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terça-feira, 30 de novembro de 2021

GOTTSHA - A HISTÓRIA DA CANTORA DANCE

SÉRIE: BRASILEIROS NA EURODANCE - PARTE II

Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.

-RIKARDO ROCHA

 

GOTTSHA OU GOTTSCHA? INDEPENDENTE, ELA SEMPRE SERÁ A PIONEIRA DA DANCE MUSIC "MADE IN BRAZIL"

Olá amigos, fãs da Dance Music! Depois de algum tempo sumido (tenho andado muito ocupado com o trabalho), finalmente consegui retornar a este Blog e trazer esta recente atualização aos nossos estimados leitores. Desta vez vamos reativar a série "Brasileiros na Eurodance", que teve a sua estreia em setembro de 2021 numa matéria sobre o cantor Camarco, lembram-se?

Pois bem, hoje o assunto é sobre uma artista muito especial e que influenciou muitos outros brasileiros na Eurodance, afinal, ela foi a primeira a fazer Dance Music "Made In Brazil" e sendo um grande sucesso!! Quem é ela? É claro que é a nossa conhecidíssima GOTTSHA!! 

Recentemente ela seguiu as orientações da numerologia e então optou por uma pequena alteração em seu nome artístico, assinando agora como "Gottscha", então não estranhem caso encontrarem seu nome escrito dessa forma.

EDIT 2024: Gottscha voltou a ser apenas Gottsha. Na época dessa matéria ela nos contou que achou interessante acrescentar mais uma letra em seu nome artístico, mas atualmente ela disse ao blog: "Rikardo, esse C foi uma numerologia errônea, então continuarei sendo a única Gottsha do planeta (risos)" 


O COMEÇO DA HISTÓRIA 

Que cantora!!!

A década de 90 foi uma época em que muitos artistas da Europa se destacavam nos clubs e rádios daqui do Brasil, como os ícones Corona, Masterboy, DJ Bobo, Double You, Culture Beat, Real McCoy, Ice MC, Scatman John, La Bouche, Playahitty, e muitos outros... Então, os produtores daqui pensaram: "Por que nós, não criamos a nossa própria 'eurodance'?"

E foi exatamente assim que nasceu o primeiro single do gênero 'eurodance' produzido totalmente no Brasil, "No One To Answer", da cantora carioca Gottsha

Prontos para mais uma história?


GOTTSHA - FAZENDO 'EURODANCE' NO BRASIL?

Fotos: Instagram Oficial da Gottsha

Sandra Maria Braga Gottlieb é o nome completo dessa verdadeira cantora de Eurodance, nascida na cidade do Rio de Janeiro em 04 de outubro de 1969. Ressalto o substantivo "verdadeira" pois nessa mesma época tivemos uma modelo brasileira que representava um grande projeto "Euro", porém, a voz real gravada nas músicas não era dela (a brasileira só dublava, foi apenas a imagem do projeto e isso era muito comum no gênero). Já a talentosa Sandra Gottlieb sempre foi a verdadeira vocalista em seus trabalhos, seja na música, na TV, nos teatros, entre outros.


O INÍCIO DE GOTTSHA

Antes de "No One To Answer", a vocalista já cantava e encantava com sua forte e poderosa voz em registros da Spotlight Records

Sandra Gottlieb iniciou-se nos palcos ainda adolescente, aos seus 14 anos de idade, mas foi no início da década de 90 que ela cantou algumas músicas para o seu produtor Paulo Jeveaux, se lançando artisticamente como "Sandra Gottlieb", "Sandra" ou simplesmente "New Joy" (que era um dos nomes fantasias das produções de Paulo Jeveaux). 

Essas faixas foram disponibilizadas em 1993 e são bem raras hoje em dia, como "It's A Fine Day" (versão cover de Opus III, que já é uma cover da versão original da cantora Jane) e a canção em português "Mania de Você" (uma ótima regravação dance-pop de Rita Lee).

Ouça alguns trechos dessas e outras dance-pop antigas na voz de Sandra Gottlieb, e que não estão em seu álbum "No One To Answer":


Músicas antigas na voz de Gottsha e que não estão em seu álbum 'No One To Answer'

Ainda em 1993, a vocalista resolveu adotar "Gottsha" como nome artístico e gravou em 1994 o seu 1º sucesso "No One To Answer", um grande estouro no Rio de Janeiro e que logo se espalhou rapidamente por todo o Brasil. Assim como os fonogramas anteriores, "No One To Answer" também saiu pela Spotlight Records, uma das principais gravadoras de Dance Music que este país já teve.

"No One To Answer" conquistou DJ's e adolescentes de todo o país, sendo uma produção de Nino Carlo e Paulo Jeveaux (que também foi marido da Gottscha), e gravado na Uptown Studios (Rio de Janeiro). 

Com certeza, você já ouviu muito essa delícia nos anos 90...


 
O SUCESSO CHEGA COMO "GOTTSHA"

Desde então, surgiram muitos outros projetos brasileiros que apostaram no gênero Eurodance, como Claudja, Sect, Any Second, Karina, Lulu Joppert, Mr. Jam, Marion K, Dalimas, Kasino, Ramada... mas a Gottsha foi a primeira artista a mostrar que a dance music brasileira tinha potencial para se destacar, como a gringa vinda da Itália, Alemanha, Bélgica, Holanda, Espanha e tantos outros países.

O sucesso da faixa foi imenso, e detalhe que nem single ganhou na época de seu lançamento. Sua popularidade foi crescendo aos poucos até chegar num ponto em que todos queriam saber quem era afinal, a tal da "Gottsha". 


GOTTSHA - "NO ONE TO ANSWER" (1994)

Essa Dance Music totalmente produzida no Brasil possui um charme único, além de uma atmosfera cheia de mistério... São características que não eram muito comuns naqueles "Dance anos 90", principalmente se você compará-la com outras canções do gênero que também faziam sucesso, como "Saturday Night" de Whigfield e "The Rhythm Of The Night" de Corona, singles que simplesmente exaltavam a noite - ou outros que ainda retratavam a vida de um casal apaixonado.

"No One To Answer" de Gottsha nos apresenta algo mais reflexivo, abstrato e contemplativo em sua profunda letra... além é claro, de uma base impactante e finíssima que combina perfeitamente com os vocais surpreendentes e cheios de atitude da vocalista. 

Logo na intro, quando entra a hipnotizante instrumental e Gottsha grita com fúria o trecho "Show The Way!!" ("Mostre o caminho!")... você já sente que é uma música diferenciada e de arrepiar a alma!

Aparentemente, a sua letra expõe que nascemos aguardando a resposta de alguém para nos orientar em nossa jornada de vida, e faz a seguinte revelação: Não temos ninguém a quem recorrer, ninguém para nos responder, ninguém para mostrar o caminho.


Gottsha e Sandy & Junior (provavelmente o ano era 1994)
Créditos da foto: Instagram Oficial da Gottsha

Na minha interpretação, a melancólica "No One To Answer" dá o seu ponto de vista em relação aos homens e a sua inabalável fé. Nascemos acreditando (através de nossos pais) que existe uma força superior, uma divindade à quem podemos recorrer e suplicar por ajuda, mas na realidade, estamos aqui sozinhos. 

Essa foi a interpretação que concebi... mas creio que possa haver outros significados, e talvez o objetivo da enigmática letra seja esse mesmo, intencionalmente deixa pontas abertas para cada um fazer a sua análise que melhor lhe couber, através de suas compreensões e experiências particulares.

É algo bem abstrato, implícito, não deixando uma mensagem direta. Até perguntei à Gottsha sobre o sentido real e direto da letra, então a simpática artista nos respondeu:


"Excelente pergunta , mas o compositor  a compôs para ser um Rock progressivo e a letra é viajadona mesmo e até um pouco deprê , pois ele afirma não existir alguém pra responder. Não era muito o que eu acreditava (e ainda não acredito), pois sempre existe uma resposta pra tudo, nem que seja no nosso íntimo. 

Como a melodia era incrível e achei a letra polêmica , não tive dúvidas em gravar. Mil beijos e obrigada pelo carinho, Gottscha."


A letra foi composta por Marcelo de Alex (não localizei-o pela internet) e Andy Mills (o inglês Andre Paul Mills, que tinha um estúdio no Brasil e trabalhou com os roqueiros Raul Seixas, Rita Lee, Barão Vermelho, Leo Jaime, entre outros). 

Gottsha contou ainda que, "No One To Answer" havia sido projetada para ser uma faixa voltada ao gênero rock, porém, prontamente a cantora teve a ideia de transformá-la na "dance-pop" que todos conhecemos hoje. 


O músico Andy Mills, um dos compositores creditados em "No One To Answer" de Gottsha. Ele também trabalhou com o controverso rockeiro Alice Cooper, além de diversos artistas nacionais do gênero.

No início de 1995, essa track entrou para as maravilhosas coletâneas "Ritmo da Noite Vol.2" (Spotlight Records) e "Disco 95" (Som Livre), numa fase em que o gênero Eurodance estava vivendo o seu auge no mundo todo... Um período mais que glorioso aos fãs do estilo!

A estrela carioca ainda teve que gravar um video-clipe para esse hit, que circulou bastante na MTV Brasil. Gottsha também se apresentou em diversas cidades brasileiras, abriu shows do internacional Ice MC e realizou várias atrações televisivas que já se tornaram clássicas, como o "Xuxa Hits" e "Jô Onze e Meia". Inclusive, no programa do Jô ela explicou que o nome "Gottsha" surgiu a partir de seu sobrenome russo "Gottlieb", mas também ressaltou que é uma referência ao verbo "te pegar" em inglês ("gotcha" -  é uma redução de "I have got you"). 

E realmente, Sandra Gottlieb conseguiu nos pegar direitinho, com todo o seu talento, carisma, simpatia e sucesso...


Video Oficial: Gottsha - "No One To Answer" (1994)
Em transmissão na MTV Brasil

Participam ainda do vídeo os dançarinos Beto Zimmer, Décio e Tony. 

Beto Zimmer disse: “Fazer parte deste vídeo me deixou super orgulhoso, e minhas filhas adoram ouvir essa música. Saudades desse tempo de modelo e desses amigos”.


É lógico que um novo trabalho de Gottsha tinha que ser lançado... era apenas uma questão de tempo. Então, o 2º single "Break Out" foi finalmente distribuído em 1995, quando o seu álbum (com outras 8 faixas inéditas) já estava finalizado. O citado álbum recebeu o nome de "No One To Answer", chegou às lojas através da Spotlight Records, e é hoje uma raridade colecionável entre os fãs da Eurodance.

Além dos hits "No One To Answer" e "Break Out", o disco ainda traz as inéditas: "Do You Wanna Love Me?", "No One Does What You Do", "Dance The Night The Way", "So True", "Sound Of Love", "Sunshine In Your Eyes", "I'm Loving You" e "You Can Do Magic" (além de outras faixas long versions e remixes).


Gottsha já abusava de seu visual excêntrico na década de 90

Gottsha ainda chamou a atenção do público LGBT dos anos 90, não apenas por sua postura "diva" nos palcos, mas também por sua simpatia e por seu visual excêntrico, bem no estilo drag queen. Havia uma identificação entre Gottsha e esse público. 

É importante mencionar também que a cantora foi aclamada como uma "Rainha Gay" pelo Jornal do Brasil. 


Gottsha - “Break Out” (1995)

Já a 2ª aposta musical, "Break Out", foi lançada em single-promo, bem diferente do hit anterior que não obteve nenhum investimento em seu lançamento. Vale citar ainda que esse single só saiu em vinil, e que possui uma versão acapella que é bem rara de se encontrar por aí...

Sobre a letra de "Break Out", foi escrita pelo mineiro Rondon de Andrade, um produtor, compositor e cantor. Ele trabalhou ainda em muitas outras canções com a Gottscha, aliás, Rondon também foi o cantor de seu projeto solo Hi-Tech - "Don't Ask Me Why" (que já relatamos aqui no blog). 

Em conversa com esse talentoso músico, Rondon disse que o "rap" presente em "Break Out" estava originalmente num CD de samples que adquiriram naquela época, então eles não sabem quem atuou naqueles fragmentos em "ragga". 


"Esse trecho foi uma junção com vários samples de acapellas, presentes num disco com diversos packs de Reggae. E toda essa montagem foi feita por Paulo Jeveaux". - Rondon de Andrade


ASHER SENATOR SERIA O VERDADEIRO RAPPER DE "BREAK OUT"?


Se você ouvir este "ragga" com bastante atenção, perceberá que o rapper da faixa tem uma voz muito semelhante com a de Asher Senator (rapper de Taleesa, Molella, Antares...), e além de tudo, você ainda pode ouvir um trecho vocal parecido na música "Boom Chaka" (1995) do projeto espanhol Dagon.

É apenas uma especulação, mas talvez o CD de samples utilizado pelos produtores brasileiros também tenha sido utilizado pelos músicos do projeto Dagon. Quem nos trouxe essa informação é o leitor JLC (que também é um historiador da Eurodance), então os nossos agradecimentos à ele, por colaborar com o Blog mesmo que seja com uma especulação. 



Os brasileiros Paulo Jeveaux e Nino Carlo: Os produtores do disco "No One To Answer"


Perguntei ainda à Rondon se ele produziu alguma música para a Gottsha, então o músico informou que quem concluía as produções eram Paulo Jeveaux e Nino Carlo:

"Eu fui um dos compositores do álbum da Gottsha, até cheguei a fazer uma pré para algumas músicas e mandei para ela. Mas na produção mesmo, foram Paulo Jeveaux e DJ Nino Carlo...Todos amigos".

E devido ao grande sucesso de "Break Out", a Spotlight Records tratou de gravar um vídeo oficial para essa faixa, que obteve o mesmo nível de qualidade do clipe anterior, "No One To Answer":


Video Oficial: Gottsha - "Break Out" (1995)

"Break Out" é um autêntico eurodance que segue as características clássicas e que foram tendências em meados da década de 90, contendo uma base instrumental contagiante, um refrão ultra melódico e o tão tradicional rap. 

A faixa ainda entrou em coletâneas conhecidas da época (como "Maxi Dance 2" e "Disco 96"), assim como foi adicionada na programação das FM's e na trilha sonora oficial da novela "Malhação", ampliando ainda mais a sua cobertura por todo o território nacional. 

 

Marcelo Tyson dublou a voz do rapper no vídeo-clipe de "Break Out"

O humorista Marcelo Tyson, que ficou conhecido como o "Makelelê Prateado" do programa "Pânico na TV", foi contratado para representar o misterioso rapper no clipe. Como bem sabemos, o rapaz não gravou aquele "rap" com a sua voz, apenas atuou no vídeo como se fosse o rapper da canção.

O resultado de "Break Out" foi tão positivo que a música acabou sendo também exportada para alguns países, como a Polônia, EUA, Letônia e Estônia. 

Clique aqui para conhecer algumas dessas coletâneas internacionais que contem as músicas da brasileira Gottsha.


Gottsha - "Do You Wanna Love Me?" (1995)

O single seguinte foi "Do You Wanna Love Me?", lançado em Vinil e CD-single (promo). Você percebe que este é mais voltado para a vertente euro-ragga, nos lembrando um pouco os atributos sonoros do Ace Of Base e Randy Bush (que também foram muito populares na época). Infelizmente não ganhou um video-clipe como os trabalhos anteriores...

Essa composição teve a mão do talentoso Fabio Almeida de Oliveira (do Mr. Jam), ganhando as rádios e pistas de dança em 1995, e lógico, ainda é um dos sons mais queridos pelos fãs da cantora. 

"Do You Wanna Love Me?" também apareceu numa porção de coletâneas gringas, como as lançadas na Rússia, Singapura, Polônia, Colômbia, Estônia e Filipinas. Um enorme sucesso!!


Álbum Gottsha - "No One To Answer" (Gravadora: Spotlight Records - Ano: 1995): Nos apresenta ao todo 14 faixas, incluindo os sucessos acima citados


O álbum de Gottsha foi lançado oficialmente em julho de 1995, trazendo aos fãs da Dance Music ao todo 14 faixas totalmente produzidas no Brasil. Entre estas canções, ainda encontramos "You Can Do Magic", que é uma regravação da banda de rock America... Sim, aqueles que comentamos na postagem sobre Dr. DJ Cerla (que usou a melodia do clássico "Sister Golden Hair" para a sua faixa "Everybody Pom Pom"). Atente-se aos teclados poderosos e ao apoio vocal de fundo que dá todo um clima especial para essa estupenda versão. Sem dúvidas, uma das melhores músicas interpretadas por Gottsha... e a sua energia dramática nos lembra o estilo sapiente do 1º hit -  "No One To Answer".

"Dance The Night Way" é mais uma excelente faixa deste disco e composta também por Rondon de Andrade. Repare que há um teclado alucinante que nos lembra muito "Take Away The Colour" do Ice MC (feat. Simone Jay). É perceptível essa influência da italiana DWA sob os brasileiros da Uptown Studios / Spotlight Records...


Publicidade do ano de 1995 para o álbum "No One To Answer" da Gottsha By Spotlight Records


Ao todo, o músico Rondon de Andrade escreveu 4 faixas para este álbum, e além das já citadas temos a dançante "Sunchine In Your Eyes" e a baladinha suave "No One Does What You Do" (que Gottsha também ajudou na composição). 

O disco foi inteiramente produzido, gravado e mixado por Nino Carlo e Paulo Jeaveaux na Uptown Studio (Rio de Janeiro), trazendo também os backings vocals dos cantores Claudio Pinheiro, Adriana Ninsk, Abdullah, Alexandre Lucas, Alvin W e Julio Borges

No álbum devemos destacar ainda as belas "So True" (composta por Fabio Almeida de Oliveira e Rodrigo Sto. Anastácio - ambos do Mr. Jam) e "Sound Of Love" (composta por Dico Parente). Detalhe que a última nos apresenta alguns elementos sonoros no refrão que lembram "The Reason Is You" (Radio Version) de Nina

Quanto a foto da já tão conhecida capa do disco, foi clicada pelo fotógrafo catarinense Walmor de Oliveira:


Walmor de Oliveira fotografou Gottsha para a clássica capa do álbum "No One To Answer" 

Ainda em 1995, Gottsha conheceu muitas estrelas internacionais da Dance Music, como o super requisitado e já citado Ice MC, a Alexia, a Taleesa e o grupo Double You... E foi aí também que ela abriu alguns shows para o Ice Mc, que estava em turnê pelo Brasil em 1995 (mais especificamente nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Manaus e Macapá). 

 

Gottsha: A brasileira abriu shows para Ice MC

 

Gottsha com William Naraine (Double You) e Alexia

Além disso, tivemos outro trabalho importante da brasileira na cena Dance: Gottsha foi a backing vocal de Double You na track "That's The Way (I Like It)", que entrou ainda para a trilha sonora da novela "A Próxima Vítima" (1995). 

Ah, e no álbum "Forever" (1996) do referido grupo italiano, é possível ver o nome da cantora creditado no verso do disco como backing vocal da canção (que é um remake da banda KC & The Sunshine Band). 


Gottsha e William Naraine (Double You)
Crédito da foto: Mauro Brettas


Já no final de 1995, foi lançado "Christmas Time", uma relíquia em colaboração com os brasileiros Claudja (que estava começando a bombar com seu hit "Brand New Day") e Mr. Jam. Esse tema de Natal ficou conhecido graças a coletânea "Projeto Brasil", lançada nacionalmente pela Spotlight Records em agosto de 1996. 


A propósito, Gottsha e Claudja são grandes amigas até hoje


Nesse ano de 1996, Gottsha ainda emprestou a sua voz para o projeto Gyn Zone - "Take my Sound" (Fabio Almeida de Oliveira também era o produtor desse projeto, assim como dividiu os seus vocais com Gottsha). Essa parceria foi lançada mais uma vez pela Spotlight Records, que a incluiu no raro CD de ginástica "Body Mix". 

Outra surpresa agradável de 1996 foi o lançamento do álbum do Mr. Jam - "New Love Dimension" (1996), onde Gottsha foi creditada como backing vocal da faixa "2 Late 2 Stay".


Gottsha: Patrimônio da Dance Music Nacional

Houve ainda nesse mesmo ano uma grande febre da música latina / miami beat, como as produções das cantoras Angelina, Lina Santiago e Laura Martinez, que tocaram o terror em todas as rádios e boates brasileiras. Diante desta ocasião, Gottsha gravou "Come To Me" para um projeto chamado Tita, seguindo essa mesma linha dançante / latina, e que acabou sendo inclusa na trilha sonora internacional da novela "Salsa e Merengue" (lançada em dezembro de 1996).


Gottsha com vários DJs na CD Expo'97: Um dos produtores de seu álbum "No One To Answer" aparece atrás dela: Nino Carlo

No ano de 1997, a artista carioca começou a investir mais nos musicais, o que lhe rendeu a oportunidade de desenvolver o seu dom também nas artes cênicas. 

Em 1998 veio uma nova produção "dance" para Gottsha gravar, era a regravação da imortal Disco Music: "I Love The Nightlife" (de Alicia Bridges):


Gottsha - "I Love The Nightlife" (1998)

Este seu retorno ao mercado fonográfico foi lançado pelo selo Paradise Records e chamou a atenção de vários DJ's na época, mas não fez um sucesso radiofônico como as músicas de seu álbum de 1995. O single veio com nove versões diferentes e foi produzido pela dupla Nino Carlo e FC Nond.

Sobre a masterização de "I Love The Nightlife", foi feita por Ian Duarte, um dos cabeças do Kasino e Ramada. Um detalhe curioso, é que o design gráfico deste single ficou a cargo de Paula Gottlieb, que é simplesmente a irmã da cantora Gottsha:


Gottsha e sua irmã Paula Gottlieb: Sua irmã criou a arte do single de "I Love The Nightlife" (1998)

 Indicação do single Gottsha - "I Love The Nightlife" na revista DJ Sound, no início de 1998

"I Love The Nightlife" também entrou em um musical brasileiro chamado "As Malvadas" (em que Gottsha atuava e cantava). Uma informação interessante, é que a atriz Alessandra Maestrini - que também é uma excelente cantora - foi uma das backing vocals deste single ao lado de Claudio Pinheiro (um dos principais backings do álbum "No One To Answer"):

 

Alessandra Maestrini foi uma das backing vocals do single "I Love The Nighlife"

Nos anos 2000, Gottsha esteve mais envolvida como atriz de televisão e musicais, se ausentando consideravelmente das paradas de rádios e clubs. Em 2001, Gottsha ainda adentrou ao mundo da dublagem de cinema, onde dublou o personagem Roz no desenho da Disney "Monstros SA". 

Seus trabalhos mais memoráveis na TV ocorreram em novelas de grande audiência, sendo atriz em "Senhora do Destino" (2005) e "Duas Caras" (2007 / 2008), embora a artista tenha realizado ainda outros trabalhos como atriz em séries, atrações de humor, entre outros programas bem populares.

 

Gottsha em horário nobre nas novelas da Rede Globo: Quem curtia a Dance-Pop dos anos 90 rapidamente reconhecia a talentosa cantora em seu visual marcante...


Entre essas novelas, Gottsha ainda gravou para o projeto Ramada feat. Gottsha - "Time 2 Love" (2006), um som que acabou entrando para a trilha sonora da novela "Cobras e Lagartos" (2006) e sendo tema do personagem de Lázaro Ramos

"Time 2 Love" também foi enviada para Portugal e saiu por lá na coletânea "Dance Mania 2007". Mais uma faixa com a linda voz de Gottsha que vai para o mundo...

Há 11 anos, em 2010, veio a tona uma de suas dublagens mais famosas do cinema: Gottsha deu voz à vilã Mamãe Gothel na animação Disney "Enrolados" (2010). Outro efetivo marco em sua carreira! 

Não podemos nos esquecer ainda de um outro trabalho famoso, a sua dublagem em "Frozen: Uma Aventura Congelante" (2013) para a personagem Bulda. 

Enfim, Gottsha é tudo isso aí... Uma mulher multi-talentosa, que incansavelmente está em variadas atividades e exercendo os seus mais aflorados dons artísticos. Para se ter uma ideia de sua versatilidade, até na carreira política ela tentou entrar, ao se candidatar como vereadora nas eleições de 2020.


GOTTSHA ATUALMENTE

Recentemente a Dance-Star comemorou o 25º aniversário de seu espetacular álbum "No One To Answer", se juntando novamente com vários amigos das antigas e produzindo novas músicas no estilo Dance Music...  

Depois de atuar no teatro, na TV, nas dublagens, em canções cantadas em português - como "Fala", que foi trilha sonora da novela "Ti Ti Ti" (2010) e do CD religioso "Tenda Dos Irmãos Do Oriente - Cantos De Fé" (2014) que inclui ainda participações de Claudja, Cláudio Pinheiro, entre outros - Gottsha ressurgiu em 2021 cantando a boa e velha Dance Music que a consagrou há 25 anos: 


Gottsha & Miguel Falabella - "Don't Go Breaking My Heart" (2021)

Primeiro ela lançou com seu amigo Miguel Falabella a regravação de Elton John: "Don't Go Breaking My Heart", em 23 de abril deste ano. Posteriormente, Gottsha não demorou muito e voltou com mais surpresas aos amantes das pistas de dança...

Você pode conferir essas novidades, como "Because The Night", "Hopelessly Devoted To You", "Let The Night Take The Blame" e "To Sir With Love" (que são regravações de obras clássicas) em seu mais recente E.P. "Divas" (2021). 


Teaser Gottsha - EP "Divas" (2021)

Rondon de Andrade, que teve uma participação muito importante no disco de 1995 como compositor, também voltou neste ambicioso projeto da cantora carioca... mas dessa vez ele trabalhou como seu produtor. 

A gravadora? A mesma dos anos dourados, a Spottlight Record (que mudou de nome no decorrer dos anos).

A nossa Gottsha segue sendo parceira de todos que colaboraram em seu ótimo álbum "No One To Answer", além de ser uma figura muito sociável e divertida com todos os fãs. Ela também tem uma grande amizade de longa data com a cantora Claudja, e é casada há 15 anos com o cantor "romântico / clássico" Márcio Gomes.


Créditos das fotos: Instagram Oficial da Gottsha

A pioneira da Dance Music brasileira é eternamente grata ao time da Spottlight Record, em especial ao René Michel, e também à sua mãe Amélia Braga Gottlieb -  a melhor empresária e eterna amiga.

E para finalizar esse capítulo da série "Brasileiros na Eurodance", desejamos cada vez mais sucesso para essa excelente estrela do Brasil... Orgulhosamente, a melhor que temos na cena Dance!!!


Gottsha e sua mãe Amélia Gottlieb, conhecida também como Mamy Gottlieb


Obrigado, GOTTSHA!

É Brasil-sil-sil-sil!!!!


Clipe oficialmente lançado hoje (24/12/2021): 

Gottsha - "Hopelessly Devoted To You" (2021)


segunda-feira, 4 de outubro de 2021

NOIZU - "SUMMER 91 (LOOKING BACK)" (2021) - ESTAMOS VOLTANDO AOS ANOS 90?

UM LANÇAMENTO COM VIBE DE NOSTALGIA PARA O FÃ DOS ANOS 90 VOLTAR A SORRIR

NOIZU - "SUMMER 91 (LOOKING BACK)"

Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.

-RIKARDO ROCHA

O produtor americano Noizu traz um som agradável com sabor de anos 90: "Summer 91 (Looking Back)"

A frase é antiga, mas cabe perfeitamente: Quem disse que a Dance Music dos anos 90 morreu? Uma das mais recentes novidades é esta produção com todos os ingredientes necessários para fazer você voltar à melhor época do gênero!!

Estou falando de "Summer 91 (Looking Back)" do americano Noizu - um DJ e produtor de house music -  que trouxe muitas referências da velha Dance Music para essa track atual com cara de flash back!! A propósito, esta música entrou na programação de várias rádios britânicas, como a BBC 1, e aqui no Brasil está tocando muito na Educadora FM de Campinas / SP. 

Inclusive, quando a ouvi na rádio campineira imaginei que fosse algum clássico dos anos 90 sendo transmitido na emissora (sempre toca na programação grandes obras-primas do passado, como Snap!, Real McCoy, Haddaway, Robyn S...), mas então fui percebendo que "Summer 91 (Loooking Back)" é um som novo, pois tornou a tocar, e depois novamente, e novamente... entrando também no programa "Sucessos da Educadora" (com as mais pedidas do dia).

E a música, além de nova, é surpreendentemente boa e original (até pensei que pudesse ser uma nova versão, vide "In The Guetto" de J. Balvin ou "Ritmo" de Black Eyed Peas). Enfim, é uma produção cativante, dançante, nostálgica, respeitosa aos fãs e uma coisa rara em tempos recentes: Não é Regravação!

Preste muita atenção no pianinho, que nos conecta diretamente com os trabalhos atemporais de Real McCoy - "Another Night", Tatjana - "Santa Maria", entre outros clássicos incontestáveis do eurodance:


Noizu - "Summer 91 (Looking Back)"
Uma grata surpresa para os fãs da House Music dos anos 90


QUEM É NOIZU?

O nome real do produtor e compositor Noizu é Damian Rhodes. Ele mora em Los Angeles e ganhou mais reconhecimento do público após lançar este belo single, embora tenha também outros vários trabalhos musicais em seu currículo (produções de 2017, 2018 e 2019). 

O produtor ainda é conhecido por fazer suas performances apenas de óculos escuros, mas aqui temos uma foto dele sem esse acessório, para você saber melhor quem é:


Noizu atualmente

Noizu em foto rara: Ele está ao lado esquerdo do casal que segura a faixa, em foto de dezembro de 2019

Noizu lançou a versão original de "Summer 91" em 2020, através de seu selo próprio Techne Records. Não demorou muito, o produtor americano resolveu fazer uma nova mixagem deste seu trabalho e o relançou em fevereiro deste ano. 

Aos poucos "Summer 91 (Looking Back)" foi conquistando os fãs da House Music e também os programadores de algumas rádios, como a radialista Annie Mac - que segundo Noizu - foi a primeira pessoa que acreditou no potencial de sua produção "noventista":

"'Summer 91 (Looking Back)' está agora na programação da BBC Radio 1 e nas paradas do Reino Unido. Annie Mac foi a primeira pessoa a tocar esse nosso single no rádio. Annie, muito obrigado pela sua contribuição!"

Depois disso, a música foi viralizando e chegou até a Billboard americana, atingindo a #6 da Parada Billboard Dance Charts!!


A Dance Music dos anos 90 ainda agrada


2020 e 2021 certamente não foram os melhores anos de nossas vidas, certo? Mas a boa notícia, é que muitos produtores de dance music se trancaram em estúdios para produzirem os seus mais dançantes singles nesse momento de distanciamento social, e nessa remessa nasceu a nossa elogiada "Summer 91 (Looking Back)" .

Noizu conseguiu descarregar uma boa dose de anos 90 nessa interessante faixa, além de acrescentar uma letra que expressa a emoção atual de toda a comunidade noturna, que está apenas esperando o momento certo para entrar na pista de dança novamente... E por isso o refrão foca em lembranças e acontecimentos do passado: "Eu não consigo parar de olhar para trás". A letra fala sobre as boas memórias antes da pandemia, e é como se o mundo tivesse parado para aqueles que desfrutavam dos clubs e dos eventos noturnos (como eu e você, querido leitor).


QUEM É A VOCALISTA DE "SUMMER 91"?

A voz que espera ansiosamente pelo retorno dos clubs 

Ela não foi creditada no single, mas a cantora da faixa que homenageia os anos 90 se chama Annaca Espach.

Nascida na África do Sul, Annaca Espach é uma cantora / compositora que vive entre Londres (Inglaterra) e Los Angeles (EUA). Crescendo no interior da Inglaterra e aprimorando suas habilidades nos bastidores da indústria, ela forneceu a sua voz para alguns produtores e compositores em diversos discos, muitos deles sem ser creditada. 

Annaca Espach também fez uma regravação para o clássico "Wicked Game" de Chris Isaak, uma produção com criticas positivas que favoreceram no seu reconhecimento como artista. Essa regravação ainda foi escolhida pela Microsoft para a estreia do novo jogo "Forza" na "Conferência E3", em Los Angeles.

Posteriormente, "Wicked Game" atingiu o #2 no Spotify Viral Chart Mundial e ficou entre os 10 primeiros em 13 países, incluindo em #3 nos EUA e #1 na Austrália. 


Annaca nos embala com sua voz, ao som de muita nostalgia em "Summer 91 (Looking Back)"

A artista é muito discreta nas redes sociais e não existem informações sobre a sua idade atual e nem sobre a sua data de nascimento...

Além de encontrá-la trabalhando com diversos produtores, como Noizu, esta jovem cantora desenvolve a sua arte também em seu trabalho solo: Annaca.


Annaca Espach


No Twitter, ela ainda confirmou que escreveu a letra de "Summer 91" e postou um vídeo cantando numa versão acústica: 

"Eu escrevi esta música chamada 'Summer 91 (Looking Back)' com Noizu, e se você mora no Reino Unido, pode tê-la ouvido no rádio. Aqui está uma performance acústica ao vivo que fizemos juntos recentemente nos desfiladeiros de Topanaga" - ANNACA




Veja o vídeo e viaje com a dupla NOIZU FEAT. ANNACA ESPACH

"Como costumava ser, vivíamos para o êxtase
Tenho essa fome de senti-lo novamente
Mantendo o ontem, mas parece tão distante..
Diga-me, podemos simplesmente ir lá de novo?"

"Eu simplesmente não consigo parar de olhar para trás, olhar para trás, olhar para trás"

"Quando você não percebe que está no momento
Até que este vire uma memória"

Com certeza absoluta, essa é uma faixa que você precisa incluir entre a sua seleção de indispensáveis... CELEBRE O RETORNO DOS CLUBS COM ESSA MÚSICA DE QUALIDADE E TRANSFORME ESTE MOMENTO EM UMA LINDA LEMBRANÇA!!!!

 

domingo, 19 de setembro de 2021

FRED AGAIN.. X THE BLESSED MADONNA – "MAREA (WE'VE LOST DANCING)" (2021)

 FRED AGAIN.. X THE BLESSED MADONNA – "MAREA (WE'VE LOST DANCING)" (2021) 

A VOZ QUE OUVIMOS FOI RETIRADA DE UMA CONVERSA ENTRE SEUS DOIS PRODUTORES

Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.

-RIKARDO ROCHA

NÓS PERDEMOS AS NOITES?


É, agora os fãs dos flash-backs simplesmente irão me apedrejar. O destaque de hoje vai para uma novidade lançada em fevereiro de 2021 e que tomou conta dos principais charts londrinos: Fred again.. X The Blessed Madonna - "Marea (We've Lost Dancing)". Você já sentiu a vibe dessa track??

Pois é, eu gostaria muito de dizer que a música está estourada nos clubs de Ibiza, de Milão, de São Paulo, de Nova York, de Londres, de Amsterdã... mas infelizmente a realidade é outra, visto que a pandemia decretou o fechamento de toda a vida noturna... Então, consequentemente as novidades musicais não tem sido estreadas nos clubs, onde foram planejadas a levar alegria e transcendência aos assíduos das noites. O que sobra são as rádios e os serviços de streams, que tem apoiado e oferecido esses lançamentos aos fãs do gênero "Dance"; 

Inclusive, Fred again.. X The Blessed Madonna - "Marea (We've Lost Dancing)" tem sido bastante tocada na rádio Energia 97, e se mostrou bastante eficiente entre os ouvintes da música eletrônica.

A canção fala exatamente sobre isso: A PERCA DA VIDA NOTURNA nesses últimos dois anos. Todos sentiram esse triste impacto, principalmente quem gosta de sair à noite para dançar, ou ainda àqueles que vivem das noitadas, como os DJ's, produtores, promoters...


A faixa está no álbum de Fred again.. – "Actual Life (April 14 – December 17 2020)", lançado em junho de 2021

Será que perdemos tudo isso? É apenas uma pausa? Aquela sensação de estar uma pista de dança bem cheia, será que teremos de volta? Qual é o futuro da vida noturna? 

A música até faz alguns desses questionamentos, e apesar de conter uma instrumental bem melancólica, ainda nos entrega um desfecho esperançoso... onde tudo poderá ser "maravilhoso". 

Existe uma estrutura perceptivelmente down e lamentosa, mas há também uma energia positiva, confiante e otimista em "Marea (We've Lost Dancing)"; uma idealização do produtor e compositor britânico Frederick John Philip Gibson, mais conhecido como Fred Gibson ou Fred again..


Fred again.. feat. The Blessed Madonna - "Marea (We’ve Lost Dancing)"


Agora sobre o vocal feminino, este não foi "cantado" num estúdio de gravação - como muitos dos nossos club-hits favoritos... Trata-se, na verdade, de uma mensagem gravada numa secretária eletrônica (ainda existe esse termo?). 

Em sua página no facebook, Fred Gibson explicou sobre esse adicionamento vocal no single "Marea (We've Lost Dancing)"… Ele disse que conversava com a DJ e produtora Marea Stamper, onde ela lamentava a perda da cultura club e o impacto devastador na cena da música eletrônica. 

Fred Gibson achou poética a maneira como Marea Stamper retratou toda essa situação caótica, e ainda mencionou que sempre admirou a forma como a sua colega costuma se expressar - sempre através de uma conversa bonita e de um sensível raciocínio -  "Ela é um verdadeiro abraço humano".


Marea Stamper e Fred again..


Marea Stamper assina como The Blessed Madonna desde 20 de julho de 2020 e ela já remixou Dua Lipa em "Club Future Nostalgia (DJ Mix)". Como ela inspirou Fred Gibson a criar essa música, então nada mais justo que ele homenageá-la no título original da música: "Marea (We've Lost Dancing)".

Que essa essência capturada siga adiante e nos traga uma vida melhor...

"Se eu puder viver os próximos seis meses, dia após dia, se eu puder sobreviver - o que virá a seguir poderá ser maravilhoso."





Leia também sobre Filmes de Horror:

PALHAÇOS ASSASSINOS DO ESPAÇO SIDERAL (1988)




"HOUSE" (1985) - A CASA DO ESPANTO DE SEAN CUNNINGHAM E STEVE MINER


END OF THE LINE - FIM DA LINHA (2007) - Maurice Devereaux



terça-feira, 14 de setembro de 2021

RIHANNA FEAT. CALVIN HARRIS - “WE FOUND LOVE” COMPLETA 10 ANOS!

Sim, eu sei que ela é uma cantora pop, mas não podemos nos esquecer do sucesso que ela fez nos clubs mundiais com suas faixas extremamente dançantes... E um desses exemplos é o mega-hit “We Found Love”, que está completando 10 incríveis anos de seu lançamento:


O ANIVERSÁRIO DE 10 ANOS DE “WE FOUND LOVE” DA BARBADIANA RIHANNA

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-RIKARDO ROCHA

"We Found Love": 10 anos. Como assim? 
Essa música parece que foi lançada ontem!!


Pois é meus caros, o tempo voa… Esse single foi lançado oficialmente em 22 de setembro de 2011, exatamente na época em que Rihanna realizava uma turnê no Brasil: a “Loud Tour” (e um show no Rock In Rio 2011).

Lembro que eu havia acabado de assistir ao show da cantora no Sambódromo do Anhembi (em São Paulo), e voltava para a casa quando ela tuitou um trecho dessa música:

"Encontramos o amor em um lugar sem esperança"

Naquele momento, Rihanna não disse do que se tratava, então todos pensaram que ela estava demonstrando afeição e gratidão à plateia brasileira, que havia assistido ao seu primeiro show no Brasil (em 17 de setembro de 2011).

Mas a cantora estava, na verdade, é pré-anunciando este seu novo single, e só fomos perceber isso quando a rádio Capital (do Reino Unido) tocou a então novidade “We Found Love”, que tem o misterioso trecho - tuitado pela cantora barbadiana.


Rihanna Feat. Calvin Harris - "We Found Love" (2011)
10 anos de aniversário de um grande êxito das pistas de dança!

De imediato esse single já agradou à todos, principalmente aos amantes do eletro-pop, já que a música é bem pista de dança. 

Além de ser uma das mais tocadas pelos DJs do mundo inteiro, “We Found Love” também foi hit #1 por 10 semanas na Hot 100 da Billboard, a parada musical mais importante do planeta, só para vocês terem uma noção do poder alcançado… E de acordo com a Billboard, é o 27º single de maior sucesso de todos os tempos nos EUA. 

O smash-hit também trouxe holofotes à um certo produtor que você, sem dúvidas, já ouviu falar: Calvin Harris

Sim, ele produziu “We Found Love” de Rihanna, e a popstar fez questão de colocar o nome dele no “Featuring” da música, então, a partir daí Calvin Harris ganhou mais projeção e reconhecimento do público (embora ele já fosse um nome conhecido entre os fãs mais "undergrounds").


Rihanna Feat. Calvin Harris - "We Found Love" (2011)
Há 10 anos, era uma track indispensável em todos os clubs!


A parceria de Rihanna com Calvin Harris deu tão certo que eles voltaram depois em "This Is What You Came For" (2016), um outro estouro no estilo dance music e muito tocado nas rádios e clubs. Aliás, recomendo que revisitem também "Where Have You Been", mais uma faixa da Rihanna com produção de Calvin Harris e que está no mesmo álbum "Talk That Talk" (2011). É só hits atrás de hits!!!

Sobre o vídeo de "We Found Love", este também fez bastante sucesso na época... Além de agradar aos críticos, faturou ainda o VMA 2011 - de “Melhor Vídeo do Ano”.

E por falar em premiação,“We Found Love” conseguiu vencer 1 Grammy de “Melhor Gravação Dance” (em 2013), além de ser contemplado com o prêmio Billboard Music Awards, na categoria "Melhor Musica R&B / Urbana". Foi também considerado o video do ano pela premiação International Dance Music Awards.


DETALHES DO VÍDEO

Sobre o videoclipe, existe nele um monólogo bem interessante e que muita gente pensa que é narrado na voz da Rihanna (pois o vocal é realmente bem semelhante...), porém, para a surpresa da muitos, embora você assista ao vídeo e imagine ser a Rihanna narrando, é na verdade a voz de uma modelo inglesa chamada Agyness Deyn.


Agyness Deyin, a voz do monologo (interlude)


Nunca foi a voz Rihanna nesse trecho:

“É como se você estivesse gritando e ninguém ouvisse. Você se sente envergonhado por depender de alguém - que, sem ele, é como se sentisse um nada. Ninguém nunca vai entender o quanto isso dói. Você se sente um desesperado, como se nada pudesse salvá-lo. E quando essa relação acaba, você ainda deseja poder ter todas as coisas ruins de volta - para que possa ter também as boas."

Além de Agyness Deyn, a cantora pop recrutou ainda um outro inglês para trabalhar em "We Found Love"....Trata-se de Dudley O'Shaunessy, o boxeador que virou modelo e que é parceiro da cantora no vídeo. Eles vivem uma espécie de relação dramática e conflituosa, enquanto ela canta as palavras tuitadas: "Encontramos o amor em um lugar sem esperança"

O vídeo-clipe foi filmado na Irlanda do Norte e é lembrado também por ter causado um grande rebuliço na época (um fazendeiro de 61 anos não gostou de ser incomodado com aquela multidão realizando a filmagem).


Rihanna sempre construiu Hits na Dance Music 

Definitivamente, foi com "We Found Love" que Rihanna se tornou uma das primeiras e mais bem-sucedidas cantoras pop a se adaptar à aquisição dominante da música EDM (na época), embora a estrela já tivesse se destacado bastante com outras dance musics, como "Don't Stop The Music" (2007) e "Only Girl (In The World)" (2010).

E o interessante, é que ela nunca teve preconceito com o gênero, como muitas que começam na Dance Music e depois querem "mudar" para serem mais respeitadas. Rihanna se deu muito bem na cena Dance, e o resultado de seus trabalhos sempre foi bem elogiado pelo público e pela crítica (tudo isso sem perder a sua humildade e sendo ela mesma). 


sexta-feira, 10 de setembro de 2021

CANTORA GALA DE "FREED FROM DESIRE" E "COME INTO MY LIFE"



Olá amigos da Dance Music! Estamos aqui nesse espaço novamente para homenagear mais um importante artista do nosso mais amado gênero musical... E digo mais, pode passar 10, 20, 30, 40 anos...mas seguiremos fãs inveterados do estilo!

Hoje falaremos brevemente sobre uma cantora que é mais que especial: GALA RIZZATTO!!


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-RIKARDO ROCHA

GALA: Os anos 90 te convidaram para "entrar na vida" da Gala, e assim, você conheceu os seus maiores hinos da Dance Music!

A primeira vez que tive o privilégio de ouvir a voz da Gala foi no início de 1997, quando o DJ tocou uma música sua numa festinha (que rolou na Escola Gandra - Jundiaí-SP). Era a fenomenal "Freed From Desire" (1996), que tomou de assalto todas as rádios e clubs do Brasil nos meses seguintes. 

Nesse momento de absorção, achei aquela sonoridade interessantíssima, e assim como a revista DJ Sound descreveu na coluna 'Dance Floor', me remeteu muito ao estilo de cantar de Eartha Kitt - "Where's My Man", que havia se consagrado nas pistas uns 2 anos antes:


Indicação de Gala - "Freed From Desire" em março de 1997, na coluna "Dance Floor" da revista DJ Sound. A música estreou nos night-clubs em janeiro de 1997

Eartha Kitt com o seu clássico "Where Is My Man" (versão 1994)


Gala Rizzatto é o nome dessa famosa cantora que nasceu na metrópole moderna da Itália - Milão, no dia 06 de Setembro de 1975. Com apenas 16 anos ela rodou pela Europa estudando os diversos tipos de culturas, como fazendo dança flamenca na Espanha e fotografia em Londres; mas foi voltando à Itália que ela recebeu o seu verdadeiro chamado da vida: fazer música.

Devido ao curso de fotografia que fez em Londres (se especializando ainda em Nova York), a bela milanesa de olhos azuis passou a atuar como uma fotógrafa profissional, até que conheceu uma dupla de produtores mais que prestigiada e talentosa... E o resultado disso, todos vocês já sabem...

Esses músicos eram ninguém mais que DJ Molella e Phil Jay, que trabalharam com a vocalista em 1995 na empolgante "Everyone Has Inside". Sim, esse na verdade foi o primeiro single oficial da Gala:


Indicação do single Gala - "Everyone Has Inside" em julho de 1997, na coluna "Dance Floor" da revista DJ Sound.

Gala - "Everyone Has Inside" (1995)
Infelizmente, a música não ganhou um video oficial


Muitos fãs de eurodance (das antigas) se perguntam: "Mas, espera aí... essa música não é de 1997?"

Então meus amigos, originalmente "Everyone Has Inside" é de 1995 e foi lançada inicialmente apenas na Itália... Mas quando "Freed From Desire" bombou no mundo todo, então a tal canção "incompreendida" ganhou um relançamento mundial em 1997. Foi uma estratégia bem pensada, afinal, agora Gala era um fenômeno no mundo todo... portanto, havia também uma nova chance de mostrar o potencial de "Everyone Has Inside" ao público, agora mais maleável e rendido ao sucesso de Gala.

Consequentemente a isso, a gravadora Paradoxx resgatou para nós essa primeira gravação da artista, tornando-se bastante tocada em 1997, ao lado de "Freed From Desire" e "Let A Boy Cry" - que pensávamos ser antecessoras de "Everyone Has Inside".


Créditos da foto: Instagram oficial da Gala


A própria Gala disse à DJ Sound, na edição de Nº77 - Junho de 1997: 

"Minha aventura começou em 1995, quando DJ Molella e Phil Jay me apresentaram uma produção que faltava apenas a inserção de vocais. A música era 'Everyone Has Inside' e foi lançada pelo selo Nitelite", Gala relembrou isso numa época que a música citada nem era ainda muito conhecida no Brasil, apenas conhecíamos "Freed From Desire" e "Let A Boy Cry" (sua nova arrasa-quarteirões).

Gala ainda concluiu: "Na verdade tudo começou quando Molella me encontrou num estúdio fotográfico, onde fui procurada para fazer apenas o trabalho de fotos para a capa do seu álbum que ele estaria lançando na Itália: 'Originale+Radicale+Musicale'. De um papo informal veio o convite...e topei a experiência".

Gala - que só iria fazer o trabalho visual - acabou gravando a primeira faixa desse disco de Molella, intitulada como "XS". Confira esse resultado:


Molella - "XS" (1995)
Infelizmente, a música não ganhou um video oficial

Esse álbum de Molella teve a produção da maravilhosa Time Records, e contava ainda com o mago Giacomo Maiolini - como produtor executivo. Reparem na linha de teclados e em toda a sua produção que nos lembram outros singles da casa, como "Burning Up" da também italiana Taleesa, uma faixa lançada no mesmo ano. É exatamente a mesma equipe que trabalhou por trás do som popular da Taleesa, como a conhecidíssima dupla Giuliano Sacchetto e Giuliano Trivelatto.

"XS" e "Everyone Has Inside" foram as primeiras gravações de Gala, embora só a última conseguiu algum sucesso mundial. Seu single solo "Everyone Has Inside" também marcou por ser a primeira produção do selo Nitelite, e em seu vinil consta o enunciado: "Deixe-me apresentar à vocês a primeira produção da Nitelite!". 

Acho trágico que, na época, poucos deram o devido valor para a música, mesmo ela sendo ótima e promissora. O que faltou para "Everyone Has Inside" fazer o merecido sucesso e obter a aceitação que conseguiu dois anos depois? Teria sido, a cantora Gala, subestimada pela indústria por ser uma artista novata?


GALA -"FREED FROM DESIRE" 
ESSE SINGLE ESTÁ COMPLETANDO 25 ANOS E CONTINUA ATUAL COMO NUNCA!


A parceria da cantora com Molella e Phil Jay apenas se consagraria de vez em 1996, com o lançamento do single seguinte: "Freed From Desire". Gala ainda se mostrou uma ótima compositora nesse novo trabalho, que a propósito, explodiu nos charts mundiais rapidamente. 

"Freed From Desire" saiu em single em junho de 1996 e atingiu o topo das paradas da Itália, França, Inglaterra, Bélgica, Holanda, Alemanha, Grécia e, claro, no Brasil. 

No instagram, Gala falou a respeito da capa do vinil deste seu primeiro grande sucesso: "Eu estava estudando fotografia na Tisch School Of The Arts em NY, esse foi um autorretrato que eu mesma fiz. O filme teve apenas 16 fotos! Escolhi esta foto para ser a capa do single, porque, por acaso, o policial saiu nela e olhou para a câmera ..." - Gala Rizzatto (Fonte: Instagram oficial da Gala)

Por aqui, a versão de "Freed From Desire" que saiu nas coletâneas e que tocou nas rádios entre a "playboyzada" era a avassaladora "The Soundlovers Remix", que possui batidas extremamente fortes e uma atmosfera especial que só vai crescendo, e de repente, quando parece que vai morrer… entra novamente o beat e o baixo... Que delírio! Para mim é a melhor versão! (embora eu também goste da que está no vídeo oficial)

Até hoje, "Freed From Desire" é uma das músicas mais lembradas da carreira da Gala, e muito tocada nos estádios de futebol como aconteceu na "Copa do Mundo" de 2018, onde eu me deparei com uma grande torcida vibrando ao som do hit em plena TV Globo (Gala sempre se orgulha disso e publica em suas redes sociais). 

Na verdade, os brasileiros não tem muito a dimensão dessa grandiosidade, mas "Freed From Desire" virou um verdadeiro hino na Europa, tão grande e popular que não só toca nos estádios de futebol, como nas paradas LGBTQI+, nas marchas pelos direitos feministas, protestos contra a violência, passeatas... Enfim, não existe um público definido, apenas vibram em vários eventos. Eu vejo que há muitas músicas específicas para determinadas comunidades, mas "Freed From Desire" vai além e abrange a todos, não é destinada apenas para um nicho... Simplesmente funciona para vários grupos! É o poder de uma música que já chegou ao seu 25º aniversário e que continua emocionando mais que muitos lançamentos por aí...


Gala divulgou esse vídeo em seu instagram e comentou a respeito da força dessa canção - que já é um HINO -  "Freed From Desire" (1996):

"Estou postando esse vídeo depois de ver uma entrevista com um dos meus artistas favoritos - NINA SIMONE - sobre a definição de um artista, que é ser alguém que deve "refletir nos tempos". Eu estou honrada em ver que minhas letras e minha música ainda são relevantes ao longo dos últimos anos em esportes, marchas feministas, eventos lgbtq..."  - Gala Rizzatto (Fonte: Instagram oficial da Gala)

Gala fala sobre "Freed From Desire", um hit que ainda continua vivo na boca do público!


"DEIXE O MENINO CHORAR"

Eis que em janeiro de 1997, é lançada na Itália uma de suas mais queridas canções: "Let A Boy Cry". Sem trocadilhos, mas essa é realmente de fazer chorar! Que produção fantástica... Minha favorita da Gala, onde ela mais uma vez ataca de compositora!

Este seu 3º single tornou-se uma nova sensação nas danceterias e rádios de todo o Brasil ainda no 1º semestre de 1997, embora seu furor permaneceu resistente até o final deste ano. 

Na época, Gala ainda descreveu um pouco essa sua obra e tentou passar o seu significado... Leia mais abaixo: 


Indicação do single Gala - "Let A Boy Cry" em maio de 1997, na coluna "Dance Floor" da revista DJ Sound.

Gala - "Let A Boy Cry" (1997)

"A melodia um pouco mais lenta e até melancólica traduz um pouco do que penso na educação dos meninos e meninas. Esse negócio de que meninos não podem chorar é uma estupidez. A emoção tem que estar viva no indivíduo desde a infância". - Gala Rizzatto (Fonte: Revista DJ Sound Nº 80)

Gala co-dirigiu o video de "Let A Boy Cry" em 1996, com Philippe Antonello. Esse belo registro ainda teve uma colaboração muito importante, a do diretor de fotografia Luca Bigazzi, que obteve o seu reconhecimento no filme vencedor do Oscar "A Grande Beleza", de 2013 (Melhor Filme Estrangeiro).

No video, Gala introduz alguns temas que são polêmicos hoje em dia, imaginem então como não foi confuso para quem assistia a MTV, nos anos 90? Temas como binário, não binário e queer, hoje "estão na moda" e super discutidos no twitter ou facebook, mas Gala entregou isso para a sociedade lá em 1996, antes de qualquer pessoa pública se arriscar a falar sobre. Segundo ela, na época era obcecada por esses assuntos e tentou se expressar sobre os papéis de gênero que ela via na sociedade. Gala diz ainda que até hoje recebe mensagens de diversas pessoas do mundo, que dizem que "Let A Boy Cry" mudou suas vidas. Sem dúvidas, uma mulher a frente de nosso tempo.

É meus queridos, nesse começo de carreira da Gala, já sentíamos algo de diferente emergindo sobre essa grandiosa vocalista-compositora. Existiam diversos projetos na Dance Music, mas ali existia uma verdadeira artista e conseguíamos distinguir isso naturalmente, sem muitas explicações. 

Gala não era descartável como muitos nomes da cena Dance, que apenas preenchiam diversas coletâneas de CDs. Isso era notório... até quem era pré-adolescente e não entendia muito do assunto, conseguia captar todo esse seu diferencial.


GALA - CHOREM MAIS


Gala gostava de passar uma mensagem ao público, de mostrar concepções, ideias e de atingir a faculdade intelectiva das pessoas em seus trabalhos musicais. Gala não queria ser apenas mais um mero produto da indústria. 

A nova estrela da Dance Music ainda deixava claro que gostava da discrição, que o importante não era ter uma vida badalada e cheia de luxos... Seu objetivo estava longe de ser apenas uma imagem atraente (embora fosse, e ainda é, muito bonita). Gala se preocupava em apresentar alguma mensagem ao seu público, e isso bastava para ela.

"Tome como exemplo, na Itália, quase ninguém me reconhece nas ruas, mesmo com os clipes... Neste mercado, a massificação do visual não é tão importante para mim. É até indiferente, pois mesmo sem uma imagem estabelecida acho que já estou escrevendo o meu nome em parte da história." - Gala Rizzatto (Fonte: Revista DJ Sound - Nº 80)

Então os amantes da Dance Music começaram a traduzir melhor essa fascinante figura, e perceberam ainda que o modo de pensar da cantora era totalmente o oposto dos produtores, que sempre prezaram pela imagem em seus projetos. Vejam só, casos de produtos pré-fabricados e forjados, como Whigfield, Corona, Randy Bush, Technotronic, Fun Factory... Gala era completamente o oposto dessa turma toda, e creio que se sentia até um peixe fora d'água quando retratada como uma "cantora de eurodance".

Sobre a música "Freed From Desire", ela disse à revista DJ Sound (Nº 80 - Setembro de 1997) que as pessoas nem se importaram com a mensagem que ela quis passar:


Gala - "Freed From Desire" (Legendado)

"As pessoas no estúdio nem ligaram para a mensagem da letra de 'Freed From Desire'. O que importava para elas era apenas a sonoridade da palavra 'desire' (desejo). Mas na letra, ao contrário do que possa parecer, já que é muito frequente na Dance Music, não falo do desejo físico ou pessoal, mas do crescente desejo de posse que as pessoas tem na nossa sociedade. Percebo que, quanto mais coisas possuímos na vida, mais queremos possuir... Daí a importância de ser feliz com o estritamente necessário. É um pensamento budista, algo que estudei muito. Tudo que escrevo, aliás, vem das minhas leituras. Adoro poesias e biografias. Quando se ouve ou se dança 'Freed From Desire', sem prestar atenção na letra, pode-se pensar que se trata de uma canção ‘Dance’ como outra qualquer."  - Gala Rizzatto (Fonte: Revista DJ Sound Nº 80)

Creio também que, a partir daí Gala percebeu que a Dance Music não combinava muito com o seu estilo de fazer arte, pois é um gênero conhecido mais por fazer as pessoas dançarem, e não por fazê-las pensar / refletir. E as pessoas, incluindo os produtores, não estavam preocupadas com nenhuma mensagem.


Disco de Ouro no Reino Unido para "Freed From Desire" - Uma consagração nas pistas, há 25 anos!


Gala sempre foi muito silenciosa em sua vida privada, então isso na época colaborou ainda com o surgimento de alguns boatos no show-business... 

Diante da ascensão de suas músicas, e da sua característica de não se expor, muitos jornalistas começaram a acreditar que a Gala havia...falecido! Tudo isso porque a cantora quase não falava nem com a equipe de sua gravadora, e para piorar, foi anunciada a morte de uma mulher que trabalhava no setor do entretenimento... e adivinhem... Ela também se chamava Gala! 

Os fãs desesperados começaram a pedir por informações à Do It Yourself (gravadora da cantora), mas quem havia falecido, na verdade, era uma apresentadora da MTV nos EUA... 

E além de ser inteligente, talentosa e bonita, Gala também era conhecida, nessa época, por ser uma pessoa "durona" e complicada de se conviver. No instagram e nas entrevistas ela parece ser bem diferente e gentil, mas a revista DJ Sound ainda escreveu: "Seus produtores contam que seu temperamento é díficil de lidar e que a mesma já abandonou algumas vezes o estúdio, irritada por mínimos detalhes."

Eita...eu me recuso a acreditar nisso. Gala, para mim, é só luz!


"Gala, Cadê o álbum?"


Nessa altura do campeonato, Gala também era muito cobrada para oferecer um álbum completo com todas as suas canções, então ela sempre falava que o material iria sair na hora certa, e que não estava preocupada com a rapidez do seu lançamento, mas sim com a qualidade dele. 

Gala, no meu ponto de vista inicial, tinha tudo para ser uma cantora de estúdio assim como tantas outras vocalistas do gênero 'dance', tais como Jenny B, Annerley Gordon, Melody Castelari, Sandra Chambers... pois elas simplesmente se sentiam mais confortáveis nos estúdios e não faziam questão de estar sob os holofotes. A única diferença de Gala com essas outras artistas, é que não a vejo sendo controlada por nenhum produtor e nem sendo remunerada para cantar qualquer coisa que lhe pedirem. Gala quer exprimir a sua verdadeira arte, não terceirizá-la... Imaginem só, por exemplo, alguém colocando uma modelo para dublar as músicas da Gala (??). Acho que ela jamais aceitaria isso.

"Me considero uma business girl, tanto é que a direção do vídeo de "Let A Boy Cry" ficou ao meu cargo. Não estou preocupada apenas com o dinheiro que venha a ganhar. Meu sonho é financiar a minha música, gravar, viajar e encontrar as pessoas pelo mundo afora. Desde pequena sempre tive muita cabeça no lugar para guardar o meu dinheiro. Não vai ser agora que isso vai mudar".  - Gala Rizzatto (Fonte: Revista DJ Sound - Nº 80)


Gala se tornou uma das maiores referências da Dance Music entre 1996 e 1998

Nessa metade de 1997, Gala já era um nome forte na Dance Music em todo o mundo e se destacava muito ao lado do Techno, vertente que crescia assustadoramente na cena dançante. Inclusive, o nome da italiana figurava entre os artistas mais importantes do movimento, como o Prodigy, Chemical Brothers e Orbital

Diante dessa imensa popularidade, o selo Nitelite resolveu então relançar aquele seu single esquecido de 1995, e adivinhem, conseguiu atingir o público em diversos países! "Everyone Has Inside" saiu aqui pela Paradoxx Music (assim como os hits anteriores da Gala) e foi muito tocada nos clubs e rádios (aqui em São Paulo, pelo menos, eu sei que foi!). Você também poderá encontrar essa faixa no CD "As 7 Melhores Vol.7".

Mais tarde, é anunciado um novo single - "Come Into My Life" (1997), que já chegou assumindo os primeiros lugares nas listas de rádios e clubs mundiais. Acredito que esse foi o maior ápice da artista aqui no Brasil, quando a música tocava em todas as rádios, casas noturnas, era ouvida nos carros, festas de aniversário, na casa do vizinho... Um fenômeno! Não havia uma pessoa que não conhecia e não cantarolasse o refrão melancólico: "Come, come, come into my life, come, come, stay with me, Nobody loves me, nobody loves me enough , Enough to save me, oh no!" 


Indicação do single Gala - "Come Into My Life" em novembro de 1997, na coluna "Dance Floor" da revista DJ Sound.

Gala - "Come Into My Life" (1997)

A forma como esse hit fluía em nossas mentes era absurda!!!

"Come Into My Life" ainda foi uma das músicas mais tocadas na Jovem Pan durante o ano todo de 1997 -  só perdendo para uma outra dance-star italiana que também explodiu no mesmo ano: "Uh la la la" de Alexia

Aliás, em entrevista para a DJ Sound (edição Nº 76), Alexia citou que Blackwood e Gala eram as artistas iniciantes da Dance Music que ela gostava de ouvir. 

O single de "Come Into My Life" atingiu excelentes posições nos charts mundiais, principalmente na Espanha e Itália, onde assumiu o nº 1 nesses países. 


Disco de Ouro no Midem, em Cannes, França, em 1998. "Eu era um bebê. Eu tive que usar uma “armadura” para navegar pelos mares perigosos do mundo da música por conta própria". -Gala Rizzatto (Fonte: Instagram oficial da Gala)


O videoclipe de "Come Into My Life" foi lançado e pudemos visualizar uma vibe sinistra, mas encantadora ao mesmo tempo. Não era comum aquela temática na Dance Music de rádio, com certeza nos clipes do Prodigy, ou em alguma banda de rock... mas na Dance Music comercial? Era novidade!

Mas no geral esse visual dark atraiu o público, que aprovou o resultado. O video foi popularmente conhecido no Brasil devido ao seu adicionamento na VHS "TV Dance Vol.3", via Paradoxx Music.

Gala disse ainda que “Come Into My Life” é baseada em sua primeira viagem à Espanha, quando era uma garotinha no banco de trás do carro de seus pais à noite. Ela lembra que nesse passeio "a lua permanecia constante no céu e parecia seguir o passeio". Já o vídeo foi filmado em um castelo na Itália e com vários dançarinos profissionais de flamenco (tipo de dança que a cantora parece saber dominar muito bem).

Enfim, já eram tantas faixas conhecidas da Gala, que o esperado álbum da cantora tinha que sair logo... ninguém se aguentava mais de tanta ansiedade... Então, isso finalmente se concretizou!!


É LANÇADO O ÁLBUM "COME INTO MY LIFE" 

Lembro-me que era dezembro de 1997, quando entrei num hiper-mercado chamado Pão de Açúcar (que nem existe mais) para dar uma olhada nas prateleiras dos CDs e conferir as novidades (antes de ir à escola, que era no mesmo percurso)…Foi quando me deparei com este álbum chamado "Come Into My Life" e com uma capa totalmente diferente da que eu esperava. 

Fiquei louco com o que estava vendo, afinal era o mais aguardado CD do ano... Não pensei duas vezes e comprei-o no ato. Não queria pensar em perder aquela oportunidade, né? Vai que no dia seguinte, aquelas unidades estivessem esgotadas?


A gravadora ficou com "nojinho" e limpou a capa de "Come Into My Life" (1997) - na versão francesa


Recentemente, Gala até postou em seu instagram dizendo que os executivos da Do It Yourself alteraram a capa desse álbum (lançado na França), pois eles não entenderam o conceito da imagem que ela criou...mas, eu confesso que também não gostei muito dessa arte (naquele momento), pois esperava ver algo mais atraente e que remetesse a beleza da artista em seu álbum de estreia... Aqueles "dedos suados e de unhas sujas", para mim, não representavam a cantora. Eu estava acostumado, até então, com um outro tipo de concepção, então, definitivamente eu não havia compreendido aquela imagem.

O conteúdo do disco e suas faixas? Olha, eu também posso dizer que não gostei muito (em 1997). Não parecia ser um CD de dance music, e isso me decepcionou. Tem o fato triste da música "Everyone Has Inside" ter ficado de fora também... Achei um tremendo desperdício, ainda mais para um álbum que só tinha 11 faixas. 

Gala justificou na época, dizendo que "Everyone Has Inside" foi concebida em um outro momento de sua vida, e que a faixa não fazia parte da mesma vibração dos outros frutos, então, achou melhor não misturar o trabalho de 1995 com os demais. 

Outra frustração que tive, era em relação ao ritmo das músicas. Com a exceção de "Keep The Secret""Dance Or Die" (e dos singles já conhecidos), achei a maioria das faixas muito lentas, tanto é que uma das versões de "Freed From Desire" (que está neste álbum) se chama "slow version". Achava-a muito depressiva e nada a ver com aquela Gala que havia escutado na festinha da escola.

Atualmente eu posso dizer que consegui entender a essência desse trabalho, assim como sinto toda a entrega, interpretação e originalidade de Gala Rizzatto em seu 1º disco de inéditas, mas admito que só fiquei fã da cantora por conta dessa sua parceria com os mestres Molella e Phil Jay. Acho que foi uma excelente colaboração entre o trio, que soube mesclar perfeitamente todos os seus talentos em produções que são grandes referências até hoje.

Sobre a faixa "Suddenly", virou o 4º single de trabalho da Gala em janeiro de 1998. Nem preciso dizer que a canção se consagrou nas pistas de dança e em diversas rádios brasileiras... Foi também uma das faixas da coletânea "As 7 Melhores Vol. 8" da Jovem Pan.


Single "Suddenly" e Album "Come Into My Life" sendo indicados pelo DJ Ronaldinho, em dezembro de 1997. Nessa época "Suddenly" já tocava na Jovem Pan 2


É interessante mencionar também que, quando surgiu em 1995, Gala não atraiu tanta atenção do público e dos demais artistas da Dance Music, mas quando explodiu no cenário musical com pedradas alucinantes como "Freed From Desire", "Let A Boy Cry", "Come Into My Life" e "Suddenly", foi elogiada e influenciou diversos veteranos da cena. Por exemplo, em sua primeira experiência num estúdio de gravação - na música "XS" (Molella) -  percebemos que a produção lembra até a popular "Burning Up" de Taleesa, mas em 1997, quando Gala estava no ponto máximo de sua carreira, Taleesa ressurgiu com "You And Me" e fazendo agora os papéis se inverterem pois a sonoridade é tão influenciada por Gala, que mais parece uma cópia da novata que a Taleesa estaria fazendo. 

Outros variados projetos também surgiram “surfando na onda” de Gala, como exemplo Fidaleo - "Play With My Body" (na voz da australiana Michelle), tivemos ainda a mudança de estilo do projeto Chase ("Obsession" e "Stay With Me"), General Base trouxe um vocal bem "Gala" em "On & On", entre muitos outros.

Gala, infelizmente, nunca veio ao Brasil na década de 90. Se tivesse vindo, com certeza iria arrebatar multidões, justamente porque o seu sucesso com o público jovem brasileiro sempre foi intenso, tipo "selvagem" mesmo. O jovem dos anos 90 sabia que Gala era um sinônimo da nova Dance Music, cena que ela moldou com maestria no final daquela década. Ouvir os hits da Gala era estar antenado com a última tendência dos clubs, era ser cool, descolado, era ter o privilégio de sentir o frescor e a exclusividade em primeira mão.

A cantora só veio ao Brasil em 2010 e 2011, e ainda assim conseguiu atrair um bom número de fãs, mesmo depois de mais de uma década longe das paradas de sucesso. Confesso que eu só fiquei sabendo desses shows por volta de 2012, infelizmente... 

Há um tempo atrás até escrevi uma mensagem para a cantora, que respondeu-me dizendo que adoraria voltar ao Brasil, e que fazer shows em São Paulo e Rio de Janeiro foi uma experiência única, já que o público foi muito receptivo e caloroso. Numa entrevista muito detalhada e interessante ao site Gay Blog BR, a artista também voltou a elogiar os brasileiros:

"Os melhores. Em todas as conversas que tenho sobre os shows que fiz, conto que o melhor público que eu já tive foi no Brasil. As pessoas aí não brincam quando o assunto é diversão. Elas suam, gritam, dançam, vivem. Elas amam. Lembro que no Rio, em uma boate pequena, e em São Paulo, no Sambódromo, as pessoas sabiam todas as letras das minhas músicas e gritavam com vontade, sem pudor. Eu detesto aquele tipo de público que não se diverte e fica preocupado com a própria aparência para as outras pessoas ao redor. Gosto quando as pessoas perdem o controle, no bom sentido. A vida é curta. A música é uma celebração. O Brasil sabe disso." (Fonte: Gay Blog BR)


Gala - "Suddenly" (1997/1998)
Infelizmente, a música não ganhou um video oficial

O último hit da Gala nas rádios e pistas brasileiras foi "Suddenly", que estreou em janeiro de 1998 e foi muito tocada durante o 1º semestre do ano. Infelizmente não ganhou um videoclipe...

No ano de 1998, a Paradoxx Music ainda lançou uma compilação chamada "Gala Remixes", que até ganhou uma propaganda muito veiculada na TV. Algumas dessas versões novas ganharam destaques nas pistas, como “Freed From Desire '98”.

Depois disso, Gala conheceu o gerente de produções Steven Fargnoli, e saiu da Do It Yourself com a intenção de fazer algo mais ligado à sua identidade musical, ou seja, nada de eurodance ou de músicas que não pudesse expressar suas mensagens.

Tudo parecia que ia dar certo para a Gala nessa sua nova jornada, pois este manager trabalhava com artistas conceituais como Prince e Sinead O' Connor, que faziam um trabalho nivelar ao que Gala gostaria de apresentar. Acontece que, Steven Fargnoli acabou falecendo em setembro de 2001, então os projetos que Gala sonhara nunca foram concretizados.

Gala só conseguiu lançar um trabalho novo em 2005: "Faraway", pela EMI e Matriach Records, esta última, a sua própria gravadora.

A partir de sua gravadora independente, lançou também o seu EP "Tough Love" de 2009, contendo 5 faixas e mais uma versão do hit "Freed From Desire". 

Em 2012 Gala trabalhou em seu single "Lose Yourself In Me", depois lançou "Taste Of Me" (2013 / 2014), "The Beautiful" (2014), e também duas trilhas sonoras de um filme chamado "Favola": "Nameless Love" (2018) e "Happiest Day of My Life" (2018).


GALA ATUALMENTE



Atualmente, Gala vive entre a Itália e EUA, e é praticamente uma artista independente. O som que ela produz está mais para um pop sofisticado, e às vezes, nos surpreende com algum som bem dançante como "Lose Yourself In Me", "Taste Of Me" e "The Beautiful". E é lógico, ela continua prezando bem pela qualidade em seus trabalhos.

A colaboração da cantora com os produtores da Dance Music deram à ela a chance de seus singles se espalharem pelos clubs do mundo todo e, assim, se tornarem famosos... o que não vimos mais acontecer desde o fim da década de 90, quando a cantora rompeu com os mestres da italo-dance. Embora a artista apresente algum remix - uma vez ou outra - sabemos também que não é a mesma coisa. 

Quem vê alguma foto atual dela, percebe também que Gala não mudou muito fisicamente nos últimos 25 anos. Continua bela, inteligente, com os seus mesmos ideais e muito fiel a si própria. Aliás, Gala, ao meu ver, é um ser humano evoluído em todos os sentidos e que sempre soube o que queria (desde pequena).

Esperamos que essa grande artista possa realizar todos os seus SONHOS e "DESEJOS" artísticos, e que um dia volte a nos visitar para que possamos cantar e dançar juntos os seus maiores hits dos anos 90. Foi muito bom ouvi-la nos night-clubs, nas rádios e nos CD’s... mas gostaríamos também de vê-la mais vezes aqui, em cima de nossos palcos!

VALEU GALA, por ajudar a transformar os nossos anos 90 mais estimulantes e vitoriosos!!

NA-NA-NA-NA...