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sábado, 29 de julho de 2023

EVI GOFFIN (LASGO) ESTÁ DE VOLTA À CENA MUSICAL

EVI GOFFIN (EX-LASGO) ESTÁ DE VOLTA COM PREZTONE E LANÇA NOVA MÚSICA

Os fãs de Evi Goffin podem levantar as mãos para o alto e agradecer, pois tem novidade na área

LEIA TAMBÉM: EVI GOFFIN RETORNA AO BRASIL EM MAIO DE 2024 E FARÁ MAIS DE 10 APRESENTAÇÕES EM DIVERSAS REGIÕES PELO BRASIL

Evi Goffin, a ex-vocal do Lasgo está de volta com uma parceria com o DJ/ produtor Preztone, onde gravou com sua voz inconfundível a faixa "Frio!" (2023).

A cantora nasceu no dia 27 de fevereiro de 1981, na Bélgica, e encantou o Brasil com músicas licenciadas em solo brasileiro via Building Records.

Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.

-RIKARDO ROCHA

Evi Goffin tem atualmente 42 anos de idade, mas quando você ouvir a sua nova canção "Frio!", notará que a sua voz continua linda e emocionante como a de 20 anos atrás:


Evi Goffin x Preztone - "Frio!" (2023)


Como dito anteriormente, Evi foi uma integrante do projeto Lasgo entre 2001 - 2008, mas ela começou a sua carreira artística bem antes disso, em 1997 -  aos seus 16 anos de idade -  quando assinou seu primeiro contrato com uma gravadora, a conhecida A&S Productions, uma empresa associada a EMI Bélgica.

Aos 18 anos de idade, Evi Goffin lançou o seu primeiro single "Miss You", como vocalista do projeto belga Fiocco (ela utilizava o pseudônimo de Medusa):


Fiocco feat. Medusa - "Miss You" (1999)
Época fantástica, em que o Vocal Trance estava em alta!


Evi Goffin também foi vocalista de outras faixas de Trance/ Dance, como:

Medusa -"Into My Life" (1999)
2 Fabiola Feat. Medusa  - "New Years Day" (1999)
2 Fabiola Feat. Medusa "Summer In Space" (2000)
Evy"Turn You On" (2001) 
Alex Sayz Feat. Evi "Hate To Love" (2010)
Evi Goffin"Kus Me" ‎(2014)
Evi Goffin "Glad all Over" (2015), e etc.


O grande sucesso, entretanto, veio em 2001, quando Evi conheceu David Vervoort (também conhecido como Dave McCullen). Dave era um produtor que, naquela época havia escrito "Something", uma faixa para a qual ainda procurava por uma cantora.

Dave ouviu a voz da loira e acreditou que aquela seria a voz ideal para a sua música, pois se encaixava perfeitamente em cada verso e refrão.

Evi e Dave se conectaram com Peter Luts, e o Lasgo nasceu. Não deu outra,"Something" se tornou um hino da Dance Music dos anos 2000, e hoje é um clássico total do Vocal Trance - ao lado de outras canções poderosas do estilo, como "Castles In The Sky" do Ian Van Dahl e "Toca's Miracle" do Fragma

"Something" começou a ser tocada nos clubs brasileiros no final de 2001, mas foi no início de 2002 que começou a ser descoberta pela maioria do público brasileiro, época que também entrou para a programação de diversas rádios, como a Jovem Pan.


Lasgo - "Something" (2001)
CD - single escandinavo

Os brasileiros rapidamente entraram em delírio máximo com aqueles teclados alucinantes e também com a maravilhosa voz de Evi Goffin, principalmente a população jovem, que curtia as baladas e ouvia as rádios e as coletâneas "dance", como "As 7 Melhores 2002". A revista DJ Sound publicou em março de 2002: "Podemos avaliar que hoje em dia está escasso alguns ingredientes nas músicas dançantes deste planeta, mas 'Something' possui essas características: uma letra, uma história, não que seja uma história romântica, porém leva um refrão marcante e fácil de ser cantado. Se você não experimentou a força de 'Something', pode conferir: é o tipo de música que te impossibilita ficar parado!!".


Evi Goffin foi aclamada como uma das melhores e mais melódicas vozes do gênero Trance pela crítica internacional e sempre se destacou com um bom desempenho nos singles do Lasgo


Curiosamente, a letra de "Something" foi escrita em uma das idas ao banheiro de Dave McCullen, ficando pronta em dez minutos. Já a produção da música, ficou pronta em quatro horas, então velozmente se tornou uma revelação na primavera européia, com muitas rádios belgas tendo que tocar o vinil (??!) - já que o CD-single ainda não havia sido liberado comercialmente. 

Junto com o hit "Something" vieram também outros singles explosivos, como "Alone""Pray""I Wonder""Wanna Be With You""Surrender" e etc, além dos álbuns "Some Things" (2001) e "Far Away" (2005).


Lasgo no Brasil há exatos 20 anos!!
Programa "É Show" (By Adriane Galisteu - Rede Record)
A gravação foi feita por mim no ano de 2003, sendo a 1ª aparição do LASGO numa televisão brasileira. Perceba os gritos ensandecidos da plateia e relembre o quanto este projeto era febre no início da década de 2000!
Que vibe indescritível!!


O DESLIGAMENTO DE EVI GOFFIN DO LASGO

Todo mundo era feliz quando tocava os hits do Lasgo nos anos 2000

Após cinco anos como vocalista do Lasgo, viajando pelo mundo, participando de diferentes programas de tv, modelando para várias revistas internacionais, Evi infelizmente deixou a banda devido a diversos atritos com seu empresário.

Em maio de 2009, Evi estrelou como uma apresentadora de televisão para Gunk Tv - um canal digital belga - onde apresentava vários programas para a emissora até 2011, quando a TV mudou de formato.

Desde então, Evi levou uma vida mais discreta e passou a se dedicar mais à sua família e filhos. Ela gravou diferentes faixas com alguns produtores e também fez backing vocals para vários artistas belgas ao longo dos anos, mas sem ser o destaque principal como era antes. Evi também trabalhou em um zoológico na Bélgica, vivendo uma vida cada vez mais distante dos holofotes e da cena musical.

No entanto, nestes últimos anos, Evi Goffin decidiu sair da sombra e voltar à cena musical. No auge dos seus 40 anos, e com seus filhos já crescidos, ela decidiu que agora é a hora de abraçar a música novamente.


Evi Goffin versão 2023 
"Estou de volta!"


Evi Goffin está pronta para gravar novos singles, assumir novas parcerias, embarcar em viagens e fazer novos shows pelo mundo. Definitivamente, a artista belga está de volta aos trilhos para agendas nacionais e internacionais, bem como realizar participações especiais, eventos e muito mais.

E se você perdeu aquele evento de Evi Goffin no Via Funchal, há 20 anos, ou as atrações do "Planet Pop" que rolaram nos anos de 2004 e 2005, se liga! Quem sabe em breve você possa conferir uma turnê nova de Evi pelo Brasil...

sábado, 1 de outubro de 2022

KYLIE MINOGUE - ALBUM "FEVER” (2001)

"FEVER" DE KYLIE MINOGUE É UM GRANDE ACONTECIMENTO DA MÚSICA POP-DANCE, E COMPLETA 21 ANOS DE LANÇAMENTO

A talentosa e boa moça, Kylie Minogue, apresentando na época o Fenômeno "Fever"

Hoje, dia 1º de Outubro, faz 21 anos que um dos álbuns mais importantes da música Pop-Dance foi lançado.  “Fever” de Kylie Minogue se consolidou como um dos melhores discos da "Música Dance" dos anos 2000, e com toda a certeza, é até hoje um dos pilares da cena dançante. 

Quem curtiu aquele início de século XXI, sem dúvidas não conseguiu tirar da cabeça uma das canções mais tocadas: “Can't Get You out of my Head”, considerada a mais famosa música de Kylie - praticamente a sua assinatura. 

Este lead single teve um sucesso estrondoso, conquistando o 1# em mais de 40 países e ocupando atualmente o 51# dos singles mais vendidos de todos os tempos.

É unânime que todo ser humano já tenha ouvido o refrão dessa canção, pelo menos uma vez na vida. Não se limitando a isso, Kylie, que já era uma musa do mercado fonográfico europeu, conseguiu números ainda superiores com o lançamento do "Fever". A estrela australiana entrou nas paradas de todo o mundo, inclusive no mercado americano...


A capa clássica da obra musical "Fever" (2001)

Na parada mais importante de singles, a Hot 100 da Billboard, “Can't Get You out of my Head” estreou em 3# na primeira semana e mais tarde obteve o reconhecimento de platina tripla pela Recording Industry Association of America pelas vendas de 3.000.000 cópias. Na mais recente atualização, os números são de 13 milhões de cópias vendidas no mundo todo, um recorde para uma cantora não americana.


Nem Kylie Minogue tinha noção do tamanho ícone que se tornaria o álbum "Fever"

Apresentando uma boa experimentação da música Dance, House, Eurodance, Synth-Pop e Neo-Disco, "Fever" é uma base forte para tudo aquilo que se pode chamar de “Música Dance”, até hoje em dia. Liricamente as canções tratam sobre amor, fascínio, romance, flerte, alegria e compreensão, sendo um leque de canções alegres e cheias de energia, além das atmosferas e sonoridades saborosas que preenchem os nossos ouvidos... lances que Kylie Minogue sabe fazer perfeitamente (ela está na ativa há mais de 30 anos e com dezenas de álbuns já lançados).

Em algumas faixas, vemos um apelo melódico que gruda na cabeça, como na principal “Cant Get you Out of my Head” e na melancólica e agradável “Come Into My World”. Há também a radiante “Love At First Sight”, onde os sons de guitarra e o groove da batida dominam, e a contagiante e uma das favoritas do disco:"In Your Eyes". Vale a pena conferir o álbum "Fever", onde Kylie Minogue entrega um raro exemplo de “pop perfection”.


O MARCO E O IMPULSO QUE "FEVER" OCASIONOU NA MÚSICA POP

Sensualidade, arte, carisma, talento, dance music, e atemporalidade

"Fever" é simplesmente um álbum atemporal que serviu de ponto de partida para a febre da música Dance nos anos 2000. Nessa época a Eurodance ainda estava em alta, e muitos outros artistas e projetos caminharam com Kylie na mesma estrada rumo aos Clubs e FMs, como Madonna ("What It Feels Like For A Girl"), Lasgo ("Something"), P!nk ("Get This Parted"), Grenada ("Superstar"), Ian Van Dahl ("Castles In The Sky"), Iio ("Rapture"), Fragma ("Everytime You Need Me"), Paulina Rubio ("Don't Say Goodbye"), Daft Punk ("One More Time"), Sophie Ellis Bextor ("Murder On The Dance Fllor")...e tantos outros.

E "Fever" consolidou de vez a figura de Minogue no mercado do entretenimento, servindo ainda claramente de inspiração para cantoras da atualidade, como Dua Lipa, Rina Sawayama e Rihanna

Um exemplo disso, é que a atmosfera refinada e ao mesmo tempo dançante de "Fever" se reflete no “Future Nostalgia” de Dua Lipa, ou até mesmo em outros trabalhos dos anos 2000 como o álbum “Confessions On a Dance Floor” (2005) de Madonna, que é inegavelmente um reflexo daquilo que foi feito por Kylie. 

Com esse disco, Kylie Minogue conseguiu o primeiro e até então único Grammy de sua carreira, o de Melhor Gravação Dance por “Come Into My World”.

Grande Album, grande Momento... 

Grande FEBRE MINOGUE!


sexta-feira, 15 de julho de 2022

PAUL VAN DYK - "WE ARE ALIVE" (2000) - MAIS UM MAJESTOSO VOCAL TRANCE DOS ANOS 2000!!

PAUL VAN DYK - "WE ARE ALIVE"(2000)

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-RIKARDO ROCHA

Hoje vamos celebrar os 22 anos desse grande sucesso de Paul van Dyk -"We Are Alive" (2000), que apesar de estourar no Brasil em 2001, foi um single lançado mundialmente em 2000, repercutindo junto com outras pérolas como Kriss Grekò - "Surrender" (2000), Fragma - "Everytime You Need Me" (2000), Ian Van Dahl - "Castles In The Sky" (2000), Astroline - "Close My Eyes" (2000), entre tantos outros.


A POESIA CONECTADA AO PULSO DO TRANCE

 
Paul van Dyk veio para surpreender a cena Trance

A vertente que "We Are Alive" se enquadra, o Vocal Trance, teve o seu auge justamente nessa época - entre os anos de 1998 e 2004 - e sem dúvidas, Paul van Dyk marcou positivamente essa bela fase da música eletrônica.

O nome real desse DJ / Produtor é Matthias Paul, mas tornou-se conhecido mundialmente por Paul van Dyk, ou simplesmente por suas primeiras iniciais: PvD.

Ele nasceu na Alemanha (na cidade de Eisenhüttenstadt, em 16 de dezembro de 1971) e atualmente tem seus 50 anos de idade. Quando este astro da música Trance começou a aparecer em nossos charts, bem mais jovem, eu lembro que achei estranho ler o seu nome e encontrar o "v" em letra minúscula, até cogitando que pudesse ser uma falha de quem fornecia os charts da época, mas é realmente assim dessa forma que se escreve o nome artístico dele...

O talentoso alemão vem lançando seus inúmeros singles e álbuns desde 1994, porém atingiu a sua popularidade - ao menos aqui no Brasil - apenas no início dos anos 2000, quando nos trouxe "We Are Alive" e "Tell Me Why (The Riddle)", hits licenciados pela brasileira Building Records.

 

Paul van Dyk "Tell Me Why (The Riddle)" (2000)
Video Oficial


Aliás, "Tell Me Why (The Riddle)" também é uma excelente faixa, sendo uma parceria do produtor com o grupo Saint Etienne (que tem a vocalista Sarah Cracknell). E pode até ser que você já conhecesse antes a voz de Sarah Cracknel, pois o Saint Etienne havia lançado em 1995 a deliciosa "He's On The Phone", lembrou-se? Não? Escute a música abaixo:

 

Saint Etienne -"He's On The Phone" (1995)
Video Oficial
"He's On The Phone" é um cover do cantor francês Etienne Daho, mas apesar da versão do Saint Etienne ter se destacado na Europa, aqui no Brasil muitos fãs de Eurodance conheceram uma outra versão... É que a italiana S.A.I.F.A.M  fez um cover bem feitinho do Saint Etienne que foi parar na coletânea brasileira "Sequência Máxima - Jovem Pan" (1996). É a faixa 13, e o projeto foi batizado como "Saint Etien" (título mais oportunista, impossível)!!

Mas voltando aos hits "We Are Alive" e "Tell Me Why (The Riddle)", estes integram o álbum de Paul van Dyk - "Out There & Back", disco lançado em 2000 e que também foi distribuído em território brasileiro (graças à saudosa Building Records). 

Neste álbum de estúdio vale destacar ainda outros trabalhos espetaculares, como "Another Way", "Avenue" e "Together We Will Conquer" (gravado na voz de Natascha van Dyk, a ex-esposa do DJ/Produtor).


SOBRE "WE ARE ALIVE"

Single alemão lançado em 2000: Eramos bem vivos!


Lembro que fiquei absolutamente encantado com a sonoridade de "We Are Alive" quando a escutei pela primeira vez, então recorri rapidamente à algumas revistas e sites para me informar mais sobre quem era esse produtor que estava criando os sons pelos quais eu estava me apaixonando. E em minha primeira impressão, eu percebi que Paul van Dyk tinha um certo mistério, uma confiança tranquila e uma elegância em tocar e produzir... 

O single de "We Are Alive" nos apresentava em sua capa a hipnose e o transe de 100.000 espectadores de Paul van Dyk; e o disco recém-lançado ganhou também destaque na coluna de lançamentos da DJ Sound:

"Depois dos singles 'Avenue' e 'Another Way', Sir Paul 'fabric hits' van Dyk sintonizou as estações aliando o conceito trance melódico de sua música ao vocal estilo "paty". Será com certeza a euforia das pistas em todos os segmentos." (DJ Sound #101 - Jan/2001)

"We Are Alive" ganhou sua estreia em dezembro de 2000 nas noitadas de São Paulo, para depois invadir todo o Brasil no primeiro semestre de 2001, conforme profetizara a revista brasileira.


Os clubs e as rádios vibraram com "We Are Alive"

Teve uma vez ainda que meu pai me levou para uma serra com meu irmão, e lá de cima dava para ver toda a cidade, então começou a tocar essa bela música na rádio Educadora FM (91,7 de Campinas-SP). Era um sábado ensolarado de 2001, quase um fim de tarde, então descemos do veículo e deixei a porta aberta só para que pudessemos escutar a música do lugar onde íamos (a pé). Que dia mais memorável! Ainda sinto aquele entardecer afortunado e aquela brisa batendo no rosto, enquanto meus ouvidos estavam mais que atentos naquele comovente e grudento coro no refrão "We Are Aliiiiive..."

Confira a montagem abaixo e desfrute de sua letra traduzida em português:


Paul van Dyk - "We Are alive" (2000)


"We Are Alive" era incrívelmente linda e muito envolvente... merecia mesmo estar no topo das rádios e das pistas de dança! A música, com letra sublime e motivacional, ainda conquistou a equipe responsável pelas trilhas sonoras da TV Globo, fazendo com que a incluissem na minissérie "Presença de Anita", também de 2001. Então o som tocou bastante nas transmissões noturnas da emissora, principalmente quando a personagem moderninha "Luiza" (interpretada por Julia Almeida) passou a interagir com a protagonista principal. Que tempinho bom!!!


PvD - Uma das encarnações do Trance


E passaram-se 21 anos dessa época dourada, mas eu posso dizer tranquilamente que "We Are Alive" ainda me causa a mesma atmosfera emotiva de antigamente. Ouvi-la atualmente é ser presenteado com agradáveis sensações, aliados a muita afeição, comoção, nostalgia e claro, uma vibe positiva ímpar.

E enquanto aqui no Brasil tudo era uma novidade aos brasileiros, na Alemanha Paul van Dicky já era considerado um Deus do Trance desde os anos 90... e é uma pena que seu reconhecimento tenha sido tardio por aqui...

  

QUEM É A VOCALISTA, QUE NÃO APARECE NO VIDEO E CAPAS DOS DISCOS?

A voz dessa nostálgica canção é dela... Jennifer Brown!

Mas, você sabia que "We Are Alive" de Paul van Dyk não é uma música completamente original? 

Bom, vamos lá... 

Essa hipnótica música já existia antes, e praticamente ganhou um "remix" pelas mãos mágicas de Paul van Dyk. A produção que ouvimos realmente foi criada por Paul van Dyk, em 2000, mas a versão original foi gravada em estúdio pela cantora Jennifer Brown em 1998, e num estilo bem mais pop e lento. 

A versão de Paul van Dyk fez muito mais sucesso, levou a voz da cantora para todos os continentes, e também teve o seu título alterado... A original chama-se "Alive", enquanto a obra "remixada" de Paul van Dyk ficou intitulada de "We Are Alive".

Confira a versão original, de 1998:


Jennifer Brown - "Alive" (1998)
Video Oficial

Quanto à Jennifer Brown, ela é uma cantora / compositora sueca nascida em 18 de fevereiro de 1972. Quando ela se mudou para a cidade de Estocolmo na década de 1990, ela começou a trabalhar como recepcionista para uma gravadora chamada Telegram Records, e isso acabou facilitando num contrato de gravação entre ela e a empresa.

Em 1994, Jennifer Brown então lançou um álbum chamado "Giving You The Best", que alcançou o primeiro lugar nas paradas suecas e permaneceu nos gráficos por 22 semanas. 


Jennifer Brown

Os dois álbuns seguintes de Jennifer não venderam tão bem quanto ao álbum de estréia, mas ainda assim conseguiu se manter nos principais charts. Um destes álbuns, "Vera", de 1998, traz em seu repertório a música "Alive", que como já citamos, ficou mais conhecida como "We Are Alive" (2000) através de Paul van Dyk. 

A letra, simples mas profunda, foi composta por Billy Mann e também pela própria Jennifer Brown.


Este trio definiu um dos big tunes de 2000/2001

Billy Mann é um respeitado compositor e produtor americano que trabalhou com dezenas de artistas bem conhecidos da cena pop, como P!nk, Jessica Simpson, Robyn, Cher, Celine Dion, Backstreet Boys, entre outros... então, é claro que seu trabalho em "Alive" também tinha algo para fisgar o público. 


Single de 1998: "Alive" by Jennifer Brown
O embrião para "We Are Alive" de Paul van Dyk


A cantora Jennifer Brown gravava sempre como uma artista solo, mas também fez parte da equipe de soul/jazz/pop Blacknuss. O single "Tuesday Afternoon", com o seu doce e intenso vocal, foi um sucesso na Escandinávia e alcançou o 57º lugar no UK Singles Chart.


JENNIFER BROWN ATUALMENTE

E em março de 2022, bem recentemente, Jennifer Brown apareceu num programa de TV sueco e anunciou que está trabalhando em novas canções depois de 13 anos longe dos holofotes:


Video de março de 2022:
Jennifer Brown está voltando com novas músicas
(Video sem legendas)

PAUL VAN DYK ATUALMENTE

Paul van Dicky não para! Ele lançou ontem, dia 15 de julho - oficialmente em todas as plataformas digitais - o cover para Depeche Mode - "But Not Tonight". E detalhe que essa nova faixa é cantada pelo excelente vocalista Christian Burns (a voz da incrível "In The Dark" de Tiesto).

Hoje, os fãs europeus de Paul van Dyk continuam tendo o mesmo respeito e admiração que sempre tiveram pelo DJ / Produtor, embora alguns mais radicais o chamam de "vendido", que "foi para um estilo mais pop" e que "visou apenas dinheiro".

Bem ou mal, vale lembar que Paul van Dyk foi coroado como o DJ número 1 do mundo (em 2005). Fã assumido das lendas oitentistas The Smiths e New Order, ele também foi escolhido como "Best Music Maker" pelos leitores da revista inglesa DJMagazine, deixando para trás ícones como Fatboy Slim e Paul Oakenfold. 


Paul van Dyk atualmente, com 50 anos de idade

Pensa que acabou? PvD também foi eleito pela revista Mixmag como o "cara" do ano de 1999, assim como foi nomeado como o "Lider da Nação Trance" pela revista Musik, que o fez ficar um pouco incomodado com o rótulo de líder...

Ele também acredita que a dance music não é apenas música para fazer dançar. Para ele, o gênero é muito mais que isso, e não deveria ser um passa-tempo só para se divertir:

"Quero que as pessoas entendam o valor da música eletrônica. Existem pessoas que acham que tal estilo é só para ser ouvido nos clubs, e não é assim!"

Paul van Dyk é inquestionavelmente um dos nossos, e a sua música "We Are Alive" continuará por muitos anos detonando no hall das melhores "vocais-trances" dos anos 2000. 

E você, está no seleto grupo que viveu bons momentos com este fundamental single?


sábado, 11 de abril de 2020

IAN VAN DAHL - "CASTLES IN THE SKY" (2000) - 20 ANOS!

Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.

-RIKARDO ROCHA



É, está acontecendo. Quem diria que um dia passaríamos por toda esta situação de isolamento, hein? Lá nos anos 90 ou 2000, jamais passava essa possibilidade pelas nossas mentes...
E devido ao rápido contágio do covid-19, é hora de evitarmos os passeios, as festas e nos resguardarmos na companhia da família, dos bons livros, da sétima arte, e claro, da boa e velha Dance Music!!!

Então, como bom obediente que sou, resolvi aproveitar este tempo para revisitar uma obra imortal do Ian Van Dahl intitulada de "Castles In The Sky"... Quem aqui que não se lembra dessa bela faixa?

Inacreditavelmente este trabalho está celebrando 20 anos de aniversário (nem parece ter passado tanto tempo assim) e por isso convido à todos vocês para embarcarem comigo na leitura abaixo, uma viagem ao som deste inesquecível clássico do Trance!

DA BÉLGICA PARA O MUNDO: 
OS 20 ANOS DO HIT "CASTLES IN THE SKY" (2000) 

"Castelos": 20 anos depois


Ano 2000. Você lembra quantos anos você tinha? Já parou pra pensar no que estava fazendo há 20 anos? Pois é, eu tinha 19 anos de idade e me recordo que eu contava nos dedos pra chegar o fim de semana e poder colocar os meus pés nas danceterias que tocavam aqueles hits do "Trance" - subgênero eletrônico que virou sensação após aos sucessos efervescentes de Alice DeejayMauro PicottoATB, Fragma Gouryella.

Uma dessas músicas foi "Castles In The Sky" do Ian Van Dahl, lançada no dia 1º de maio de 2000 através do selo belga Freestyle Records. Embora pertencente à mesma vertente dos projetos acima citados, este trabalho demorou um pouco mais para ser descoberto aqui no Brasil, recebendo mais destaque no ano de 2001.

Eu me lembro com muito carinho destas festas, inclusive daquelas filas imensas de adolescentes para entrar aos night-club's e poder curtir o melhor da música eletrônica daquele início de anos 2000. Foi nesta mesma época que eu tive o meu primeiro carro, meu primeiro emprego, meu primeiro amor... tudo era novidade e eu vivia cheio de sonhos e energia para realizá-los.

Éramos tão felizes que saíamos do club "Grêmio C.P" cantando esta e outras músicas pelas ruas (principalmente Groove Armada - "Superstylin'")... Pensa numa galera que gostava de dance music!! E essa época foi rica e maravilhosa para o gênero, onde felizmente conseguimos aproveitar o máximo!
E ouvindo "Castles In The Sky" nos dias atuais, ainda consigo me lembrar de cada rosto jovem que dançava comigo naquelas noites dos anos 2000... Que época, que época!


IAN VAN DAHL - "CASTLES IN THE SKY" 
CHEGA AO BRASIL

A primeira vez que escutei "Castles In The Sky" foi no final de 2001, quando o DJ do Grêmio C.P. a tocou junto com outros euro-hits, mas, confesso que de imediato não chamou tanto a minha atenção...

Foi na coletânea "Curtindo Uma Viagem"(Celso Portioli) que eu comecei a tomar amor por esta música.
Nesta época, o Lasgo também começou a ganhar bastante popularidade aqui no Brasil com "Something", se tornando numa grande explosão nas rádios e pistas de dança, então acredito que uma música ajudou a impulsionar o sucesso da outra (embora o Lasgo fosse mais exitoso com o público).


Grêmio C.P Jundiaí: Palco das domingueiras com vários hits lendários dos anos 2000... 
O club existe até hoje!


Nesta época, éramos acostumados a dançar também com Dee Dee - "Forever", Deal - "Maybe One Day", Fragma - "Everytime You Need Me", Paul Van Dyk - "We Are Alive", Kylie Minogue - "Cant Get Out You Of My Head", Iio - "Rapture", ATB - "Hold You", Planet Funk - "Chase The Sun", Daft Punk - "One More Time", Astroline - "Close My Eyes", Derb - "Derb", DJ Frederik - "La Folia", e apesar de já serem um pouco mais velhinhas, também rolavam muito Gigi D'Agostino -"I'll Fly With You" e Kriss Grekò - "Surrender", sendo faixas que enlouqueciam à todos nos clubs.


Alguns sons que rolavam naqueles tempos...


O sucesso de Ian Van Dahl - "Castles In The Sky" chegou meio atrasado no Brasil, mas foi inevitável e atraiu bastante admiradores, assim como já acontecia no resto do mundo.
O ritmo da música é bem típico daquele período e, provavelmente, também foi inspirado em Delerium - "Silence" (1997), assim como praticamente quase todas aquelas músicas "trances" da época. E sobre a "vibe" da música, parecerá exagerada a definição que irei fazer, mas a melodia de "Castles In The Sky" é um pouco depressiva, ainda mais para quem tinha acabado de sair dos anos 90 e estava acostumado aos refrões alegres e festivos de Corona, Double You, Alexia, Aqua, Fun Factory, Masterboy, Vengaboys e tantos outros. A letra também é distinta, pois ao invés de incitar a vida noturna, histórias de amor ou situações hilariantes do dia-a-dia, nos apresenta um dilema mais reflexivo e com um clima mais de recolhimento. 

A letra de "Castles In The Sky" é sobre sonhos impossíveis que não podemos alcançar, principalmente no fragmento onde reproduz que "construímos castelos no céu". Você pode não entender o sentido real da palavra "castelos no céu", mas significa "criar uma expectativa muito alta" em relação a algo, e todos sabemos que quem faz isso, provavelmente acaba não se dando muito bem...
A cantora então nos pergunta em alguns versos:


"Você já questionou a sua vida?
Você já se perguntou o por que?
Você já deu uma olhada em seus sonhos?
Todos os castelos no céu

Oh, me diga o porquê 
Construímos castelos lá no céu
Oh me diga o porquê disso
Todos os castelos bem lá no alto
Por favor me diga o porquê..."


A empresa fonográfica que licenciou a faixa no Brasil foi a Spotlight Records, mas a Paradoxx Music aparentemente também tinha alguns direitos e a incluía em suas coletâneas. 
Depois do grande sucesso de "Castles In The Sky", foi a Building Records que passou a deter os direitos do projeto, chegando a lançar as próximas músicas em suas coletâneas, além do álbum "Ace", em 2003.


A VOZ E A COMPOSIÇÃO
DE
"CASTLES IN THE SKY"
A responsável pela criação de um dos mais marcantes singles do Vocal Trance dos anos 2000


Quem escreveu a letra e deu voz à "Castles In The Sky" é a cantora Marsha, a primeira e pouco conhecida vocalista do Ian Van Dahl. Numa entrevista que ela cedeu ao site Dancevibes.be, ela explicou um pouco sobre a produção desta música:

"Eu recebi apenas uma ideia inacabada, um loop bem simples, bem 'bronco', e eu escutei esse loop por dias e dias, repetidamente (o suficiente para incomodar aqueles ao meu redor, que eventualmente me diziam para usar fones de ouvido). A inspiração veio dos meus sentimentos, enfatizada pela música ao escutá-la continuamente como eu fiz. As letras e a melodia vocal que escrevi refletem à essas emoções que eu sentia. Eu sempre sinto que as letras já estão de alguma forma dentro da música, e também amo escrevê-las, assim como cantá-las pois melhor do que ninguém eu sei os verdadeiros sentimentos por trás das letras;  É diferente quando uma outra pessoa canta, por isso eu gosto de cantar também as músicas que eu escrevo.
A ênfase de 'Castles In The Sky' era outra quando eu fiz a música, infelizmente mudaram-na do verso para o refrão (quando entreguei o trabalho pronto aos produtores)".


Marsha é a compositora e cantora do hino "Castles In The Sky"


Neste começo dos anos 2000, a tragédia de 11 de setembro era muito recente ainda na memória das pessoas, então Marsha ainda disse: 

"Na minha opinião, a tragédia de 11 de setembro mudou tudo e à todos. Então, é claro que para muitas pessoas, o significado das letras também mudou. Para algumas pessoas, a interpretação de 'Castles In The Sky' mudou para uma interpretação mais literal, e eu descobri que muitas pessoas encontraram conforto em minhas letras. Mas eu realmente espero que 'Castles In The Sky' não os faça lembrar da tragédia toda vez que eles a ouvirem".

Como já dito, a letra de "Castles In The Sky" nos passa uma mensagem sobre sonhos impossíveis que construímos no decorrer de nossas vidas. Quando a ouvimos, nos perguntamos "por que" junto com a música.
Por que cresci? Por que escolhi esta profissão? Por que não me casei com aquela pessoa? Qual a minha missão aqui? Claro que a música não irá nos responder, ninguém irá, mas o que ela faz é se perguntar conosco. 

A letra é curtinha, é simples, como a maioria das letras relacionadas ao trance, mas é muito profunda, assim como toda música deve ser.


A VIDA IMITOU A ARTE
"Marsha, você também já se perguntou o porquê?"


Marsha criou expectativas ao se dedicar no projeto Ian Van Dahl, mas seus "castelos" desmoronaram drasticamente assim que "Castles In The Sky" começou a ganhar popularidade pela Europa. Ela escreveu e cantou esta canção, mas, injustamente foi impedida de participar visualmente do projeto. Sim, Marsha foi proibida de aparecer na capa do CD, no vídeo oficial e nas apresentações ao vivo do Ian Van Dahl. Esse ocorrido decepcionou a vocalista por completo, sendo um grande drama em sua vida.

Marsha disse: "Para mim, a recompensa mais bonita que posso receber pelo que faço é a apreciação do público e a felicidade de tantas pessoas. Isso foi tirado de mim, pois me trocaram por uma modelo nas performances e isso me colocou em alguns momentos realmente difíceis."


Marsha: Ela cantou o 1º hit do Ian Van Dahl e depois foi dispensada


A garota que eles optaram em manter no Ian Van Dahl era apenas uma dançarina chamada Cindy Mertens, e que fazia sincronização labial (dublava) sob o áudio gravado na voz de Marsha. Essa modelo aparecia nos palcos, na TV, e também está no vídeo oficial de "Castles In The Sky".

Marsha reiterou: "Eu acho que com essa atitude, a gravadora não mostra apenas desrespeito pelo cantor, mas também pelo público. Eu não sei se todos compartilham da minha opinião, mas se eu testemunho uma performance, eu espero que o "cantor" seja a pessoa que está por trás do vocal na música. Como um espectador, eu me sentiria enganado se a pessoa que está se apresentando, na verdade, não tem nada a ver com a música e está apenas dublando no palco."

Marsha ficou muito desmotivada e frustrada com todo este ocorrido, pois ela trabalhou e sonhou com todo o progresso de sua música. Marsha realmente se empenhou para realizar "Castles In The Sky" e estava feliz por se considerar uma integrante do Ian Van Dahl, porém, a indústria foi extremamente injusta com ela, queriam o seu talento, mas apenas nos estúdios.

Não sei que critérios usaram para descartarem a Marsha do Ian Van Dahl, mas segundo alguns artigos da época, ela infelizmente foi julgada como sendo "não boa o suficiente" para representar o projeto. Na minha humilde opinião, além de talentosa, Marsha era também muito bonita, bem mais que a modelo Cindy Mertens, garota que foi abordada posteriormente para tomar a frente do Ian Van Dahl.

Sobre o video de "Castles In The Sky", Marsha o elogiou na época, disse que tinha bons efeitos visuais, no entanto também enfatizou que algumas pessoas, que ali aparecem, não pertencem realmente à música (se referindo à dançarina Cindy Mertens).
Marsha se sentiu enganada e definiu como inadmissível o que estavam fazendo com ela, pois a modelo que estava representando o projeto era apresentada ao público como "Marsha", ou seja, também assumia a sua identidade (!). A verdadeira vocalista ainda disse: 

"Eu sou a verdadeira Marsha, eu escrevi e gravei com minha voz. E embora eles tenham feito de tudo para me desconectarem de 'Castles In The Sky', alguém me disse uma vez que, de alguma forma, eu estarei sempre ali naquelas letras. E assim como meus membros estão ligados ao meu corpo, 'Castles' estará no meu coração para sempre, e eu nunca negarei a minha contribuição para essa música".


Marsha


Confira abaixo o vídeo de "Castles In The Sky" (legendado em português), na versão que tocava bastante no Grêmio C.P. e nos demais clubs do mundo: a versão de Peter Luts (Lasgo).

Essa versão consegue ser harmoniosamente mais agradável ainda que a "radio edit", pois conta com a belíssima introdução de uma arpa, caindo como uma luva junto aos vocais doces e dramáticos de Marsha. Depois deste suave e hipnótico início, a faixa ganha uma base alucinante, que ainda hoje arrepia e fazem os nossos olhos lacrimejarem de saudades:


Ian Van Dahl - "Castles In The Sky" (Peter Lus Remix) (2000)
 😎
Nos bons tempos dos anos 2000!
 
IAN VAN DAHL
Quem foram eles?
Please tell me...

"Castles in The Sky" foi lançada na Europa em 2000, mas o lançamento mundial ocorreu apenas em 2001, sendo um sucesso total, alcançando ótimas posições em charts e ganhando um disco de ouro no Reino Unido. Mas antes destes triunfos, é importante conhecer um pouco da história do Ian Van Dahl...

Este projeto foi fundado por Christophe Steve Fotini Chantzis, ou simplesmente Christophe Chantzis (22 de setembro de 1976), que também trabalhava em outros grupos conhecidos do Trance, como o Absolom, muito popular na Europa no final dos anos 90.

Assim como todos os demais envolvidos deste projeto, Christophe Chantiz também é belga.




Mas os primeiros passos do Ian Van Dahl foram dados por Erik Jos Vanspauwen (17 de maio de 1968), pois foi ele quem teve a ideia inicial de produzir músicas e também foi ele quem tomou a iniciativa em procurar por uma cantora.

Erik Vanspauwen chegou a anunciar numa radio que estava em busca de uma vocalista para um projeto, então ele recebeu a ligação de Marsha, marcando um teste de voz com ela.

"Eu liguei para eles pois estavam procurando por uma cantora com experiência em dance music e fizeram um teste de voz comigo. Os dois músicos eram Erik Vanspauwen e seu irmão Geert Vanspauwen. Erik foi o "músico" e Geert foi o moderador e compositor inicial da equipe. Eles já estavam fazendo testes com alguns cantores antes, mas sem sucesso algum. Depois do meu teste de voz, eu fui aprovada. Logo também ficou claro que eu era boa em escrever letras, e Geert sentiu que não era mais necessário permanecer. Então ficamos só nos dois, Erik e eu, trabalhando por conta própria a partir de então" - Marsha.

Marsha colaborou com o famoso projeto desde o seu início, e somente depois de um ano que Christophe Chantzis se juntou à equipe. Agora sim, o time estava completo e recebendo o nome de Ian Van Dahl.

A vocalista logo recebeu dos produtores uma faixa para que compusesse letras e uma melodia vocal, e assim que ela concluiu este seu trabalho, o entregou à dupla. Pronto, estava prestes a nascer o hit que fez história no Vocal Trance dos anos 2000: "Castles In The Sky" (2000).



QUEM É 
MARSHA?

Marsha é o apelido da talentosa belga Martine D. J. Theeuwen, nascida em 7 de outubro de 1976. Ela herdou o seu amor pelas notas musicais através de seus pais, que também são amantes da música. 
Na infância Marsha já demonstrava que tinha muita aptidão pelas artes, onde seus históricos escolares mencionavam talento e bela voz. Inclusive, seus professores a incentivaram para se juntar ao coro da igreja local, sendo esta a sua primeira experiência musical. Depois disso, Marsha se inscreveu em casas artísticas para realizar shows escolares, performances de playback e mixagem de som, numa época em que ela imitava também uma de suas artistas favoritas: Madonna.

Com apenas 10 anos de idade, Marsha e uma amiga começaram a escrever letras, e seu talento instintivo para escrever em inglês e holandês consequentemente se tornou muito notável, começando a chamar atenção de muitas pessoas... E ao assistir por diversas apresentações nacionais e internacionais, Marsha reconheceu que seu sonho era ser uma artista performática e cantora, e não apenas uma compositora de letras. Definitivamente, Marsha queria estar em cima de um palco e trocar energias com o público.

Então, com cerca de 20 anos de idade, Marsha estava determinada a ir atrás de seu sonho. Nessa idade ela também apareceu em vários club's como dançarina, uma experiência que lhe concedeu uma crescente autoconfiança, algo que é necessário em quem quer estar sobre os palcos.


Não demorou muito e Marsha conheceu Erik Vanspauwen - como citado acima - e começou a trabalhar no estúdio semanalmente. 

Como vocês bem sabem, Marsha se tornou a responsável pela melodia vocal e letras da música de estréia do Ian Van Dahl - "Castles In The Sky", além é lógico, de tê-la cantado com a sua voz.

Marsha mencionou também: "Na verdade, quando eu vou escrever alguma música, eu fico em busca de palavras que refletem as emoções e impressões que eu recebo ao ouvir uma pequena amostra de som. Você pode entender isso como um quebra-cabeça. 'Castles In The Sky' foi escrita desta forma durante um período de aproximadamente duas semanas. Eu tenho escrito e cantado músicas, feito poemas ingleses e holandeses desde que eu tinha 10 anos de idade, então ambas as técnicas se desenvolveram há algum tempo."

Depois das gravações de "Castles In The Sky", Marsha informou que parou de receber retornos da gravadora. Ela tinha que procurá-los constantemente para ter algum tipo de informação sobre o andamento deste trabalho. Foi aí que ela, por acaso, encontrou um panfleto anunciando uma performance do Ian Van Dahl, onde ficou muito animada e também um pouco desconfiada. 
Marsha então, mais uma vez foi procurar por informações - já que sempre era ignorada. A cantora ligou à dupla Erik e Christophe para perguntar se eles sabiam de algo, mas ambos fingiram que não sabiam de nada.

"Eu não tinha ideia de que eles pretendiam colocar alguém para me substituir. Para mim, como para a maioria das pessoas, é evidente que o verdadeiro cantor é o que vai estar no palco!" - Marsha. 


A modelo do playback

Com apenas uma semana antes desta performance, eles finalmente confirmaram e disseram que haviam encontrado duas dançarinas para o evento. Mais tarde, Marsha descobriu que não eram apenas duas, mas sim três garotas, mas a terceira não foi apresentada à ela pessoalmente. O motivo dessa omissão? Na verdade, eles iriam substituir Marsha pela terceira dançarina, na tão esperada apresentação do Ian Van Dahl.

"Eles prejudicaram a minha autoconfiança. Este deve ter sido um dos truques mais sujos que já sofri em minha vida. Quando liguei para Erik, ele me disse que essas garotas foram trazidas por Christophe Chantzis. Ele também me disse que já planejavam fazer isso há alguns meses." - Marsha

Mas Christophe não queria perder Marsha, então ele tentou enganá-la mais uma vez, dizendo que ela teria a permissão para se apresentar no futuro, quando eles tivessem uma nova música, que ela ainda iria escrever e cantar. 

"Erik ao menos foi gentil em me dizer a verdade, ele me disse depois que nunca tiveram a intenção de me colocar no palco, NUNCA". - Marsha



Dilacerada por todo o engano, Marsha viu o seu sonho ser entregue à uma outra garota que nem fazia ideia do sentimento e dedicação que foram colocados em "Castles In The Sky". Se sentindo totalmente subestimada pela gravadora, Marsha ficou arrasada.

Vale mencionar que, enquanto ela colaborava com o Ian Van Dahl no estúdio, ela também trabalhava como vendedora numa empresa, então a sua vida era bem agitada e quase não tinha tempo para outros afazeres, a não ser trabalhar e correr ao estúdio. Durante as gravações de "Castles In the Sky", as coisas se tornaram mais dificultosas ainda, então o seu supervisor lhe disse: "Você tem a escolha, ou você canta ou trabalha para a empresa". Ela escolheu cantar, pois disse que não poderia simplesmente deixar "essa oportunidade passar".

Resumindo: Marsha se dedicou ao Ian Van Dahl em 100% (até sofreu um acidente de carro num dia chuvoso indo ao estúdio gravar "Castles In The Sky"), mas não foi recompensada à altura de todo o seu esforço e empenho.

ELOS QUEBRADOS
Embora ainda tivessem a coragem de pedir à ela que trabalhasse num novo single, Marsha recusou pois perdera completamente a fé nas falsas promessas da dupla de produtores. A cantora então se desligou do Ian Van Dahl, e ainda procurou um advogado para impedir que as performances de "Castles In The Sky" fossem realizadas, pois dizia que eles não tinham direito algum sob a canção. Marsha infelizmente não conseguiu este objetivo, perdendo a causa.

Consequentemente a esse fracasso judicial, a performática Cindy Mertens então subia aos palcos para dublar "Castles In The Sky", como a dupla de produtores havia planejado. Ela é a garota que podemos ver no vídeo oficial e também em outras apresentações da época, como no registro abaixo:


"Castles In The Sky"(Radio Edit): 
A versão que está em algumas coletâneas, como "Curtindo Uma Viagem" (2002)
Cindy Mertens era apresentada ao público como 'Marsha' (usava uma identidade que não era a dela), além de apenas dublar.

Não demorou muito e substituíram Cindy Mertens também, pois em muitas apresentações era muito óbvio que ela estava apenas dublando a faixa. Então, conheceram e contratam a cantora Annemie Coenen, que passou a ser a imagem do Ian Van Dahl nos CDs, a gravar nos estúdios e a performar todas as músicas em videos e shows. 
Os produtores resolveram dar um fim a farsa abraçada por eles, contratando agora uma pessoa que realmente cantava e escrevia as canções.
A novata também gravou uma nova versão para "Castles In The Sky" na sua voz, ficando até bem parecida com a versão original. Ouça abaixo:


Eu gosto muito da voz e estilo de Annemie Coenen, mas essa música é a cara da Marsha, não tem como desassociar esta faixa de sua voz, ainda mais para quem, como eu, conheceu primeiro a sua versão: Ouvindo nas rádios, dançando nos clubs e curtindo nas coletâneas de 2001 / 2002.


ELOS QUEBRADOS;
NOVOS ELOS

Emocionalmente abalada e precisando de uma nova perspectiva sobre a sua vida, Marsha até desistiu de cantar por um tempo. A indústria da música belga sabia que ela era a verdadeira cantora e numerosas ofertas vinham de todos os lados. Ela começou a cantar novamente para algumas pessoas e ganhou um pouco de confiança novamente dessa forma.

Em 2001, Marsha gravou uma música de DJ Philip - "Moments". Lançado naquele mesmo ano, o single infelizmente não fez o devido sucesso aqui no Brasil, mas é uma poderosa faixa que merece ser conhecida pelos verdadeiros fãs do Trance.

E é interessante como este gênero parece conservar as suas músicas, né? Eu a conheci tem poucos anos e continua tão atual... Veja bem, esta música já tem seus 18 anos!! E a considero ainda em plena forma em 2020...
Algumas músicas de outros gêneros se tornam bem mais datadas ao longo dos anos, mas acho que isso não se aplica muito ao Trance, pois a energia, a sonoridade e a vibe não soam muito antigos.
"Moments" também chama a atenção por possuir alguns efeitos "lasers", que poderão fazer você se lembrar um pouco de Planet Soul, Laura Martinez, Lina Santiago, Angelina...
E atenção para a sua letra, escrita em colaboração com ninguém mais que Regi Penxten, membro do lendário Milk Inc.!!


DJ Philip - "Moments" (2001)
Composição: Philip Meers, Regi Penxten (Milk Inc)
Bela produção, com os vocais tocantes de Marsha


Em relação ao trabalho seguinte de Marsha, este surgiu através de um fórum de internet após a vocalista chamar um DJ de Nova York para conversar, depois de vê-lo discutindo com outro DJ sobre "Castles In The Sky". Desse contato, Marsha firmou uma parceria com uma equipe muito talentosa composta por Justin Time, Russ Reign (o DJ que ela conheceu) e Marino Bragino. Isso resultou em uma nova música chamada "Distant Places", lançada em 2002 e sob o nome de LD 30 Feat. Marsha X. 

Descobri esta canção tem poucos anos, infelizmente eu não a descobri em sua devida época, mas é um belíssimo e encantador Trance que merece ser descoberto (ou redescoberto) por todos os bons ouvintes do gênero.
"Distante Places" é simplesmente uma música que não consigo deixar de ouvir, e considero tão boa quanto "Castles In The Sky":


LD 30 Feat. Marsha X - "Distant Places" (2002)


CRÉDITOS
IAN VAN DAHL - "CASTLES IN THE SKY" (2000)
Selo: Bang On!
Formato: CD- Maxi-Single
País: Australia & Nova Zelandia
Lançado: 10 de Setembro 2001
Gênero: Trance
Letras: Martine Theeuwen
Masterização: Peter Luts
Produtores: Christophe Chantzis, Erik Vanspauwen
Modelos: Annemie Coenen (ao centro), supostamente as outras seriam Jeanine e Diana
Vocais: Martine Theeuwen (Marsha)

O single de Ian Van Dahl - "Castles in The Sky" contem as seguintes versões:

1 Castles In The Sky (Peter Luts Radio Edit) 3:19
2 Castles In The Sky (De Donatis Radio Edit) 3:43
3 Castles In The Sky (Radio Edit) 3:47
4 Castles In The Sky (Peter Luts Remix) 7:16
5 Castles In The Sky (De Donatis Remix) 7:08
6 Castles In The Sky (Wippenberg Remix) 5:49
7 Castles In The Sky (Absolom Remix) 6:42


VINTE ANOS 
DEPOIS
Muito tempo se passou... Os jovens se tornaram adultos; as rádios tocam outras músicas; as danceterias de música eletrônica estão mais raras (com esta quarentena ainda, todas em silêncio e fechadas)... E muitos projetos desta época já não existem mais, como é o caso do Ian Van Dahl - que ficou em atividades até 2007.

Christophe Chantzis está com seus atuais 44 anos de idade e continua tocando em alguns festivais e clubs pela Europa, mas as suas produções musicais diminuíram consideravelmente nos últimos dez anos. Lembrando que Christophe ficou conhecido na música eletrônica devidamente aos seus trabalhos no Absolon, Astroline, Ian Van Dahl e Dee Dee. 
Ele trabalha também num estúdio chamado "Musync", no selo "Sound Avenue" e numa gravadora chamada "One Beat One Nation".

Já Erik Vanspauwen, ele tem agora 52 anos de idade e é sócio com Christophe Chantzis, no selo "Sound Avenue". Ele também não tem apresentado novas produções próprias, acredito que a profissão de empresário é a que melhor define a sua ocupação atual.

Christophe Chatzis se define como "Mr. Castles in the sky" (em seu facebook)

MARSHA 
ATUALMENTE
A cantora Martine Theeuwen continua envolvida fielmente à Trance Music, mas agora como DJ, mixando em festas na cidade de Leuven (Belgica). Eu mandei uma mensagem à ela, que me respondeu bem agradecida e feliz pelo contato:

- Rikardo: Oi Martine, tudo bem? Desculpe-me incomodar, mas a sua voz marcou muitos jovens dos anos 2000, que ouviam o hit "Castles In The Sky" tocar incansavelmente nos clubs e rádios. Por favor, você pode me falar quais outras músicas podemos ouvir o seu vocal? Eu conheci "Moments" (DJ Philip) e "Distant Places" (LD 30 feat. Marsha X) e fiquei mais fã ainda de sua voz. Muito obrigado!

-Martine Theeuwen: "Bem ... Rikardo, em primeiro lugar, obrigada pelas amáveis ​​palavras.
Lancei uma outra faixa em inglês. Bem, pelo menos a faixa carrega minha voz.
É "All Night Long" do DJ Philip. Eu acredito que é a versão 'Remix Vocal', de 2002, ou algo assim.
Eu mesma também produzi algumas faixas, mas nunca as liberei até agora.
No momento, eu estou atuando como DJ, tocando Trance. Já me apresentei tocando em eventos internacionais, em países como Espanha, Lituânia, França e, claro, eu sou residente também em uma de nossas super festas belgas.
Às vezes, estou discutindo colaborações com alguns artistas de Goa Trance (estilo de Trance Music que começou em Goa, Índia, no final da década de 1980), mas a maioria das colaborações criativas à longas distâncias são mais complicadas de se concretizarem, então não produzimos nenhum resultado até agora... mas talvez um dia eu lance algo novamente. Quem sabe...

A apreciação de algo que já fiz ou estou fazendo é sempre muito bom.
Mais uma vez obrigada!
Desejando a você, sua família e amigos do Brasil tudo de melhor, que todos tenham cuidado e segurança nestes tempos difíceis de pandemia que estamos vivendo. 
Um grande abraço da Bélgica" - Marsha


Tales of Dj Philip - "All night long" (vocal remix)
Além de "Distant Places" (LD 30) e "Moments" (DJ Philip), agora temos também a rara versão de "All Night Long" de DJ Philip com a voz de MARSHA...[infelizmente está faltando os minutos finais]. (07/05/2022)


Marsha atualmente tem 44 anos de idade, é ligada também ao universo dos mantras e é totalmente centrada na vibe "paz & amor". Ah, como DJ ela assina como "MLove".

Você pode conferir um pouco do seu trabalho através de sua conta no mixcloud
Apesar de nenhuma postagem, ela também tem seu Instagram.
No facebook você pode acessar a sua página, onde divulga o seu trabalho.


Martine Theeuwen (Marsha / MLove) em 2017

"Graças aos meus fãs, acredito em mim o suficiente para continuar. Espero que todos eles possam alcançar seus castelos no céu um dia, inclusive eu também."
-Marsha



CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Lembro quando assisti ao vídeo de "Castles In The Sky" pela primeira vez, então ali eu achava que a "cantora" nas imagens fosse a verdadeira Marsha... Porém, negativo!
Se eu fiquei decepcionado ao descobrir tudo isso, imagina a verdadeira Marsha? Ela ajudou a criar o Ian Van Dahl, colaborou e muito na produção de "Castles In The Sky", tanto nas letras, quanto na melodia vocal da música.

Marsha dizia também que Christophe Chantzis odiava as suas letras e vocais, e que ele preferia muito mais o seu remix  'Absolom', que é sem nenhum vocal. Uma pena essa quebra de elos, essas divergências e essa postura dos produtores... porém, espero que todos tenham superado esse passado, afinal, já se passaram 20 anos!

Termino aqui esta publicação agradecendo à todos os fãs do Trance 2000's, e desejo ainda que tenham muito cuidado e atenção nesta quarentena.
Muita Responsabilidade, Saúde e Conscientização, pois t
udo isso também vai passar!

AGRADECIMENTOS:
À Marsha por responder minhas mensagens e por informar suas atualizações.
Também aos sites Marsha.be Dancevibes.be, de onde alguns trechos de antigas entrevistas foram retirados.