"THE NEVER ENDING STORY" DE LIMAHL É O ENCANTADOR TEMA DE "A HISTÓRIA SEM FIM"
(1984)
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-RIKARDO ROCHA
"A História Sem Fim" foi dirigido pelo alemão Wolfgang
Petersen, em 1984, e com cenas gravadas na Alemanha Ocidental e EUA. Apesar
da película estar completando 37 anos de aniversário, ela ainda permanece viva
nas lembranças de muitas crianças que viveram os anos 80 e 90, pois foi muito
transmitida no SBT, além de ter sido uma fita de vídeo muito disputada nas
vídeo-locadoras. Quem assistiu, jamais se esqueceu de algumas cenas antológicas,
como exemplo a morte do cavalo Artax, numa das cenas mais dramáticas da
história do cinema.
Na minha infância, eu lembro que fiquei muito ansioso para assisti-lo
quando vi a sua chamada no SBT, onde seria exibido na antiga "Sessão Das
Dez", um programa de filmes que começava logo após ao "Show de
Calouros", do Silvio Santos.
Nessa época eu tinha 8 anos de idade, então era utópico ficar acordado
até tarde (eu estudava de manhã), e esse "Sem fim" do
título tornava essa experiência mais impossível ainda, pois minha mãe reforçava
que o longa iria durar a madrugada inteira. Então eu só conheci esse clássico
no início dos anos 2000, com mais de 20 anos de idade, quando encontrei o DVD
numa loja.
Felizmente o reino de Fantasia é salvo por um garoto chamado Bastian,
que é um "perdedor" perante à sua comunidade local, além de sofrer
bullying constantemente na escola. Mas ele consegue salvar Fantasia pois possui
a esperança e o desejo de vencer, tão em falta e cada vez mais raros nos
adultos do nosso mundo real.
Só quem assistiu "A História Sem Fim" pode confirmar que este
é um Metafilme incrível, que apesar de não seguir fielmente ao conto original
(decepcionando muitos fãs do livro) mostra bem a importância e o valor dos
sonhos em nossas vidas, pois sem a esperança e sem a vontade de vencer... o que
somos, afinal?
O personagem Atreyu questiona porque o seu mundo está sendo destruído,
quando nós também nos questionamos a destruição do nosso. A resposta é a mesma:
o nada é quando deixamos de sonhar, quando perdemos a nossa confiança e quando
começamos a desistir dos nossos planos.
Mas além de todo esse clima de magia, aventura e mensagens positivas,
"A História Sem Fim" também nos proporciona uma linda trilha sonora
que encantou, e ainda continua a encantar muita gente... é a balada euro-pop
que nos traz o mesmo título do filme, "The Never Ending
Story", do cantor Limahl. Como não sentir todo esse
encantamento e nostalgia com uma trilha sonora dessa, né?
LIMAHL - "THE NEVER ENDING STORY" (1984)
Assim como o filme, a música produzida por Giorgio Moroder, "The
Never Ending Story" é encantadora e bem envolvente, além de ser
perfeita para quem curte dançar os clássicos maravilhosos dos anos 80.
A letra fala que precisamos sonhar mais, que temos que olhar no espelho
e confiar no reflexo que vemos, crer no nosso potencial, pois somos capazes de
alcançar o que mais almejamos. É uma belíssima letra, extremamente positiva,
inspiradora e com uma melodia mágica que nos embala e que também nos faz sentir
toda a emoção com seus lindos arranjos. Sentir tudo isso é vital,
principalmente em tempos atuais em que o nosso mundo também se encontra doente,
assim como o Reino de Fantasia...
O vocalista dessa amável canção é o britânico Limahl,
nascido em 19 de dezembro de 1958 e que lançou vários singles de euro-pop nos
anos 80, mas que ficou conhecido como "One-hit wonder" devidamente à
esse grandioso êxito dos cinemas, discotecas e rádios. Seu nome real é Christopher
Hamill, e começou a sua jornada musical quando se juntou à banda de new
wave Kajagoogoo em 1981, conseguindo o seu primeiro
sucesso com o single "Too Shy", em 1983. Ele também é
conhecido por ter um cabelo bem diferente e colorido, virando a sua marca
registrada nos anos 80. O que impulsionou-o a manter esse visual? Foi o seu
interesse pela moda e principalmente por gostar do cabelo loiro de Rod
Stewart, daí nascendo então essa sua grande "inspiração capilar".
Logo após a distribuição do primeiro álbum do grupo Kajagoogoo, "In
Concert", Limahl foi demitido pelos seus outros colegas, e isso aconteceu
por telefone (!!). Então depois desse "pé na bunda", ele foi obrigado
a caminhar sozinho, tentando uma carreira solo que começou com os
singles "Only For Love" (1983) e "Too
Much Trouble" (1984).
Limahl rapidamente foi convidado para dar voz à uma nova música do prestigiado produtor da Disco Music, Giorgio Moroder, e esse trabalho faria parte ainda da trilha sonora do filme germano-americano - "A História Sem Fim" (1984). Essa película infanto-juvenil ganhou estreia inicialmente apenas nos cinemas alemães, para depois ganhar uma estreia mundial, e assim, tanto o longa-metragem como a canção homônima, fizeram enormes sucessos, e que estão longe de chegar ao fim...
O DUETO COM BETH ANDERSEN
A fabulosa canção "The Never Ending Story", é na
verdade um dueto com uma cantora de Los Angeles chamada Beth Andersen,
e também conhecida como Beth "Anderson". Seu nome
completo é Beth Marie Andersen Bodine e gravou "The
Never Ending Story" com sua voz real, mas quem apareceu e ficou
famosa ao lado do cantor Limahl foi a backing vocal
dele, Mandy Newton, que fez vários shows e até o video-clipe
oficial da música (com a polêmica sincronização labial).
Mandy Newton é visualmente exótica, carismática e tem uma química
incrível no palco com Limahl, mas infelizmente ela nunca gravou esse hit com
sua voz. Muita gente, quando assiste aos vídeos dessa música, ainda crê que foi
ela que gravou no estúdio; mas essa voz tão familiar e marcante, pertence na
realidade à uma outra artista:
Beth Andersen:
Beth Andersen é uma grande veterana dos estúdios de Los Angeles, e uma
cantora muito visada por inúmeros produtores, entre outros artistas. Ela
trabalhou em todos os gêneros musicais, desde o pop, rock, country, jazz.. e
exerceu muito bem a função de cantora de estúdio.
Ela usou a sua voz em diversas produções, como o excelente álbum
"Self Control" de Laura Branigan (onde foi backing
vocal), além de gravar para outros cantores. Ela também colaborou com vários
produtores, emprestou sua voz para comerciais de tv, programas de tv, fez
dublagens para personagens de animação (Os Simpsons, Tarzan, A Princesa
Encantada...), muitas trilhas sonoras do cinema, e etc. Inclusive, no ano
anterior (1983), Beth Andersen já havia trabalhado com o
produtor Giorgio Moroder na faixa "Dance, Dance,
Dance", que foi tema do filme "Scarface" (1983):
BETH ANDERSEN FOI CREDITADA?
De todas as edições de "The Never Ending Story", Beth
Andersen apenas apareceu creditada como cantora no single francês,
onde consta também uma versão francesa da música, cantada pela cantora Ann
Calvert:
A cantora francesa também foi
creditada.
Beth Andersen, que tem atualmente 67 anos de idade, nasceu no dia 01 de
janeiro de 1954, em Lexington, Kentucky, nos EUA, e esteve pouquíssimas vezes
ao lado de Limahl. Na verdade só existem dois registros dos dois artistas
performando juntos, e aconteceu quando ele esteve se apresentando nos
EUA.
Nos demais países em que Limahl se apresentou, quem estava sempre com o
cantor era Mandy Newton, que dublava a voz original da cantora
americana. Veja o raro vídeo abaixo com os dois cantores originais, no programa
de TV americano "Solid Gold" (data: 02/03/1985):
Raro momento em que vemos a cantora original Beth
Andersen interpretando "The Never Ending Story" (sua
voz é ouvida em todas as gravações de estúdio)
Detalhe: Existem apenas duas únicas apresentações
com a dupla Limahl e Beth Andersen juntos... além desta, houve também uma
performance no programa "American Bandstand" (1985)
Beth Andersen: Site Oficial
POR QUE ESCOLHERAM MANDY NEWTON PARA REPRESENTAR NO
VIDEO OFICIAL E NA MAIORIA DAS PERFORMANCES?
Como já informado, Beth Andersen era uma cantora de
estúdio que já estava acostumada em não ser o destaque de seus trabalhos (por
mais que isso possa parecer um absurdo, para leigos como nós).
Existe também uma teoria que diz que Beth Andersen foi substituída por
que era mais alta e mais velha que Limahl, por isso entrou Mandy Newton, que
era mais baixa e mais jovem, então essa escolha foi feita através do visual,
pois a imagem de Mandy Newton combinaria melhor ao lado de Limahl nos shows e
videos... Mas não sabemos se essa informação procede com a realidade, apenas
são teorias contadas por fãs "das antigas"... Mas de uma coisa nós
temos certeza: Beth Andersen merecia mais crédito por esta música.
O que sabemos é que na época da gravação da
trilha sonora, Beth Andersen e Limahl não se conheciam e nunca tinham se
vistos. Eles estavam em continentes diferentes e a empresa não queria pagar por
viagens intercontinentais para Beth. Então, Beth Andersen gravou nos EUA a sua
parte da música, enquanto que Limahl gravou na Alemanha a sua outra parte
(embora muitos fãs tem relatado que o fragmento dele foi gravado no Reino
Unido).
Como os shows na Europa seriam dublados, Mandy Newton foi solicitada
para que viajasse e se apresentasse com Limahl. Então, naquela época, Mandy se
apresentou com o cantor em muitos países... aliás, teve até uma performance em
que um apresentador disse à Limahl que suas apresentações com Mandy eram muito
sentimentais e próximas, e Limahl lhe respondeu que Mandy era a sua namorada.
MANDY NEWTON ERA SÓ UMA MODELO
No final de 1983 até o início de 1985, quando você assiste as
performances de Limahl, provavelmente você também vê Mandy Newton ao lado dele,
como uma "cantora", mas nos discos ela nunca foi creditada em
nenhuma categoria, muito menos como backing vocal (o que seria o
mínimo esperado).
Nos shows registrados em vídeo não existe também nenhuma performance ao
vivo dela (não apenas na música "The Never Ending Story",
mas ela não canta ao vivo qualquer outra música!).
Aparentemente Mandy Newton não era uma cantora nessa época, porque não existe
nenhuma evidência que nos deixe convencidos disso. Não há nenhuma menção, referência ou registro em nenhum disco ou colaboração (além da visual com Limahl);
Apesar disso, Mandy fez um ótimo trabalho nessas apresentações de
playback, se entregando no palco com sua atuação e apresentando muita química
com Limahl.
Depois de 1985, Mandy Newton se desligou de Limahl e nunca mais foi
vista com ele. Também não existem músicas gravadas na sua voz depois disso… Ou
melhor, nunca teve, nem antes!
E para completar, em sua própria Fan Page (Facebook), Mandy
Newton está qualificada apenas como DANÇARINA do Limahl. Nada de cantora!
Limahl e Mandy Newton sempre dublavam nas apresentações, e qualquer
pessoa pode confirmar isso assistindo aos vários videos postados no Youtube.
Com exceção de uma performance realizada no Japão, em que Limahl teve que
cantar ao vivo (os japoneses são muito rigorosos nessa questão e abominam o
playback), mas Mandy Newton continuou bem ao fundo e fazendo a mesma
sincronização labial de sempre:
Limahl canta ao vivo, mas Mandy
Newton continua a dublar... Percebam que o cantor até canta a parte dela
também, para evitar chateações com os japoneses, que odeiam playback
MANDY NEWTON ATUALMENTE
Decidi procurar por Mandy Newton e ver o que ela está fazendo
atualmente, então encontrei algumas de suas imagens, além de vídeos, onde
parece que está bem fisicamente, com energia, estilo...
Fotos:
Crédito das imagens: Mandy Newton
(Twitter pessoal)
Em um dos vídeos, parece que Mandy ainda tenta prosseguir na área
musical e está cantando com uma banda, mas percebam que o vídeo é muito curto
(apenas 50 segundos), então não vemos muito de seu talento.
Já em seu canal no Youtube parece que ela não gosta muito de interagir
com os fãs, pois apesar dos poucos comentários que recebe, não responde nenhum
(talvez por estar saturada de ficar explicando que não é a sua voz na faixa
tema de "A História Sem Fim"??).
Percebam também que ela não mudou muito fisicamente, considerando que já
se passaram mais de 35 anos das apresentações de "The Never Ending
Story":
Mandy Newton: Youtube
CURIOSIDADES
-O nome verdadeiro de Limahl é Christopher Hamill, mas você
sabe como surgiu seu nome artístico? Limahl é, na verdade, um
anagrama do seu sobrenome. Ele apenas trocou algumas letras de "Hamill",
então ficando "Limahl". Ele fez isso porque sempre achou
interessante ter um nome incomum, como o cantor Sting, que não
divide esse nome com mais ninguém. Ele ainda se inspirou no ABBA,
que também é um nome artístico / anagrama com cada letra dos integrantes do
grupo;
-Seu maior sucesso, "The Never Ending Story", está
presente no disco da trilha sonora oficial do filme "A História Sem
Fim", mas também marca presença em seu 1º álbum como artista solo:
"Don't Suppose" (1984);
-Como já dito, além da cantora Beth Andersen, "The Never
Ending Story" foi gravada por outra vocalista em dueto com
Limahl. Trata-se da versão francesa "L'Histoire Sans Fin" e interpretada
por Ann Calvert em 1985, há 36 anos:
- "The Never Ending Story" foi gravada na voz
do britânico Limahl e da americana Beth Andersen,
porém foi produzida pelo elogiado produtor italiano Giorgio Moroder.
Ele é conhecido por ser uma grande referência, talvez a maior de todas, das
produções musicais.
Moroder continua em atividades e já trabalhou com Donna Summer,
Blondie, Freddie Mercury, Kylie Minogue, Falco, Berlin, Olivia-Newton-John,
David Bowie, Britney Spears, e muitos outros grandes nomes;
-A letra original (em inglês) foi escrita pelo londrino Keith
Forsey, conceituado músico que trabalhou como baterista, produtor e
compositor de diversos artistas. Como compositor, ele trabalhou em outras
pérolas do pop-dançante, como "Don't You (Forget About Me)" do Simple
Minds, co-escreveu "Flashdance .... What a Feelin" na
voz de Irene Cara (ganhando um Oscar, em 1984, por esta
gravação), "Hot Stuff" na voz de Donna
Summer, além de outros;
-A adaptação da letra em francês, cantada por Ann Calvert,
foi realizada por Pierre-André Dousset.
Giorgio Moroder, o produtor,
atualmente com 81 anos de idade
Giorgio Moroder: Site Oficial
O SUCESSO SEM FIM
"The Never Ending Story" é uma balada incrível dos
anos 80, que sempre é muito referenciada, revisitada e lembrada por muitos
artistas e produtores, além de ser também tema do canal Coisas de Velho,
onde a ouvimos na abertura de seus vídeos...
Essa grande obra do euro-pop já ganhou inúmeras releituras e remixes,
mas como bons fãs de eurodance que somos, acho válido citar aqui duas produções
memoráveis, lançadas pelos projetos Obsession e Tale.
A versão eurodance do Obsession foi lançada no Brasil
pela Paradoxx Music e está presente na coletânea "H" (1997), na voz
da cantora Amanda Abbs. Curiosamente a faixa foi gravada duas vezes
pela Almighty Records, sendo a primeira em 1990 (vocal de Amanda Abbs)
e depois novamente em 2006 (vocal de Miriam Stockley).
Já a versão eurodance do projeto Tale chegou ao Brasil
através da extinta Kaskata's Music, que até distribuiu um single nacional
dessa regravação... A versão "Original Long" está no CD "Disco
96" da Som Livre, e é muito parecida com as músicas do projeto Whigfield. É inevitável
não lembrar!! A vocalista do Tale, ao que informa a contra-capa do single, é a
sueca Isabella Norén.
Em 2019, a música ganhou novamente os holofotes mundiais ao ser
representada na famosa série "Stranger Things" e trouxe também
interesse, dinheiro e streams em alta aos seus realizadores. O episódio final
da terceira temporada mostra os dois atores principais Gaten Matarazzo e Gabriella
Pizzolo cantando o hit acapella. Devido à esse retorno na mídia,
Limahl foi muito relembrado e comentado na internet, então isso o inspirou para
produzir uma nova música após uma pausa de 8 anos dos estúdios. Limahl consequentemente
lançou em junho de 2020 o seu mais novo trabalho,"Still In Love", e
está de volta à cena musical (apesar de toda essa situação com o Covid-19)...
POR ONDE ANDA O LIMAHL?
"THE SHORTLISTED MAGAZINE"
Para conferir a entrevista na íntegra, veja o link
abaixo
Para Silvia, redatora do
site "The Shortlisted Magazine", Limahl concedeu uma entrevista
muito bacana em que falou sobre "The Never Ending Story",
além de outros assuntos e novidades sobre a sua carreira. Selecionei aqui
alguns trechos interessantes:
Seu novo
single "Still In Love" foi lançado em junho de 2020.
Qual é a sensação de fazer este grande retorno?
Bem,
fiquei tentado a fazer isso depois que "The Never Ending
Story" foi usada nos grandes programas de TV americanos no ano
passado, incluindo, é claro, a inclusão da música em "Stranger
Things" da Netflix. Os streams da música no Spotify aumentaram de 300.000
downloads por mês para 1,5 milhão, e pensei que as pessoas poderiam se
interessar por alguma música nova. Você sabe, na vida, as oportunidades não
surgem com muita frequência, e eu tinha que "agarrar" essa. Então
achei que tinha que tentar, porque escrever músicas, tirar algo da sua cabeça e
do seu coração, é algo que você nunca esquece. É como andar de bicicleta ou
aprender a nadar: depois de aprender, depois de passar por esse processo, você
nunca mais esquece e é muito fácil.
O que você
tem a dizer sobre "The Never Ending Story"? Como você se sente
ao ouvi-la hoje? Como você se sente sobre isso em geral ?
Bem,
é muito especial. É muito especial porque, em primeiro lugar, era importante
para mim provar meu valor como artista solo depois que Kajagoogoo me demitiu em
um telefonema - você sabe disso? Portanto, conhecer o compositor e produtor
italiano Giorgio Moroder no Japão, em 1984, foi uma bênção. E então ele me
pediu para voar para Munique (Alemanha) para testar minha voz na música e,
claro, ela alcançou o número um em todo o mundo. E aqui estou eu, mais de 35
anos depois, e a música está ressurgindo por causa de "Stranger
Things" da Netflix, então não tenho nada além de respeito pela música. E,
claro, tenho ótimas lembranças. O que a mantém fresca, para mim, é a reação das
pessoas... elas tem memórias importantes ligadas a essa música. Elas lembram de
seus primeiros beijos ou de suas primeiras férias, ou de suas primeiras danças
em um casamento - tudo isso me contaram. Então, essa música marcou e continua
marcando as pessoas com coisas boas.
...A
música dos anos 80 está sendo valorizada novamente hoje, - quando eles a usam
em programas de TV importantes, encorajam também as estações de rádio a
continuar tocando. E, claro, vemos eventos dos anos 80 acontecendo em todo o
mundo, festivais e shows de estações de rádio, festas temáticas dos anos 80,
eventos corporativos ou algo assim - todas essas coisas que também me convidam
para ir... e não estou reclamando ... Eu estou feliz!...
O trecho da
entrevista com Limahl foi retirado do site: "The Shortlisted Magazine" (2020)
CONSIDERAÇÕES
FINAIS:
Definitivamente tenho um carinho
enorme por "The Never Ending Story", pois tanto a música
como o filme traduzem toda a emoção, magia, inocência e a atmosfera dos anos
80. O filme é muito bom, mas causou muita polêmica também pois a sua adaptação
não ficou nada fiel ao livro, apesar de ainda assim agradar boa parte do
público.
O autor da obra literária, Michael
Ende, morreu processando a produção do filme e solicitando que seu nome
fosse retirado dos créditos! O autor exigia a mudança do título do filme,
acreditando que não deveria mais ter o mesmo nome de seu livro, já que deixou
de explorar muitos eventos presentes na obra. Penso que seria impossível fazer
um filme totalmente parecido com o livro, pois a história original é muito mais
longa e detalhada... Mas bom ou mau, este é um clássico que ficará eternizado
(assim como diz o seu título) em nossos corações, com seus valores humanos
intensificados de uma maneira leve e reflexiva, nos levando ao mais profundo
ser e nos induzindo a rever conceitos, buscas e emoções.
A trilha sonora traz mais graça e
beleza ao longa, combinando perfeitamente com alguns diálogos reflexivos e nos
deixando profundamente tocados, como "Nunca desista, e a sorte
irá ao seu encontro", ou "As pessoas sem
esperanças são fáceis de controlar. E quem tem o controle, tem o poder",
ou ainda "Quem não luta contra a tristeza acaba afundando".
São diversos diálogos esplêndidos, metáforas inteligentes e tão verdadeiras,
que vale a pena analisar cada uma.
Outra coisa que me chamou a atenção, é a história do começo da carreira de Limahl, onde notamos que ele já seguia esses ideais e princípios que o longa nos retrata, bem antes mesmo dessa sua estreia nos cinemas. Lembrem-se que o cantor nunca desistiu de seus sonhos, até mesmo quando foi demitido pelos integrantes de seu grupo. Limahl acreditou em si, foi tentar a carreira-solo e encontrou a sorte quando conheceu o respeitado produtor Giorgio Moroder (seria ele, o Dragão da Sorte de Limahl?), dando à ele o maior sucesso de sua carreira e o topo dos charts. Fantástica essa relação, não é mesmo?
E a trilha
sonora é imbatível! Ela tem o cheiro e as cores dos anos 80, além de nos realçar
uma vontade imensa de voar nas costas de um Dragão da Sorte, sentindo aquele
vento sobre os cabelos enquanto observamos toda a paisagem e a beleza de
Fantasia.
Conecte-se
com Limahl:
Limahl: Site
Oficial
"Nunca desista, e a sorte irá ao seu
encontro"