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-RIKARDO ROCHA
E nessa trajetória toda, tivemos também o surgimento desse grupo que conquistou a todos nós... é o velho e conhecido Masterboy, que nos lançou muitas músicas alucinantes, 5 álbuns oficiais, várias apresentações extraordinárias, e se consolidou também como um dos mais produtivos de todo o gênero. Fantástico Masterboy, que está completando neste atual momento seus 30 anos de aniversário!!!
Escrever sobre o Masterboy é voltar à este universo "Masterworld", sentindo de volta todas aquelas emoções, como: O gostinho de cada single sendo lançado; os primeiros video-clipes que você viu na TV; a procura de seus álbuns nas lojas de discos; as resenhas e matérias que saíam sobre o grupo em revistas especializadas do gênero; a sensação incrível ao ouvir alguma música deles nos clubs...
Enfim, é ter cada detalhe sendo ativado em sua memória novamente, lhe causando um prazer e felicidade imensos, que só quem foi adolescente na época pode imaginar... É como fazer uma viagem no tempo, se reencontrar com o seu "Eu Adolescente", lhe apertar a mão e dizer: "Não seja idiota, cara! Curta, mas curta este momento o máximo que você puder!!!"
ENRICO & TOMMY
Tommy Schleh nasceu no dia 10 de dezembro de 1964, em Neckarbischofsheim (que nome bizarro é esse??), na Alemanha. Ele é conhecido também por outros pseudônimos dentro da cena "dance", como DJ Tommy, DJ Comico, Tommy Jay Tomas, entre outros, mas talvez um de seus mais célebres seja Klubbingman.
Ele é DJ desde os seus 17 anos de idade, se tornou também produtor e, consequentemente, o "rapper" nas músicas do Masterboy.
Seu sócio de longa data, Enrico Zabler, nasceu em 2 de julho de 1962, na cidade de Bad Schönborn, também na Alemanha. Enrico começou a estudar música muito cedo, pois seu avô e tio já eram músicos, facilitando muito a sua entrada para o meio musical. A mãe de Enrico também sempre sonhou que ele virasse músico, inclusive, ela batizou-o com este nome pois gostava muito de um cantor chamado Enrico Caruso. Então com 12 anos de idade, Enrico aprendeu a tocar piano e logo começou a realizar o sonho de sua mãe.
"Rico", como também é conhecido (Rico Novarini), com 16 anos já fazia shows e escrevia canções. Ele também fez música clássica e foi integrante de algumas bandas, tudo isso antes de se tornar DJ e produtor musical.
O ENCONTRO DA DUPLA
Foi no ano de 1989 que tudo começou, quando Enrico conheceu Tommy. Eles se conheceram numa danceteria (tinha que ser, né?), em Londres, e uma amizade entre eles originou-se rapidamente.
Ambos os artistas já tinham suas experiências na área musical, sendo DJs e produtores, então quando resolveram firmar uma parceria, reuniram também todos os conhecimentos e aprendizados anteriores, fatores que colaboraram muito no profissionalismo e na qualidade que o grupo sempre apresentou ao seu fiel público.
Sobre a origem do nome do grupo, Enrico disse que veio a partir de um mixer que eles tinham na época. A dupla sentou-se próximo a este aparelho, chamado "Master", e começaram a discutir sobre um nome para o grupo, até que olharam o nome do mixer e... bingo! Foi a partir daí que surgiu o famoso nome "Masterboy".
PRIMEIRO SINGLE: JANEIRO DE 1990
A principio, esta produção foi feita para ser usada apenas na abertura da discoteca “The Kiniky”, mas a música ultrapassou algumas barreiras estabelecidas, agradando e tocando também em outras diversas discotecas alemãs.
"Dance To The Beat" foi o primeiro single da longa carreira do Masterboy, trazendo os belos e característicos teclados daquela época, tão presentes nos clássicos do final dos anos 80 e comecinho dos 90. Ouvir esta canção é se lembrar também de Technotronic - "Move This" e Twenty 4 Seven - "I Can't Stand", devido a grande similaridade nos citados teclados.
A versão da música que se encontra no video oficial (acima) não contem o famoso trecho em espanhol "Esa loca, Esa loca, Dale huevo, Dale huevo", mas você poderá ouvi-lo na versão do álbum (remix) e também na versão rap, com David Atterberry (foto acima). Esse trecho em questão dá um entusiasmo maior para a música, deixando-a com uma vibe mais divertida e animada.
Um detalhe curioso, é que "Dance To The Beat" é muito semelhante também a uma outra canção, que não fez muito sucesso aqui no Brasil:
FPI Project - "Rich In Paradise" (1989).
Ouça a música abaixo e faça suas análises:
Este primeiro single do Masterboy também possui um sample muito familiar em sua base, e que você já ouviu muito antes. Posso dizer que são uns "gritinhos", presentes também numa porção de outras produções, como exemplo: Alexia - "Me And You" (1995).
A música original que contem este tão requisitado sample é o clássico "Think (About It)" de Lyn Collins. Esta obra-prima foi lançada em junho de 1972 e teve seus samples emprestados para mais de 2400 produções musicais (!). Seu compositor e produtor é ninguém mais que o Rei do Soul, James Brown!!!
Esse cara era um mestre da arte musical, fala sério, né?...
Ouça abaixo, este patrimônio da música Dance/ Pop/ Funk:
Como dito acima, "Dance To The Beat" ganhou também uma versão rap cantada pelo rapper David Atterberry, aliás, ele foi o rapper contratado para cantar outras músicas do grupo Masterboy, além dessa.
E é isso que eu gostaria de ressaltar, estas colaborações importantes nos primeiros trabalhos do Masterboy.
Em uma postagem no grupo "Dance Music 90's", o membro Andrew Alves comentou sobre a participação de David Atterberry neste primeiro álbum do Masterboy, então uma dúvida pairou no ar.... Quem fazia o rap nos discos seguintes do grupo? Será que tinha sempre um rapper contratado para gravar no estúdio? Será que Tommy Schleh apenas os imitava ao subir nos palcos??
Bom, diferente de outros nomes conhecidos do eurodance que contratavam artistas e não lhes davam seus devidos créditos, o Masterboy fez diferente em seu primeiro álbum. O grupo alemão não "escondeu" estes nomes (como faziam as demais personalidades da Dance Music), e creditou todos estes artistas que colaboraram nestas músicas.
Inclusive, o Masterboy ainda acrescentou a imagem do rapper e da vocalista principal no encarte do primeiro álbum "The Masterboy Family":
Ouça "Dance To The Beat" (Rap Version):
"Dance To The Beat" permaneceu por 16 semanas consecutivas nos charts, mas já estava mais do que na hora de um novo single. O Masterboy então retornou aos estúdios de gravação e tão logo anunciou o novo single, "Shake It Up And Dance", lançado em novembro de 1990.
Esse segundo single se tornou também o segundo sucesso do grupo. A música foi hit em janeiro de 1991, subindo várias posições nas paradas musicais da Alemanha.
O grupo britânico Pet Shop Boys declarou na época que gostava muito de "Shake It Up And Dance" e queria lançá-lo no Reino Unido pela sua própria gravadora. E é lógico que o Masterboy não iria dizer "não" para o consagrado Pet Shop Boys... Então, "Shake It Up And Dance" foi lançado pela Spaguetti Records.
É.. Aos poucos, o Masterboy começava a conquistar à todos, anônimos ou famosos.
Este single contem diversas vozes, mas a maioria são de samples diversos, retirados de mais de cinco músicas, como:
Michael Zager Band - "Let's All Chant" (1977);
Doug E. Fresh and Slick Rick - "La Di Da Di" (1985);
Run-DMC - "Here We Go (Live at the Funhouse)" (1985);
Lyn Collins -"Think (About It)" (1972);
James Brown - "Introduction to Star Time!" (1968).
Sem contar ainda num trecho, claramente inspirado em C&C Music Factory - "Everybody Dance Now".
Já os vocais femininos que repetem o título da música, são da cantora Sylvie Senzinger, que atualmente canta numa banda chamada Boom Boom Bang, além de ter cantado em outras bandas e em sua carreira-solo.
Neste segundo single, fica claro NÃO ser a voz de David Atterberry no rap. Você tem a plena certeza disso ao ouvir essa voz masculina, pelo menos eu senti isso super identificável.
Agora vem a novidade: Eu, Rikardo Rocha, descobri quem é o verdadeiro rapper. Justamente EU - que já teve o seu trabalho subestimado por alguns "colegas" do eurodance - consegui chegar na informação correta, e sem perguntar para nenhum produtor ou músico envolvido no projeto (tem gente que se irrita com isso, é sério, rsrs).
Ou seja, Frizzy Kraus é um personagem muito importante para nós, fãs do Masterboy, pois ele escreveu e deu voz à muitas músicas do grupo, embora nunca estivesse em evidência nesses anos todos, e tão pouco, foi reconhecido pelos fãs em algum momento.
Então é lógico que eu tive que fazer uma investigação e localizar este profissional, afinal, se estou escrevendo um artigo sobre os 30 anos do Masterboy, não posso deixa-lo de fora. É simplesmente o rapper de vários hits, pô!
Por fim, apesar de ter sido uma tarefa extremamente difícil, eu consegui encontrar o rapper. Chequei incontáveis perfis em diversas contas no Youtube com seu mesmo nome, até que... localizei o sujeito!
Encontrei não só o compositor de vários clássicos do Masterboy, mas também a voz de "Shake It Up And Dance", "Everybody Needs Somebody" e alguns outros grandes sucessos.
Finalmente eu estava descobrindo um pouco mais sobre o verdadeiro rapper de tantas músicas inesquecíveis da minha adolescência.
Sim, Tommy Schleh, apesar de representar estas e algumas músicas ao vivo, não as gravou em estúdio. Estas faixas quando tocadas nas rádios, discotecas e nos seus CDs-players, sempre apresentavam os vocais de Frizzy Kraus, o compositor da música e grande colaborador do Masterboy.
Esse músico nasceu no dia 29 de março de 1966, é natural da cidade de Oftersheim (Alemanha), e já fez outros variados trabalhos na área musical. Ele é conhecido também como Sten, tanto que já lançou algumas músicas com este nome.
A foto acima, publicada no encarte do primeiro álbum do Masterboy, também me auxiliou para reconhecer e chegar na pessoa correta. Veja abaixo a foto atual do Stephan e constate o óbvio. É a mesma pessoa, 30 anos mais velha:
Bom, eu considero Tommy Schleh um cara super talentoso (diferente das modelos), pois ele é produtor, DJ e escreveu também vários hits do Masterboy, sem falar que ele "quebra o galho" cantando ao vivo, mas a verdade precisa ser dita.
A imagem de Stephan Kraus está hospedada originalmente nesta página: https://www.spd-walldorf.de/kommunalwahl-2019/
Mas é inevitável não falar da voz original e tão característica em algumas músicas do famoso grupo alemão...
E é aqui que entra os vídeos de Frizz Krauss, cantando. Se atente na ênfase que ele dá às vogais, parecendo formar um "eco" nas palavras cantadas. É o mesmo estilo de cantar em "Shake It Up And Dance" e "Everybody Needs Somebody", músicas que, reforçando mais uma vez: ele escreveu também.
Uma observação importante, é que nestas primeiras músicas (até "Everybody Needs Somebody"), o grupo ainda não excedia muito do efeito "Darth Vader", então a voz está mais limpa e fácil de ser reconhecida, facilitando a comparação com os vídeos abaixo:
Que tal agora, retornarmos com a ordem cronológica dos lançamentos do Masterboy? Fique atento pois voltaremos a falar sobre "Frizzy Kraus", pois sua voz não descansou e voltou de maneira triunfal em diversos outros hits estrondosos.
David Atterberry retornou apenas no 3º single do Masterboy, "I Need Your Love" (1991), música escrita por Tommy Schleh e Enrico Zabler.
Desta vez, temos também a primeira colaboração da vocalista Mendy Lee, a primeira "mastergirl" do grupo.
Essa dupla não esteve no single anterior, mas em "I Need Your Love" os vocais não deixam mentir... além da capa do single informar a participação de ambos (imagem acima).
A música "I Need Your Love", com seu estilo mais lento e romântico, foi uma grande febre na Alemanha e França. A sonoridade lembra um pouco aqueles clássicos da Antena 1, mas com um pouco mais de "atitude", já que aqui temos os vocais de David Atterberry.
Desculpe-me a comparação, mas sabe aquelas músicas antigas do grupo brasileiro Sampa Crew ("Eterno Amor")? Pois bem, se você quer uma referência, lembra um pouco. Foi um estilo bem popular na época...
Diante da repercussão positiva que estavam ganhando, a dupla Enrico e Tommy convidou David Atterberry e Mendy Lee para continuar trabalhando com eles em seu álbum de estréia, "The Masterboy Family", como também a fazer uma turnê e algumas apresentações na TV.
Em 1987, Mendy Lee também cantou uma música que foi tema do filme "The Hidden" ("O Escondido", aqui no Brasil), chamada "Bad Girl".
No Masterboy ela gravou as músicas:
"Pump It Up"
'Indian Grave"
"I Need Your Love"
"Cause We Do It Again"
Veja abaixo, uma apresentação da artista cantando "I Will Survive" de Gloria Gaynor:
LUCAS CORDALIS
"The Masterboy Family" teve a participação de Lucas Cordalis (7 de agosto de 1967), que também trabalhou na equipe Masterboy Beat Production, time que lançou todos os álbuns do grupo, assim como outras várias produções vide Cardenia e P.M. Sampson.
Lucas escreveu também a letra de "Chico's Dream" do Comico Base, que também era um projeto dos mesmos produtores Tommy Schleh e Enrico Zabler.
Lucas Cordalis era conhecido também como Luke Skywalker e sempre foi muito envolvido com a música em geral, se lançando como cantor, produzindo vários artistas, fazendo "featurings", participando de alguns projetos com seu pai (o também cantor Costa Cordalis, falecido em 02/07/2019), e etc.
Aliás, Lucas Cordalis, Costa Cordalis (seu pai) e "Kiki" (Angeliki Cordalis - sua irmã) trabalharam juntos como "backing vocals" neste primeiro álbum do Masterboy.
Enrico Zabler já conhecia este trio antes mesmo de formar o Masterboy, inclusive, quando Tommy o conheceu nessa época, Enrico estava colaborando com Costa Cordalis, o patriarca da família. Só após ao término desta colaboração que Enrico e Tommy puderam iniciar seus primeiros trabalhos.
Hoje, além de continuar atuando na música, Luke Skywalker também se tornou influenciador digital. Nas produções do Masterboy (entre outros projetos, como Systomatic, Cymurai...) provavelmente ele era o responsável por aplicar aqueles efeitos "Darth Vader" nos raps, uma nítida co-relação com seu pseudônimo "Skywalker", ambos personagens do universo "Stars Wars".
Com certeza, o nome de Lucas Cordalis está mais do que marcado na história do Masterboy, sendo um grande cooperador.
No álbum "The Masterboy Family" ela atuou como backing vocal.
Entre 1991 e 1992, outras faixas se tornaram populares também, como "Indian Grave", "Keep On Dancing" e "Cause We Do It Again" .
Aliás, preste atenção na faixa "Indian Grave", pois lembra o estilo de produção do também alemão Snap!.
Caso queira baixar este, entre outros álbuns oficiais do Masterboy, verifique os links logo abaixo, todos disponíveis.
Vídeo "Keep On Dancing":
SOBRE O ÁLBUM QUE CHEGAVA ÀS LOJAS:
Se você é fã do Masterboy, com certeza conhece os álbuns do grupo, ok? Em quase todos estes álbuns tem uma faixa tema diferente ("Masterboy Theme"), e aqui não poderia ser diferente. Aliás, foi aqui que tudo começou...
No ano de 1992, o grupo Masterboy se preparava para voltar com tudo e trazer aos fãs um segundo álbum. Foi aí também que entrou a vocalista mais amada do público, Beatrice Dagmar Obrecht, a nossa conhecida Trixi Delgado.
A primeira música cantada por Trixi para o Masterboy foi "Noche Del Amor" (1992), sendo uma variação da faixa "Summer-Night" (faixa do álbum "The Masterboy Family") agora possuindo alguns trechos cantados em espanhol. Esse primeiro registro de Trixi não foi selecionado para entrar no segundo álbum que estava por vir, apenas sendo lançado em single.
"Fall In Trance" foi o primeiro single deste segundo álbum, conquistando as paradas de vários países, como França, Inglaterra, Áustria, Itália e Alemanha. É lembrado por muitos por ser o primeiro trabalho vocal da Trixi no Masterboy, mas ela já havia trabalhado antes em "Noche Del Amor", como citado alguns parágrafos acima.
Este single tem uma base que era tendência na época, nos remetendo um pouco às produções de Crystal Waters, ou até mesmo ao saudoso Double You: "Please Dont Go" e "Who's Fooling Who".
"Fall in Trance" agradou bastante nas paradas, mas o segundo single... ah, este foi mais além ainda.
Trixi com sua voz estridente, "rasgante" e profunda, interpretou as canções de maneira esplendorosa e rapidamente encantou todos os ouvintes do Masterboy. Ouvir Trixi cantar é sentir a sua voz entrar na nossa alma. Ela dá um gás incrível para a música...e quando ela grita "Everybody!! Everybody!!" já nos primeiros segundos de "Everybody Needs Somebody", rapidamente nos sentimos extasiados e prontos para viajar em mais um sucesso de qualidade. É IRRESISTÍVEL!!!
Foi em agosto de 1993 que o single de "Everybody Needs Somebody" foi lançado. Este hit foi poderoso em todas as casas noturnas do planeta, se saindo muito bem nas paradas mundiais e com excelentes colocações na França, Inglaterra, Itália, Alemanha, Brasil, Suécia, Israel, Canadá, Áustria, Suíça, entre outros países.
Sim, os vocais são de Trixi, mas o rap nunca foi de Tommy Schleh como imaginava-se...
O rap é de Stephan Krauss. Aliás, a letra foi escrita por ele, Enrico e Tommy.
Ainda tem dúvidas quanto a voz ser de Krauss? Aproveita que o vídeo tá aí, ouça e confira novamente.
Pronto. Com este grande trabalho, o Masterboy se consolidava de vez nas pistas e rádios brasileiras:
Talvez ele estivesse atarefado em outros projetos, ou não estivesse de acordo com sua remuneração estabelecida pela dupla de produtores, só sei que sua participação foi apenas nesta faixa.
Gosto muito da Trixi, mas acho que a ausência de Krauss prejudicou um pouco na qualidade deste álbum, para mim, um dos mais fracos do Masterboy.
Algumas faixas parecem cópias de "Everybody Needs Somebody", inclusive, ainda tem o famoso trecho "Hey, Hey, Hey" na track de mesmo título "Hey, Hey, Hey (You Around Me)". Ouça todas as faixas deste disco e perceba que lembram muito o grande sucesso.
O Masterboy é conhecido por apresentar fortes e nervosos raps, assim como belos vocais femininos, mas o trabalho vocal aqui ficou todo, e somente, para a cantora Trixi Delgado (embora sua voz seja de uma grandeza explícita). O próprio nome "Masterboy" já é todo no masculino, então ficou meio estranho ouvir só a voz da Trixi.
Com este álbum, o grupo parecia estar mais numa fase "Mastergirl"...
Sobre este segundo álbum, além dos singles "Everybody Needs Somebody" e "Fall In Trance", encontramos ainda mais 11 faixas, entre elas "Cause We Do It Again ('93 Version)", que é uma versão diferente para a música original e presente no disco anterior ("The Masterboy Family"), mas desta vez sendo cantada por Trixi Delgado.
Como eu disse, a voz da Trixi é excepcional, mas a versão original de "Cause We Do It Again" cantada por Mendy Lee e David Atterberry é insuperável (na minha opinião). Conseguimos ouvir também os mesmos backing vocals da música original, presentes aqui na versão de 1993.
Um belo álbum, mas ainda longe de figurar entre os melhores do Masterboy...
E O FAST BEAT DO MASTERBOY
O curioso do Masterboy é que ele sempre foi um grupo diferenciado dos demais, tendo o seu sucesso cada vez mais crescente na cena dance. Já outros projetos e grupos, tinham o seu auge apenas nos primeiros singles, decaindo depois a cada lançamento.
O trio alemão sempre se superava, a cada novo trabalho. Cada álbum que o grupo lançava, mais fãs e seguidores conquistava.
NOVO ÁLBUM
Ainda em 1993, o Masterboy retornava aos estúdios para gravar o seu terceiro álbum, saindo do forno então o seu primeiro single "I Got To Give It Up", um recente arrasa quarteirões da Dance Music e lançado em fevereiro de 1994.
Seguindo a mesma trajetória dos hits anteriores, "I Got To Give It Up" não fez diferente, e em março chegou ao topo das músicas mais tocadas, permanecendo por lá em vários meses.
Este novo single é um espetáculo a parte, sendo um dos melhores trabalhos do grupo e já alertando à todos sobre o que estaria por vir. Preste atenção na criatividade dos sinths, na energia que a base da música transmite... um verdadeiro deleite!
O vídeo-clipe, filmado em Londres, só ajudou a música a crescer mais ainda, pois a MTV o exibia e o divulgava constantemente:
Desta vez, parece que Stephan Krauss pode se dedicar por completo nesta nova fase do Masterboy, compondo diversas canções e... para o desespero dos fãs de Tommy Schleh... fazendo também os trechos em rap de todas as músicas!
Inclusive, apesar do vocal estar com um efeito "Darth Vader" mais amplificado que o hit anterior ("Everybody Needs Somebody"), dá para ouvir e sentir a maneira de como Krauss emite sua voz, através do mesmo timbre vocal, dos vibratos e daquele "eco" característico que é formado na pronúncia das vogais.
Todo o lendário álbum que estava prestes a ser lançado, o espetacular "Different Dreams", iria contar com os vocais de Trixi Delgado e Stephan Krauss.
O ANO DA CONSAGRAÇÃO DEFINITIVA DO MASTERBOY
Não há dúvidas de que 1994 foi um ano muito produtivo para o Masterboy, pois eles se empenharam bastante na produção de seu novíssimo disco, lançado em agosto daquele ano.
Depois de alguns meses, eis que é anunciado então um novo single: "Feel The Heat Of The Night".
Além dessas produções mais recentes, este álbum eletrizante trouxe novamente para o seu repertório a faixa "Everybody Needs Somebody" (do disco anterior), só que em sua versão "Higher & Higher Remix”.
Enfim, só triunfos sonoros no álbum "Different Dreams"!!!
Nos vídeos lançados e na capa do álbum, não tem mais aquela honestidade com o público em apresentar todos os colaboradores, assim como os créditos nos encartes (exceto para os compositores e autores das letras). As estrelas eram somente Tommy Schleh, Enrico Zabler e Trixi Delgado (isso não é uma crítica, é apenas um fato).
Aqui no Brasil "Is This The Love" tocou muito também, principalmente no início de 1995.
Ah, essa faixa foi tema da novela brasileira "Quatro Por Quatro", transmitida pela TV neste mesmo ano. Sem dúvidas este hit é o meu favorito do Masterboy, embora eu seja fascinado pelos demais também...
Em março de 1995, este álbum "Different Dreams" recebeu um disco de ouro na França (foto acima), fato que colaborou no status que o Masterboy recebia por lá: o grupo estrangeiro mais bem sucedido na França.
O single da música que deu título ao álbum ("Different Dreams"), também foi lançado, mas infelizmente não ganhando um video-clipe:
Nesta época, início de 1995, o eurodance estava "pegando fogo" no Brasil e sempre tocava em todas as rádios e TVs!
Lembro-me que saiu uma matéria na Revista Veja falando sobre este fenômeno musical, e como de praxe, fizeram severas críticas ao gênero, principalmente às regravações de grupos como Randy Bush, Double You, aos "refrões repetitivos" de TH Express no hit "I'm In Your Side", entre outros.
Lembro-me que nesta matéria, tinha uma foto bem legal do trio Masterboy em cima de um edifício em São Paulo, porém, triste ver que estava impressa numa página que cheirava a ódio.
Hipócritas, desde sempre.
Voltando ao Masterboy, no mês de março de 1995 o grupo aterrissava para se apresentar pela primeira vez no Brasil, no Close-Up In Concert Dance Festival, onde eles também deram entrevistas para a rádio Jovem Pan e MTV Brasil.
Este festival reuniu outros grupos formidáveis daquela época, como DJ Bobo, 2 Brothers On The 4th Floor, T-Spoon, Twenty 4 Seven, Technotronic e Activate. Olha o nível dos artistas contratados!!
Não é a toa que este evento é considerado ainda, por muitos fãs de "Euro", como o maior Festival de Dance Music que já rolou no Brasil!
O Masterboy ficou bastante impressionado com o sucesso de suas músicas no Brasil e ainda disse que foi o maior público que eles já haviam tocado / cantado. Ao todo, foram mais de 100.000 brasileiros que cantaram, dançaram e aplaudiram aos alemães do Euro-house.
Ouça abaixo um trecho de "Is This The Love" cantado totalmente ao vivo no programa "Pânico" da Jovem Pan, transmitido em 1995. Você deve estar se perguntando, quem faz a parte do rapper neste áudio ao vivo... Bem, foi Tommy Schleh.
Perceba que Tommy Schleh mandou bem como rapper ao vivo, mas não se engane! Nessa época, ele não tinha gravado nenhum rap ainda com sua voz... Eu disse, AINDA.
Os vocais precisos e limpos de Trixi Delgado e Tommy Schleh:
Pois então, em junho de 1995, um single atual do incansável Masterboy era lançado: "Generation Of Love".
O resultado disso? Mais um sucesso para a conta de Trixi Delgado, Enrico Zabler e Tommy Schleh!
Nas primeiras batidas já era possível reconhecer mais uma produção do Masterboy, lembrando muito, inclusive, o hit anterior "Is This The Love". Isso sem falar nos vocais da Trixi, já facilmente reconhecíveis após tantas canções populares e queridas do público.
Eu havia informado que Skywalker também é cantor e já lançou diversas canções, então fazia todo o sentido ele ser o rapper nesta nova fase do Masterboy, se não fosse um único empecilho: a voz dele.
Constatamos que é muito improvável ele ser o suposto rapper, pois sua voz é muito diferente e distante do rap que escutamos em "Generation Of Love" e outras músicas. Nem acrescentando os tradicionais efeitos em seus vocais, poderíamos considerá-lo como suspeito. Mas a verdade é revelada quando checamos os diversos vídeos Ao Vivo de Tommy Schleh, gravados nos anos 90.
Analisando todos estes registros do Masterboy em shows e em entrevistas, percebemos que seu timbre vocal, seu sotaque e seu jeito (único) de pronunciar as palavras, estão também nos rap's gravados a partir do single "Generation Of Love". Preste bem atenção na voz de Tommy, é um pouco áspera, tanto fazendo rap, quanto cantando (ou mesmo falando). A pronúncia do "s" também é uma marca bem pessoal dele, emitindo um som bem acentuado e compatível nos dois áudios: estúdio e ao vivo.
Tommy Schleh é o verdadeiro rapper (a partir do single "Generation Of Love").
Provavelmente, depois do imenso sucesso alcançado com o álbum anterior, Tommy Schleh se propôs a gravar os próximos trabalhos do Masterboy com sua voz real.
Ainda antes de chegar nesta conclusão, analisei várias outras vozes masculinas, de vários outros rappers e artistas que colaboraram na Masterboy Beat Production, e apesar de encontrar vozes parecidas, nenhuma se adequou melhor que a voz real de Tommy Schleh em suas apresentações ao vivo. Não há dúvidas de que Tommy Schleh é o terceiro rapper do Masterboy.
Andrew Alves e Júnior Matias também colaboraram na busca deste misterioso rapper, e chegaram a encontrar alguns suspeitos, mas estes também foram descartados, após algumas de nossas avaliações mais rígidas.
Os rap's nos álbuns "Generation Of Love - The Album" e "Different Dreams" foram feitos por pessoas diferentes, mas os efeitos nos vocais estão igualmente aplicados (os dois discos são bem acelerados).
Tommy Schleh não fazia "tão feio" em suas apresentações ao vivo, como podemos ouvir no áudio do programa "Panico", então - como citado antes - resolveu fazer os rap's das músicas seguintes com sua voz real, após ver o grande sucesso do álbum "Different Dreams". É notável também que os rap's feitos por Frizzy Kraus eram bem mais longos e continham muito mais palavras... agora sendo feitos por Tommy Schleh, perceba: ficaram muito mais curtos e limitados.
Ouça os vocais ao vivo de Tommy Schleh, mesclados com os áudios originais no vídeo abaixo e perceba que são da mesma pessoa:
Filmado em Londres e muito executado na TV, lembro-me que era transmitido frequentemente numa emissora de TV local... Que saudades do "Clip Thathi"... ali só desfilava a nata do eurodance!!
"Generation Of Love" foi um grandioso sucesso, invadindo as paradas alemãs e pegando o topo dos charts por várias semanas. A França é um outro país que sempre foi fiel ao Masterboy, então não era surpresa para ninguém ver o grupo sendo novamente aclamado por lá. Este single entrou no Top 100 Francês, crescendo muito, até alcançar a posição n° 8.
Outros países como Áustria, Suécia, Brasil, Suíça e Bélgica também tiveram "Generation Of Love" como uma de suas músicas mais executadas.
Na época, Enrico Zabler dizia estar bem feliz em filmar o vídeo na cidade de Londres, pois dizia que era um lugar especial para ele e Tommy: "Nos conhecemos em 1989, aqui em Londres. Estar aqui é como voltar às raízes".
Hit instantâneo, como de costume, mas se destacou mais em países como França, Áustria, Brasil, Suécia, Suíça e Bélgica.
A modelo Olga de Souza (Corona) quando começou a cantar com sua voz real, não conseguiu alcançar nenhum hit sequer, muito pelo contrário, só se afastou das paradas. Tommy Schleh mostrou que tinha competência e alcançou vários sucessos com sua voz. Ao menos ele deu conta do recado e entregou vários singles de êxito comercial.
Sobre o vídeo oficial de "Anybody", contem várias colagens divertidas e um visual bem moderno e futurístico (considerando aquela época, é lógico):
No final de outubro de 1995, o quarto disco "Generation Of Love - The Album" era finalmente lançado, e assim, o Masterboy finalizava o ano com seu novo trabalho entre os mais vendidos nas paradas de Dance.
Mas, se você pensa que o grupo iria dar uma segurada, para descansar e curtir as férias...se enganou!
Em janeiro de 1996, logo após as festas de fim de ano, já saía a nova faixa de trabalho do Masterboy...
O Masterboy acertou na mosca ao escolher este single para divulgação, pois era uma produção mais lenta, mais calma e diferente dos sucessos anteriores, que seguiam a mesma fórmula acelerada, já muito associada e explorada pelo grupo. Era o momento de dar uma relaxada, de respirar novos ares e de oferecer algo mais refrescante ao fã do Masterboy, para justamente não "cair na mesmice". Então "Land Of Dreaming", felizmente foi o single da vez!
Esta produção, ao meu ver, foge bastante do estilo "Masterboy", inclusive, na época eu achava que era uma música do suíço DJ Bobo. Preste atenção na linda e doce melodia de "Land Of Dreaming", eu consigo ouvir uma construção melódica bem semelhante à "Everybody" e "There Is A Party", do DJ Bobo.
Outro detalhe que chama muito a atenção, é o vocal de Tommy Schleh... até o DJ Bobo deve ter se impressionado, pois as similaridades com a voz dele estão bem notáveis. No início, eu até deduzi que pudesse ser Peter René Baumann (DJ Bobo) participando de uma faixa do Masterboy, mas não... É realmente a voz de Tommy Schleh.
Esta maneira de executar a sua voz, também não me pareceu exigir muito de sua capacidade vocal, pois é uma voz reproduzida no volume baixo, onde não há esforço, potência ou velocidade. Podemos considerar que Tommy se deu muito bem cantando com sua voz real, ainda mais nesta produção, de maneira lenta e sob o apoio do especialista dos efeitos, Skywalker.
Enfim, "Land Of Dreaming" se tornou bem popular, atingindo a posição #12 da Billboard Dance Charts nos Estados Unidos, virando febre também na Holanda, Suiça, França, Itália, Brasil, Espanha, Suécia, e muitos outros países.
No vídeo, Trixi aparece loira e de cabelo bem curtinho. Para quem estava acostumado com seus cachos castanhos, deve ter estranhado um pouco na época.
Tenho boas lembranças deste vídeo, principalmente porque foi o primeiro do grupo que assisti na MTV Brasil, em 1996... tocou muito!
Lembro que até gravei numa fita VHS, que tenho até hoje...(se funciona ainda, aí já é outro papo, rs):
Além dos singles citados, o Masterboy também trabalhou com outras músicas, como as empolgantes "Baby, Let It Be" e "Feel The Force". Teve também uma produção fora deste álbum chamada "Love Message", que foi um trabalho solidário onde a verba arrecadada foi destinada à um hospital que cuidava de pessoas soropositivas.
"Love Message" foi produzida pelo Masterboy, mas com a participação também de outros artistas, como Scooter, Fun Factory, E-Rotic, Worlds Apart, Mr. President e U96 (apesar de ouvirmos mais os vocais da Trixi).
É uma bela música por sinal!
Já em julho de 1996, algo deixou os fãs do Masterboy bem chateados...Trixi Delgado anunciou a sua saída do grupo para se dedicar a sua carreira solo. Nessa época era complicado divagar sobre o futuro de Tommy Schleh e Enrico Zabler, pois não dava para desvincular a imagem e a voz da talentosa vocalista do grupo alemão... Para muitos, seria impossível encontrar alguém tão talentoso, que a substituísse.
Trixi logo apresentou o seu projeto solo, Latour, com a música de trabalho "Falling For Your Love" (1996), mas não chamou muito a atenção do público. Digamos que não tocou muito nos clubs, nem nas rádios.
Enquanto isso, o Masterboy se preparava para o seu grande retorno, e com uma nova vocalista...
Linda Rocco tem uma voz muito bonita e até mais doce que a de Trixi. Ela também segura bem cantando ao vivo e tem uma técnica muito boa. Ela só teve o azar de assumir o lugar de alguém tão querido e especial, como o de Trixi.
Rocco é uma cantora profissional. Além de compositora e treinadora vocal, também já trabalhou com diversos artistas renomados. Ela foi backing vocal de artistas como Michael Jackson, Milli Vanilli, Michael Bolton, Backstreet Boys e N´Sync. Olha o nível da artista...
No gênero dance ela também é bem experiente, tendo cantado em projetos como AB Free, Paternoster, Dance 2 Trance, Loop. (projeto que cantou com outras cantoras, como Melanie Thornton do La Bouche), entre outros.
Ela é americana, nasceu no dia 19 de junho de 1966 e permanece na música até os dias atuais. Para saber mais a respeito dessa respeitável cantora, sugiro que acesse o blog da Aninha e confira uma entrevista bem bacana com a artista. Vale a pena!
Seu marido, George Liszt, também é músico e até colaborou em uma das faixas do quinto álbum do Masterboy, álbum que falaremos agora...
MÚSICAS COLORIDAS E MAIS "POP"
Apesar do Masterboy não conseguir o mesmo sucesso de seus trabalhos anteriores, ainda assim entregou ao público um excelente disco. A primeira música dessa nova fase foi "Mr. Feeling", que seguia mais ou menos o estilo do grande hit "Land Of Dreaming" (1995). Quem curtiu a vertente euro-reggae nos anos 90, com certeza se esbaldou muito com esta canção, escrita por Enrico Zabler, Skywalker e Tommy Schleh.
O vídeo deste novo som foi muito bem executado nas TVs, mas por ser o primeiro single de um novo álbum, esperava-se um retorno mais abundante:
Em setembro de 1996, enquanto Tommy e Enrico trabalhavam no novo single de Ice Mc ("Give Me The Light"), eles também produziam este novo disco para o Masterboy. No final de outubro daquele ano, era distribuído então o quinto e último álbum oficial do grupo: "Colours".
Deste álbum foi retirado o 2º single, "Show Me Colours", agora bem mais dançante e com uma base que nos lembra os clássicos "Is This The Love", "Generation Of Love" e "Anybody".
Este single foi lançado praticamente junto com o novo álbum e fez mais sucesso que a música anterior. Na verdade, "Show Me Colours" foi a música mais bem sucedida de todo o álbum, ocupando boas posições nos charts franceses, suecos e suíços. Aqui no Brasil, infelizmente não tocou muito, o que é uma pena pois é um bom trabalho e delicioso de se ouvir.
O ano de 1997 começou bem para o Masterboy, pois eles receberam um prêmio alemão ("Chartbreaker") e também lançaram uma balada muito bonita como terceiro single, chamada "Just For You". A música passou despercebida aqui no Brasil, mas recomendo aos fãs do grupo devidamente pela sua ótima qualidade.
Nesta produção tem também um coral de fundo, com participantes que foram creditados no single como "vozes adicionais". Uma destas vozes é do marido de Linda Rocco, George Liszt, que até aparece no clipe (filmado em Gotemburgo Catedral -Suécia).
Já a música, se destacou mais na Suíça mesmo:
É, infelizmente o eurodance começava a ser esquecido pelo público, que estava começando a curtir mais pop americano (aqui no Brasil, incluía-se também axé music, rs).
O Masterboy, assim como muitos outros grupos importantes, sentiu este desinteresse das pessoas. O ano de 1997 foi também o último ano de sucesso para outros alemães, como Real McCoy, DJ Bobo (no Brasil), Mr. President...
Mesmo assim, o Masterboy insistiu no quarto single do álbum "Colours", lançado em julho de 1997: "La Ola Hand In Hand".
Esta música era uma outra "euro-reggae", bem pop, com a esperança de ser hit no verão de 1997, mas infelizmente atingiu apenas algumas paradas da Alemanha.
Neste álbum também encontramos uma versão cover de "I Want To Break Free" do grupo Queen, nas vozes de Linda Rocco e Tommy Schleh (sendo o rapper). Fora isso, podemos citar que esta produção nos traz ainda alguns trechos originais na voz de Freddie Mercury.
Na verdade, essa faixa fez parte de um projeto onde vários artistas da época regravaram sucessos do Queen, como E-rotic, Captain Jack, DJ Bobo e etc...todas estas versões depois integraram uma compilação ("Queen Dance Tracks") que foi colocada à venda para o público.
OUTRAS INFORMAÇÕES:
Este álbum ainda contem uma canção muito boa chamada "Ocean Bizarre", que mesmo tendo um grande potencial para virar hit, infelizmente não foi single de trabalho... É uma das minhas favoritas do "Colours", e sem dúvidas, um dos maiores desperdícios da carreira do Masterboy (eles deveriam tê-la divulgado mais na época). Afirmo também que Tommy Schleh se empenhou muito mais aqui neste rap (está mais duradouro / com mais palavras).
Todo amante de eurodance deveria ouvir esta magnífica faixa!! Se você não conhece, corra e libere o adolescente dos anos 90 de dentro de você!
Apesar de ser um álbum menos sucedido que os anteriores, "Colours" ainda rendeu vários singles de sucesso no continente europeu, e a participação de Linda Rocco foi brilhante, principalmente quando ela interpretava ao vivo em suas apresentações. Que belos vocais ela tem!
Ainda no ano de 1997, Tommy Schleh participou também na música "When I Dream Of You" do projeto No Limit, fazendo o seu rap ao lado de um casal de cantores. Esta canção é mais uma faixa inspirada no grande sucesso "Land Of Dreaming", seguindo a mesma fórmula euro-reggae e com um vocal feminino bem meigo (não creditado).
O cantor que aparece no vídeo não foi creditado no single, mas descobri que seu nome real é Mike Dihel. Ele realmente cantava, e também apresentava um programa musical na Alemanha. Mike Dihel é amigo de Tommy Schleh até hoje:
VOLTANDO AO ÁLBUM "COLOURS":
A faixa "Baby, Let It Be" do disco anterior foi regravada agora na voz de Linda Rocco, estando presente aqui neste quinto álbum. A faixa não é ruim, na voz da Linda até que ficou boa, mas é um trabalho desnecessário...
Temos que falar sobre uma tradição, que aqui neste álbum foi quebrada. É a faixa "Masterboy Theme" que não está presente no "Colours", apenas consta uma "intro" que nos traz alguns elementos da época...como uns teclados marcantes, na linha Faithless.
Depois de gravar este álbum com Tommy e Enrico, Linda Rocco ainda gravou com eles, em 1998, uma nova música chamada "Dancin' Forever" (cover de THP Orchestra), mas sem ganhar popularidade alguma, mesmo com um vídeo oficial produzido e sendo lançado pelo trio.
Este, até então, era o último trabalho de Linda Rocco em conjunto com o Masterboy, nosso grupo alemão que agora dava uma pequena pausa em seus trabalhos...
É 1999. A música está mudando e uma nova Era chega para o Masterboy. A Dance Music começa a se reinventar e atrair um pouco mais de atenção do publico. Lógico que nada se compara com o eurodance de 1990-1995, mas agora temos os holandeses do Vengaboys fazendo muito sucesso, assim como Alice Dee Jay, entre outros projetos de dance/techno/trance... então era hora do Masterboy se atualizar também.
Eis que uma nova vocalista é contratada para dar voz aos novos singles do nosso veterano grupo alemão, e em junho de 1999 é lançado "Porque Te Vas", uma regravação da cantora Jeanette (música original de 1974) e com um trecho que lembra nitidamente a instrumental de Sabrina - "Boys" (1987).
A nova vocalista do Masterboy é a bela Annabell Krischak, mais conhecida como Annabell K.
Essa nova música, apesar de ter o seu valor, fez apenas um relativo sucesso na Suíça. Recomenda-se ouvir e prestar atenção não apenas no vocal da loira Annabell, mas também no rap de Tommy Schleh.
Apesar de não lançar muitos sucessos no Masterboy, Annabell é muito talentosa e tem uma excelente voz. Ela é natural da cidade de Babenhausen, Hessen (Alemanha) e canta até os dias atuais, mas atende agora pelo nome de Annabell Whitney.
O maior problema nestes novos trabalhos do Masterboy, é que eles são bem diferentes dos antigos sucessos, e como o grupo estava querendo seguir a tendência do momento (que é compreensível), não conseguiu agradar seus fãs mais exigentes. Ainda em 1999, o Masterboy lançou "I Like To Like It" com os vocais de Annabell e Tommy Schleh, conseguindo se destacar apenas na Suíça.
Na tentativa de conquistar algum sucesso, o grupo resolveu regravar um de seus maiores e populares singles, "Feel the Heat Of The Night", versão mais conhecida como "Feel the Heat 2000".
Embora o clipe fosse mais moderno e atual, a música não agradou muito, fora que alteraram alguns trechos da letra também...
A versão antiga é mil vezes superior e engole este remake só com um bocejo!
Depois dessas tentativas em agradar a nova geração (anos 2000), o Masterboy ficou sem vocalista novamente. Annabell K quis se desligar do grupo para trabalhar em sua carreira solo. Neste tempo em que estiveram juntos, o grupo não conseguiu lançar nenhum álbum oficial, sendo lançada apenas uma compilação com o título de "Masterboy – Best Of" (2000), esta que trazia apenas as três músicas inéditas e o restante do repertório era composto de velhas faixas já conhecidas.
Como citado acima, a vocalista continua na ativa até hoje e cantando muito bem, inclusive, acho que está até melhor sozinha que acompanhada do Masterboy. Ela é muito maior que aqueles singles que estavam lançando, aliás, o Masterboy também é maior que aquilo...
As negociações começaram após a saída de Annabell K, mas eles só entraram em acordo realmente em 2002, quando o contrato foi assinado.
O single que todos queriam ouvir, finalmente foi lançado. Era "I Need A Lover Tonight", que não repetiu o mesmo sucesso dos anos 90, mas foi muito bem na Alemanha e agradou muito aos antigos fãs de eurodance.
Em 2003, foi lançado também mais uma versão para "Feel The Heat Of The Night" (outra?), mas felizmente bem melhor que a versão 2000. E com a Trixi nos vocais, a gente aceitava até "Parabéns pra Você" sendo lançada pelo Masterboy.
Sobre esta nova versão para o hit de 1994, lembra bastante as produções dos anos 2000, principalmente as músicas do Jan Wayne ("Because The Night", "More Than A Feeling"...). Lembro que esta releitura fez um certo burburinho na época, mas mesmo assim, não ganhou um vídeo oficial.
Este álbum só foi disponibilizado para download, e acredita-se que ele havia sido gravado bem antes do ano de seu lançamento, mais precisamente em 1998.
Linda Rocco escreveu em sua conta no youtube:
"Fizemos um álbum inteiro de músicas do Masterboy junto com o Freedom Williams do C & C Music Factory quando eu estava ainda no Masterboy. Eu acho ele fantástico!!"
Algumas partes no rap mudaram, inclusive eu não gostei de algumas alterações que ouvi.
Ouça "Generation Of Love", nesta versão do álbum americano:
Stephan Kraus, como já informado anteriormente, continua na música e realiza diversos shows ao lado de sua filha pela Alemanha.
Em relação ao primeiro rapper do Masterboy, conseguimos uma exclusividade com ele também... O nosso amigo / leitor Júnior Matias entrou em contato com David Atterberry, que humildemente respondeu à sua mensagem. Ele disse que trabalhou com o Masterboy somente até 1992.
Sobre seus atuais trabalhos na música, ele também mencionou que ainda canta, mas canções direcionadas ao meio gospel, já que se converteu ao Evangelho em 1997.
Se você quiser dar uma conferida em seus atuais trabalhos, ele solicita que acessemos a página abaixo:
https://xtremeflo.bandcamp.com/
LINDA ROCCO:
Linda Rocco continua atuando na música, sempre muito simpática com os fãs e recordando com muita alegria deste seu momento no Masterboy. Ela tem um canal no Youtube e está frequentemente postando algum vídeo novo e informando suas novidades:
Linda Rocco também tem muito orgulho e gratidão por ter trabalhado em outros grupos, como Milli Vanilli. Segundo ela, ajudou a fazer os vocais femininos para 46 músicas do Milli Vanilli.
Recentemente eles também lançaram uma nova música chamada "Are You Ready" (2018), sendo na minha opinião, um dos melhores trabalhos do grupo - desde a saída de Trixi - em 1996.
Uma grata surpresa, não apenas aos fãs do Masterboy, mas aos fãs em geral do saudoso e verdadeiro Eurodance:
CONSIDERAÇÕES FINAIS / AGRADECIMENTOS:
Ao escrever este artigo, eu re-descobri algumas músicas que fazia muitos anos que eu não ouvia, como as produções do primeiro álbum: "The Family". Este disco é todo especial, com ótimas vozes e uma notável dedicação de todos os envolvidos, além de seu repertório ser repleto de músicas que mexem com nossas emoções (até a faixa tema "Masterboy Theme" é de arrepiar!).
Quero finalizar esta publicação parabenizando este FASCINANTE grupo de euro-house, pelos seus 30 anos de aniversário!
Parabéns MASTERBOY!!!
Obrigado MASTERBOY!!!
Agradeço à Junior Matias, por estimular David Atterberry a dizer-nos mais sobre a sua vida atual e seus mais recentes trabalhos na música.
Sobre a origem do nome do grupo, eu retirei de uma entrevista que Enrico Zabler cedeu ao site suíço WebDJs.
Esta publicação é dedicada à todos os fãs de eurodance, clubbers, DJs e quem ama de VERDADE o MASTERBOY.
Keep dancing to the beat!!