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-RIKARDO ROCHA
Depois de escrever linhas quilométricas sobre a minha aventura em Curitiba-PR (no show de Annerley Gordon), resolvi dar uma pausa nos textões e poupar os leitores com algum conteúdo mais prático e rápido, hahaha.
CRYSTAL B - "I DON'T WANNA B" (1994) É MAIS UM EURODANCE SENSACIONAL LANÇADO PELA DWA
Hoje vamos falar rapidamente sobre uma deliciosa faixa da Eurodance intulada de "I Don't Wanna Be", do projeto italiano Crystal B. Conhecem??
CRYSTAL B - "I DON'T WANNA BE" (1994)
"Você não ouve as minhas orações!!!"
Acho que alguns leitores devem conhecê-la, pois aqui no Brasil saiu pela Spotlight Records, podendo ser encontrada na excelente compilação "Summer Dance".
Aliás, este CD foi lançado em 1994 e nos trouxe outros híts fenomenais que você deve conhecer, como Ice MC - "It's A Rainy Day",Playahitty - "The Summer Is Magic", Fourteen 14 - "Don't Leave Me", Double You - "She's Beautiful", Gottsha - "You Can Do Magic", DJ Bobo - "Everybody", DUE - "Under The Same Sun", entre outros.
Sinceramente eu indico essa coletânea à todos os fãs do gênero, pois, além de conter grandes hinos da época, ainda os apresenta em suas versões estendidas. Um outro detalhe interessante, é que a música "Under The Same Sun" do DUE aquinão é cantada pela conhecida voz da Alexia (Alessia Aquilani). Trata-se de uma outra intérprete, além da versão ostentar alguns versos comandados por um rapper... Contudo, a produção continua sendo da DWA e a vocalista não nos decepciona.
Outra curiosidade a cerca dessa coletânea, é que temos duas faixas na voz da cantora Gottsha... Sim meus amigos, além da já citada "You Can Do Magic", você poderá ouvir a música "Mania de Você" - uma regravação pop-dance do clássico de Rita Lee - na voz de Sandra Maria "Gottsha",que saiu apenas com o seu primeiro nome: Sandra.
CRYSTAL B.
"Eu não quero ser algo para você fazer..."
O projeto Crystal B. é mais uma produção do selo italiano DWA, que como vocês já sabem, é uma marca lendária de Eurodance fundada por Roberto Zanetti (conhecido também como Savage e dono de sucessos como "Don't Cry Tonight" e "Don't You Want Me").
Uma outra característica marcante da DWA, é que a empresa é muito lembrada pelos fãs da Dance Music por ter lançado Alexia, Double You, Netzwerk, Ice MC, Corona e vários outros artistas ao estrelato...
Os produtores do Crystal B?? Eles foram Francesco Alberti, Massimo Gianfranceschi, Sabrina Marchetti e Pasquale Scarfi, que infelizmente só trabalharam nesse único single para o referido projeto. Dá para acreditar? Eu fico imaginando aqui, como seria legal se tivessemos mais músicas do Crystal B...
Francesco Alberti
Crédito da foto: Facebook de Renzo Cantarelli
Francesco Alberti (que compôs alguns sucessos de Po.Lo., Alexia, Double You, Tracy Ann, Blizzard...) foi também o Engenheiro de Som nas gravações de Crystal B., além de ter colaborado como um dos produtores, como citado acima.
Os créditos da composição também trazem os mesmos nomes: Francesco Alberti, Massimo Gianfranceschi, Pasquale Scarfi e Sabrina Marchetti.
"EU NÃO QUERO CAIR EM SEUS BRAÇOS NOVAMENTE..."
"I Don't Wanna Be" infelizmente não é tão conhecida do grande público, pois saiu em pouquíssimas coletâneas ao redor do mundo (aqui no Brasil, parece que só saiu no disco "Summer Dance"), mas é um grande single, super viciante, com um estupendo vocal, uma vibe lá pra cima, melodia envolvente até o talo, e possui aquela produção magnífica com o carimbo da DWA/ Extravaganza Publishing Srl.
Sobre o nome do projeto, "Crystal B" é uma referência ao Kristal Studio, onde o single foi gravado e mixado em 1994. Nesse mesmo estúdio também foram gravadas diversas produções de esplêndidos projetos, como Blizzard (X-Energy), Corona (DWA), Netzwerk (DWA), entre outros.
A música foi tocada nos clubs brasileiros em meados de 1994, assim como também apareceu em listas dos singles mais vendidos de algumas lojas:
JULHO DE 1994
Crystal B apareceu nos charts de alguns clubs paulistas, como Arena e Broadway, sempre divindo o espaço com músicas mais radicais, embora também era bem disputada pelos DJs das "dance" mais comerciais. Já a loja Flash (do Rio de Janeiro) listou o single como o 2º mais vendido do mês de julho de 1994.
Quanto à sua vocalista, demorei alguns meses para descobrir a sua real identidade, mas finalmente consegui localizá-la, e trazer também aos leitores a sua devida e necessária materialidade.
Uma observação importante, é que consta o nome dela no time de produtores / compositores, então isso facilitou muito o meu trabalho, embora não há nenhum crédito à ela como "vocalista", nem no CD-single, nem no Vinil.
O nome dela está anunciado ali em cima como uma das produtoras e compositoras do single: SABRINA MARCHETTI.
A voz do Crystal B - "I Don't Wanna Be"
SABRINA MARCHETTI, A VOCALISTA TAMBÉM COLABOROU NA COMPOSIÇÃO E PRODUÇÃO DO SINGLE
Aliás, sempre quando quiserem descobrir o nome de algum vocalista, primeiro deem uma olhada nesses créditos, pois em muitas vezes o nome dele/dela está informado ali, junto aos compositores. Mas também tenham muito cuidado ao fazer essa checagem, porque às vezes o compositor não gravou a música, ele apenas a compôs e colocaram um outro artista para gravar, vide o caso de Taleesa - que escreveu "Ride On Meteorite" para o Antares (Clara Moroni gravou), e Annerley Gordon - que escreveu "Melody" para o Black Rose (Rossella Graziani gravou). Enfim, a Dance Music é isso aí, uma verdadeira balbúrdia, mas acho que é por isso também que a amamos!! hahaha
"Tá, Rikardo, mas como você tem certeza que ela é a cantora?"
Por que procurei por ela, então depois de "vasculhar" por dezenas de perfis de pessoas com o mesmo nome, finalmente encontrei-a e fiz aquela pergunta clássica e indispensável: "É VOCÊ, A VOCALISTA??"
Sabrina Marchetti confirmou, com exclusividade ao Blog, ser a vocalista de "I Don't Wanna Be" (Crystal B)
Sabrina Marchetti confirmou que sim, que é a vocalista do Crystal B, além de citar que gravou outras músicas com a sua voz, e de ter escrito letras para outros artistas (assim como fez Annerley, Taleesa, Regina, Nathalie Aarts nos anos 90). É por isso que ressalto que, temos que ter muita atenção em averiguar se a composição é de fato da mesma pessoa que está cantando. Aqui, simplesmente tivemos sorte; uma coincidência de ser a mesma vocalista que escreveu a letra.
A VOZ
Uma voz que arrepia!
Sabrina Marchetti tem uma voz forte, contagiante, enfática e que causa arrepios e afinidades no ouvinte. Ela nasceu em Viareggio, Toscana, Itália, e apesar de ser uma excelente artista (produtora, compositora e cantora), se formou em Turismo em 1989. Ela ainda é fã da banda Queen e se apresenta em bares, bistrôs e cafés, além de trabalhar nos bastidores dos estúdios.
Para gravar o projeto Crystal B, Sabrina Marchetti recebeu o convite de Francesco Alberti, mas já gravou também para outros estúdios e produtores.
Percebi também que Sabrina é super discreta, e creio que tive muita sorte em conseguir alguma resposta (a cantora pouco atualiza as redes sociais). Outro ponto que nos deixa "perdidos", é que não se encontra nada sobre a pessoa e nem sobre a artista pelos sites.
Por exemplo, se você fizer uma busca com o seu nome "Sabrina Marchetti", aparecerá diversas matérias e links sobre uma outra italiana que possui essa mesma identidade... Mas, essa senhora (com cabelos tingidos de vermelho) que os sites de busca lhe trarão, não tem relação alguma com a verdadeira vocalista do Crystal B... A indivídua em questão ganhou fama ao falar sobre a síndrome de Tourette, se tornando atualmente numa web-star italiana.
Sabrina Marchetti - Ela é mais uma Diva da Italodance
Infelizmente também não existe nenhum video-clipe para Crystal B - "I Don't Wanna Be", distanciando ainda mais essa música do grande público.
Mas, há uma chance de ver essa talentosa morena em ação, e eu lhes digo como. Sabrina Marchetti pode ser vista pelos curiosos de plantão (assim como eu, hahaha) num outro trabalho visual... Olha ela aqui nesse video do projeto Heart Of Space:
Heart of Space - "Lose Your Love"
Video Official
Sabrina Marchetti gravou com a sua voz para o projeto Heart Of Space – na música "Lose Your Love" (2009). Esse projeto é de Alessandro "Alex" Barattini, um músico que já participou de uma turnê como tecladista para o Netzwerk (outro projeto da DWA), em 2004, na Espanha.
Por consequência desse trabalho com o Netzwerk, Barattini fez uma parceria com o selo Smilax Records, que é uma propriedade de Alberto Margheriti (produtor que já trabalhou na DUE Records, com Nell, Black 4 White...), nascendo então a música "Lose Your Love" (2009), com Sabrina Marchetti nos vocais.
A parceria entre Alex Barattini, Andrea Margheriti e Sabrina Marchetti continuou em outras faixas, como "Free To Love" (2010), onde a vocalista foi creditada como "Sabry", assim como lançou músicas de house music sob o nome de Solange (como "The Way I am"),e também compondo alguns singles de eletro.
SABRINA MARCHETTI
FOTO DE 2017
Crédito da foto: Facebook de Sabrina Marchetti
Infelizmente Sabrina Marchetti não ficou tão conhecida como Double You, Alexia e Corona, mas a sua pérola "I Don't Wanna Be" para o projeto Crystal B continua empolgante, envolvente e merece ser redescoberta pelos fãs mais fiéis da Eurodance.
Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.
-RIKARDO ROCHA
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AS MÚSICAS QUE ERAM DESTAQUE NO BRASIL HÁ 25 ANOS
É meus caros, há exatos 25 anos, em abril de 1997, tínhamos muita música 'Dance' e 'Pop' rolando nos clubs e rádios de todo o Brasil... E agora só me resta dizer à todos vocês: Que saudades!
Olhem só o grande #1 nas pistas de São Paulo: O projeto brasileiro Ricco Robit -“I Don’t Let You Go”, que na época eu sentia uma similaridade muito nítida com as produções da Angelina.
Por falar na Angelina, a febre latina ainda estava em alta no Brasil em abril de 1997, incluindo as novelas mexicanas que tanto passavam no SBT, lembram-se?
Então, devidamente a essa popularidade, a cantora e atriz Thalia tinha o seu espaço reservado nas pistas e FM's, mesmo não sendo exatamente uma cantora do gênero Dance Music...
Com alguns remixes de suas canções conhecidas, como "Amandote" e "Piel Morena", ela conquistou os fãs do Pop Latin daquele ano. Não que eu gostasse dessas músicas, mas estes eram hits até que suportáveis, ainda mais se compararmos com o que a nação brasileira vem ouvindo atualmente.
Outra latina que fazia muito sucesso nesse período, foi com certeza a colombiana Shakira, que apareceu na TV por diversas vezes e fez muitos shows no Brasil. Em setembro de 1996, em sua primeira vinda ao país, Shakira ainda fez turnês em cidades relativamente pequenas [para o porte artístico que a cantora tem hoje] como a paulistana Taubaté.
Dá para imaginar, um anúncio da Shakira se apresentando em Taubaté-SP, hoje em dia?
Donde estás corazon? Estoy aqui en Taubaté
As latinas Thalia e Shakira eram do Pop em 1997, mas nessa época era comum os artistas trabalharem com DJs e produtores em remixes, então bombavam também nas pistas de dança com suas versões mais agitadas
Outro merecido destaque do chart acima fica por conta do projeto Hysteric Ego - “Want Love”, track avassaladora que esteve nos topos dos clubs do Rio de Janeiro e São Paulo. Ah, e atentem-se também para a estreia da hipnotizante “Insomnia” de Faithless nas pistas brasileiras… Uma obra eternizada do Trance fazendo história pela primeira vez em território brasileiro, mais especificamente em São Paulo. Um enorme marco da Dance Music!
AS MÚSICAS LICENCIADAS PELAS GRAVADORAS DE DANCE MUSIC:
E claro, em abril de 1997 as gravadoras estavam pegando fogo com diversos lançamentos da Eurodance, como a Paradoxx Music, que apostava todas as suas fichas em Tatjana - "Your Love Is Magic", faixa que infelizmente não decolou como "Santa Maria", seu grande sucesso de 1995.
Outra canção que a Paradoxx acolheu em seu cast foi a novidade da inglesa Suzann Rye, que tinha estourado poucos meses antes com a versão Dance de "Because You Loved Me". Entretanto, sua nova música "Trapped In My Heart" não repetiu o êxito da anterior, mesmo sendo uma faixa interessante para os fãs de Dance.
Em compensação, a gravadora paulistana vibrou com a ascensão da italiana Gala e de seus dois singles explosivos "Freed From Desire" e "Let A Boy Cry"; além do auge supremo do TheProdigy com seus big tunes mais radicais, como "Firestarter". Vejam abaixo, a relação das 10 músicas que a gravadora estava divulgando aos DJ's e fãs da dance music no mês de abril de 1997:
A Paradoxx Music com seus destaques em singles e coletâneas, há 25 anos!
Já a carioca Spotlight Records tinha em seu acervo muita coisa boa também, como o belo e inesquecível single de "Better Life" do projeto Nell... Que classicão, não é amigos? Trata-se de uma produção italiana que havia estreado nas pistas brasileiras em fevereiro de 1997, e que insistia em não sair dos charts.
Outros hits surpreendentes e que estavam na boca dos brasileiros eram: "Number One" da Alexia; "Beautiful Ones" do projeto Dama; os brasileiros do Sect com a cativante "Get Away"; o freestyle eletrizantedo Acid Factor- "Fantasy"; e a fofinha Debbie Clarkcom "Your Baby".
Sem dúvidas, a Spotlight sabia mesmo agradar à todos os públicos...
A propósito, a vocalista dessa ultima faixa é a simpática e talentosa Nathalie Aarts (no site da artista tem uma lista com muitas de suas participações vocais, e ela informa que realmente aqui é a sua voz).
Agora veja os principais destaques que a gravadora Spotlight nos apresentou no mês de abril de 1997:
A Spotlight Records tinha o slogan de "A Melhor em Dance Music". Com esse playlist maravilhoso, ela realmente fez jus e soube abrilhantar a cena Dance brasileira!!
Muitos fãs da música nacional atual dizem que não valorizamos a música feita no Brasil e que apenas exaltamos os artistas de fora, mas isso é uma mentira sem tamanho... Também gostamos da música brasileira, mas obviamente que somos seletivos e recusamos ouvir essas produções cheias de baixarias, apelações, e que apresentam sempre uma produção cafona. E atualmente, aqui em nosso país "democrático", só existe espaço para dois gêneros musicais: a música que lembra o "brega" e a música que lembra o "crime". Nada além disso!
O caso do grupo Fincabaute -que aparece na lista acima da Spotlight Records - se aplica aos artistas nacionais dos anos 90 que queriam investir mais na Dance Music, e como havia espaço para todos os gêneros, então o Brasil se rendeu com a divertida faixa "Coisa de Maluco".
Esse hit uniu muitos amigos, vizinhos, colegas de trabalho, familiares, em diversas comemorações saudáveis, pois apresenta uma letra simples e descompromissada, sem precisar fazer apologia as drogas ou apelar para a mesmice da "bunda music" - que só tem o intuito de jogar o órgão genital do "cantor" na fuça do ouvinte.
Se a música é boa, dançante, com cantores que sabem cantar [e não só bater na mesma tecla da "cachaça" ou da "raba"] já tem o nosso interesse, não importa se é internacional ou nacional.
Não há preconceito com a cultura brasileira da nossa parte, mas há sim um seletivismo: em saber escolher o que é bom e saudável para si.
Resumindo: Todo mundo procura aquilo que condiz à sua índole, sua moral, seus costumes e sua educação, então, democraticamente deveria existir espaço para todos os gêneros, não essa censura assombrosa que poucos percebem.
Em 1997 o sol raiava ao som de Deborah Blando em todos os cantos do Brasil
Outra cantora que estava em alta nessa época, e cantando em português, era a talentosa Deborah Blando... Agora compare essa autêntica cantora com o que temos fazendo sucesso atualmente... A sua música "Unicamente" tocava em todas as rádios em abril de 1997, assim como o seu vídeo que não saía da MTV Brasil.
Era dance music? Não! Era cantada em inglês? Não! Simplesmente era a música Pop Nacional, e nós a amávamos... Por que? Simples. Porque tinha qualidade!
Não tem essa de "vamos valorizar os artistas nacionais"... A indústria nacional é que tem que valorizar os nossos ouvidos. O nosso papel é de apenas exigir mais qualidade e diversidade.
Tá, eu sei que "qualidade" é algo muito subjetivo; pois o que pode ter qualidade para mim pode ser que não tenha para você, mas... e a diversidade musical? O significado da palavra diversidade será sempre diversidade. Então, cadê a diversidade? Por que essa ganância em controlar toda a indústria musical e restringir outros gêneros?
A Dance Music tinha o seu espaço reservado em muitas rádios e danceterias em abril de 1997 e chovia lançamentos deste gênero, um dos favoritos do público juvenil (ao lado do rock)...
Um destes singles que saiu há 25 anos foi a novidade da Jocelyn Enriquez (que já era bem conhecida através de seu outro sucesso "Do You Miss Me?"). Seu novo eletro-freestyle era a sensacional "A Little Bit Of Ecstasy", que foi mais um hit da cantora.
A Building Records? Conseguiu se destacar nessa época com um de seus maiores acertos de licenciamentos... trouxeram a italianíssima "Show Me Your Body" do projeto Mesopotamia. Dois Hitaços de 1997!!
Nessa época também existia muita música ruim, na linhagem "tira o pé do chão", como o Netinho, Banda Eva, Só Pra Contrariar, É o Tchan, entre outros, mas é aquele negócio... havia espaço para outros estilos e assim podíamos escolher! Havia a necessária e citada: DIVERSIDADE.
Hoje, você só ouve "fuck*-music", músicas de bêbado ou sons de "zé droguinhas" em todos os lugares. Não tem mais aquela opção... E isso também explica o porque de tantas pessoas ficarem estagnadas nos flashes backs e de não conhecerem as novidades da Dance Music, pois não existe mais nenhuma "ponte", como a Paradoxx Music, Jovem Pan, Fieldzz...
De 2015 para cá, eu tenho percebido que vivemos numa verdadeira ditadura musical, e se você critica essa falta de espaço no mercado [que antes existia], ou demonstra que não está satisfeito com a sonoridade musical de determinado artista, é repreendido pela militância e taxado de preconceituoso. Praticamente somos obrigados a gostar desses 'artistas', caso contrário, preparemo-nos então para enfrentar a ira dos reboladores de bundas!!
As músicas recém licenciadas da Building Records e as mais tocadas na Krypton (abril de 1997)
Mas voltando ao passado: Há 25 anos a Building Records estava ficando cada vez mais conhecida entre os fãs da música eletrônica.
Fundada em 1995, muita gente não tem muitas lembranças da gravadora antes do ano de 1997, o ano que a empresa de Alain Chehaib licenciou músicas marcantes, vide Prima - "Don't Cry For Me Argentina", Alex - "Te Extraño, Te Amo, Te Olvido", e a maravilhosa e já citada "Show Me Your Body" do projeto Mesopotamia.E foi bem aí que eu comecei a me interessar pelos produtos dessa gravadora...
Em abril de 1997 tivemos também outras visitas internacionais no Brasil, além de Shakira... E agora estou falando de artistas reais da Dance Music!
Faz exatos 25 anos que o canadense Outta Control e o alemão Real McCoy estiveram no Brasil para cumprir com suas agendas de apresentações. Inclusive, o Outta Control também performou na TV aberta e mostrou todo o poder da sua "Sinful Wishes" em rede nacional aos brasileiros.
Outta Control e Real McCoy tinham hits "até dizer chega" e vieram ao Brasil para divulgar seus trabalhos. Atualmente esses artistas da Dance Music passam reto e vão para outros países sul-americanos... Triste saber que não existe mais público aqui para esse gênero musical.
O grupo Real McCoy aparentemente não se apresentou em nenhuma emissora de TV com o hit "One More Time" (sua faixa de trabalho naquele momento), mas é de nosso conhecimento que ele deu uma entrevista à MTV brasileira e fez pequenos shows em clubs.
Em abril de 1997 tivemos ainda o lançamento de outras faixas da Eurodance, hoje considerados clássicos inesquecíveis... Estou falando da baladinha"Just For You"do Masterboy e também "Thinkin' About You" do Discover (na voz da italiana Simone Jay):
Um pouco antes de "Wanna Be Like A Man", Simone Jay gravou para o projeto Discover, que chegou ao Brasil há 25 anos!
E não estou apenas levantando a bandeira da Dance Music aqui nessa postagem, mas tínhamos também bons grupos de Pop, como Spice Girls (auge total) e Boyzone.
Engraçado que, na época, o Backstreet Boys ainda não era um grupo pop conhecido por nossas bandas, então quando começaram a se destacar por aqui (com "Everybody", no 2º semestre de 1997), a gravadora Virgin resolveu trazer aos brasileiros a música "I'll Never Break Your Heart", que já era um single antigo e que tinha sido sucesso em 1995 na Europa...
Contudo, nem foi tão novidade assim, se é que vocês me entendem... Acontece que os brasileiros já conheciam a versão Eurodance dessa música, produzida pelos sensacionais músicos da italiana S.A.I.F.A.M.
"I'll Never Break Your Heart" foi lançada pelo projeto italiano Bakerstreet, em 1996, inclusive foi por esse motivo que muita gente confundiu e achou que essa era a versão original (!).
O mesmo aconteceu com dezenas de outros singles da Eurodance, como as regravações do projeto britânico Natalie Browne (Almighty Records), que tocavam nas rádios, nos clubs, nas TVs, antes mesmo das originais chegarem por aqui.
Tudo muito diferente da nossa atualidade, onde temos que correr para "garimpar" e conhecer algo audível do gênero. E o pior: Fazer isso fugindo da poluição sonora que invadiu o país, e se esquivando dos defensores de todo esse esgoto musical a céu aberto.
Pensando aqui o que será dos próximos 25 anos... Medo.
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-RIKARDO ROCHA
"Oh-la-la-la-la -La-oh-la-la-ê..."
Credito da foto: Sergio Silva
Olá amigos do Eurodance!
Estamos aqui mais uma vez para recordar de um grande momento da década de 90, agora envolvendo o projeto Black 4 White!!!
Pois é meus jovens, este querido projeto italiano fez bastante sucesso com seus 3 ótimos singles, "Do You Know" (1994), "Cannibal" (1995) e "So I Love You Baby" (1996), que foram representados aqui no nosso país pela gravadora Spotlight Records (atual Spottlight Record).
Black And White - "Do You Know" (1994)
Como não aplaudir esse adorável eurodance? Mais um produto da DWA em sua mais pura essência ítalodance!!
Quem acompanha o Blog sabe que consegui localizar a vocalista em 2018, época que ainda era apontada como a modelo que só dublava, mas como já justifiquei aqui, a moça sempre foi a verdadeira vocalista do Black 4 White. Conhecem aquela velha história, sobre Clara Moroni ser a voz real do Black 4 White? Então... esqueçam isso! Foi apenas uma falsa especulação que confundiu muitos fãs do gênero...
EDIT.: Apenas lembrando que o nosso blog publicou essa informação em 2018, depois disso alguns "pesquisadores" passaram a citar essa informação em fóruns fechados como se essa fosse uma de suas exclusividades... Aí fica "mamão com açúcar", meu jovem!
O nome da verdadeira cantora é Francesca Ceselli, que inclusive até nos concedeu a 1ª entrevista do Blog, e que você pode conferir aqui.
"Asha", como a cantora também é conhecida, nos informou que primeiramente gravou a demo de "Do You Know" e através dessa gravação foi escolhida para cantar oficialmente no Black 4 White.
Francesca "Asha" Ceselli no club Moustache Sound & Dance (MS&D), em Curitiba-PR
Credito da foto: Sergio Silva
O Black 4 White foi um projeto de eurodance criado em 1994 por Massimo Traversoni e Roberto Calzolari, conhecidos também como Max Black & Robert White. A dupla produziu a linda faixa "Do You Know" ao lado de Claudio Mingardi, Gianluca Vivaldi e Riccardo Salani.
Nessa época o projeto se chamava ainda Black and White, mas em 1995, quando lançou o 2º single "Cannibal", aproveitou para trocar o seu nome para Black 4 White. A cantora, que tem uma voz agradável e cativante, nos esclareceu isso também:
"O projeto foi originalmente intitulado de Black & White, mas devido a um problema com direitos autorais envolvendo o nome, que já era usado, variou para Black 4 White no segundo single."
-Francesca Ceselli (Asha)
O ótimo single "Cannibal" foi produzido por Claudio Mingardi e arranjado por Gianluca Vivaldie Riccardo Salani. O conhecido Francesco Alberti (que trabalhou em Po.Lo - "I Want You") foi o engenheiro de som, enquanto que os criadores do Black 4 White (Max Black & Robert White) foram os compositores desse inesquecível hit de 1995.
Asha (Black 4 White) com o DJ Wendell Renatto (DJ Diabão)
Credito da foto: Sergio Silva
Devido ao sucesso desses dois singles, a equipe da Spotlight Promotions trouxe Francesca Ceselli ao nosso país em agosto de 1995. Com ela vieram também outros astros da Dance Music italiana, como Lorenz D, Martine e Fourteen 14, numa turnê que durou um mês e que passou por diversas cidades do interior paulista (como Campinas e Itatiba), São Paulo capital, Manaus, Belém, Blumenau, Curitiba, entre outros. Uma pena que na época eu tinha apenas 14 anos de idade, então não pude comparecer em nenhum desses espetáculos...
Na casa noturna Babel (em Itatiba - SP), essas apresentações fizeram parte do "2º Babel Dance Festival", que aconteceu no dia 26 de agosto de 1995 e que contou ainda com o show de Ice MC (com Alexia).
Black 4 White - "Cannibal" (1995)
Nesse período em que esteve no Brasil, o Black 4 White também se apresentou em alguns programas de TV, como Raul Gil (TV Manchete) e Xuxa Hits (Globo). "Cannibal" estourou nas rádios e clubs, repetindo o sucesso do 1º single...
Em todos os shows pelo Brasil, Francesca Ceselli contou com a participação do cantor e dançarino Laurent N'Diaye (artisticamente conhecido como Lorenz D.), que também era um artista da mesma gravadora do Black 4 White, a respeitada Due Records (que lançou também alguns excelentes singles do Fourteen 14, Dama, Nell, entre outros).
Lorenz D. interpretou o rap de "Do You Know" ao lado da vocalista, e em seguida, também fez a sua dancinha animada na performance de "Cannibal". Não sei qual foi o setlist nas demais cidades brasileiras, mas aqui em Itatiba-SP a dupla além de interpretar e dançar essas duas canções, também cantou um cover de "Black Or White" de Michael Jackson, um outro cover de John Paul Young - "Love Is In The Air", além de fazer uma versão do clássico brasileiro "Garota de Ipanema", de Antonio Carlos Jobin(a revista DJ Sound informou que eles mudaram a letra, trocando o famoso bairro carioca por Itatiba).
Lorenz D. com Asha, no palco da Moustache Sound & Dance (MS&D), em Curitiba-PR
Credito da foto: Sergio Silva
Finalizando a apresentação do Black 4 White em Itatiba-SP, Lorenz D também cantou "Mistery", seu single de trabalho solo. Então, todas as músicas interpretadas foram:
"Do You Know"
"Cannibal"
"Black or White"
"Love Is In The Air"
"Garota de Ipanema"
"Mistery"
Os shows aconteceram nessa ordem:
-FOURTEEN 14
-BLACK 4 WHITE
-MARTINE
-ICE MC (com Alexia)
O "2º Babel Dance Festival" de Itatiba-SP aconteceu no dia 26/08/1995, começando à meia-noite e terminando às 6 da manhã.
Belos tempos com as grandes estrelas da italodance no Brasil!!!
Crédito da foto: Sérgio Silva
Uma curiosidade, é que quando Ice MC cantou a sua última música da noite, todos esses artistas se juntaram no palco para cantar "Parabéns" à Adilson Luciano, o proprietário da casa noturna e também empresário que trouxe todos eles ao Brasil.
Obviamente que o Black 4 White não performou o 3º single "So I Love You Baby" nesses shows, pois esta última faixa ainda não existia, sendo lançada apenas no ano seguinte. Esse disco também foi produzido e arranjado pelos talentosos produtores Claudio Mingardi, Gianluca Vivaldi e Riccardo Salani. Vale ressaltar ainda que todos os singles do Black 4 White foram gravados no Gallery Studio (Itália), propriedade também desse grande trio citado.
Black 4 White - "So I Love You Baby" (1996)
Eu perguntei à simpática vocalista sobre o rapper de "Do You Know", quem seria ele, mas ela infelizmente não tem a tal resposta.
"Essa voz de estúdio, eu não faço ideia de quem seja.. Me desculpe".
-Francesca Ceselli (Asha)
A voz de "Do You Know", "Cannibal" e "So I Love You Baby" nasceu na cidade de Sestri Levante, na Itália, no dia 12 de fevereiro de 1974, e atualmente mora na cidade de Módena.
Quando deixou de ser a vocalista do Black 4 White, ela gravou também outras músicas dance, como as belas "La Noche de La Luna" (1998) e "Symbol Of Love" (2000), ambas do projeto Francisca:
Francisca - "La Noche de La Luna" (1998)
Francisca - "Symbol Of Love" (2000)
Asha também gravou a música romântica "Prima della pioggia" com o grupo Totem, em 1998. Hoje ela tem um filho adolescente, trabalha em um banco (chamado Bper) e ainda continua cantando, emprestando os seus vocais à banda Spending Review.
Geralmente ela faz alguns shows ao vivo com a sua banda, porém,o repertório agora é mais puxado para o pop / rock.
A vocalista do Black 4 White atualmente
Crédito da foto: Facebook pessoal de Francesca Ceselli
Ela define cantar como:"Uma grande paixão! Comecei aos 16 anos e não parei mais... Graças à minha mãe e ao meu pai".
Na entrevista que ela concedeu ao Blog, em 2018, Asha também disse sobre essa turnê no Brasil: "A turnê no Brasil foi certamente o momento mais emocionante da minha carreira. Lembro-me do carinho e do calor do público brasileiro!"
A vocalista do Black 4 White atualmente
Crédito da foto: Facebook pessoal de Francesca Ceselli
Desejamos que Francesca Ceselli continue exercendo o seu dom de cantar por muitos e muitos anos, e que continue se lembrando do Brasil com muito carinho, pois é dessa forma também que sempre iremos nos lembrar dessa simpática italiana...
PATRICK HERNANDEZ - "BORN TO BE ALIVE" (1979) FOI UM GRANDE HIT DO CANTOR, QUE AINDA TEVE UMA JOVEM MADONNA COMO SUA DANÇARINA
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-RIKARDO ROCHA
Patrick Hernandez - "Born To Be Alive" (1979): Quando eu era adolescente, essa música já era velha
Quando eu trabalhava com o meu pai nos anos 90, ele sempre ouvia umas rádios bregas que eu não gostava, mas ele adorava pois tocava as antigas da época dele. Nessa fase da minha adolescência eu só queria ouvir os hits do momento, como No Mercy, Shakira, Nell, Outta Control, Nicki French, então tinha que suportar aquelas velharias no meu ouvido durante 8 horas por dia, hahaha.
Engraçado que, olhem só como são as coisas, hoje eu escuto muita música "antigona" hahaha
Eu lembro (com muito carinho) que sempre tocava uma tal de "Born To Be Alive", e essa canção mexia bastante comigo. Sei lá, eu gostava muito dessa música e sentia uma vibe bem parecida com a das eurodances da época. Era algo que eu não conseguia explicar, só sei que eu gostava muito quando essa "anciã" rolava na programação da rádio Antena 1.
Me recordo com muita exatidão também da empolgação dos clientes / amigos do meu pai, pois sempre que essa música de Patrick Hernandez começava a tocar, eles ficavam eufóricos e gritavam que "Born To Be Alive" era da época deles, e que quando tocada na discoteca a pista "pegava fogo". Eu gostava de ouvir esses detalhes (de uma época que eu não vivi) e via também o brilho em seus olhos, além de sentir um saudosismo muito grande da parte deles.
Era toda vez assim, a introdução dessa música começava e eu já olhava para quem estava ao redor do meu pai, e a reação era quase sempre a mesma: descontrolada hahaha, com muita felicidade e saudade em suas manifestações. Bonito de se ver!!
E quando eu estou hoje com meus amigos, a situação é puramente a mesma! Principalmente quando estamos em algum barzinho e rola algum “flash” da nossa época! Eu me vejo olhando não apenas aos meus companheiros, mas também olhando para o meu pai e seus amigos, recordando de suas saudosas juventudes. Esse é o poder que a música nos proporciona, pois nos emociona, nos traz boas energias, nos faz relembrar dos bons momentos e ainda nos mantém próximos daqueles queridos que já se foram e que muito nos ensinaram nessa vida.
PATRICK HERNANDEZ -
"BORN TO BE ALIVE" (1979)
"NASCEMOS PARA VIVER"
Pelo sobrenome "Hernandez", muitas pessoas pensam que o cantor é espanhol, mas Patrick é nascido na França, em Le Blanc-Mesnil, Seine-Saint-Denis (uma vila de Paris), mas o seu pai sim, realmente era espanhol.
Seu nome completo é Patrick Pierre Hernandez, nasceu em 06 de abril de 1949 e tornou-se famoso 30 anos depois, em 1979, com o grande sucesso de sua carreira "Born To Be Alive" (lançada oficialmente no final de 1978).
Antes de sua ascensão nas pistas da Disco Music, Patrick Hernandez colaborava como backing vocal de alguns artistas, como o italiano Claudio Baglioni, no seu álbum "E Tu..." (1974), além de cantar também no grupo pop francês Paris Palace Hotel.
Sua trajetória solo começou em 1978, quando conheceu o produtor Jean Vanloo, que já estava totalmente inserido na Disco Music, então o sucesso veio rápido e certeiro. O cantor francês fez uma viagem à trabalho para Waterloo, na Bélgica, e lá gravou o seu primeiro álbum "Born To Be Alive".
Patrick Hernandez - "Born To Be Alive" (1979)
O que vale é viver e ser feliz com essas cantigas maravilhosas, como o meu pai e seus amigos fizeram muito bem!!
O primeiro single foi a música de mesmo nome do disco, "Born to Be Alive", que logo foi uma febre em janeiro de 1979, e concedendo ao artista o seu primeiro disco de ouro na Itália. "Born To Be Alive" atingiu também o topo das paradas dos EUA, se destacando na Billboard Hot Dance Club Play em #1, e também esteve na disputadíssima Billboard Hot 100, chegando em #16.
Devido ao grande hit que se tornou, Patrick Hernandez fez diversos shows pelo mundo, inclusive também se apresentou no Brasil e esteve em programas de TV bem populares, cantando "Born to be Alive" e seu 2º single "Disco Queen".
Nessa época, Hernandez acumulou 52 prêmios de discos de ouro / platinas em mais de cinquenta países diferentes, porém logo também começou a desaparecer dos charts, tendo um de seus últimos sucessos no Brasil com a música "Losing Sleep Over You", que foi trilha sonora de uma novela global chamada "Baila Comigo" (1981).
Patrick Hernandez em 1979
Nos EUA também não foi diferente, os singles que vieram depois de "Born to Be Alive" não foram muito bem nas paradas, como "Disco Queen", mas em compensação o álbum "Born to Be Alive" continuava a vender bastante e até venceu um prêmio “Billboard”, em fevereiro de 1980.
Ainda em 1980, Patrick Hernandez também gravou com o brasileiro Jorge Ben uma música chamada "Someone's Stepping On My Mushrooms", se destacando relativamente em países como Itália, França e Brasil.
Quando esteve fazendo muito sucesso nos EUA, em 1979, Patrick Hernandez também realizou uma "Tour" por lá, acompanhado de seu produtor Jean Vanloo e um amigo pessoal chamado Jean-Claude Pellerin. Na época, essa dupla realizou também algumas audições com vários dançarinos em Nova York, para que dividissem os palcos e animassem os shows de Patrick Hernandez. Dentre os dançarinos, adivinhem quem foi a escolhida?
MADONNA!
Patrick Hernandez e sua dançarina Madonna
Eu sempre li por aí que a cantora Madonna tinha iniciado a sua carreira no showbusiness como dançarina de Patrick Hernandez, mas eu nunca levei essa história muito a sério, e até imaginei que pudesse ser apenas mais uma "lenda urbana" da internet...
Também não tinha visto ainda nenhuma prova contundente sobre o assunto, mas a verdade mesmo, é que essa história aconteceu. Na turnê de Patrick Hernandez pelos EUA, uma das dançarinas que o acompanhou era a - hoje famosíssima - Madonna.
Veja o vídeo abaixo, onde a professora de dança de Madonna, Pearl Lang, fala sobre essa sua fase de dançarina. Madonna contou à ela que queria deixar a dança para começar a cantar, essa era a sua meta! Um pouco antes de começar a cantar, a artista então dançou com o cantor Patrick Hernandez:
A professora de dança de Madonna em Nova York, fala sobre a fase de dançarina da cantora: "Madonna não gostou muito de ficar em segundo plano"
A dupla que fez a audição com Madonna disse: "Ela nos impressionou dançando, e tinha uma certa pose, uma arrogância".
Depois que Madonna pulou fora e não quis mais dançar para Patrick Hernandez, ela também tentou ainda uma vaga para o papel feminino principal do filme "Fooloose - Ritmo Louco", mas não foi aprovada.
Patrick Hernandez disse que nunca mais ouviu falar sobre Madonna. Até que, ouvindo uma estação de rádio no carro, começou a tocar "Holiday" e ele então se tocou que era ela.
-Fonte: Biografia Madonna - 50 anos (de Lucy O'Brien - 2010)
GERAÇÃO ANOS 2000
Um detalhe interessante para quem curtiu o rock dos anos 2000, é que a banda de rock nacional Rumbora (aqueles do hit "O Mapa da Mina") também fez uma versão 'rock' desse flasback do Patrick Hernandez, sendo a divertida “Veste O Uniforme”.
Lembro que tocou bastante na 89FM, numa época que eu já não trabalhava mais com meu pai e só ouvia as minhas emissoras de rádio favoritas hahaha
Rumbora - "Veste o Uniforme" (2000)
"Todo dia de manhã meu meu pai vai no meu quarto e diz..."
PATRICK HERNANDEZ E MADONNA ATUALMENTE
Patrick Hernandez está atualmente com 71 anos de idade, enquanto que Madonna está com 62 anos. Velhinhos que ainda são lembrados pelas suas "velhinhas" que tanto admiramos!!!
Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.
Afinal, a pergunta que não quer calar, mas que será calada hoje é a seguinte: Quem é a vocalista do grande hit "Melody" do italiano Black Rose??
Edit: Depois que essa informação foi revelada aqui em 1ª mão, alguns espertinhos divulgaram-na como se fosse alguma de suas exclusividades. Mas prestem atenção, quem soltou essa novidade foi o Blog RikardoMusic, depois de muitos meses de investigação e tentando com que os produtores informassem a verdade. Não sejam enganados com achismos e agora também com exclusividades terceirizadas. Aqui não tem achismo, tem VERACIDADE e principalmente créditos à todos os envolvidos!
FINALMENTE LIBERTAMOS A MELODIA DO PROJETO BLACK ROSE
"I love your song on my melody, Yes I know it's gonna be alright..."
Pois é, estamos cá novamente para ajudar a escrever mais um capítulo da história da Eurodance, e provocar também a sua memória afetiva!! E antes de começar com este artigo, despretensiosamente eu gostaria de fazer uma pergunta à todos os leitores deste humilde Blog: Onde posso encontrar informações precisas sobre o Black Rose? Será que alguém pode me ajudar?
Bom, eu sempre fui muito curioso em relação a esse projeto, mas nunca encontrei absolutamente nada que fosse revelador, confiável ou relevante sobre eles. Só me sobrou mesmo esse papel, de recorrer ao produtor Davide Marsilio e buscar maiores informações sobre o projeto - que foi unanimidade nas pistas e rádios de todo o Brasil (entre 1994-1995). Inclusive, Davide Marsilio está ausente das redes sociais, então, foi uma tarefa muito árdua conseguir falar com este homem.
Felizmente, nessa “missão impossível” eu tive o apoio intermediário de Mark Hoogkamer (empresário de Annerley Gordon), que me enviou o e-mail pessoal do produtor, e assim, conseguimos trocar algumas palavras sobre o seu projeto Black Rose. Foi um processo lento, minucioso e muito intervalado, mas finalmente consegui trazer as informações necessárias aos leitores.
Então vamos lá, para mais um artigo investigativo?
OS MENTORES DO BLACK ROSE
DFC: O selo que lançou Black Rose - "Melody" (1994)
Os caras que comandavam o Black Rose eram os italianos Davide Marsilio e Giorgio "Theo" Spagna, dois produtores que mergulharam de cabeça na cena eurodance no início dos anos 90, num momento muito fértil e rentável para as músicas direcionadas às discotecas.
Juntos eles escreveram, mixaram e produziram várias faixas que provavelmente você deve conhecer, como Ella G. – "Forever" (1994), Funny Boys – "Gsuffa" (1994), O.U.N.I. – "Gonna Dance With You" (1996), Red Velvet – "Into The Night" (1996), Aleena – "Babe" (1997), e claro: Black Rose - "Melody" (1994).
É importante mencionar também que, Davide Marsilio produziu outras canções sem a parceria de Giorgio Spagna, como Xenofoby Feat. Rossella – "I'm Going On" (1993), Afrodithe – "Uh-Ah-Ah" (1993), F.U.N.O. Boys Featuring Anny – "Bee In My Bonnet" (1994), Shiva – "Voice Of Asia" (1994), 7th Virgin – "Living By Numbers" (1995), Alexandra – "Envie De Toi (Time For Love)" (1995) e Easy Lady – "My Body Dance" (1999).
Mas a bagagem musical de Giorgio Spagna também é grandiosa e com muitos registros...
Giorgio Theo Spagna
Crédito: Foto pessoal de Giorgio Spagna
Giorgio Spagna nasceu em Valeggio Sul Mincio, na província de Verona, e aos 14 anos de idade já estava ingressando na música como violonista e baixista. Depois, com os sintetizadores ele desenvolveu uma de suas principais virtudes, que é criar as bases instrumentais das músicas. Foi no início dos anos 80 que ele começou a preferir o teclado como o seu instrumento de composição, e nessa época, todos sabem que os sintetizadores "ditavam" moda e tendência nas músicas.
Todas as criações musicais de Giorgio Spagna têm grandes doses artísticas com a batida do sintetizador, e até hoje, ele carrega consigo a fama de ser um grande mestre dos teclados e das composições.
Seu primeiro projeto foi Mike Cannon, que aconteceu em 1983 e trabalhando com ninguém mais ninguém menos que Alfredo "Larry" Pignagnoli e a cantora Ivana “Theo” Spagna, que é a sua irmã! Segundo o próprio, "Mike Cannon" é um nome que ele se inspirou de um seriado de televisão, e apesar de seus discos trazerem sempre outros rostos, quem cantava as músicas era ele, assim como outros projetos que vieram depois, como o Cyber People.
Giorgio Spagna, Larry Pignagnoli e Ivana Spagna nos anos 80
Crédito: Foto pessoal de Giorgio Spagna
Sua irmã Ivana Spagna, a grande e conhecida cantora da ítalo-disco, lançou-se na carreira solo em 1986 e criou canções clássicas das discotecas. Ela também se apresentava em vários clubes italianos com o "brother" Giorgio Spagna e seu parceiro já citado, Larry Pignagnoli. Os três foram compositores muito ativos nos primórdios da Italo-Disco, lá nos anos 80, onde juntos também produziram para a dupla Fun Fun e obtiveram grandes sucessos, como "Happy Station", "Color My Love", "Living In Japan", entre outros.
Diante de tantos singles populares como produtor e compositor, Giorgio Spagna passou então a produzir, remixar e escrever para muitos artistas de diversos selos, como Time, Dig-It, Bananarama, e etc. Ele teve um lugar importante dentro da Italo-Disco e Italo-Dance, contribuindo em grandes obras que hoje são verdadeiras joias musicais, como Spagna - "Call Me" e Lee Marrow - "Dont Stop The Music".
Para nós, que somos fãs dos anos 90, podemos dizer que Giorgio Spagna também atuou de maneira muito expressiva nessa incrível década. Em 1992, junto com Davide Riva, ele escreveu, fez os arranjos e mixou Jenny Bee - "Wanna Get Your Love", na voz dessa brilhante vocalista que você está imaginando aí:Giovanna Bersola!
Em 1993 ele voltou com "Jenny Bee", agora trabalhando ao lado de Annerley Gordon, que colabora apenas na composição de "There's A Bit Goin' On" , pois os vocais ainda são de Giovanna Bersola.
Sobre a vocalista Annerley Gordon, ela cantou a faixa "Try Me Out" (Lee Marrow) também lançada em 1993 e tendo os arranjos de Giorgio Spagna. Vejam só, o cara trabalhou com muitos artistas lendários e juntos lançaram diversas obras valiosas do Eurodance...
Annerley Gordon e Giovanna Bersola: Grandes auxiliadoras de Giorgio Spagna e do Eurodance em geral
A propósito, todos sabem que Giovanna Bersola é a verdadeira vocalista da música "The Rhythm Of The Night" do projetoCorona, certo? Agora, adivinhem quem trabalhou também nesse impactante single? Giorgio Spagna!
Sim, ele colaborou como engenheiro de som e compositor nesse grande hino da Dance Music. Resumidamente, Giorgio Spagna, Annerley Gordon e Giovanna Bersola foram grandes colaboradores e estão em muitos singles que fizeram história nas pistas de dança.
Em 1994, o italiano ainda produziu um outro projeto espetacular que fez muito sucesso, Red Velvet - "Lady Dont Cry", e a voz é novamente dela: Giovanna Bersola. Aliás, eles voltaram depois em 1999, quando ela cantou uma outra produção que marcou bastante o ano de 1999: S-Sense - "Gonna Get Your Love". É mole ou quer mais?
Atualmente, Giorgio Spagna acompanha mais os trabalhos de multimídia, produções e comerciais de Ivana Spagna para a TV e cinema, mas ele disse numa entrevista à página Fans Memory Records que pensa em voltar a escrever alguma música novamente: "mais cedo ou mais tarde".
O NASCIMENTO DE
"MELODY" (1994)
Black Rose - "Melody" (ZYX Music - Alemanha)
Foi em 1994 que a dupla Spagna e Marsilio se uniu pela primeira vez, lançando Ella G - "Forever". A partir daí, não demorou muito para surgir o projeto Black Rose com a avassaladora "Melody", o mais bem sucedido trabalho da dupla.
O single "Melody" foi mixado na Alamode Studio e tem a participação de Giorgio Spagna e Davide Marsilio em todas as áreas, como a mixagem, a composição da letra e os arranjos. Ambos trabalharam igualmente aqui, pelo menos é o que consta no verso do single, pois os créditos estão devidamente bem distribuídos. Mas há ainda uma participação mais que especial e que deve ser mencionada... é a presença - novamente - da “figurinha carimbada” Annerley Gordon, que colaborou escrevendo a letra da canção. Ou seja, Davide Marsilio, Giorgio Spagna e Annerley Gordon assinam a composição dessa maravilhosa faixa.
O lançamento do singleaconteceu em outubro de 1994, pelo selo DFC (Dance Floor Corporation) em parceria com a Expanded Music, na Itália, e tão logo se tornou um grande sucesso em todo o continente europeu, principalmente na Itália, Alemanha, Bélgica e Espanha.
"As 7 Melhores" da Jovem Pan foi uma das maiores vendagens
da Paradoxx Music, e Black Rose estava lá...
Aliás, o ano de 1994 ficou marcado para sempre no coração dos amantes da Dance Music, não é mesmo? Foi um período extremamente produtivo, com muita fluidez e com grandes singles no mercado. Além de Black Rose - "Melody", tivemos outras grandes obras sendo muito bem tocadas nas boates, como Whigfield - "Saturday Night", Double You - "Run To Me", Masterboy - "Feel The Heat Of The Night", Fun Factory - "Take Your Chance", Corona - "The Rhythm Of The Night", Playahitty - "The Summer Is Magic", J.K. - "You And I", e etc.
Inclusive, muitas dessas tracks que mencionei foram compiladas no lendário e primeiro volume da coletânea "As 7 Melhores" da Jovem Pan, sendo lançado pela extinta e saudosa Paradoxx Music. Só grandes músicas e todas pertencentes ao mesmo padrão de qualidade!!!
BLACK ROSE - "MELODY" E SEU RESULTADO FINAL
Black Rose- "Melody" (1994)
Video Oficial
Infelizmente não vemos a vocalista e o rapper originais no video de "Melody", apenas temos algumas sombras num ambiente bem colorido e cheio de efeitos. É uma pena, pois eu achava que vendo esse vídeo descobriria finalmente quem são os donos dessas vozes. "Doce" ilusão de quem viveu os anos 90!
Então, junto com "Veludo Vermelho" (Red Velvet), o produtor Giorgio Spagna lançou em parceria com Davide Marsilio o projeto "Rosa Negra" (Black Rose) no final de 1994. Como já dito, "Melody" foi um grande estouro mundial e logo também invadiu os clubs e as rádios do Brasil, assim como saiu em inúmeras coletâneas da Paradoxx Music.
O hit tem um ritmo alucinante, além de um vocal super poderoso. Ah, e o rap? Não podemos nos esquecer dele, muito bem feito e explosivo.
Outra característica que não dá para deixar de comentar, é o som de uma aeronave presente em "Melody", onde você literalmente se sente "decolando" na pista de dança com muita energia, positividade e um poder transformador único!
Definitivamente, é um dos grandes clássicos dos anos 90 e que ainda está na memória de muita gente que viveu loucamente a época das matinês, das excursões ao Playcenter, de quem dormia ouvindo o "Ritmo da Noite" da Jovem Pan no radinho de pilha (como eu), de quem gravava fitas K7 e torcia para o locutor não falar em cima da música... Enfim! Um som que atuou de maneira muito forte nos clubs, embora ainda arranque muitos suspiros quando tocado em algum evento de flash back. E pode ter a certeza,"Melody" ainda será referenciada por muitos e muitos anos, pois tem o autêntico clima de festa e a verdadeira magia das noites.
Uma curiosidade, é que Giorgio Spagna inseriu também o som de uma aeronave em "Lady Don't Cry" (Red Velvet) na sua versão "Euro Spanish Mix", sendo esse um elemento bem característico e marcante de "Melody":
Ouça a versão "Euro Spanish Mix" de Red Velvet - "Lady Don't Cry",
principalmente aos 3'56'', para ser mais exato
Em algumas mensagens que enviei ao produtor Davide Marsilio, eu disse que o Black Rose também fez muito sucesso aqui no Brasil, e que "Melody" sempre será um grande tesouro dos clubs brasileiros. Ele agradeceu pelo carinho e falou na possibilidade de criar um novo remix para essa faixa clássica, mas não entrou muito em detalhes...
Eu também perguntei à ele sobre o rapper de "Melody", (“quem é esse cara, afinal?”) então o produtor informou que eles acabaram perdendo o contato com o passar dos anos, e que se lembra apenas de seu primeiro nome, que é Luca esendonatural de Modena.
É triste, mas ficamos devendo essa informação... creio que seria muito legal ter também a identidade desse grande colaborador, não é mesmo? Afinal, ele deu muito de si em "Melody", fazendo um rap bem empolgante e eficiente.
Mas em compensação, Davide Marsilio me disse quem é a cantora de "Melody"; e ela não é Annerley Gordon, Ivana Spagna, Bibi Schon...entre outras mulheres já apontadas por diversos fãs de eurodance...
FIM DAS FAKE NEWS: A VERDADE SOBRE A VOCALISTA
A verdadeira voz do hino "Melody" do Black Rose
É com muita honra que apresento à vocês a verdadeira vocalista de "Melody" (Black Rose): ROSSELLA GRAZIANI.
Rossella Graziani é uma cantora italiana nascida em Bolonha (Bologna), e já emprestou a sua voz para muitos gêneros musicais, embora atualmente seja mais dedicada ao Jazz (assim como Giovanna Bersola, já citada várias vezes neste artigo).
"Ross", como é chamada por seus amigos, estudou a arte em suas diversas disciplinas como o canto, o balé e a mímica, além de frequentar o curso de atores no Centro Experimental de Artes Cênicas em Bolonha. Ela, assim como muitas cantoras de eurodance, também trabalhou em vários estúdios como backing vocal. O seu vocal apareceu como "voz de fundo" nas produções de muitos artistas italianos, como Skiantos, Paolo Belli, Irene Grandi, The Bluesmen, Pia e Aeroplanitaliani (com quem participou em programas de televisão como Top of the Pop, Quelli che il calcio, e etc).
Rossella Graziani nos anos 90
O fã de eurodance poderá ouvir a voz de Rossella Graziani no projeto Ella G - "Forever" (nesse, Annerley Gordon confirmou que fez o backing vocal) e também em 7th Virgin – "Living By Numbers", ambas produzidas também por Davide Marsilio.
7th Virgin – "Living By Numbers"
Mais uma Eurodance na fantástica voz da italiana Rossella Graziani
Existe um outro projeto de Davide Marsilio chamado Xenofoby feat. Rossella - “I’ m Going On” que provavelmente também tem a voz de Rossella Graziani, no entanto, essa é uma música muito rara e não consegui ouvi-la e nem mostrar à cantora, para que pudesse nos confirmar.
A talentosa vocalista de Bolonha passou três anos sob a orientação de Michael Allen (pianista e arranjador) cantando nos clubes mais importantes da Itália. Depois participou em 1993 e 1994 no "Porretta Soul Festival" e no famoso "Roxy Bar" de Red Ronnie.
De 1994 a 1998, Rossella atuou em vários teatros da Itália como cantora-mímica com Vito, Malandrino e Veronica, dirigidos por Daniele Sala e Francesco Freyrie. Nessa época, além de atuar nos teatros, ela também já cantava Jazz, além de gravar alguns discos de Eurodance, pelos quais ela nunca foi creditada. Foi nessa época que ela gravou também uma cover "dance" para a clássica de Taylor Dayne - "Tell It To My Heart", do projeto Q-Club:
Q-Club - "Tell It To My Heart"
Essa versão... Essa voz!!
Em 1995, Rossella Graziani participou do espetáculo "Ruvido Show" (do canal RAI 1), como cantora solo e ao lado de outros nomes italianos, como Enzo Iacchetti, Giobbe Covatta, Gioele Dix e Paolo Cevoli. Em 1997, ela também voltou a gravar para o projeto Q-Club, mas agora dividindo os vocais com a cantora Elana Hayden, na música "I'll Be There":
Q-Club - "I'll Be There"
Aqui Rossella colabora como backing vocal...
Rossella Graziani forneceu a sua voz para várias gravadoras (DFC-Expanded, Mercury, Groove Groove Melody... ) e gravou muitos singles, incluindo alguns para Gemolotto, Sugar e o famoso projeto Black Box (não sei se ela foi backing vocal ou a cantora principal em alguma faixa).
Em 1998, Rossella Graziani gravou um CD chamado "AEON" e que teve a colaboração de outros músicos, como Enzo Torregrossa, Renato D'Aiello e Massimo Greco (no encarte, o ano de lançamento é 2002). Ao longo de sua carreira ela também colaborou com vários outros artistas, como Jimmi Villotti, Nicola Arigliano, Antonio Onorato, Francesco Villani, e etc.
Rossella Graziani: A eterna voz de "Melody" de Black Rose
Atualmente, Rossella Graziani continua gravando nos estúdios, embora não faça isso com a mesma frequência de antes. Hoje ela está mais concentrada nos palcos e cantando Jazz (como já mencionamos).
Sobre seus artistas favoritos, ela é admiradora de Paul McCartney (The Beatles), Ella Fitzgerald, David Bowie, Nina Simone, The Police, Keith Richards (Rolling Stones), Eric Clapton, além de muitos outros, incluindo também os brasileiros Milton Nascimento e Elis Regina.
Graziani Mantovani Duo - "The Man I Love"
Além desse, existem outros variados vídeos da vocalista cantando Jazz & Blues no Youtube
Eu perguntei à Rossella se realmente ela foi a vocalista de "Melody" , então prontamente respondeu-me de maneira bem simpática e gentil:
"Oi Rikardo, estou bem, obrigada, e você? Sim, eu era a cantora de 'Melody', há muitos anos! Obrigada pela sua mensagem 😊 tenha um bom dia! Muito obrigada!"
Depois questionei-a também sobre o rapper, se ela lembra do nome dele, mas Rossella também disse não se lembrar, pois “faz muito tempo”.
Eu conversei ainda sobre as diversas especulações que existem em torno de sua voz, pois algumas pessoas "apostam" que Annerley Gordon ou Ivana Spagna foram as vocalistas de "Melody", então ela confirmou que não, deixando bem claro que Annerley Gordon apenas escreveu a música (sinceramente eu sinto pouquíssimas semelhanças entre o vocal dela e o de Annerley Gordon).
Mesmo assim ainda perguntei se existia a possibilidade de Annerley ter feito ao menos os backing's para a música, mas mais uma vez, Rossella Graziani foi bem clara e categórica:
"Nessa música, eu que fiz os backing vocals também. Todas as vozes.🙂"
"Uau, algumas pessoas dizem que o apoio é de Annerley Gordon ... então é a sua voz também! Você é demais! Obrigado!"
Sim, é minha voz também, não é Annerley. Muito obrigada Rikardo! 😊
Como foi essa experiência de gravar “Melody”? Minha última pergunta, eu prometo ...
"Era 1994 ..... oh meu Deus! Há muito tempo ... Não me lembro agora...😊 Eu lembro que eu gravei pois Davide Marsilio me convidou, mas eu lhe digo que foi uma experiência linda."
Crédito: Foto de MaxDeRosa_Blues (Massimo de Rosa)
Crédito: Foto pessoal de Rossella Graziani
Crédito: Foto pessoal de Rossella Graziani
CRÉDITOS
Lista de faixas
1Melody (Main Mix)5:53
2Melody (Alternative Mix)6:00
3Melody (Euro Mix)5:50
4Melody (No Rap Mix)4:30
Produzido na Alamode Studio
Mixado na Alamode Studio
Créditos:
Arranjado, Produzido, Mixado por Davide Marsilio, Giorgio Theo Spagna
Letra escrita por A. Gordon, D. Marsilio, G. Spagna
VOCALISTA: ROSSELLA GRAZIANI
OUTROS SINGLES APÓS "MELODY"
BLACK ROSE - "IF I COULD BE ONLY BE WITH YOU" (1996)
A saga da "Rosa Negra" continua...
E o Black Rose continuou firme e forte no cenário da Dance Music com seus lançamentos posteriores. Em 1996, Davide Marsilio e Giorgio Spagna soltaram a cativante "If I Could Only Be With You", que também agradou bastante aos fãs de eurodance na época.
A vocalista, como todos sabem, agora é Samantha Boni, afinal, ela foi creditada no single e também tem o seu nome registrado / linkado no Discogs e em diversos outros sites da internet.
Samantha Boni, a voz do Black Rose em
"If I Could Only Be With You" (1996)
Muita gente também confunde o vocal de Samantha Boni com o de Annerley Gordon, e aqui sim, eu tenho que concordar que realmente são bem parecidos, embora a voz de Samantha seja um pouco mais "angelical" ou "infantil" que de Annerley. São pouquíssimas as diferenças, mas são sim perceptíveis.
Por falar em Annerley Gordon, mais uma vez ela colaborou com a dupla de produtores, escrevendo a letra de "If I Could Only Be With You". O single foi bem aceito e trouxe 6 versões bem criativas, mas percebemos que não foi amplamente distribuído como "Melody".
A minha versão favorita é a "Euro Mix", que tem uma instrumental de saxofone que é uma delícia! Essa também é a versão que integrou diversas coletâneas nacionais da Paradoxx Music, como "As Borbulhantes da Pepsi Vol.2", "Let's Dance 99 FM" e "Só As Melhores Jovem Pan, Vol 2". Vale a pena conhecer ainda a "Alternative Mix", muito elogiada pelos fãs.
Resumindo, "If I Could Only Be With You" é muito boa, embora muito diferente da grandiosa "Melody". Lembro-me quando a ouvi pela primeira vez, nos anos 90, e estranhei muito essa sonoridade "fofinha", pois esperava algo para “tremer o chão", como fez muito bem o single anterior.
Black Rose - If I Could Only Be With You" (1996)
Esse 2º single infelizmente não ganhou um video-clipe oficial,
assim como seus lançamentos seguintes...
BLACK ROSE - "BORN TO BE LOVED ME" (1997)
Assim como "If I Could Only Be With You", essa é mais uma música cantada por Samantha Boni e lançada pelo selo Plastika (a DFC só foi responsável por "Melody").
"Born To Be Loved Me" saiu apenas em vinil,não fez sucesso algume aparentemente não constou em nenhuma coletânea brasileira de Dance Music.
Não é ruim, mas nada tem a ver com aquele Black Rose que conhecemos em "Melody". Nem parece que é o mesmo projeto, apesar de ainda trazer o mesmo time de produtores...
Ouça:
Black Rose - "Born To Be Loved Me" (1997)
BLACK ROSE - "PEOPLE ON THE MOVE" (1997)
Mais uma música do Black Rose interpretada pela talentosa Samantha Boni e lançada em 1997, porém, não teve lançamento em single.
"People On The Move" foi lançada no Brasil pela carioca Spotlight Records e está presente num "promo" da gravadora chamado "The Remix Project 4" (contendo a versão “extended mix”). A mesma faixa foi acrescentada também na ótima coletânea "Radio 97, É Demais!" (na versão "radio edit”).
Na minha opinião, "People On The Move" é superior a música anterior, e em alguns momentos nos lembra a excelente "Into The Night" do Red Velvet, cantada também por Samantha Boni e com a produção dos mesmos Giorgio Spagna e Davide Marsilio. Vocais bem envolventes e produção muito harmoniosa:
Black Rose - "People On The Move" (Extended)
Lembrando que só "Melody" ganhou um video oficial
Red Velvet - "Into The Night" (Extended)
Samantha Boni com os mesmos produtores do Black Rose
OUTROS TRABALHOS:
Nascida na cidade de Vercelli, em 2 de dezembro de 1978, a italiana Samantha Boni cantou também em outros projetos italianos...
Você ainda poderá ouvi-la em Babilonia - "Too Easy" de 1995 (onde ela divide seus vocais com Annerley Gordon - informação cedida por Mark Hoogkamer e que já comentamos no artigo sobre Ally & Jo).
No começo dos anos 2000, com a X-Energy, ela se lançou como Samantha e gravou "Oh My My" e "Get On Up & Dance".Vale a pena dar aquela garimpada por seus trabalhos.
Na música do projeto O.U.N.I. – "Gonna Dance With You" (1996) tem também os vocais de Samantha Boni, embora esteja creditada no vinil como "Sammy B" (Sammy de "Samantha" e B numa abreviatura de "Boni"; Uma outra dica, é que em seu próprio facebook as pessoas se referem à ela como "Sammy"):
O.U.N.I. - "Gonna Dance With You" (1996)
Mais uma parceria de Samantha Boni com Giorgio Spagna e Davide Marsilio (Black Rose)
Samantha Boni
Em suas redes sociais conseguimos encontrar várias informações bacanas, como por exemplo, o depoimento de um colega de longa data:
"Em maio de 1989 comecei a minha atividade orquestral, digamos "por conta própria". Eu tinha conhecido a Samantha um ano antes numa outra formação da qual participei ... Na minha nova orquestra a cantora não era a Samantha, mas quando precisei de uma substituição pedi à ela , que com sua habilidade excepcional, preparou meu repertório (acho que pelo menos 30 músicas) em apenas alguns dias: fantástico! Ainda hoje quando a adversidade me acontece ... tomo isso como exemplo! E quando ela me "salvou", não tinha nem vinte anos, mas hoje está aí, muito mais madura ... mas a foto parece que foi tirada nos anos 90 ... VOCÊ ESTÁ ÓTIMA!
- Maurizio Saletti
Samantha Boni é fã de Céline Dion, Janet Jackson, Michael Jackson e Prince. O primeiro disco que ela comprou foi "Like A Virgin" da Madonna e seus gostos musicais variam de Hip-Hop ao Rock do The Doors.
Em suas mídias, conseguimos também alguns vídeos mais recentes, onde podemos vê-la cantando numa banda chamada Patty Stella, embora ela também tenha atuado numa outra chamada Taga Band (informação que constava em sua conta no myspace).
Como Samantha Boni não gravou nenhum videoclipe para as suas músicas "dance", então, esses videos mais atuais acabam se tornando bem interessantes para nós, nostálgicos... pois assim podemos "matar" um pouco da nossa curiosidade em relação a essa talentosa artista:
Patty Stella - "Fuoco D'Amore" (2018)
Video Oficial
Patty Stella com Samantha Boni e Pietro - "Misereree" (2018)
Apresentação Ao Vivo
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Foi bem "puxado" pesquisar e obter as informações sobre o hit "Melody", mas no fundo, valeu a pena! Finalmente a minha curiosidade foi saciada, em virtude dessas informações cedidas por Davide Marsilio e pela própria Rossella Graziani.
Já as informações das músicas que vieram depois, os singles cantados por Samantha Boni, esses são fáceis de encontrar pela internet, pois a vocalista foi creditada e também alimentava as suas redes com seus materiais e parcerias que realizava.
Eu acho que os leitores deste blog também irão gostar dessa aventura que vivenciei, pois "Melody" é muito querida por todos aqueles que curtiram os anos 90, uma época inesquecível, muito bem vivida e aproveitada!!
Os mal-humorados que menosprezam a Dance Music não sabem o que deixaram para trás. Nós, pelo menos, dançamos e nos divertimos à beça.
AGRADECIMENTOS
Obrigado à Rossella Graziani, Davide Marsilio e Mark Hoogkamer