PATRICK HERNANDEZ - "BORN TO BE ALIVE" (1979) FOI UM GRANDE HIT DO CANTOR, QUE AINDA TEVE UMA JOVEM MADONNA COMO SUA DANÇARINA
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-RIKARDO ROCHA
Patrick Hernandez - "Born To Be Alive" (1979): Quando eu era adolescente, essa música já era velha
Quando eu trabalhava com o meu pai nos anos 90, ele sempre ouvia umas rádios bregas que eu não gostava, mas ele adorava pois tocava as antigas da época dele. Nessa fase da minha adolescência eu só queria ouvir os hits do momento, como No Mercy, Shakira, Nell, Outta Control, Nicki French, então tinha que suportar aquelas velharias no meu ouvido durante 8 horas por dia, hahaha.
Engraçado que, olhem só como são as coisas, hoje eu escuto muita música "antigona" hahaha
Eu lembro (com muito carinho) que sempre tocava uma tal de "Born To Be Alive", e essa canção mexia bastante comigo. Sei lá, eu gostava muito dessa música e sentia uma vibe bem parecida com a das eurodances da época. Era algo que eu não conseguia explicar, só sei que eu gostava muito quando essa "anciã" rolava na programação da rádio Antena 1.
Me recordo com muita exatidão também da empolgação dos clientes / amigos do meu pai, pois sempre que essa música de Patrick Hernandez começava a tocar, eles ficavam eufóricos e gritavam que "Born To Be Alive" era da época deles, e que quando tocada na discoteca a pista "pegava fogo". Eu gostava de ouvir esses detalhes (de uma época que eu não vivi) e via também o brilho em seus olhos, além de sentir um saudosismo muito grande da parte deles.
Era toda vez assim, a introdução dessa música começava e eu já olhava para quem estava ao redor do meu pai, e a reação era quase sempre a mesma: descontrolada hahaha, com muita felicidade e saudade em suas manifestações. Bonito de se ver!!
E quando eu estou hoje com meus amigos, a situação é puramente a mesma! Principalmente quando estamos em algum barzinho e rola algum “flash” da nossa época! Eu me vejo olhando não apenas aos meus companheiros, mas também olhando para o meu pai e seus amigos, recordando de suas saudosas juventudes. Esse é o poder que a música nos proporciona, pois nos emociona, nos traz boas energias, nos faz relembrar dos bons momentos e ainda nos mantém próximos daqueles queridos que já se foram e que muito nos ensinaram nessa vida.
PATRICK HERNANDEZ -
"BORN TO BE ALIVE" (1979)
"NASCEMOS PARA VIVER"
Pelo sobrenome "Hernandez", muitas pessoas pensam que o cantor é espanhol, mas Patrick é nascido na França, em Le Blanc-Mesnil, Seine-Saint-Denis (uma vila de Paris), mas o seu pai sim, realmente era espanhol.
Seu nome completo é Patrick Pierre Hernandez, nasceu em 06 de abril de 1949 e tornou-se famoso 30 anos depois, em 1979, com o grande sucesso de sua carreira "Born To Be Alive" (lançada oficialmente no final de 1978).
Antes de sua ascensão nas pistas da Disco Music, Patrick Hernandez colaborava como backing vocal de alguns artistas, como o italiano Claudio Baglioni, no seu álbum "E Tu..." (1974), além de cantar também no grupo pop francês Paris Palace Hotel.
Sua trajetória solo começou em 1978, quando conheceu o produtor Jean Vanloo, que já estava totalmente inserido na Disco Music, então o sucesso veio rápido e certeiro. O cantor francês fez uma viagem à trabalho para Waterloo, na Bélgica, e lá gravou o seu primeiro álbum "Born To Be Alive".
Patrick Hernandez - "Born To Be Alive" (1979)
O que vale é viver e ser feliz com essas cantigas maravilhosas, como o meu pai e seus amigos fizeram muito bem!!
O primeiro single foi a música de mesmo nome do disco, "Born to Be Alive", que logo foi uma febre em janeiro de 1979, e concedendo ao artista o seu primeiro disco de ouro na Itália. "Born To Be Alive" atingiu também o topo das paradas dos EUA, se destacando na Billboard Hot Dance Club Play em #1, e também esteve na disputadíssima Billboard Hot 100, chegando em #16.
Devido ao grande hit que se tornou, Patrick Hernandez fez diversos shows pelo mundo, inclusive também se apresentou no Brasil e esteve em programas de TV bem populares, cantando "Born to be Alive" e seu 2º single "Disco Queen".
Nessa época, Hernandez acumulou 52 prêmios de discos de ouro / platinas em mais de cinquenta países diferentes, porém logo também começou a desaparecer dos charts, tendo um de seus últimos sucessos no Brasil com a música "Losing Sleep Over You", que foi trilha sonora de uma novela global chamada "Baila Comigo" (1981).
Patrick Hernandez em 1979
Nos EUA também não foi diferente, os singles que vieram depois de "Born to Be Alive" não foram muito bem nas paradas, como "Disco Queen", mas em compensação o álbum "Born to Be Alive" continuava a vender bastante e até venceu um prêmio “Billboard”, em fevereiro de 1980.
Ainda em 1980, Patrick Hernandez também gravou com o brasileiro Jorge Ben uma música chamada "Someone's Stepping On My Mushrooms", se destacando relativamente em países como Itália, França e Brasil.
Quando esteve fazendo muito sucesso nos EUA, em 1979, Patrick Hernandez também realizou uma "Tour" por lá, acompanhado de seu produtor Jean Vanloo e um amigo pessoal chamado Jean-Claude Pellerin. Na época, essa dupla realizou também algumas audições com vários dançarinos em Nova York, para que dividissem os palcos e animassem os shows de Patrick Hernandez. Dentre os dançarinos, adivinhem quem foi a escolhida?
MADONNA!
Patrick Hernandez e sua dançarina Madonna
Eu sempre li por aí que a cantora Madonna tinha iniciado a sua carreira no showbusiness como dançarina de Patrick Hernandez, mas eu nunca levei essa história muito a sério, e até imaginei que pudesse ser apenas mais uma "lenda urbana" da internet...
Também não tinha visto ainda nenhuma prova contundente sobre o assunto, mas a verdade mesmo, é que essa história aconteceu. Na turnê de Patrick Hernandez pelos EUA, uma das dançarinas que o acompanhou era a - hoje famosíssima - Madonna.
Veja o vídeo abaixo, onde a professora de dança de Madonna, Pearl Lang, fala sobre essa sua fase de dançarina. Madonna contou à ela que queria deixar a dança para começar a cantar, essa era a sua meta! Um pouco antes de começar a cantar, a artista então dançou com o cantor Patrick Hernandez:
A professora de dança de Madonna em Nova York, fala sobre a fase de dançarina da cantora: "Madonna não gostou muito de ficar em segundo plano"
A dupla que fez a audição com Madonna disse: "Ela nos impressionou dançando, e tinha uma certa pose, uma arrogância".
Depois que Madonna pulou fora e não quis mais dançar para Patrick Hernandez, ela também tentou ainda uma vaga para o papel feminino principal do filme "Fooloose - Ritmo Louco", mas não foi aprovada.
Patrick Hernandez disse que nunca mais ouviu falar sobre Madonna. Até que, ouvindo uma estação de rádio no carro, começou a tocar "Holiday" e ele então se tocou que era ela.
-Fonte: Biografia Madonna - 50 anos (de Lucy O'Brien - 2010)
GERAÇÃO ANOS 2000
Um detalhe interessante para quem curtiu o rock dos anos 2000, é que a banda de rock nacional Rumbora (aqueles do hit "O Mapa da Mina") também fez uma versão 'rock' desse flasback do Patrick Hernandez, sendo a divertida “Veste O Uniforme”.
Lembro que tocou bastante na 89FM, numa época que eu já não trabalhava mais com meu pai e só ouvia as minhas emissoras de rádio favoritas hahaha
Rumbora - "Veste o Uniforme" (2000)
"Todo dia de manhã meu meu pai vai no meu quarto e diz..."
PATRICK HERNANDEZ E MADONNA ATUALMENTE
Patrick Hernandez está atualmente com 71 anos de idade, enquanto que Madonna está com 62 anos. Velhinhos que ainda são lembrados pelas suas "velhinhas" que tanto admiramos!!!
"THE NEVER ENDING STORY" DE LIMAHL É O ENCANTADOR TEMA DE "A HISTÓRIA SEM FIM"
(1984)
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-RIKARDO ROCHA
No filme "A História Sem Fim" (1984) o “Nada” está destruindo o reino
de Fantasia, e infelizmente, logo esse grande reinado e suas criaturas que lá
habitam não existirão mais.
Na
narrativa desse grande clássico infantil, isto está acontecendo porque as
pessoas do mundo real estão deixando de sonhar, andam com poucas inspirações e
se tornando apenas "robôs" para atender ao mercado da nossa fria
sociedade.
"A História Sem Fim" foi dirigido pelo alemão Wolfgang
Petersen, em 1984, e com cenas gravadas na Alemanha Ocidental e EUA. Apesar
da película estar completando 37 anos de aniversário, ela ainda permanece viva
nas lembranças de muitas crianças que viveram os anos 80 e 90, pois foi muito
transmitida no SBT, além de ter sido uma fita de vídeo muito disputada nas
vídeo-locadoras. Quem assistiu, jamais se esqueceu de algumas cenas antológicas,
como exemplo a morte do cavalo Artax, numa das cenas mais dramáticas da
história do cinema.
Na minha infância, eu lembro que fiquei muito ansioso para assisti-lo
quando vi a sua chamada no SBT, onde seria exibido na antiga "Sessão Das
Dez", um programa de filmes que começava logo após ao "Show de
Calouros", do Silvio Santos.
Nessa época eu tinha 8 anos de idade, então era utópico ficar acordado
até tarde (eu estudava de manhã), e esse "Sem fim" do
título tornava essa experiência mais impossível ainda, pois minha mãe reforçava
que o longa iria durar a madrugada inteira. Então eu só conheci esse clássico
no início dos anos 2000, com mais de 20 anos de idade, quando encontrei o DVD
numa loja.
Felizmente o reino de Fantasia é salvo por um garoto chamado Bastian,
que é um "perdedor" perante à sua comunidade local, além de sofrer
bullying constantemente na escola. Mas ele consegue salvar Fantasia pois possui
a esperança e o desejo de vencer, tão em falta e cada vez mais raros nos
adultos do nosso mundo real.
Só quem assistiu "A História Sem Fim" pode confirmar que este
é um Metafilme incrível, que apesar de não seguir fielmente ao conto original
(decepcionando muitos fãs do livro) mostra bem a importância e o valor dos
sonhos em nossas vidas, pois sem a esperança e sem a vontade de vencer... o que
somos, afinal?
O personagem Atreyu questiona porque o seu mundo está sendo destruído,
quando nós também nos questionamos a destruição do nosso. A resposta é a mesma:
o nada é quando deixamos de sonhar, quando perdemos a nossa confiança e quando
começamos a desistir dos nossos planos.
Mas além de todo esse clima de magia, aventura e mensagens positivas,
"A História Sem Fim" também nos proporciona uma linda trilha sonora
que encantou, e ainda continua a encantar muita gente... é a balada euro-pop
que nos traz o mesmo título do filme, "The Never Ending
Story", do cantor Limahl. Como não sentir todo esse
encantamento e nostalgia com uma trilha sonora dessa, né?
Limahl - "The Never Ending
Story" (1984)
LIMAHL - "THE NEVER ENDING STORY" (1984)
Assim como o filme, a música produzida por Giorgio Moroder, "The
Never Ending Story" é encantadora e bem envolvente, além de ser
perfeita para quem curte dançar os clássicos maravilhosos dos anos 80.
A letra fala que precisamos sonhar mais, que temos que olhar no espelho
e confiar no reflexo que vemos, crer no nosso potencial, pois somos capazes de
alcançar o que mais almejamos. É uma belíssima letra, extremamente positiva,
inspiradora e com uma melodia mágica que nos embala e que também nos faz sentir
toda a emoção com seus lindos arranjos. Sentir tudo isso é vital,
principalmente em tempos atuais em que o nosso mundo também se encontra doente,
assim como o Reino de Fantasia...
Limahl (ao centro) com seu
ex-grupo Kajagoogoo
O vocalista dessa amável canção é o britânico Limahl,
nascido em 19 de dezembro de 1958 e que lançou vários singles de euro-pop nos
anos 80, mas que ficou conhecido como "One-hit wonder" devidamente à
esse grandioso êxito dos cinemas, discotecas e rádios. Seu nome real é Christopher
Hamill, e começou a sua jornada musical quando se juntou à banda de new
wave Kajagoogoo em 1981, conseguindo o seu primeiro
sucesso com o single "Too Shy", em 1983. Ele também é
conhecido por ter um cabelo bem diferente e colorido, virando a sua marca
registrada nos anos 80. O que impulsionou-o a manter esse visual? Foi o seu
interesse pela moda e principalmente por gostar do cabelo loiro de Rod
Stewart, daí nascendo então essa sua grande "inspiração capilar".
Logo após a distribuição do primeiro álbum do grupo Kajagoogoo, "In
Concert", Limahl foi demitido pelos seus outros colegas, e isso aconteceu
por telefone (!!). Então depois desse "pé na bunda", ele foi obrigado
a caminhar sozinho, tentando uma carreira solo que começou com os
singles "Only For Love" (1983) e "Too
Much Trouble" (1984).
Limahl e o produtor italiano
Giorgio Moroder, mais conhecido como o "Pai da Disco Music"... Eles se conheceram assim que
Limahl foi demitido do grupo Kajagoogoo
Limahl
rapidamente foi convidado para dar voz à uma nova música do prestigiado
produtor da Disco Music, Giorgio Moroder, e esse trabalho faria
parte ainda da trilha sonora do filme germano-americano - "A História Sem
Fim" (1984). Essa película infanto-juvenil ganhou estreia inicialmente
apenas nos cinemas alemães, para depois ganhar uma estreia mundial, e assim,
tanto o longa-metragem como a canção homônima, fizeram enormes sucessos, e que
estão longe de chegar ao fim...
A cantora Beth Andersen
O DUETO COM BETH ANDERSEN
A fabulosa canção "The Never Ending Story", é na
verdade um dueto com uma cantora de Los Angeles chamada Beth Andersen,
e também conhecida como Beth "Anderson". Seu nome
completo é Beth Marie Andersen Bodine e gravou "The
Never Ending Story" com sua voz real, mas quem apareceu e ficou
famosa ao lado do cantor Limahl foi a backing vocal
dele, Mandy Newton, que fez vários shows e até o video-clipe
oficial da música (com a polêmica sincronização labial).
Quem ganhou o reconhecimento e a
fama foi Mandy Newton, mas a voz na música nunca foi dela...
Mandy Newton é visualmente exótica, carismática e tem uma química
incrível no palco com Limahl, mas infelizmente ela nunca gravou esse hit com
sua voz. Muita gente, quando assiste aos vídeos dessa música, ainda crê que foi
ela que gravou no estúdio; mas essa voz tão familiar e marcante, pertence na
realidade à uma outra artista:
Beth Andersen:
Não se engane, ela é a verdadeira
cantora do tema de "A História Sem Fim"
Beth Andersen é uma grande veterana dos estúdios de Los Angeles, e uma
cantora muito visada por inúmeros produtores, entre outros artistas. Ela
trabalhou em todos os gêneros musicais, desde o pop, rock, country, jazz.. e
exerceu muito bem a função de cantora de estúdio.
Ela usou a sua voz em diversas produções, como o excelente álbum
"Self Control" de Laura Branigan (onde foi backing
vocal), além de gravar para outros cantores. Ela também colaborou com vários
produtores, emprestou sua voz para comerciais de tv, programas de tv, fez
dublagens para personagens de animação (Os Simpsons, Tarzan, A Princesa
Encantada...), muitas trilhas sonoras do cinema, e etc. Inclusive, no ano
anterior (1983), Beth Andersen já havia trabalhado com o
produtor Giorgio Moroder na faixa "Dance, Dance,
Dance", que foi tema do filme "Scarface" (1983):
De todas as edições de "The Never Ending Story", Beth
Andersen apenas apareceu creditada como cantora no single francês,
onde consta também uma versão francesa da música, cantada pela cantora Ann
Calvert:
Verso do single francês, onde
finalmente aparecem os créditos vocais à verdadeira cantora: Beth
Andersen.
A cantora francesa também foi
creditada.
Beth Andersen, que tem atualmente 67 anos de idade, nasceu no dia 01 de
janeiro de 1954, em Lexington, Kentucky, nos EUA, e esteve pouquíssimas vezes
ao lado de Limahl. Na verdade só existem dois registros dos dois artistas
performando juntos, e aconteceu quando ele esteve se apresentando nos
EUA.
Nos demais países em que Limahl se apresentou, quem estava sempre com o
cantor era Mandy Newton, que dublava a voz original da cantora
americana. Veja o raro vídeo abaixo com os dois cantores originais, no programa
de TV americano "Solid Gold" (data: 02/03/1985):
Finalmente juntos: "The
Never Ending Story"
Raro momento em que vemos a cantora original Beth
Andersen interpretando "The Never Ending Story" (sua
voz é ouvida em todas as gravações de estúdio)
Detalhe: Existem apenas duas únicas apresentações
com a dupla Limahl e Beth Andersen juntos... além desta, houve também uma
performance no programa "American Bandstand" (1985)
POR QUE ESCOLHERAM MANDY NEWTON PARA REPRESENTAR NO
VIDEO OFICIAL E NA MAIORIA DAS PERFORMANCES?
Mandy Newton parecia ser uma
cantora, mas...
Como já informado, Beth Andersen era uma cantora de
estúdio que já estava acostumada em não ser o destaque de seus trabalhos (por
mais que isso possa parecer um absurdo, para leigos como nós).
Existe também uma teoria que diz que Beth Andersen foi substituída por
que era mais alta e mais velha que Limahl, por isso entrou Mandy Newton, que
era mais baixa e mais jovem, então essa escolha foi feita através do visual,
pois a imagem de Mandy Newton combinaria melhor ao lado de Limahl nos shows e
videos... Mas não sabemos se essa informação procede com a realidade, apenas
são teorias contadas por fãs "das antigas"... Mas de uma coisa nós
temos certeza: Beth Andersen merecia mais crédito por esta música.
Limahl e Beth Andersen
O que sabemos é que na época da gravação da
trilha sonora, Beth Andersen e Limahl não se conheciam e nunca tinham se
vistos. Eles estavam em continentes diferentes e a empresa não queria pagar por
viagens intercontinentais para Beth. Então, Beth Andersen gravou nos EUA a sua
parte da música, enquanto que Limahl gravou na Alemanha a sua outra parte
(embora muitos fãs tem relatado que o fragmento dele foi gravado no Reino
Unido).
Como os shows na Europa seriam dublados, Mandy Newton foi solicitada
para que viajasse e se apresentasse com Limahl. Então, naquela época, Mandy se
apresentou com o cantor em muitos países... aliás, teve até uma performance em
que um apresentador disse à Limahl que suas apresentações com Mandy eram muito
sentimentais e próximas, e Limahl lhe respondeu que Mandy era a sua namorada.
MANDY NEWTON ERA SÓ UMA MODELO
Afinal, Mandy Newton cantava
alguma música?
No final de 1983 até o início de 1985, quando você assiste as
performances de Limahl, provavelmente você também vê Mandy Newton ao lado dele,
como uma "cantora", mas nos discos ela nunca foi creditada em
nenhuma categoria, muito menos como backing vocal (o que seria o
mínimo esperado).
Nos shows registrados em vídeo não existe também nenhuma performance ao
vivo dela (não apenas na música "The Never Ending Story",
mas ela não canta ao vivo qualquer outra música!).
Aparentemente Mandy Newton não era uma cantora nessa época, porque não existe
nenhuma evidência que nos deixe convencidos disso. Não há nenhuma menção, referência ou registro em nenhum disco ou colaboração (além da visual com Limahl);
Apesar disso, Mandy fez um ótimo trabalho nessas apresentações de
playback, se entregando no palco com sua atuação e apresentando muita química
com Limahl.
Depois de 1985, Mandy Newton se desligou de Limahl e nunca mais foi
vista com ele. Também não existem músicas gravadas na sua voz depois disso… Ou
melhor, nunca teve, nem antes!
E para completar, em sua própria Fan Page (Facebook), Mandy
Newton está qualificada apenas como DANÇARINA do Limahl. Nada de cantora!
Limahl e Mandy Newton sempre dublavam nas apresentações, e qualquer
pessoa pode confirmar isso assistindo aos vários videos postados no Youtube.
Com exceção de uma performance realizada no Japão, em que Limahl teve que
cantar ao vivo (os japoneses são muito rigorosos nessa questão e abominam o
playback), mas Mandy Newton continuou bem ao fundo e fazendo a mesma
sincronização labial de sempre:
Limahl - "The NeverEnding
Story" - FNS (Yoru No Hit Studio) - 25.02.1985
Limahl canta ao vivo, mas Mandy
Newton continua a dublar... Percebam que o cantor até canta a parte dela
também, para evitar chateações com os japoneses, que odeiam playback
MANDY NEWTON ATUALMENTE
Decidi procurar por Mandy Newton e ver o que ela está fazendo
atualmente, então encontrei algumas de suas imagens, além de vídeos, onde
parece que está bem fisicamente, com energia, estilo...
Fotos:
Mandy Newton em 2015
Crédito das imagens: Mandy Newton
(Twitter pessoal)
Em um dos vídeos, parece que Mandy ainda tenta prosseguir na área
musical e está cantando com uma banda, mas percebam que o vídeo é muito curto
(apenas 50 segundos), então não vemos muito de seu talento.
Já em seu canal no Youtube parece que ela não gosta muito de interagir
com os fãs, pois apesar dos poucos comentários que recebe, não responde nenhum
(talvez por estar saturada de ficar explicando que não é a sua voz na faixa
tema de "A História Sem Fim"??).
Percebam também que ela não mudou muito fisicamente, considerando que já
se passaram mais de 35 anos das apresentações de "The Never Ending
Story":
Mandy Newton em vídeo de
2014
Ela é cantora atualmente, só não
sabemos quando começou a cantar...
-O nome verdadeiro de Limahl é Christopher Hamill, mas você
sabe como surgiu seu nome artístico? Limahlé, na verdade, um
anagrama do seu sobrenome. Ele apenas trocou algumas letras de "Hamill",
então ficando "Limahl". Ele fez isso porque sempre achou
interessante ter um nome incomum, como o cantor Sting, que não
divide esse nome com mais ninguém. Ele ainda se inspirou no ABBA,
que também é um nome artístico / anagrama com cada letra dos integrantes do
grupo;
-Seu maior sucesso, "The Never Ending Story", está
presente no disco da trilha sonora oficial do filme "A História Sem
Fim", mas também marca presença em seu 1º álbum como artista solo:
"Don't Suppose" (1984);
A cantora francesa Ann Calvert
-Como já dito, além da cantora Beth Andersen, "The Never
Ending Story" foi gravada por outra vocalista em dueto com
Limahl. Trata-se da versão francesa "L'Histoire Sans Fin" einterpretada
por Ann Calvert em 1985, há 36 anos:
Limahl & Ann Calvert -
"L'Histoire Sans Fin" (1985)
- "The Never Ending Story" foi gravada na voz
do britânico Limahl e da americana Beth Andersen,
porém foi produzida pelo elogiado produtor italiano Giorgio Moroder.
Ele é conhecido por ser uma grande referência, talvez a maior de todas, das
produções musicais.
Moroder continua em atividades e já trabalhou com Donna Summer,
Blondie, Freddie Mercury, Kylie Minogue, Falco, Berlin, Olivia-Newton-John,
David Bowie, Britney Spears, e muitos outros grandes nomes;
-A letra original (em inglês) foi escrita pelo londrino Keith
Forsey, conceituado músico que trabalhou como baterista, produtor e
compositor de diversos artistas. Como compositor, ele trabalhou em outras
pérolas do pop-dançante, como "Don't You (Forget About Me)" do Simple
Minds, co-escreveu "Flashdance .... What a Feelin" na
voz de Irene Cara (ganhando um Oscar, em 1984, por esta
gravação), "Hot Stuff" na voz de Donna
Summer, além de outros;
-A adaptação da letra em francês, cantada por Ann Calvert,
foi realizada por Pierre-André Dousset.
Keith Forsey, o compositor,
atualmente com 73 anos de idade
Giorgio Moroder, o produtor,
atualmente com 81 anos de idade
"The Never Ending Story" é uma balada incrível dos
anos 80, que sempre é muito referenciada, revisitada e lembrada por muitos
artistas e produtores, além de ser também tema do canal Coisas de Velho,
onde a ouvimos na abertura de seus vídeos...
Essa grande obra do euro-pop já ganhou inúmeras releituras e remixes,
mas como bons fãs de eurodance que somos, acho válido citar aqui duas produções
memoráveis, lançadas pelos projetos Obsession e Tale.
A versão eurodance do Obsession foi lançada no Brasil
pela Paradoxx Music e está presente na coletânea "H" (1997), na voz
da cantora Amanda Abbs. Curiosamente a faixa foi gravada duas vezes
pela Almighty Records, sendo a primeira em 1990 (vocal de Amanda Abbs)
e depois novamente em 2006 (vocal de Miriam Stockley).
Obsession - "The Never Ending
Story" (2006)
Já a versão eurodance do projeto Tale chegou ao Brasil
através da extinta Kaskata's Music, que até distribuiu um single nacional
dessa regravação... A versão "Original Long" está no CD "Disco
96" da Som Livre, e é muito parecida com as músicas do projeto Whigfield. Éinevitável
não lembrar!! A vocalista do Tale, ao que informa a contra-capa do single, é a
sueca Isabella Norén.
Tale - "The Never Ending Story" (1995)
Em 2019, a música ganhou novamente os holofotes mundiais ao ser
representada na famosa série "Stranger Things" e trouxe também
interesse, dinheiro e streams em alta aos seus realizadores. O episódio final
da terceira temporada mostra os dois atores principais Gaten Matarazzo e Gabriella
Pizzolo cantando o hit acapella. Devido à esse retorno na mídia,
Limahl foi muito relembrado e comentado na internet, então isso o inspirou para
produzir uma nova música após uma pausa de 8 anos dos estúdios. Limahl consequentemente
lançou em junho de 2020 o seu mais novo trabalho,"Still In Love", e
está de volta à cena musical (apesar de toda essa situação com o Covid-19)...
POR ONDE ANDA O LIMAHL?
"THE SHORTLISTED MAGAZINE"
Para conferir a entrevista na íntegra, veja o link
abaixo
Limahl atualmente
Para Silvia, redatora do
site "The Shortlisted Magazine", Limahl concedeu uma entrevista
muito bacana em que falou sobre "The Never Ending Story",
além de outros assuntos e novidades sobre a sua carreira. Selecionei aqui
alguns trechos interessantes:
Seu novo
single "Still In Love" foi lançado em junho de 2020.
Qual é a sensação de fazer este grande retorno?
Bem,
fiquei tentado a fazer isso depois que "The Never Ending
Story" foi usada nos grandes programas de TV americanos no ano
passado, incluindo, é claro, a inclusão da música em "Stranger
Things" da Netflix. Os streams da música no Spotify aumentaram de 300.000
downloads por mês para 1,5 milhão, e pensei que as pessoas poderiam se
interessar por alguma música nova. Você sabe, na vida, as oportunidades não
surgem com muita frequência, e eu tinha que "agarrar" essa. Então
achei que tinha que tentar, porque escrever músicas, tirar algo da sua cabeça e
do seu coração, é algo que você nunca esquece. É como andar de bicicleta ou
aprender a nadar: depois de aprender, depois de passar por esse processo, você
nunca mais esquece e é muito fácil.
Limahl - "Still In Love"
Single lançado em 05/06/2020
O que você
tem a dizer sobre "The Never Ending Story"? Como você se sente
ao ouvi-la hoje? Como você se sente sobre isso em geral ?
Bem,
é muito especial. É muito especial porque, em primeiro lugar, era importante
para mim provar meu valor como artista solo depois que Kajagoogoo me demitiu em
um telefonema - você sabe disso? Portanto, conhecer o compositor e produtor
italiano Giorgio Moroder no Japão, em 1984, foi uma bênção. E então ele me
pediu para voar para Munique (Alemanha) para testar minha voz na música e,
claro, ela alcançou o número um em todo o mundo. E aqui estou eu, mais de 35
anos depois, e a música está ressurgindo por causa de "Stranger
Things" da Netflix, então não tenho nada além de respeito pela música. E,
claro, tenho ótimas lembranças. O que a mantém fresca, para mim, é a reação das
pessoas... elas tem memórias importantes ligadas a essa música. Elas lembram de
seus primeiros beijos ou de suas primeiras férias, ou de suas primeiras danças
em um casamento - tudo isso me contaram. Então, essa música marcou e continua
marcando as pessoas com coisas boas.
...A
música dos anos 80 está sendo valorizada novamente hoje, - quando eles a usam
em programas de TV importantes, encorajam também as estações de rádio a
continuar tocando. E, claro, vemos eventos dos anos 80 acontecendo em todo o
mundo, festivais e shows de estações de rádio, festas temáticas dos anos 80,
eventos corporativos ou algo assim - todas essas coisas que também me convidam
para ir... e não estou reclamando ... Eu estou feliz!...
Definitivamente tenho um carinho
enorme por "The Never Ending Story", pois tanto a música
como o filme traduzem toda a emoção, magia, inocência e a atmosfera dos anos
80. O filme é muito bom, mas causou muita polêmica também pois a sua adaptação
não ficou nada fiel ao livro, apesar de ainda assim agradar boa parte do
público.
O autor da obra literária, Michael
Ende, morreu processando a produção do filme e solicitando que seu nome
fosse retirado dos créditos! O autor exigia a mudança do título do filme,
acreditando que não deveria mais ter o mesmo nome de seu livro, já que deixou
de explorar muitos eventos presentes na obra. Penso que seria impossível fazer
um filme totalmente parecido com o livro, pois a história original é muito mais
longa e detalhada... Mas bom ou mau, este é um clássico que ficará eternizado
(assim como diz o seu título) em nossos corações, com seus valores humanos
intensificados de uma maneira leve e reflexiva, nos levando ao mais profundo
ser e nos induzindo a rever conceitos, buscas e emoções.
A trilha sonora traz mais graça e
beleza ao longa, combinando perfeitamente com alguns diálogos reflexivos e nos
deixando profundamente tocados, como "Nunca desista, e a sorte
irá ao seu encontro", ou "As pessoas sem
esperanças são fáceis de controlar. E quem tem o controle, tem o poder",
ou ainda "Quem não luta contra a tristeza acaba afundando".
São diversos diálogos esplêndidos, metáforas inteligentes e tão verdadeiras,
que vale a pena analisar cada uma.
Outra coisa que me chamou a
atenção, é a história do começo da carreira de Limahl, onde notamos que ele já
seguia esses ideais e princípios que o longa nos retrata, bem antes mesmo dessa sua estreia nos cinemas. Lembrem-se que o cantor nunca desistiu de seus sonhos, até mesmo
quando foi demitido pelos integrantes de seu grupo. Limahl acreditou em si, foi
tentar a carreira-solo e encontrou a sorte quando conheceu o respeitado
produtor Giorgio Moroder (seria ele, o Dragão da Sorte de Limahl?), dando à ele
o maior sucesso de sua carreira e o topo dos charts. Fantástica essa relação,
não é mesmo?
E a trilha
sonora é imbatível! Ela tem o cheiro e as cores dos anos 80, além de nos realçar
uma vontade imensa de voar nas costas de um Dragão da Sorte, sentindo aquele
vento sobre os cabelos enquanto observamos toda a paisagem e a beleza de
Fantasia.