqueceu de seu maior sucesso...

RIKARDO: “The Rhythm Of The Night” é uma das músicas mais vibrantes de toda a Eurodance e foi gravada originalmente na sua voz. O que essa música significa para você, hoje?

JENNY B: Trinta anos depois "The Rhythm Of The Night" significa muito para mim, principalmente porque foi com essa música que a minha voz se tornou um símbolo icônico na história da Dance Music. "The Rhythm Of The Night" me marcou, e eu também adoro pensar que muitas pessoas, que eu sei que nunca conhecerei nesta vida, podem receber um momento de alegria através da minha voz.

RIKARDO: Quem foram os produtores e DJs que produziram este seu novo trabalho “Rhythm Of My Life – Her Greatest Hits”? E como foi trabalhar com eles?

JENNY B: Estes produtores são da equipe South Beach Rockstars e foi ótimo trabalhar com eles. Estes profissionais são de Miami e trouxeram outras músicas antigas para a atualidade, mas agora trouxeram para o presente as minhas músicas do passado. 


Jenny B nunca veio ao Brasil

RIKARDO: Naquela época, quando você entrava nos estúdios para gravar estes clássicos “Dance”,  imaginava que fariam tanto sucesso e que fossem durar tanto tempo assim na memória das pessoas? 

JENNY B: Eu não tinha ideia que isso fosse acontecer, nem imaginava... mas ao mesmo tempo eu sou uma cantora que sempre tento manter a porta aberta para possíveis imprevistos. E hoje, quando eu penso sobre o quão longe essas músicas chegaram, sinto-me muito grata a todas as pessoas que mantiveram a minha voz viva durante todos esses anos.

RIKARDO: Com "Rhythm Of My Life - Her Greatest Hits" lançado recentemente, você promoverá alguma turnê? Nessa turnê você cantará esses sucessos? 

JENNY B: Ainda não sei como farei, pois como você sabe, eu também faço diferentes apresentações cantando em outros gêneros como o Jazz, Pop, Folk... além de cantar em diferentes idiomas, como o espanhol, italiano e, claro, em inglês. E este álbum é bem diferente...


Jenny B é uma das mais expressivas vozes femininas de toda a Eurodance dos anos 90, e olha que essa década caprichou e nos trouxe grandes nomes...


RIKARDO: Algumas músicas clássicas da Eurodance que você gravou não foram inclusas nesta compilação, como "Take Me To Heaven" (Nevada) e "Lady Don't Cry" (Red Velvet). Como foi feita a seleção das músicas? Que critérios vocês usaram para escolher a track-list? 

JENNY B: Então, sobre a escolha do repertório, foi a equipe de produção que escolheu essas faixas para serem regravadas, e como eu colaborei em muitos projetos, foi inevitável deixar alguns títulos de fora.

RIKARDO:  Ainda sobre essas faixas regravadas, quais são as suas favoritas? Quais são as músicas que você recomenda aos fãs? 

JENNY B: Difícil pergunta, porque eu gosto de todas, então eu recomendo aos meus fãs que mantenham a liberdade de escolherem as suas favoritas. Quando eu digo que é difícil para mim, é porque todas essas músicas fazem parte da minha vida... é impossível escolher uma e deixar outra.

RIKARDO:  Você provavelmente já foi convidada para se apresentar no Brasil... Mas, por que isso nunca aconteceu?  

JENNY B: Não deu certo ainda por questões de calendário (agenda) e também de logística, mas eu amo os meus fãs brasileiros e também gostaria de conhecer o Brasil. Os fãs brasileiros sempre me trazem bastante energia positiva, são realmente fantásticos... quero aproveitar este momento e desejar a todos eles muita saúde, sorte e felicidade. Muito obrigada! E quem sabe um dia, esse nosso encontro não se torna realidade...?


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Gostei de algumas versões desta interessante compilação que envolve o nome de Jenny B, mas para mim, as faixas clássicas são como "intocáveis", portanto as tais me soaram estranhas nessas novas versões. Por outro lado, se serve para divulgar a eurodance dos anos 90 à nova geração.... então está valendo! Recomendo ouvir as músicas menos conhecidas, como "Shined On Me" e "Rise Up", além de outras que vão mais para o estilo da House Music. 

Jenny B disse que a ideia de lançar este trabalho não partiu dela, mas sim dos produtores que a convidaram, e ela aceitou em colaborar. Ou seja, é mais um projeto que traz a sua participação, só que desta vez, com os devidos créditos ao seu nome além de sua imagem merecidamente conectada a estes hits.


AGRADECIMENTOS:

À Giovanna Bersola (Jenny B). Ela foi muito acessível e retornava com rapidez sempre quando solicitada. A cantora também gostaria que os brasileiros a seguissem em seu instagram, então abaixo está o endereço de sua conta oficial.

PARABÉNS A JENNY B, PELOS 30 ANOS DE "THE RHYTHM OF THE NIGHT"! Você fez dessa canção não apenas o "RÍTMO da SUA VIDA", mas também, das NOSSAS VIDAS!

OBRIGADO POR ESCREVER ESSA HISTÓRIA!!


CONECTE-SE COM

JENNY B

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Leia mais sobre o que já publicamos no Blog:

CORONA - A HISTÓRIA DA MODELO BRASILEIRA E DAS VERDADEIRAS CANTORAS

CORONA 3º ÁLBUM "AND ME U" TAMBÉM NÃO TRAZ A VOZ DA MODELO BRASILEIRA

MODELO DO CORONA É PERGUNTADA SOBRE AS VERDADEIRAS CANTORAS

 ANNERLEY GORDON SEMPRE FOI A VERDADEIRA 'WHIGFIELD'

ANNERLEY GORDON, THEO SPAGNA, JENNY B, DAVIDE MARSILIO E O PROJETO BLACK ROSE - "MELODY" (1994)



domingo, 21 de maio de 2023

DOUBLE YOU - A HISTÓRIA DO GRUPO DE EURODANCE

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-RIKARDO ROCHA


Como todos sabem, o Blog sempre tenta atualizar os leitores sobre os artistas do Eurodance, e também -  quando possível - notifica os fãs do gênero sobre alguns eventos que acontecem no Brasil. Aliás, se liguem pois Taleesa, Nathalie Aarts e Rozalla estão chegando para agitar com os brasileiros! Em breve, maiores informações serão divulgadas à todos os leitores.


TURNÊ DE DOUBLE YOU "MEMORIES" - A CELEBRAÇÃO DOS 30 ANOS DE CARREIRA É MARCADA POR DIVERSOS COVERS E SEM EURODANCE

Prestigie o astro da Eurodance, mas evite surpresas...


Um destes eventos que merece destaque e conhecimento de todos, é a turnê comemorativa dos 30 anos de carreira do italiano Double You, que é, sem dúvidas, um dos maiores símbolos de toda a Eurodance da década de 90. Para quem não se lembra, o grupo lançou o seu primeiro single em 1992 e fez história com a regravação dance de "Please Don't Go", que é originalmente uma faixa da banda setentista KC and the Sunshine Band.

Logo em seguida, Double You lançou outros hits globais como "Who's Fooling Who", "We All Need Love""I Got To Love", "Run To Me", "That's The Way (I Like It)", "Part-Time Lover", "She's Beautiful""Somebody", "Dancing With An Angel", entre outras dezenas de singles favoritados pelo público, e por este motivo, não poderíamos deixar de comentar um pouco sobre a sua Turnê "Memories".


Treta do Double You com o projeto KWS mencionada na revista DJ Sound, em 1995. Você sabia dessa história, em torno da regravação de "Please Don't Go"?


CURIOSIDADE: O primeiro single de Double You foi "Please Don't Go", considerado um clássico total dos anos 90 e uma das faixas mais marcantes daquela geração Eurodance. Com o auge do grupo por praticamente toda Europa, e com o topo das paradas sendo tomado por este estrondoso cover, não demorou muito para que um certo projeto, intitulado de KWS, surgisse para lucrar também com esse hit... Sim, foi aí que nasceu o cover do cover, produzido pelo projeto KWS:


KWS - "Please Don't Go" (1992)
Além da música ser bem parecida, até o clipe com fundo branco e algumas modelos lembram bastante o video oficial de Double You...


Curiosamente, os arranjos que constam nessa versão do KWS são originalmente do Double You, aliás, qualquer pessoa que ouve essa versão consegue perceber que tudo soa muito parecido com o single lançado por Double You. Devidamente a isso, Roberto Zanetti - o produtor de Double You - acionou seus advogados e processou o projeto KWS. Double You venceu nos tribunais.


O COMEÇO DE WILLIAM NARAINE: 

O nome completo do vocalista é William Samuele Serafino Naraine e nasceu em Londres, Inglaterra, em 29 de dezembro de 1965. Ele começou a gravar suas primeiras demos em 1985, aos 20 anos de idade, mas ganhou a sua merecida popularidade em 1992 graças ao selo DWA, que o apoiou e lançou os seus primeiros álbuns. 

Em sua trajetória, o grupo até colaborou com outros nomes icônicos do Eurodance, como Ice Mc (o rapper fez uma participação no hino "Run To Me"), Sandy Chambers (foi backing vocal em muitas faixas), Alexia (foi backing vocal em muitas faixas), Julia St Louis (a cantora dos projetos Dama, Julia J e Glow veio ao Dance Philco Music em 1996 fazer backing vocal com eles) e até mesmo a brasileira Gottsha (backing vocal no álbum "Forever").


Por favor, não vá, Eurodance!


No total, o nosso querido Double You gravou 7 álbuns, um recorde para um artista de Dance Music. Muitos não conseguem gravar um disco sequer, e muitos outros lançam apenas um ou dois álbuns no máximo... já o Double You foi além, inclusive, em 2022 eles gravaram uma nova música chamada "You're Always on the Run", numa vibe bem Michael Jackson (com a participação do Rodrigo Teaser), mas totalmente pop e muito distante do gênero que os fizeram ficar famosos: o Eurodance.

Pois é… É emocionante saber que o Double You continua ainda em atividades, mas é triste também ver que o grupo está migrando para um outro universo musical, e totalmente diferente. É como se os rockeiros estivessem vendo Axl Rose, do Guns N' Roses, abandonar o Rock para cantar Pop adolescente. Entendem? 


RETROSPECTIVA: DOUBLE YOU E A EURODANCE

William Naraine é o vocalista até hoje, mas outros integrantes, como Andrea De Antoni e Francesco Amato (Franco Amato) também passaram pelo Double You em sua formação clássica

William Naraine, Andrea De Antoni e Franco Amato ganharam as rádios e as discotecas quando conheceram o famoso produtor Roberto Zanetti (Robyx), que os ajudou a formar o Double You. O primeiro álbum do trio foi "We All Need Love" (1992), tendo 30 edições lançadas em diversos países pelo mundo, enquanto que o segundo trabalho "The Blue Album" (1994) teve 14 edições. Em ambos, o que predomina é a Italo-House, o Eurodance e o Pop eletrônico.


A formação original na capa do single "Part-Time Lover": Franco Amato e Andrea De Antoni ao fundo, enquanto que o vocalista William Naraine marca a liderança no Double You

Já o terceiro álbum - “Forever”(1996) - foi lançado apenas no Brasil. Não existem registros deste trabalho em nenhum outro país. Muito Eurodance, Pop eletrônico e Romantismo marcam o disco. 

No mesmo ano de 1996, Andrea de Antoni anunciou a sua saída do grupo. 

Já em 1997, a Spotlight Records lançou no Brasil a coletânea “The Best Of Double You”, que continha vários hinos dos rapazes, além da novidade “Somebody”, esta que se tornou num novo sucesso da Dance Music naquele ano. Perceba ainda que seus produtores se inspiraram muito nas batidas de Blackwood - “ My Love For You” ao construir “Somebody”.

Double You fez também uma parceria com a cantora argentina Karina, a voz de “Vidas Nuevas”, lembram-se dela? No primeiro semestre de 1997, a faixa cantada pela dupla, “In The Name Of Love”, foi muito executada nas FM’s de todo o Brasil, além de ser adicionada na trilha sonora da novela “O Amor está no Ar”.

Em 1998, agora sendo uma dupla, o Double You retornou com "Heaven", novo e quarto disco que saiu apenas na Itália e Brasil. 

Bem, os fãs da Dance Music já sabiam que os discos anteriores do Double You haviam sido editados para o mercado brasileiro pela Spotlight Records, mas agora com "Heaven", o grupo italiano estava sendo representado pela BMG.

Infelizmente, não foram apenas essas mudanças que os fãs notaram…


Filho de pai indiano e mãe italiana, Mr. Naraine foi morar na Itália aos seus 16 anos de idade. O produtor Robyx gostou de sua apresentação no famoso espetáculo Festival Bar (em 1988) e resolveu contratá-lo… Alguns anos depois, nasceu o grupo Double You!

Ainda sobre o álbum “Heaven”…. O Pop era uma febre em 1998, então o Double You se adequou ao que era tendência na época. "Heaven" foi um disco que não foi compreendido pelos fãs do Pop, nem do Eurodance, e em nada foi explorado pelas rádios e muito menos pelas pistas de dança.

Querendo seguir novos rumos em sua carreira, o parceiro Franco Amato também veio a se desligar do Double You.

Daí em diante, seguiu uma sequência de lançamentos apenas no território brasileiro, como "Studio Live" (2001), "Double You Live" (2008) e "Life" (2011), sendo este o seu último álbum gravado e lançado. Além destes trabalhos pouco conhecidos (em comparação às tracks produzidas nos anos 90), o Double You ainda produziu nos anos 2000 o projeto House Boulevard, conquistando as rádios e pistas de dança com três grandes faixas, como “I Can’t Get You”, “Everybody’s Grooving”, e o big tune “Set Me Free”.


William Naraine com o time da Spotlight Records, em 1996. 
Com a BMG o contrato não teve tanta durabilidade e o Double You não conseguiu grandes feitos no cenário musical... Já com a Spotlight eles criaram diversos sucessos, além de uma forte amizade.


Outro grande momento foi a parceria de Double You com DJ Ross (o cara do hit “Emotion”). Quem não se lembra das empolgantes eletrônicas “Get Up” e “Beat Goes On”? Clássicos da Dance Music dos anos 2000!

Atualmente o vocalista William Naraine se apresenta com o guitarrista brasileiro Gino Martini, e com a banda realizam diversos shows pelo Brasil. Vale ressaltar que, em toda a sua história, o Double You vendeu mais de 12 milhões de discos em todo mundo, e no Brasil suas músicas foram temas de 14 novelas, tornando-se o artista internacional com mais trihas sonoras em novelas brasileiras.


SHOWS ATUAIS: SAI EURODANCE E ENTRA ROCK-POP

Double You "Memories" 30 anos, em São Paulo, maio de 2023 - Tokio Marine Hall
Foto by Danilo Rosenbaum

Fãs do Double You sempre irão aplaudir o talento, a simpatia e toda a energia do Double You nos palcos, mas o fã legítimo de Eurodance pode ficar com um "gostinho de quero mais", caso for assistir aos seus shows mais recentes… E isso não é nenhuma crítica gratuita e sem fundamento ao grupo, e espero que os fãs me entendam; Essa é simplesmente uma realidade que vem sendo percebida cada vez mais nos últimos anos.

Em 2017 tive o privilégio de assistir a um show do grupo na cidade de Salto-SP, e foi triste sentir a ausência de várias músicas que ficaram de fora do setlist, como "We All Need Love" e "Who's Fooling Who". No camarim, eu lembro que até brinquei com William Naraine e exclamei a falta destas e outras músicas essenciais… em seguida, atenciosamente ele me respondeu: “Fica para uma próxima oportunidade”.

Muitos leitores podem justificar que o catálogo do grupo é muito extenso, por isso é impossível William cantar todos os seus sucessos, mas infelizmente não foi esse o caso… Na realidade o grupo escolheu fazer muitos covers de outros artistas da atualidade, cantando David Guetta, Black Eyed Peas, Calvin Harris, entre outros cantores do Pop Mainstream, então, definitivamente isso não tem nada a ver com questões de disponibilidade de tempo. Deixar de cantar suas próprias obras para destacar músicas de outros cantores? Somos fãs é do Double You, e estamos ali por eles!!


Show em Salto-SP, em 2017


Bom, mas isso foi há seis anos, e tudo pode ter mudado nesse período que se passou, certo? Afinal, agora o grupo está comemorando 30 anos...Eles precisam celebrar a sua história e cantar seus hits próprios, e isso é tão óbvio, não é mesmo?

No entanto, não é bem isso isso que os fãs do Eurodance estão presenciando nessa sua última Turnê: "Memories"... Double You, como já citado, continua animando as platéias de todo o Brasil e oferecendo o melhor dos shows ao vivo, sem playback e com muita entrega aos fãs, mas... cada vez mais deixando o Eurodance de lado em suas apresentações. 

O amigo e leitor Alexandre foi conferir um dos shows da turnê "Memories" e escreveu o relato abaixo para compartilhar conosco a sua experiência. Lembrando que somos fãs do Double You, assim como desejamos muito sucesso e longevidade ao grupo no mercado da música, mas como fãs, também temos o direito de expressar nossas opiniões, sem demagogia e também sem sensacionalismo, então gostaríamos que compreendessem o nosso ponto de vista.


DESABAFO DE FÃ

Gino Martini, William Naraine e o entrevistador Danilo Gentili

Oi Rikardo, deixa eu fazer um "desabafo" para você de um show que participei. Quinta-feira passada saí do Piauí para ver o Show do Double You - Memories 30 anos.

Expectativas enormes, pois era o show de 30 anos de carreira. No mínimo, esperávamos uma viagem pelos grandes sucessos do Double You, mas não foi NADA disso que aconteceu.

Infelizmente foi um show decepcionante para aqueles que AMAM a banda e o Eurodance. Simplesmente criaram um show de 1h30 onde o vocalista William Naraine canta 50% musicas do Double You e 50% de músicas de outros artistas, que não eram Dance Music, por exemplo: Coldplay e Queen!

Deixaram de cantar grandes hits, principalmente aqueles com vozes femininas, como "Dancing With an Angel", "I Got to Love", "Everything I Do", "Send Away the Rain", "Part Time Lover", "Because I'm Loving You"... Totalmente frustrante!

Agora o mais decepcionante, para mim, foi eles terem feito o show inteiro no estilo POP ROCK / ACUSTICO. Até mesmo "Run To Me" foi cantado em um estilo Pop Rock, versão mais lenta e totalmente diferente da original...Nem o famoso e arrepiante teclado da introdução eles fizeram!

Como os caras vão celebrar 30 de carreira e fogem completamente das origens da banda? Como deixam de cantar os maiores Hits? Fiquei completamente decepcionado, como fã da banda e da Eurodance.

Foi possível até mesmo ver fãs gritando durante o show "TOCA EURODANCE". Mas nada disso rolou...presenciamos um show de POP ROCK e Covers.... típico de um barzinho de qualquer cidade.

Claro, a voz do William continua fanástica, a banda é ótima... mas quem quer ver Double You, quer Dance Music, e não um show de Rock!!

Qual o sentido de fazer metade do show com Covers de bandas de rock?

Eu fui em outro show do Double You, 10 anos atrás, já era um show com banda, mas foi completamente diferente. Era um show no estilo Dance Music, mesmo com bateria, guitarras, baixo e teclado. 

Já esse show da nova turnê foi tão estranho, que nem mesmo tocaram a música mais nova, "You're Always on the Run".

Double You - "You're Always on the Run" (ft. Rodrigo Teaser)
Clipe oficial e música lançados em 2022


William Naraine cantou muitas músicas que não são da carreira de Double You, não fazendo o mínimo sentido. Foi muito frustrante, decepção total! E o Double You tem repertório próprio para um show de 1h a 1:30h.

É como se o grupo tivesse abandonado totalmente as origens e passou a querer vender um show para um público mais velho que só conhece "Please Don't Go" e os temas de novelas, "She’s Beautiful", "Gonna be my baby", "If You Say Goodbye"...

Eu saí do show sem acreditar no que tinha acabado de ver... A vontade era de ter ido embora antes, infelizmente. Não pagamos para ver um show com Covers de Pop Rock, além de ser uma grande falta de respeito com os verdadeiros fãs, que o acompanham desde 1993.

É inacreditável isso acontecer no show de 30 anos da banda.


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William Naraine atualmente, aos seus 57 anos...
Créditos da foto:Jana Astolphi Fonseca (facebook)


Bom pessoal, essa foi a crítica do nosso amigo Alexandre, mas como eu disse, já vivenciei algo parecido no show de seis anos atrás. Gostaria de ressaltar que continuamos sendo fãs do Double You, e essa é uma crítica construtiva, Ok? 

Ao meu ver, este ícone da Dance Music está se ajustando mais ao gênero "músicas que tocam na Antena 1", podemos assim dizer, embora todo o seu talento, musicalidade e qualidade ainda estejam visíveis ao público em seus mais de 30 anos de carreira.

A intenção aqui é apenas de dissertar de maneira educada e transparente sobre essa mudança de estilo musical nos shows do mestre Double You - o Rei do Eurodance - cujo shows, ironicamente não trazem mais o gênero. 

Faz parte do objetivo também alertar aos fãs sobre o que eles poderão encontrar nesta Turnê de 30 anos, já que nenhum outro veículo de comunicação se propôs em detalhar essas informações tão essenciais. A pessoa vai pagar pelo ingresso, então ela precisa de um preview sobre o que encontrará no evento, que no caso, aqui, não será o Eurodance.

Obrigado pela compreensão de todos, e um grande abraço!


AGRADECIMENTOS:

Ao leitor Alexandre por colaborar com o Blog, através de sua experiência na Turnê "Memories" de Double You