PAUL VAN DYK - "WE ARE ALIVE"(2000)
Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.
-RIKARDO ROCHA
A POESIA CONECTADA AO PULSO DO TRANCE
A vertente que "We Are Alive" se enquadra, o Vocal Trance, teve o seu auge justamente nessa época - entre os anos de 1998 e 2004 - e sem dúvidas, Paul van Dyk marcou positivamente essa bela fase da música eletrônica.
O nome real desse DJ / Produtor é Matthias Paul, mas tornou-se conhecido mundialmente por Paul van Dyk, ou simplesmente por suas primeiras iniciais: PvD.
Ele nasceu na Alemanha (na cidade de Eisenhüttenstadt, em 16 de dezembro de 1971) e atualmente tem seus 50 anos de idade. Quando este astro da música Trance começou a aparecer em nossos charts, bem mais jovem, eu lembro que achei estranho ler o seu nome e encontrar o "v" em letra minúscula, até cogitando que pudesse ser uma falha de quem fornecia os charts da época, mas é realmente assim dessa forma que se escreve o nome artístico dele...
O talentoso alemão vem lançando seus inúmeros singles e álbuns desde 1994, porém atingiu a sua popularidade - ao menos aqui no Brasil - apenas no início dos anos 2000, quando nos trouxe "We Are Alive" e "Tell Me Why (The Riddle)", hits licenciados pela brasileira Building Records.
Aliás, "Tell Me Why (The Riddle)" também é uma excelente faixa, sendo uma parceria do produtor com o grupo Saint Etienne (que tem a vocalista Sarah Cracknell). E pode até ser que você já conhecesse antes a voz de Sarah Cracknel, pois o Saint Etienne havia lançado em 1995 a deliciosa "He's On The Phone", lembrou-se? Não? Escute a música abaixo:
Mas voltando aos hits "We Are Alive" e "Tell Me Why (The Riddle)", estes integram o álbum de Paul van Dyk - "Out There & Back", disco lançado em 2000 e que também foi distribuído em território brasileiro (graças à saudosa Building Records).
Neste álbum de estúdio vale destacar ainda outros trabalhos espetaculares, como "Another Way", "Avenue" e "Together We Will Conquer" (gravado na voz de Natascha van Dyk, a ex-esposa do DJ/Produtor).
SOBRE "WE ARE ALIVE"
Lembro que fiquei absolutamente encantado com a sonoridade de "We Are Alive" quando a escutei pela primeira vez, então recorri rapidamente à algumas revistas e sites para me informar mais sobre quem era esse produtor que estava criando os sons pelos quais eu estava me apaixonando. E em minha primeira impressão, eu percebi que Paul van Dyk tinha um certo mistério, uma confiança tranquila e uma elegância em tocar e produzir...
O single de "We Are Alive" nos apresentava em sua capa a hipnose e o transe de 100.000 espectadores de Paul van Dyk; e o disco recém-lançado ganhou também destaque na coluna de lançamentos da DJ Sound:
"Depois dos singles 'Avenue' e 'Another Way', Sir Paul 'fabric hits' van Dyk sintonizou as estações aliando o conceito trance melódico de sua música ao vocal estilo "paty". Será com certeza a euforia das pistas em todos os segmentos." (DJ Sound #101 - Jan/2001)
"We Are Alive" ganhou sua estreia em dezembro de 2000 nas noitadas de São Paulo, para depois invadir todo o Brasil no primeiro semestre de 2001, conforme profetizara a revista brasileira.
Teve uma vez ainda que meu pai me levou para uma serra com meu irmão, e lá de cima dava para ver toda a cidade, então começou a tocar essa bela música na rádio Educadora FM (91,7 de Campinas-SP). Era um sábado ensolarado de 2001, quase um fim de tarde, então descemos do veículo e deixei a porta aberta só para que pudessemos escutar a música do lugar onde íamos (a pé). Que dia mais memorável! Ainda sinto aquele entardecer afortunado e aquela brisa batendo no rosto, enquanto meus ouvidos estavam mais que atentos naquele comovente e grudento coro no refrão "We Are Aliiiiive..."
Confira a montagem abaixo e desfrute de sua letra traduzida em português:
"We Are Alive" era incrívelmente linda e muito envolvente... merecia mesmo estar no topo das rádios e das pistas de dança! A música, com letra sublime e motivacional, ainda conquistou a equipe responsável pelas trilhas sonoras da TV Globo, fazendo com que a incluissem na minissérie "Presença de Anita", também de 2001. Então o som tocou bastante nas transmissões noturnas da emissora, principalmente quando a personagem moderninha "Luiza" (interpretada por Julia Almeida) passou a interagir com a protagonista principal. Que tempinho bom!!!
E passaram-se 21 anos dessa época dourada, mas eu posso dizer tranquilamente que "We Are Alive" ainda me causa a mesma atmosfera emotiva de antigamente. Ouvi-la atualmente é ser presenteado com agradáveis sensações, aliados a muita afeição, comoção, nostalgia e claro, uma vibe positiva ímpar.
E enquanto aqui no Brasil tudo era uma novidade aos brasileiros, na Alemanha Paul van Dicky já era considerado um Deus do Trance desde os anos 90... e é uma pena que seu reconhecimento tenha sido tardio por aqui...
QUEM É A VOCALISTA, QUE NÃO APARECE NO VIDEO E CAPAS DOS DISCOS?
Mas, você sabia que "We Are Alive" de Paul van Dyk não é uma música completamente original?
Bom, vamos lá...
Essa hipnótica música já existia antes, e praticamente ganhou um "remix" pelas mãos mágicas de Paul van Dyk. A produção que ouvimos realmente foi criada por Paul van Dyk, em 2000, mas a versão original foi gravada em estúdio pela cantora Jennifer Brown em 1998, e num estilo bem mais pop e lento.
A versão de Paul van Dyk fez muito mais sucesso, levou a voz da cantora para todos os continentes, e também teve o seu título alterado... A original chama-se "Alive", enquanto a obra "remixada" de Paul van Dyk ficou intitulada de "We Are Alive".
Confira a versão original, de 1998:
Quanto à Jennifer Brown, ela é uma cantora / compositora sueca nascida em 18 de fevereiro de 1972. Quando ela se mudou para a cidade de Estocolmo na década de 1990, ela começou a trabalhar como recepcionista para uma gravadora chamada Telegram Records, e isso acabou facilitando num contrato de gravação entre ela e a empresa.
Em 1994, Jennifer Brown então lançou um álbum chamado "Giving You The Best", que alcançou o primeiro lugar nas paradas suecas e permaneceu nos gráficos por 22 semanas.
Os dois álbuns seguintes de Jennifer não venderam tão bem quanto ao álbum de estréia, mas ainda assim conseguiu se manter nos principais charts. Um destes álbuns, "Vera", de 1998, traz em seu repertório a música "Alive", que como já citamos, ficou mais conhecida como "We Are Alive" (2000) através de Paul van Dyk.
A letra, simples mas profunda, foi composta por Billy Mann e também pela própria Jennifer Brown.
Billy Mann é um respeitado compositor e produtor americano que trabalhou com dezenas de artistas bem conhecidos da cena pop, como P!nk, Jessica Simpson, Robyn, Cher, Celine Dion, Backstreet Boys, entre outros... então, é claro que seu trabalho em "Alive" também tinha algo para fisgar o público.
A cantora Jennifer Brown gravava sempre como uma artista solo, mas também fez parte da equipe de soul/jazz/pop Blacknuss. O single "Tuesday Afternoon", com o seu doce e intenso vocal, foi um sucesso na Escandinávia e alcançou o 57º lugar no UK Singles Chart.
JENNIFER BROWN ATUALMENTE
E em março de 2022, bem recentemente, Jennifer Brown apareceu num programa de TV sueco e anunciou que está trabalhando em novas canções depois de 13 anos longe dos holofotes:
PAUL VAN DYK ATUALMENTE
Hoje, os fãs europeus de Paul van Dyk continuam tendo o mesmo respeito e admiração que sempre tiveram pelo DJ / Produtor, embora alguns mais radicais o chamam de "vendido", que "foi para um estilo mais pop" e que "visou apenas dinheiro".
Bem ou mal, vale lembar que Paul van Dyk foi coroado como o DJ número 1 do mundo (em 2005). Fã assumido das lendas oitentistas The Smiths e New Order, ele também foi escolhido como "Best Music Maker" pelos leitores da revista inglesa DJMagazine, deixando para trás ícones como Fatboy Slim e Paul Oakenfold.
Pensa que acabou? PvD também foi eleito pela revista Mixmag como o "cara" do ano de 1999, assim como foi nomeado como o "Lider da Nação Trance" pela revista Musik, que o fez ficar um pouco incomodado com o rótulo de líder...
Ele também acredita que a dance music não é apenas música para fazer dançar. Para ele, o gênero é muito mais que isso, e não deveria ser um passa-tempo só para se divertir:
"Quero que as pessoas entendam o valor da música eletrônica. Existem pessoas que acham que tal estilo é só para ser ouvido nos clubs, e não é assim!"
Paul van Dyk é inquestionavelmente um dos nossos, e a sua música "We Are Alive" continuará por muitos anos detonando no hall das melhores "vocais-trances" dos anos 2000.
E você, está no seleto grupo que viveu bons momentos com este fundamental single?