TRANSITANDO PELOS ARQUIVOS DA TIME E REDESCOBRINDO TALEESA, ANTARES, COPERNICO...
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-RIKARDO ROCHA
Pois é meus amigos, neste ano de 2020 muitas músicas estão ficando mais velhinhas, como é o caso de "Let Me Be" da italiana Taleesa, que faz aniversário de 25 anos (!!). Mas, você sabe quem é o verdadeiro rapper desta música?
Depois de tanto pesquisar, eu não resisti e acabei perguntando à um dos produtores, Alessandro Gilardi,queacabou se pronunciando:
EDIT (21/07/2020): Alessandro Gilardi me respondeu no dia 08 de março de 2020, antes dessa data ninguém tinha a informação.
Acontece que alguns "pesquisadores" - que imploram por créditos - passaram a citar essa informação como se essa fosse uma de suas exclusividades... Aí fica "mamão com açúcar", meu jovem! A pessoa me exclui do grupo, me transforma num vilão com mentiras a meu respeito (sempre o creditei aqui), para depois divulgar que foi ela quem descobriu. Uma total falta de caráter e uma hipocrisia sem limites.
Sim, como todos sabem, o cara que performava com a Taleesa - dublando a parte do rapper - era o seu dançarino Sly-G, e era visível que aquela voz não era dele. Asher Senator foi o verdadeiro rapper e registrou também outras músicas importantes da gravadora Time, como algumas produções do Antares, Copernico e Molella.
Depois desta informação obtida, fiz um vídeo contendo alguns trechos de seus diversos trabalhos, com a intenção de analisar melhor a sua voz:
Asher Senator: A voz masculina em "Let Me Be" de Taleesa
ASHER SENATOR: A VOZ 'RAGGA' QUE MARCOU ALGUNS HITS DO EURODANCE DOS ANOS 90
Algumas participações de Asher Senator
O nome verdadeiro de Asher Senator é Peter St Aubyn, ele nasceu no Reino Unido e aos 14 anos de idade já ingressava na área musical, se tornando DJ.
Asher era muito dedicado ao reggae, então acabou conhecendo várias pessoas envolvidas no gênero, não demorando muito também para que ele começasse a fazer suas rimas e a produzir suas músicas próprias.
No final dos anos 80, o artista montou a sua gravadora, a Senator Records, onde lançaria suas produções de reggae.
Já nos anos 90 ele participou de muitos projetos, incluindo algumas famosas músicas de "eurodance" que tanto conhecemos.
A voz feminina do Antares
Uma destas parcerias veio com o Antares, projeto italiano de Giacomo Maiolini (8 de março de 1963), o mesmo produtor que trabalhou com Taleesa em "I Found Luv", "Let Me Be" e "Burning Up" (além de outros vários projetos da Dance Music).
O Antares tinha como vocalista a italiana Clara Moroni (03 de novembro de 1964), e com a sua voz doce e exuberante ela gravou todas as músicas do projeto, mas a Taleesa também gravou com ela em "Ride On A Meteorite". O rapper, como já citado, era Asher Senator.
Este projeto de eurodance ficou conhecido com o lançamento do seu primeiro single já citado "Ride on a Meteorite", gravado em 1994 e se tornando popular em 1995. Esta produção gerou um favoritismo muito grande entre muitos DJs e fãs de eurodance, valendo citar também que a sua letra foi escrita por Diego Abaribi, Roberto Arduini e Emanuela Gubinelli (a Taleesa, que também fez os vocais para essa música, juntamente com a Clara Moroni):
Poucas pessoas falam sobre isso, e só aqui você fica sabendo toda a verdade, mas a Taleesa, além de escrever a letra de "Ride On A Meteorite" do Antares, ainda gravou-a com sua voz, juntamente com Clara Moroni, conforme a própria assume no vídeo acima (eu já havia reconhecido um pouco da sua voz em algumas estrofes no início dos anos 2000):
"Vocês escutam mais a voz da Clara Moroni, mas eu também canto com ela aí nessa música". -Taleesa
OUTROS SINGLES DO ANTARES
A fama deste primeiro hit impulsionou também o lançamento de um segundo single, para este mesmo ano de 1995: "You Belong To Me".
Com este trabalho, Giacomo Maiolini conseguiu agradar novamente, e a faixa entrou para diversas coletâneas assim como foi adicionada nas programações de diversas rádios. O sintetizador alucinante ganhou vida mais uma vez, que por si só, já valida essa música como uma Dance Music de elite:
"You Belong To Me" (1995)
A música é boa, mas por favor, não se apeguem a imagem... pois eles não cantam nada
No ano seguinte (1996) foi a vez de "Whenever You Want Me", mais uma bela produção do Antares, embora não alcançando o mesmo êxito das músicas anteriores. O rapper não participou aqui, apenas ouvimos os contagiantes vocais femininos de Clara Moroni.
Ainda em 1996, o Antares retornou com a poderosa "Let Me Be Your Fantasy", na minha opinião, uma das melhores músicas do projeto. A melodia dessa música é espetacular, sem dúvidas, um pilar imponente da grandeza do ítalo-dance:
"Let Me Be Your Fantasy" (1996)
"Deixe-me ser sua Fantasia"
Em 1997, o Antares lançou "I Want Your Love", mas essa faixa não foi muito bem. Depois do baixo desempenho deste último single (embora seja uma boa música), o projeto não apareceu mais em cena. Esse último trabalho também não traz o rapper Asher Senator e apenas ouvimos a bela voz de Clara Moroni.
Aliás, muita gente dizia que Moroni era a cantora em "Cannibal" do Black 4 White, mas aí nesta produção não é ela...mas sim, a voz real de Francesca Ceselli. Vejam o vídeo abaixo, onde ela não sabe o que dizer para um grupo de marmanjões, que ficam pedindo para ela cantar "Cannibal":
Clara Moroni: "Não lembro dessa"
Lógico que não, essa música quem canta é a Francesca Ceselli, ela realmente cantava no Black 4 White.
Além de gravar para o Antares (1994-1997), a senhorita Moroni gravou diversas músicas para outros projetos, como Trisha (com a modelo Patrizia Cavaliere sendo a imagem), Orange Blue e Copernico,sendo estes apenas alguns exemplos.
Já o rapper Asher Senator também trabalhou com Clara Moroni em Copernico - "I Believe" (1995), onde mais uma vez traz os fortes e característicos sintetizadores do Antares.
Com certeza, "I Believe" é mais um estrondo que o gênero eurodance exerce em seu arsenal:
Copernico - "I Believe" (1995)
Como eram todos uma grande equipe, a voz de Asher Senator também entrou em "Let Me Be" de Taleesa, mas não confunda pensando que em "I Found Luv" é a voz do britânico, pois aí se trata de um outro rapper...
É bom salientar que neste trabalho anterior de Taleesa, quem faz o rap é o alemão Michael Romeo, que também foi rapper do Le Click, do Warm Up, entre outros.
Taleesa - "Let Me Be" (1995)
Sly-G era dançarino e também ajudava nas composições de Taleesa. Nos raps de "Let Me Be" e "I Found Luv" ele dublava nos palcos.
COMO ELES ESTÃO HOJE????
Clara Moroni, Taleesa, Asher Senator e Sly-G (Michael Corkran) atualmente
- Clara Moroni, a vocalista do Antares, ainda mantém sua amizade com Taleesa até hoje. Ela também continua firme em sua carreira solo e seu último trabalho foi lançado neste início de 2020, "All Over":
Clara Moroni - "All Over" (2020)
- Sly-G (Michael Corkran) mora no Brasil, é surfista e se casou com uma brasileira (Salvador-BA). Ele também já é avô.
-Taleesa hoje mora no Panamá, adotou uma criança e se dedica mais como mãe e produtora de vídeo. Ela também realiza alguns shows pela Europa, mas o ritmo já não é mais o mesmo de antes. Sua última música gravada foi em 2012, onde ela lançou "I Can Feel U" (Voicebox):
Voicebox - "I Can Feel U" (2012)
- Asher Senator continua gravando suas músicas e envolvido ao reggae / hip hop. Seu último clipe é de 2016, suas últimas músicas foram registradas em 2017 e ele tem vídeos pessoais postados em 2019 (no youtube), onde faz suas rimas e demonstra estar em plena atividade:
Asher Senator - 2019
Procurem também por outras músicas na voz de Asher Senator, como "See The Difference" (Molella) e "Move it up" (J.J. Brothers), que não couberam nesta publicação, mas que valem a pena serem redescobertas!
"QUEEN OF TOWN": O ÁLBUM DO CORONA QUE NÃO CHEGOU ÀS LOJAS
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-RIKARDO ROCHA
Este álbum de Corona é o seu 5º disco de estúdio, vale dizer também que aqui temos os vocais reais da modelo brasileira Olga de Souza, pela segunda vez emprestando a sua voz para um disco do Corona. Como já mencionamos anteriormente, nos três primeiros álbuns do projeto não era a brasileira que cantava, mas sim Jenny B (álbum "The Rhythm Of The Night"), Sandra Chambers (álbuns "The Rhythm Of The Night" e "Walking On Music") e Natisse "Bambi" Jones & Bernadette "Brandy" Jones (álbum "And Me U").
Tracklist
01.Queen Of Town 03:12
02.Stay With Me03:19
03.Believe In Love 03:40
04.In Your Life 03:21
05.Jealousy03:17
06.My Baby03:41
07.Fight For Love 02:51
08.Fantastic Planet 03:12
09.I Pick My Phone 03:07
10.I Want To Love Forever03:37
11.Walk Away 02:57
12.Don´t Say Goodbye 03:14
13.Queen Of Town (Original Tribal Appocalipse Mix) 08:00
14.Stay With Me (Original Mix)04:55
"Queen Of Town" não foi lançado por nenhuma gravadora, sendo um trabalho independente de Olga de Souza e se tornando também um material bem raro atualmente. Eu ganhei este CD num show do Corona que fui na cidade de Taubaté - SP (a cidade que é referência em fake news, combinando também com a farsa do Corona), mas o perdi na mesma noite que ganhei.
Todas as vozes do Corona. A brasileira Olga só cantou com sua voz no 4º e 5º álbuns.
Corona é igual ao Randy Bush, pois existem 5 cantoras para cantar no estúdio e uma modelo para afirmar que todas as vozes são dela... Isso que é subestimar a inteligência do fã / ouvinte.
Sobre a voz de Olga de Souza nos álbuns do Corona, ela só aparece a partir do 4º álbum: "Y Generation" (2010). Nos principais trabalhos do projeto (que contem seus grandes e mais importantes sucessos) constam as vozes das cantoras profissionais acima citadas, sendo que Olga de Souza só performava nos palcos e vídeos (muita gente se revoltou ao saber da verdade, outras já nem se importaram).
Em "Queen Of Town", a voz de Olga de Souza está com bastante auto-tune, e embora seja bem fraco em relação aos seus trabalhos anteriores, ainda é bem superior ao pop atual brasileiro, que constantemente faz apologia as drogas, apresenta danças / letras sexualmente explícitas e exaltações a criminalidade.
Show Corona - 22 de outubro de 2016 em Taubaté - SP
APÓS 20 ANOS, A TERCEIRA FRAUDE DO PROJETO CORONA É REVELADA
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-RIKARDO ROCHA
Você está convidado para conhecer toda a verdade sobre o 3º disco do Corona!!
Quando o projeto Corona retornou ao cenário da música no ano 2000, muitos fãs ficaram bem animados para conhecer o novo trabalho de Olga de Souza, afinal, a estrela brasileira era bem querida aqui no Brasil, onde vários de seus seguidores tinham muito orgulho dela.
Nessa época, a Olga era vista como uma cantora brasileira que havia conquistado fama internacional com o seu talento, o que é bem difícil de acontecer para muitos músicos, por mais esforçados que eles sejam. Então, a linda carioca não foi só motivo de orgulho, mas também de inspiração para muitos jovens artistas dos anos 90. Ela aumentou as esperanças de vários cantores que sonhavam com uma carreira consagrada, sendo um exemplo a ser seguido.
A simpatia de Olga de Souza
Mas quando Olga de Souza lançou o seu primeiro single "Volcano" (2000), do novo álbum, causou um certo estranhamento em alguns fãs, pois era uma voz bem diferente das que já estavam acostumados a ouvir em seus trabalhos anteriores. Como pode, uma cantora mudar totalmente de voz, assim de um disco para o outro? A explicação que alguns fãs davam é que, como os singles antigos eram mais eletrônicos, então os efeitos nestas músicas afetavam também na voz da beldade. Já a nova música de trabalho "Volcano", esta era uma faixa mais R&B, por isso soava diferente, pois estava mais natural e próxima da sua realidade. Essa era a explicação mais lógica, pois ninguém queria acreditar em qualquer ato desonesto e suspeito vindo daquela artista simpática, alegre, alto astral e cheia de carisma. Era inconcebível ser enganado por alguém que demonstrava tanto afeto e carinho pelos seus fãs. Mas a verdade, é que a cada álbum do projeto, sempre tinha uma cantora diferente gravando nos estúdios.
Como o álbum novo agora trazia uma nova voz, a farsa do Corona foi ficando cada vez mais evidente, pois os fãs se lembraram de algo semelhante que aconteceu alguns anos atrás... Em meados dos anos 90, quando foi lançado o segundo sucesso "Baby Baby" (1995), este também chamou a atenção pois apresentava uma voz bem distinta do hit anterior, "The Rhythm Of the Night" (1994), então ali começou uma história que foi sendo encaixada, como um quebra-cabeças, de que Olga de Souza não era a cantora que gravava nos estúdios. Mas como não tínhamos muitas informações naquela época, a modelo brasileira conseguiu convencer uma parte da mídia, de que ela era a verdadeira cantora em todas estas músicas. Havia uma entrevista da Olga (infelizmente não mais disponível) em que ela afirmava que isso são apenas boatos criados por alguns brasileiros invejosos, que são pessoas que não podem ver alguém brilhando, que ao invés de torcerem pelo sucesso, querem derruba-lo com inveja e mentiras. Existe uma outra entrevista (esta eu tenho) que ela diz algo parecido, sempre se fazendo de "vítima". Veja abaixo um trecho com este discurso, publicado pela revista DJ Sound em junho de 1995, onde ela é contestada sobre estes boatos:
O limite da cara de pau: "Não tenho que ficar me justificando para os invejosos..."
Com esse argumento raso, a modelo conseguiu convencer alguns de que era a cantora do Corona, então seguiu com sua carreira lançando músicas, promovendo shows e enrolando seus fãs até os dias atuais (o que é mais cruel, pois, onde fica a consciência de uma pessoa que engana o seu fã?).
Lembrando também que não temos nada contra a brasileira, mas é estranho, ser fã de alguém que fica mentindo para você...
A TECNOLOGIA A FAVOR DA VERDADE
Mas com a popularização da internet, a verdade aos poucos foi sendo devidamente colocada à amostra. Quem gravou "The Rhythm Of The Night" (1994) foi a maravilhosa cantora italiana Giovanna Bersola, mais conhecida como Jenny B. Como a música foi um grande estouro mundial, os produtores do Corona quiseram lançar um novo single, sendo distribuída então a conhecida "Baby Baby" (1995), que foi gravada pela talentosa inglesa Sandra Chambers.
Olga de Souza, na verdade, foi contratada apenas para ser a modelo do projeto, não gravando nenhuma música no estúdio... a realidade mais pura é essa. Ela não era uma cantora profissional, como bem disse em alguns programas de TV. Eu sou a favor da verdade e tenho que concordar também que Olga de Souza tem uma presença de palco muito forte, animada, contagiante e carismática. É bem visível que Olga sabe esbanjar muita simpatia, e talvez seja por isso que a nossa decepção tenha sido muito grande quando descobrimos toda a verdade: que ela NÃO gravou os hits do Corona.
Jenny B e Sandy Chambers
As duas vocalistas dos 2 primeiros álbuns
E tudo isso que está sendo colocado aqui não foi baseado em "achismos" ou em fontes de terceiros, a conclusão dessa tese pode ser feita por qualquer pessoa que queira descobrir a verdade, facilmente e simplesmente assim. Basta procurar por videos ao vivo de Jenny B e Sandra Chambers para comprovar que são os mesmos vocais.
E tem mais, ambas não só afirmam sobre este acordo em entrevistas, como ainda cantam ao vivo estes hits do Corona, que a Olga insiste em dizer que foram gravados na sua voz. Detalhe que elas cantam perfeitamente, já a modelo brasileira infelizmente deixa muito a desejar... Alguns fãs mais desajustados dizem que nas outras faixas, a Olga de Souza canta sim, mas há um engano muito grande nessa afirmação, pois quem cantou totalmente nos dois primeiros discos do Corona foi Sandra Chambers, exceto apenas a faixa "The Rhythm Of The Night" (1994) - interpretada magistralmente por Jenny B. Estas duas artistas são as que merecem o título de "rainhas" pois são as verdadeiras cantoras do projeto. A "COROA" do Corona pertence totalmente à elas! Essa história, de que o produtor Lee Marrow descobriu Olga de Souza enquanto ela cantava numa discoteca é balela pra boi dormir! Ela se tornou a imagem do Corona quando "The Rhythm Of The Night" (1994) já estava gravada e fazendo sucesso...
Mas voltando ao terceiro disco, "And Me U" (2000), muita gente realmente estranhou ao ouvir a nova voz registrada em todas as faixas. Nessa época, alguns fãs começaram a deduzir que Olga de Souza poderia estar cantando verdadeiramente, e esse raciocínio até que fazia muito sentido pois agora ela estava trabalhando com um novo produtor, com uma nova gravadora (Abril Music) e se arriscando num outro estilo musical. Então, já que estava começando do zero, fazendo tudo de maneira diferente e sem Lee Marrow por perto, este parecia ser o momento ideal para a modelo começar a cantar... Eu mesmo nunca dei muita atenção à este álbum, mas acreditava que era finalmente a Olga de Souza, tentando ser a vocalista. Mas, mais uma vez... não era a voz dela no CD.
Corona - "Volcano" (Seismic Mix)
Essa versão de "Volcano" fez sucesso na rádio Educadora FM de Campinas - SP, ocupando várias vezes a 1ª posição das músicas mais pedidas.
É bem mais dançante que a original, nos remetendo à era Disco e transmitindo uma vibe bem festiva.
Eu tenho este álbum "And Me U", mas nunca o ouvi por completo até receber a mensagem de um querido leitor chamado Jorge Luiz Cardoso, que num trecho me chamou a atenção: "Bem, no 3º album tenho minhas dúvidas se é ela mesma quem canta, pois o inglês está muito perfeito e diferente do 4º album. Vale a pena uma investigação! Ah, quando Lee Marrow se desligou do projeto Corona, ainda estava rolando uma espécie de briga pelo uso do nome do projeto. Repare que no 3º album ela usa o nome de "Corona X". Esse X era exatamente porque ela ainda não podia usar o nome do projeto após a saída de Lee Marrow."
E assim então, eu fui ouvir o álbum "And Me U" do Corona. E não é que esta observação do nosso amigo fazia todo o sentido??!! Não é só o inglês que está diferente aqui no terceiro disco (cantado perfeitamente, no caso), mas também a voz, aqui bem-sonante e macia. Sobre a voz real de Olga de Souza, me parece ser bem mais estridente e nada suave. O inglês de Olga é diferente, carrega consigo um sotaque brasileiro bem acentuado, já aqui no material gravado tudo soa natural e profissional. Então, conforme solicitado, a investigação foi feita e posso afirmar que, neste disco "And Me U", assim como nos anteriores: OLGA DE SOUZA NÃO É A VOCALISTA!
Quem acreditava que Olga cantava no 3º álbum, já pode tirar o cavalinho da chuva...
Sobre o uso do nome CORONA "X", pode ser que tenha realmente alguma relação com a briga judicial. Mas vale lembrar que, nesta época, vários artistas estavam querendo se atualizar e parecer "hi-tech", com a chegada dos anos 2000. Eu lembro que tivemos alguns filmes que também traziam este "X" ou "2000" no final de seus títulos, então pode ser que seja o mesmo caso. Mas tudo é possível, já que esta hipótese colocada também tem bastante nexo. A única afirmação concreta que eu trago neste blog é que: A voz aqui não é da simpática Olga de Souza
Olga de Souza dublando "Volcano" na TV, em 2000
Eu me recordo de Olga no programa da "Hebe" dublando "Volcano", assim como no programa "Altas Horas" e num programa tosco da "Carla Perez" (video acima). Agora, me vem tudo isso em minha mente... Recordo-me que, nesse mesmo período ela fez um show numa casa noturna em Campinas (Rhodes) e alguns dias antes deste evento foi à rádio Educadora FM divulgar este show, cedendo entrevistas, contando sobre seu início como cantora, tirando fotos com os fãs e tal... Mas a pergunta que fica é: Sem querer julgar, mas não é meio estranho tudo isso? Ela literalmente ganhou dinheiro com a voz de outra pessoa. Tá, eu sei que teve o consentimento da verdadeira vocalista, mas e os fãs? Estavam consentidos também?
QUEM CANTAVA NO 3º DISCO DO CORONA??
"Brandy": Uma das cantoras do álbum "And Me U" do Corona
Depois de Jenny B e Sandy Chambers cantarem nos dois primeiros álbuns, agora no terceiro disco do projeto Corona temos outras duas cantoras!! São as irmãs norte-americanas Bernadette Jones, apelidada pela sua família de "Brandy", e Natisse Jones, apelidada de "Bambi".
Quando realizei essa pesquisa, inicialmente eu cogitei que só tivéssemos a participação de Brandy Jones neste álbum do Corona, pois Brandy também compôs algumas faixas do disco e a sua voz "batia" com as características apresentadas nas músicas do "And Me U". Mas a verdade, é que a irmã dela, a Bambi Jones, também trabalhou neste álbum. As duas cantoras sempre colaboravam juntas em quase todas as produções, e também tinham vozes bem parecidas. O álbum "And Me U" contém músicas cantadas e intercaladas pelas duas vocalistas, como o trabalho abaixo:
Este é o verso do CD - Tributo ao ABBA - "THE BNB - Bossa Mamma Mia" e um dos muitos trabalhos em que as irmãs foram parceiras de estúdio (assim como no álbum "And Me U" do Corona).
Ouça algumas dessas músicas, gravadas na voz de "Bambi":
The BNB - "Dancing Queen"
The BNB - "Gimme Gimme Gimme"
The BNB - "The Winner Takes It All"
Ouça agora a versão original de Corona - "Volcano" (2000) e compare com as músicas acima
A VOCALISTA REAL DE "VOLCANO" É BAMBI JONES!!!
A HISTÓRIA DE BAMBI E BRANDY:
Elas nasceram numa cidade do estado americano de Oklahoma chamada Tulsa, numa família repleta de músicos e cantores. Os pais de Brandy & Bambi já eram músicos quando elas nasceram, e ambas foram muito influenciadas por eles.
Brandy, Bambi e seus outros irmãos (todos eram músicos) formaram a banda Honey B's, fazendo um relativo sucesso e até chegando a gravar um disco em sua fase mais jovem:
Brandy, Bambi e seus irmãos integravam o Honey B's na década de 70
Com seus irmãos, Bernadette "Brandy" Jones e Natisse "Bambi" Jones compartilharam vários palcos locais nos anos 70 com a Gap Band e outros artistas de Tulsa.Um dos irmãos, James Jones, disse à um site: "Bambi poderia ir nota por nota com qualquer cara. E ela podia cantar e tocar ao mesmo tempo - rápida, precisa e rítmica." Ainda crianças, eles foram apresentados aos instrumentos por sua mãe, Leola Jones, que também já vivia de música com o seu marido (e pai dos garotos).
Natisse "Bambi" Jones
A voz verdadeira de "Volcano" (Corona) com seus pais James Jones e Leona James
Créditos da foto: Instagram de Adrienne Mariya (filha de "Brandy")
Os Honey B's assinaram seu primeiro contrato em 1978. Eles fizeram turnês internacionais e depois deixaram Tulsa, indo morar em Los Angeles, onde gravaram um álbum. Gerenciada pelo patriarca da família, a banda Honey B's parou de se apresentar no final dos anos 80. Mas ainda nessa mesma década, Brandy e sua irmã Bambi também começaram a gravar diversas músicas para vários produtores, principalmente como backing vocals de alguns artistas. As sisters colaboraram com suas vozes em álbuns de artistas como Robert Brookins, Gonzales e Johnny Mathis.
Bernadette "Brandy" Jones
Créditos da foto: Instagram de Adrienne Mariya (filha de "Brandy")
Já nos anos 90, ambas voltaram a trabalhar com o músico Christian De Walden (produtor do Honey B's), o mesmo que mais tarde trabalharia para Olga de Souza no álbum Corona X - "And Me U". Foi aí que surgiu este elo das vocalistas americanas com esta produção italiana... Christian De Walden é um produtor, compositor e arranjador italiano mas que reside também em Los Angeles, Califórnia, então imagino que eles se conheceram por residirem na mesma cidade americana. Brandy e Bambi então foram cantoras de estúdio em diversas produções, compondo e fornecendo seus vocais para muitos projetos, assim como serviram de apoio (backing vocals) para os artistas Marta Sánchez, Thomas Anders, Teri Ann Linn, Brigitte Nielsen, Tony Aguilar, Pascale Feront, Cynthia Manley, além daqueles trabalhos em que não foram creditadas, como este terceiro álbum do Corona.
Natisse "Bambi" Jones
Créditos da foto: Instagram de Adrienne Mariya (filha de "Brandy")
Após colaborar no 3º álbum do Corona (2000), Bambi Jones lançou em 2001 o seu 1º álbum de estúdio com o título "Girls Wanna Have Funds", que além de cantar com sua voz também foi creditada como baixista.
Capa do seu disco solo: Natisse "Bambi" Jones - "Girls Wanna Have Funds"
Bambi Jones é a verdadeira cantora de "Volcano" de Corona
E pela primeira vez em mais de 20 anos, o Honey B's se reuniu no palco em 2009. Os irmãos (agora com muitos filhos) se apresentaram no "Millennium Funk Fest" em Mohawk Park. Já em 2010, uma fatalidade ocorria no dia 07 de novembro daquele ano. Bambi, a irmã e companheira de estúdio de Brandy veio a falecer em Sherman Oaks, Califórnia, por complicações de um tumor, aos 53 anos de idade. Natisse "Bambi" Jones tinha uma voz de quatro oitavas e era a quarta dos cinco filhos da família, junto com seu irmão e três outras meninas. Bambi estudou violino na escola, reivindicou o baixo aos 14 anos e aprendeu rapidamente. Depois da morte de Bambi, não consegui encontrar muitas músicas gravadas por Brandy, sendo que o seu último trabalho encontrado é do ano de 2013. Eu tive a ousadia de perguntar ao produtor do disco "And Me U", quem é a verdadeira vocalista da música "Volcano", e meses depois ele me respondeu:
"O nome dela era Bambi Jones; infelizmente ela morreu de câncer há alguns anos"
O próprio produtor citando a verdadeira cantora da faixa "Volcano"
Descanse em Paz, Bambi!
Dia 07 de novembro de 2020 será completado 10 anos do falecimento de Bambi Jones.
Créditos da foto: Instagram de Adrienne Mariya (filha de "Brandy")
Em seu facebook, Bambi Jones se apresentava como:
"OLÁ, EU SOU UMA PESSOA BEM LEGAL. TENTO SER COMPREENSIVA E NÃO GOSTO DE JULGAMENTOS. EU CANTO E TAMBÉM TOCO BAIXO. ADORO JOGAR VÍDEO-GAMES COM MINHAS SOBRINHAS E SOBRINHOS E TAMBÉM DE VER FILMES DE TERROR" Sua citação favorita: "A FAMÍLIA QUE ORA JUNTO FICA JUNTO" Ela era nascida no dia 07 de janeiro de 1957 e faleceu no dia 07 de novembro de 2010, aos 53 anos de idade
O CAMINHO PERCORRIDO PARA CHEGAR NAS CANTORAS:
Como citado anteriormente, Brandy também ajudou a compor algumas faixas do "And Me U", e foi através desses créditos como compositora que descobri que ela poderia ser uma das cantoras verdadeiras:
Clique na imagem para visualizar (com zoom) os créditos no encarte do álbum "And Me U"
Embora amamos a alegria e a simpatia de Olga de Souza, a impressão que fica é que a brasileira apenas pagou para que outras pessoas fizessem este trabalho pra ela, compreendem? É bom lembrar também que nessa época, a Olga de Souza já estava sem o seu ex-produtor Lee Marrow, para lhe obrigar a ser apenas a "imagem" do projeto. Agora se tratava de uma nova equipe e uma nova gravadora, porém, mesmo assim Olga de Souza continuava não gravando nos estúdios.
Bernadette "Brandy" Jones
Créditos da foto: Instagram de Adrienne Mariya (filha de "Brandy")
Na Itália, somente o single de "Good Love" foi lançado, mas como não foi bem, só aqui no Brasil que o álbum "And Me U" foi realmente trabalhado... Assim que este disco ficou pronto, Olga o distribuiu apenas no Brasil, pela Abril Music. Atualmente Brandy já é avó, tem uma filha que também é cantora de R&B chamada Adrienne Mariya, além de um filho chamado Armond, que é chef e estudante universitário. Procurei-a pelas redes sociais, mas não a encontrei, até que numa das postagens de sua irmã Bitsy Brown alguém perguntava sobre Brandy, e sua irmã respondeu que ela não tinha facebook. Ela parece ser bem discreta, e só vemos suas imagens atuais em algumas redes sociais de sua filha.
Bernadette "Brandy" Jones
Uma das verdadeiras vocalistas do 3º álbum do Corona
Créditos da foto: Instagram de Adrienne Mariya (filha de "Brandy")
Ouça abaixo algumas músicas cantadas por Brandy no tributo ao grupo ABBA (citado acima) e perceba que a sua voz é muito parecida com a de sua irmã, a Bambi:
Brandy - "Money, Money, Money" (2010)
Brandy - "One Of Us" (2010)
Brandy & Ricky - "Fernando" (2010)
A MODELO OLGA DE SOUZA ENTREGANDO O PRODUTO ACABADO:
No ano 2000, a Olga esteve no Brasil divulgando o álbum "And Me U" para vários meios de comunicação, e mais uma vez ela cedeu uma entrevista à DJ Sound (edição 99).
Tem uma parte da entrevista que ela diz: "Ah, este novo CD me deu bastante trabalho. Pesquisei muito até conseguir chegar em AND ME U". Mas... deu trabalho, como? Se não cantou ou compôs uma faixa sequer??
Christian De Walden
Sobre a nova gravadora, Abril Music, Olga disse que conheceu em 1999 o produtor italiano Christian De Walden (o cara que produziu o seu disco e que trabalhava com Brandy e Bambi), e que através dele, conheceu o João Augusto, que era da Abril.
Segundo Olga de Souza: "O convite surgiu e achei interessante que eu voltasse a figurar por aqui. Por isso, aceitei e comecei a espalhar pela Europa que Corona estava precisando de novas composições. Após 9 meses, o filho saiu".
CONCLUSÃO FINAL:
Diante de tantas vocalistas contratadas, ficamos até receosos em ouvir o 4ª álbum do projeto, pois já imaginamos o que podemos encontrar pela frente (mais uma fraude?).
Mas tudo indica que este disco, "Y Generation", finalmente seja cantado por Olga de Souza, embora ela tenha bastante ajuda de diversos backing vocals.
Parece ser a mesma voz e inglês vistos em seus shows, além de seu nome (Olga de Souza) constar nos créditos como compositora de algumas faixas. Mas mesmo assim, fico com um pé atrás ao falar sobre este trabalho, pois diante de tantas farsas...eu não me surpreenderia se não tivéssemos o vocal da Olga aqui também.
Em "Y Generation", posso dizer que existe uma quarta voz, diferente de todas as outras anteriores, e bem próxima da voz que ouvimos dela no "ao vivo".
Logo mais, uma investigação mais minuciosa será feita neste álbum também.
Sobre o disco independente que ela lançou ("Queen Of Town") eu não sei dizer quem é a vocalista, pois este eu nunca ouvi. Se alguém tiver e puder me enviar, ficaria grato...
As vocalistas do "Corona" então tem sido:
1º ÁLBUM: JENNY B / SANDY CHAMBERS
2º ÁLBUM: SANDY CHAMBERS
3º ÁLBUM: BAMBI JONES / BRANDY JONES
4º ÁLBUM: OLGA DE SOUZA??
5º ÁLBUM: OLGA DE SOUZA??
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este álbum só prova o quanto o projeto Corona foi um produto pré-fabricado dos anos 90.
A beleza, alegria e simpatia realmente mudaram a vida da brasileira, mas ela não exercia nenhum dom artístico.
Os vocais, as composições, a mixagem, a produção, a remasterização... nada disso teve a mão de Olga de Souza, que serviu apenas para estampar a capa do álbum e divulga-lo pelos cantos do mundo. A brasileira era remunerada para fazer "merchan" destes trabalhos, seja nos palcos, nas TVs, revistas... Uma garota publicitária, uma atriz de comerciais, digamos.
Mas se você ouvir "And Me U", sem pensar muito nesta "malandragem", pode até ser que goste de algumas faixas. É um álbum mais pop, com R&B, baladas suaves e poucos remixes, tudo bem diferente de seus álbuns anteriores.
Na minha opinião, é o 3º melhor álbum do projeto:
"The Rhythm Of The Night" (1995) - Excelente!!
"Walking On Music" (1998) - Ótimo!
"And Me U" (2000) - Bom
"Y Generation" (2010) - Médio
"Queen Of Town" (2013) - Nunca nem vi
Este artigo é dedicado ao leitor Jorge Luiz Cardoso