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-RIKARDO ROCHA
A Dinamarca foi um país que projetou vários artistas famosos da cena europop, como Aqua, Me & My, Cut 'N' Move, Ida Corr, MØ... e entre eles, é claro, podemos incluir ele: Camarco.
Pois é amigos, entre o final de 1996 e início de 1997, esse cantor radicado na Dinamarca balançou as pistas de dança e rádios com a sua música dançante "Boom Boom (Let's Go Back To My Room)", licenciada aqui pela Sony Music - mais especificamente através do selo Dance Pool.
Publicidade da Sony / Dance Pool para Camarco e seu álbum de 1997, via revista DJ Sound
Tom "Camarco" Andkjær - Um modelo que representava a Dinamarca, e realmente cantava Dance Music
A HISTÓRIA REAL DE CAMARCO
Olhem só a história de Camarco, que interessante... Seu nome real é Tom Camargo Andkjær e nasceu no Rio de Janeiro. Sim, ele é um brasileiro que foi adotado por pais dinamarqueses quando tinha apenas 6 meses de vida.
A mãe biológica do cantor, dona Adozina Camargo, trabalhava como doméstica na casa de um médico no Rio de Janeiro. Mãe de cinco filhos, ela ficou grávida novamente e estava sem condições de manter a família, além de preocupada com o futuro do novo bebê.
Foi quando o patrão disse à Dona Azonina que um casal de médicos dinamarqueses voltaria para a Dinamarca em breve, e queriam muito adotar uma criança brasileira. Então, no dia 27 de março de 1970 nasceu o pequeno Tom, que foi adotado pelo casal e levado por eles para morar na cidade dinamarquesa de Kolding.
Tom Andkjær então cresceu longe do Brasil e de sua família genealógica.
A VIDA SEGUIU NA DINAMARCA
Ainda adolescente, Tom Andkjær começou a carreira de modelo, mas também aprendeu a cantar e a tocar instrumentos musicais, como o piano e a bateria.
O brasileiro também teve uma carreira de ator na Dinamarca. Em 1994 ele atuou como bartender numa produção televisiva, e depois passou a ser o apresentador de um programa de namoros chamado "Party Uartig".
O brasileiro entrou na música e lançou dois álbuns, em 1997 e 2000, sob o nome artístico de Camarco
Na música, o seu primeiro sucesso foi a canção "Boom Boom (Let's Go Back To My Room)" de 1996, quando tinha 26 anos de idade e assumindo o nome artístico de Camarco, que é uma alusão ao seu sobrenome brasileiro: "Camargo".
Nessa época, a pessoa que vos escreve nem imaginava que se tratava de uma regravação de um antigo hit de Paul Lekakis, datado do ano de 1986:
Camarco - "Boom Boom (Lets Go Back To My Room)" (1996)
A música também possui um outro video que destaca mais a coreografia
Folheando recentemente uma de minhas revistas antigas da DJ Sound, achei um trecho em que até ensinam a coreografia da música, que tocava muito nas danceterias. E nessa mesma página, o cantor ainda comenta à revista: "Sempre gostei da boa música; ela deve ter bom ritmo e boa melodia". Então talvez seja por isso que ele escolheu regravar mais um clássico melódico - "I Promise Myself" - de Nick Camen, cantor falecido (recentemente) no dia 04 de maio de 2021, aos seus 59 anos de idade (ele sofria de um câncer na medula óssea).
Camarco foi um dos lançamentos da Sony Music aqui no Brasil (selo Dance Pool) tendo o seu espaço nas pistas e FM's no início de 1997
O DESEMPENHO NAS PARADAS
"Boom Boom (Let's Go Back to My Room)" conquistou boas posições nos charts europeus, apesar de ter sido lançado inicialmente apenas na Espanha, Suíça e Grécia, surpreendendo o cantor, que filmou dois videos para o seu sucesso.
A popularidade da canção foi se espalhando pelos demais países europeus, principalmente na Dinamarca, onde alcançou o Top 5.
Na sequência, foi lançado o 2º single "I Promise Myself", e depois, o 3º single "Love The Way".
Camarco - "Love The Way", recebendo indicação na revista DJ Sound (julho de 1997)
Mais tarde, Camarco fez uma rápida turnê pelo México e Espanha, mas ao que tudo indica não veio ao Brasil, como até chegou a anunciar que viria à revista DJ Sound.
O cantor ainda disponibilizou o seu aguardado álbum "Camarco", que foi distribuído no Brasil através da Sony / Dance Pool no primeiro semestre de 1997.
O disco trouxe esses singles citados, além de várias faixas produzidas e compostas pelo próprio Tom Andkjær.
Um detalhe interessante, é que a edição lançada no Brasil contem como bônus dois remixes produzidos pelo produtor brasileiro Memê Mansur (ele estava com tudo nessa época, e tinha acabado de emplacar seus remixes com Shakira).
Vejam algumas fotos publicadas na revista DJ Sound do Dance Pool Festival, realizado no México em 1997:
Memê, que remixou "Love The Way" de Camarco, também apareceu no festival
Camarco, aos 27 anos de idade, posando com suas dançarinas no Festival realizado no México
CARMARCO DEPOIS DA DANCE MUSIC
Lembram quando citei sobre a carreira de ator de Camarco? Pois então, em 1998 ele voltou para a televisão e estrelou 50 episódios de uma novela chamada "Hvide Løgne".
Já em 1999 ele retornou à música, assinando agora um contrato com a CMC Records, e um ano depois, lançava o seu 2º álbum "Based On a True But Simple Story".
Como a Dance Music estava passando por uma fase totalmente diferente no Brasil (Axé, Pop, Pagode, Vocal Trance e Techno estavam em alta nesse período), então este seu disco acabou não chegando por aqui, o seu país natal.
Além de ator e cantor, Camarco atualmente é um DJ na Dinamarca, mas agora ele se apresenta usando o seu próprio nome: DJ Tom Andkjær.
Em seu "release", que você pode conferir aqui, encontramos o enunciado:
"Se você quer uma festa onde o setlist é principalmente de música dos anos 80 e 90, misturada com atuais sucessos, DJ Tom Andkjær é a escolha certa. Ele toca em todos os tipos de eventos e oferece um set sólido e festivo que vai animar toda a sua noite. Resumindo: um dos melhores DJ`s do mercado!"
E apesar de ter estrelado na música há 25 anos, muitos ainda o reconhecem pelo sucesso de "Boom Boom (Let's Go Back To My Room)" e por seus outros singles, como "I Promise Myself" e "Love The Way", que até chegaram a tocar e a entrar em algumas coletâneas brasileiras, embora não conquistando os mesmos feitos da antecessora.
Ah, o cantortambém é escritor (tem um livro publicado) e já foi locutor em várias estações de rádios dinamarquesas...É mole? O cara parece ser um verdadeiro show-man! E a pergunta que fica é a seguinte: Será que ele teria desenvolvido todos esses dons artísticos morando aqui no Brasil?
Caso ele não tivesse sido adotado, e ido morar na Europa, como seria?
Tom Andkjær ainda se envolve em alguns discursos políticos na Dinamarca... Conhecido também como "Neger Tom" (Negro Tom, em português), ele está presente em vários vídeos fazendo discursos constitucionais; falando sobre cidadania, islamismo, imigração, racismo, liberdade de expressão, entre outros:
Tom Andkjær, "Neger Tom" - 2021
Sinceramente eu não encontrei nenhum vídeo dele cantando ao vivo, para comprovarmos se ele realmente cantava no projeto "Camarco", ou se era apenas um modelo brasileiro indo pelo mesmo caminho de Olga de Souza (a modelo do italiano Corona).
Mas, ouvindo a sua voz nos vídeos citados - mesmo no modo discursivo - a sensação que temos é que se trata do mesmo vocal presente nas músicas. Outra pista sobre sua legitimidade, é que ele chegou a mudar de nome artístico, de gravadora e de produtores musicais, porém a voz continuou sendo a mesma nos singles. O seu projeto Chi Hua Hua, de 2005, é só um exemplo com a música "Uhh La La La".
E outra, geralmente os modelos de eurodance não escrevem letras de músicas, apenas são contratados para representarem os projetos em imagens e para fazerem as difamadas sincronizações labiais (depois com o tempo, alguns resolvem participar mais, como compor e cantar verdadeiramente. Vejam, por exemplo, os casos de Sannie, Olga de Souza, Patrizia Cavalieri e tantos outros que não mexiam uma palha sequer no quesito produção musical - só estavam ali mesmo para decoração). No caso de Tom Andkjær, ele compôs dezenas de músicas desde o seu primeiro álbum.
O REENCONTRO COM O BRASIL E SEUS FAMILIARES
Camarco no Brasil, com seu irmão ao centro e seu filho no lado direito
Em 2007, aos seus 37 anos de idade, finalmente "Camarco" pode conhecer o Brasil e seus familiares brasileiros. Você pode conferir a reportagem completa de 2015 publicada no site O Globo, que menciona que Andkjær se inscreveu em um programa de TV chamado "Traceles", responsável por buscar informações para pessoas adotadas.
Teve toda uma investigação sobre o seu caso, e a produção do programa então localizou a família brasileira de Tom Andkjær, exceto a mãe biológica do artista que já havia falecido, e o pai, que nunca teve o paradeiro revelado.
Desde então, Tom Andkjær sempre volta ao Brasil para visitar os seus 5 irmãos e outros familiares:
Tom Andkjær e sua família no Brasil
"Foi talvez o momento mais emocionante da minha vida. Desde que cheguei ao Rio de Janeiro, que o avião pousou, eu me senti em casa. Não sei o que dizer, é o sangue, não há como fugir disso. Minha vida na Dinamarca foi perfeita, tive educação, família, amigos, emprego, uma vida tranquila, não tenho o que falar. Na Dinamarca também nunca tive problemas por ser negro, nunca sofri racismo, mas sabe, sempre me senti diferente, sempre fui o único negro. Toda vida senti que eu era diferente, que eu não pertencia a tudo aquilo" - Disse o cantor ao site O Globo, que não fez referências as suas músicas dance dos anos 90.
O brasileiro radicado na Dinamarca apareceu também numa matéria televisiva da TV Globo, onde está em cena torcendo para o time feminino brasileiro de handebol, que jogava na Dinamarca naquela ocasião. Vejam:
Entrevista à TV Globo (2015)
Atualmente Tom Andkjær está com 51 anos de idade, tem um casal de filhos (17 e 22 anos) e é bem ativo no instagram (onde você pode acompanhar suas novidades, postagens sobre sua família, e até ver uma pequena homenagem ao seu 1º álbum de 1997, onde diz que teve que buscar o CD no porão de sua casa).
Enfim, Tom Camargo Andkjær é mais um brasileiro que definitivamente escreveu a sua história na Dance Music, com seu talento, sua determinação e com sua emocionante história de vida.
É, está na hora de discursarmos novamente sobre algum som dos anos 90... E a música escolhida de hoje é simplesmente "You Came" de DJ Project, lançada em 1996, e que está completando autênticos 25 anos!
Quem lembra?
DJ PROJECT FEATURING KATLA - "YOU CAME" (1996)
Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.
-RIKARDO ROCHA
"VOCÊ VEIO E MUDOU A MINHA VIDA..."
Isso vai parecer estranho para muitos, mas nos anos 90 eu não conhecia a versão original de "You Came", interpretada em 1988 pela cantora Kim Wilde. Em 1996 eu apenas conhecia "Cambodia" e "Kids In America" da bela inglesa, então, imaginava que esse fosse um single original de DJ Project…
De qualquer forma, acho que é um excelente remake, desses tão bons quanto o original. Aliás, esse foi um período rico em que artistas como Nicki French, Undercover e Ken Laszlo sabiam fazer maravilhosas e inesquecíveis versões "dance" de estupendos clássicos dos anos 70 e 80, né?
Kim Wilde - "You Came" (1988)
Video Oficial
DJ Project era só um DJ nos anos 90, quando resolveu lançar o seu primeiro e único single no mercado da Dance Music. Então, junto com uma cantora de voz extremamente angelical (Katla), ele regravou esse som oitentista através do selo italiano Hitwave Music (que tinha uma parceria com a famosa Dig-It).
O single foi lançado no segundo semestre de 1996 e rapidamente foi licenciado aqui no Brasil pela incontestável Paradoxx Music que, para quem não sabe, foi a grande responsável por trazer outros inúmeros sons de eurodance ao nosso país.
Pode até ser que alguns DJ's brasileiros (mais atualizados) tenham tocado "You Came" ainda no final de 1996, mas com toda a certeza, foi em janeiro de 1997 que as casas noturnas começaram a descobrir o single. Eu mesmo, só fui conhecer esse adorável sucesso no início de 1997…
E essa versão “dance” logo caiu no gosto do brasileiro dos anos 1990, sendo bem explorada até meados de 1997 e promovendo o contentamento de muitos DJ's e frequentadores assíduos das danceterias.
Já o vinil da música, foi indicado (merecidamente) na coluna de lançamentos da revista DJ Sound, na edição de fevereiro de 1997:
DJ Project - "You Came" sendo "projetada" no Brasil em janeiro de 1997
Consequentemente a faixa entrou também nas programações de diversas rádios, como a Jovem Pan 2 - um veículo de comunicação que ditava as tendências do público jovem na era analógica.
A gravadora Paradoxx Music lançava os CDs com as músicas que você ouvia nas pistas de dança, e dentre as faixas, você encontrava ela: DJ PROJECT - "YOU CAME"
Quem não se recorda daquelas coletâneas clássicas da Paradoxx Music? Poxa, eu queria ter todas na minha coleção!!
Pois é, a gravadora lançou DJ Project - "You Came" em alguns CDs, como "Maurícios e Patrícias" e a lendária "Special Reserve", que era um CD lançado numa lata (!). Que nostalgia boa!!!
Sem dúvidas, essa foi uma época de ouro do Eurodance aqui em nosso país... Impossível não se lembrar das lojas e hipermercados com suas prateleiras recheadas de CDs; dos inúmeros lançamentos da Paradoxx/ Spotlight/ Fieldzz; das rádios como a Jovem Pan/ Metropolitana/ 97 FM; das Revistas DJ Sound /DJ World; das danceterias icônicas como a Krypton/Overnight/ Moinho Santo Antonio; da MTV Brasil... tudo isso, hoje, guardados com muito apreço e consideração em nossas memórias.
A MÚSICA "YOU CAME"
A versão original de Kim Wilde (1988)
O clássico original está presente no álbum "Close" (1988) da cantora Kim Wilde. Quem escreveu a letra foi a própria Kim Wilde em colaboração com o seu irmão Ricky Wilde, que também é um músico (tem suas próprias músicas) e é um dos produtores de Kim.
Os fãs do eurodance possivelmente irão se lembrar ainda de uma outra versão "dance" produzida pela 21st Century Records / S.A.I.F.A.M... Trata-se de Wienna - "You Came", uma produção lançada em 1994 e cantada pela antológica Annerley Gordon (a voz real de Whigfield).
Essa com certeza também é uma ótima regravação, porém, não foi muito tocada aqui no Brasil (infelizmente)... Recomendo aos fãs do gênero, vale a pena conhecer:
Wienna - "You Came" (1994)
A versão na voz de Annerley Gordon foi lançada dois anos antes de DJ Project
O DESEMPENHO DE
DJ PROJECT - "YOU CAME"
Os hits que balançavam os clubs, no início de 1997
DJ Project Featuring Katla - "You Came" estava lá, esperando por você...
Não preciso nem dizer que essa track possui um estilo bem "fofinho", né? Segue perfeitamente os moldes de outros hits conhecidos dos anos 90, como "Ridin' High" de Serena, "Take A Chance" de Penelope, "Sexy Eyes" de Whigfield, "Get Away" do Sect, entre tantos outros que harmoniosamente exalam a inocência e a simplicidade.
Estreou no principal chart da rede Jovem Pan em maio de 1997, atingindo a posição #22 no TOP 30 - publicado na revista DJ Sound (Junho de 1997, Nº 77) e sendo também o seu pico máximo.
Uma curiosidade, é que a versão "European Mix" - presente nas coletâneas e também tocada nas rádios - não apresenta dois trechos da letra original e que são cantados antes do refrão:
"Cos in the space of a year, I've watched the old me disappear, All of the things I once held precious, Just don't mean anything anymore, Cos suddenly"
"And I'll be there when you call, I'll pick you up if you should fall, Cos I have never felt such inspiration, Nobody else ever gave me more because"
Se foi uma péssima escolha? Eu acho que ficou excelente! Eles acertaram no ritmo, na praticidade, e sem perder a qualidade!
Já os fãs mais puritanos, estes podem ficar tranquilos pois as versões "Radio Version" e "Original Mix" contem estes trechos cantados por Katla.
DJ Project Featuring Katla - "You Came" (1996)
Infelizmente não existe um vídeo oficial para essa linda regravação
Assim como Ken Laszlo - "Whatever Love", Real McCoy - "One More Time" e Sect - "Get Away", "You Came" de DJ Project nos soava como um dueto quando a ouvíamos nas FM's, pois tem uma voz masculina que contracena com o vocal de Katla. É perceptível que “ele” se declara e interage com a sua “pequena amada”: "Don't You Know?" e "I Love You". E de fundo, ouvimos ainda alguns elementos sonoros bem sutis e agradáveis que vão dando aquele frescor para a faixa!
É com toda a certeza, uma dance-pop com sabor de adolescência, e que, de forma mágica, nos traz inconscientemente aquele cheiro de tutti-frutti das saudosas matinés!!
ROMANTISMO NA PISTA
A letra de "You Came" tem uma pegada totalmente sentimental, como a maioria dos pop-rock's feitos nos anos 80, então, obviamente você não encontrará aqui vulgaridades gratuitas que assolam as produções atuais, e que atraem o público da "Geração Z".
Em "You Came", o eu lírico singelamente agradece à pessoa amada, e diz que a sua vida foi totalmente transformada, positivamente, a partir de sua chegada:
"Todas as coisas preciosas que eu tive um dia, simplesmente não significam mais nada, porque de repente você veio, e mudou a maneira de como eu sinto as coisas.
Ninguém poderia te amar mais, porque você veio e transformou a minha vida. Agora ninguém mais pode tomar o seu lugar."
"VOCÊ VEIO" (Kim Wilde / Ricky Wilde)
AFINAL, QUEM É DJ PROJECT?
O DJ e Produtor Gianluca Viviani, nos anos 90
Foto: Facebook de DJ Project
Muita gente confunde e pensa que DJ Project lançou outras músicas, mas este sujeito italiano realmente só lançou o single de "You Came".
Acontece que, existe também um projeto romeno que utiliza deste mesmo nome artístico, e ele já distribuiu diversos singles dançantes com várias vocalistas... mas definitivamente, são dois projetos totalmente diferentes.
Isso sem contar que, alguns confundem o DJ Project com o britânico DC Projectda música "Marys Prayer" (feat. Alexa - vocalista que alguns confundem com Alexia, esta que também às vezes é confundida com a Alexia do "eletro" hahaha). Enfim, ossos do ofício.
DJ Project foi, e ainda é, o nome artístico do italiano Gianluca Viviani, embora ele também seja conhecido em sua comunidade local como “Project DJ” ou “Bimbomix”.Ele toca desde os anos 80 em diversas casas noturnas italianas, como a Discoteca Concorde, talvez a mais memorável de todas. Inclusive, sobre o seu nome "Bimbomix", este foi dado por Nino Trinciavelli, o dono da Concorde.
Atualmente Gianluca Viviani continua se apresentando em muitos eventos e espaços voltados ao flashback, tocando principalmente os clássicos dos anos 80 e 90. Fã declarado da italodisco e da italodance, ele quis lançar o seu próprio trabalho musical e assim o fez em 1996, com esse cover de Kim Wilde - "You Came" (1988).
DJ PROJECT ATUALMENTE
Crédito: Foto retirada de seu facebook pessoal
Mas... quando tentei puxar um papo com este DJ-Produtor, constatei que ele é bem reservado e educadamente não quis conversar a respeito de "You Came". Segundo ele, não tem muito o que ser dito sobre o seu único disco, e realçou: "já se passaram muitos anos e não me lembro de muitos detalhes". Informou ainda que não é uma pessoa famosa, e que a sua versão de "You Came" foi um fracasso na Europa.
Bom, é isso mesmo que você leu... Talvez, o Brasil seja o único pais que realmente conheceu essa versão (embora a faixa esteja inclusa numa coletânea de Singapura, chamada "Dance Diva 2").
Quando eu disse à Gianluca Viviani que "You Came" foi tocada nas noites brasileiras, e que foi inserida nas programações de algumas rádios e coletâneas, ele quis que eu mostrasse isso à ele em imagens, meio que "não acreditando" nisso, então tive que enviar alguns registros à ele…
PRODUÇÃO DE MIXAGENS E ARRANJOS
(Foto de Fabrizio Sinoncioni: Discogs / Foto de Valerio Gaffurini: Facebook pessoal )
Outros nomes importantes para "You Came" foram os músicos Fabrizio Sinoncioni e Valerio Gaffurini, que colaboraram fazendo arranjos e mixagens. Falei com o primeiro, que também não se lembra muito desse trabalho, mas forneceu alguns detalhes:
Rikardo Rocha:Oi Fabrizio Sinoncioni, você se lembra de sua participação na música "You Came" de DJ Project?
Fabrizio Sinoncioni:Oi....já faz muito tempo, eu não me lembro muito, mas eu fiz os arranjos, toquei e mixei quase todos os projetos que assinei.
Rikardo Rocha:Você se lembra de qual equipamento de produção você usava naquela época? Também pode citar o nome do equipamento que criou o instrumental nos primeiros 40 segundos? Muito obrigado por sua atenção!
Fabrizio Simoncioni:Então ... honestamente é uma das músicas em que trabalhei que fez menos sucesso por aqui, e eu fiz muitas delas, então não me lembro muito dessa colaboração ... o que posso dizer à você é que, em geral, os instrumentos que usei foram um sampler Akai S1000 para fazer os ritmos e loops, um DX7, minimaog e um Juno 106. Estes eu usei em quase todas as músicas, então provavelmente também nesta. Obrigado e foi um prazer!
OS VOCAIS SÃO DE QUEM?
Sobre a voz masculina em "You Came", segundo Gianluca Viviani, este foi apenas um trecho já gravado que ele retirou de um disco de samples. É quase impossível saber de quem é essa voz.
A respeito da voz feminina, eu tinha diversos questionamentos sobre essa vocalista... Será que "Katla" é o seu nome real? Pois em DC Project eu me surpreendi, porque acreditava que "Alexa" fosse apenas um pseudônimo aleatório criado pelo produtor, porém, todos nós descobrimos depois que era simplesmente a identidade real da moça: Alexa Keen. Então, será que a história se repete aqui neste projeto?
Rastreando as diversas vocalistas que possuem o nome de "Katla" (encontrei até alguns grupos musicais com essa identidade), cheguei numa cantora de voz idêntica, além do estilo de cantar também ser muito parecido...
O nome da minha suspeita era Katla Maria, e tinha gravado até determinadas músicas com influências latinas... Mas, quando perguntei o nome da vocalista à Gianluca Viviani, ele simplesmente me surpreendeu citando um outro nome: Katla Hausmann.
Fiquei confuso no começo, mas depois, averiguando as informações, notei que a vocalista usou diversos nomes artísticos em sua carreira de cantora, como "Katla", "Katla María", "Katla Hausmann", "Katla Guðmundsdóttir"... mas era realmente a mesma pessoa, e a dona da voz feminina em "You Came" (1996).
Veja o vídeo abaixo, onde "Katla" canta num programa de TV... Este foi o vídeo crucial, que fez com que eu reconhecesse os seus vocais:
Katla Maria - "Samba" (1993)
Cantando ao vivo num programa de TV
Percebam que é o mesmo agudo, a mesma voz...
KATLA HAUSMANN
A dona da voz que você ouve em DJ Project - "You Came"
(Foto: Divulgação)
A voz dela parece ser a de uma "menininha", não é mesmo? E isso faz total sentido se você estudar a biografia de Katla.
KatlaMaría (Gróa) Hausmann (seu nome completo) nasceu na Islândia, em 28 de junho de 1969, e foi uma das maiores estrelas infantis da história da música islandesa. Seu sucesso aconteceu após gravar uma canção natalina intitulada "Our Hour Before Christmas" (1978), quando tinha apenas 9 anos de idade. Quando ela performou essa canção na TV, o resultado foi tão positivo que ela foi convidada para lançar um álbum completo, que aconteceu no outono de 1979. Esse disco se chama "Katla María", onde canta canções infantis espanholas e com letras escritas por seu avô, Guðmundur Guðmundarson.
O primeiro álbum de Katla - "Katla María" (1979)
O idioma escolhido para cantar neste álbum foi o espanhol - justamente porque seu pai era da Espanha - e ela conhecia bem o idioma, pois passava as temporadas de verão viajando para aquele país (mas também viveu muito na Islândia com a sua mãe).
Este primeiro álbum foi um sucesso instantâneo, fazendo com que Katla lançasse mais três álbuns seguidos: "Ég Fæ Jólagjöf " (1980), "Litli Mexikaninn" (1981) e "Katla Og Pálmi" (1982), todos estes cantados em islandês e bem elogiados pela crítica.
Katla María já tinha treze anos e a adolescência estava chegando. Então, devido a idade, a estrela mirim teve que se ausentar dos holofotes, e quando completou dezessete (em 1986), se mudou para a Espanha.
Sidi Bel com Katla, em 1989
Foto: Divulgação da época
Na Espanha, vivendo na cidade natal de seu pai, ela se juntou ao Sidi Bel, que lançou um álbum em 1989.
Nesse mesmo ano (1989), Katla María reapareceu repentinamente na Islândia e cantou no Festival Eurovision (Islândia). Embora a canção não tenha vencido a disputa, ela obteve enorme popularidade e voltou a ser a "queridinha" dos islandeses.
Björgvin Halldórsson & Katla Maria - "Sóley" (Söngvakeppni Sjónvarpsins, 1989)
A música chegou à final do Eurovision na Islândia, em 1989 (Söngvakeppni Sjónvarpsins). Cantada por Björgvin Halldórsson e Katla María, marcou 44 pontos. Na época, muitos islandeses não gostaram do resultado final da competição e disseram que o dueto de Katla com Björgvin foi muito melhor que a performance de Daniel August, o então vencedor
Katla María voltou para a sua casa, na Espanha, e quatro anos depois (1993) ela cantou novamente nas eliminatórias para o "Eurovision", performando agora a sua própria música, "Samba". Diferente da apresentação anterior, a música recebeu pouca atenção nessa época.
Em 1994, Katla resolveu se mudar da Espanha para a Itália, país em que vive até os dias atuais. Inevitavelmente se envolveu com alguns músicos locais, inclusive, com produtores de italodance...
Foto enviada pela vocalista Katla, ao Blog Rikardo.Music
(Tour U.S.U.R.A.)
Para o Blog, a artista contou com exclusividade que gravou para vários estúdios italianos, e que ainda foi integrante da turnê do U.S.U.R.A.: "Eu estava viajando em mil estúdios de gravação no norte da Itália. Trabalhei muito na Media Records em Brescia. Mas a experiência mais forte foi ter participado ao vivo da turnê como vocalista do U.S.U.R.A. (grupo de Padova). Sobre "You Came", eu não me lembro agora qual foi o estúdio em que gravamos."
A islandesa-hispânica gravou, em 1996, a faixa cover "You Came" com o italiano DJ Project.
DJ Project Featuring Katla - "You Came" (1996)
25 ANOS!!
Curiosidade: O single só foi lançado em vinil
Selo: Hitwave Music
Contem 5 versões:
A1 - European Mix
A2 - Dance Mix
A3 - Radio Edit
B1 - Original Mix
B2- Radio Version
Para ter acesso a esse single em ótima qualidade (FLAC), clique aqui
Eu questionei a cantora sobre essa produção, se ela performou a música em algum show, e o que ela guarda de recordação dessa parceria, mas Katla apenas confirmou que gravou a faixa, e que fazia muito tempo que não a ouvia... (Ela ainda me pediu o link da canção, para ouvi-la).
Alguns singles que Katla lançou com Larry Pignagnoli - X-Energy Records
A vocalista também esteve contratada com o famoso produtor italiano Larry Pignagnoli, e gravou outras músicas que não tocaram muito por aqui... São as faixas "Algun Dia" (2001), "Soy Una Aventurera" (2002), "Piel Canela" (2002) (Diki-Diki Feat. Katla), "Esta Noche" (2002) (Diki-Diki Feat. Katla) e "It's Summertime" (2005), que por sinal se encontra no CD "Na Balada Vol.11".
Em "Algun Dia" e "Soy Una Aventurera" ela trabalhou também com Marco Soncini (Ponchill), que é conhecido por ter colaborado em diversos singles de Annerley Gordon (nos projetos Whigfield e Ann Lee), In-Grid, Ivana Spagna, Dhany ("Quiero Respirar", Mumm -"I Wanna Be Free"), Benassi Bros feat. Sandy Chambers ("Feel Alive")...e muitos outros.
Conversando com Katla sobre Larry Pignagnoli, ela disse: "Trabalhar com Larry foi muito bom, ele é um homem muito capaz e um grande profissional. Trabalhei com ele em Reggio Emilia, num estúdio onde também estava Benny Benassi, e algumas dessas canções que gravei com Larry foram escritas por mim. O resultado sempre era muito mágico, pois quando você trabalha com bons profissionais tudo flui e anda sozinho, e também porque cada um coloca um pouco de seu particular no projeto".
Perguntei ainda à Katla, quais outras músicas de italodance podemos encontrar a sua bela e angelical voz, então ela citou um outro single desconhecido por mim: Barrio Del Rio - "Onda Buena" (2004).
Katla Hausmann com a banda Lunainfea (foto de 2011 - divulgação)
Em 2011 a vocalista ingressou numa banda italiana de rock chamada Lunainfea, onde mostrou toda a sua versatilidade até 2015, quando a banda resolveu pausar as suas atividades. Nesse trabalho, ela aparece nos créditos como Katla Hausmann.
Veja o vídeo abaixo, com alguns trechos da vocalista cantando na banda Lunainfea e também em outras músicas de seu acervo pop, dance, infantil... Vale a pena conhecer um pouco de sua trajetória musical, vê-la em ação nos estúdios e dando entrevistas:
"A EVOLUÇÃO DE KATLA"
KATLA ATUALMENTE
Katla completou recentemente 52 anos de idade (no dia 28 de junho de 2021) e ainda continua em atividades na área musical. Ela tem um casal de filhos (um adolescente: Pablo e uma jovem adulta: Greta), e se casou em 15 de junho de 2019.
Katla permanece morando na Itália (provavelmente em Padova)
Crédito das fotos: Facebook de Katla
Apesar de ter cantado várias músicas latinas, dance music, pop e até rock, Katla é muito lembrada como uma poderosa estrela infantil da Islândia e também pela sua contribuição ao Eurovision Song Contest, de 1989.
Suas canções infantis continuam sendo regularmente lançadas em diversas compilações em seu país natal, a Islândia, embora ela considere Barcelona (Espanha) a sua cidade natal.
Muito obrigado à Katla, por ter falado conosco! Essa versão para "You Came" é a minha favorita, e tenho a certeza que é a favorita de muitos leitores também. Simplesmente, a mais tocante e envolvente das versões.
Finalizo aqui, e espero que tenham gostado de saber um pouco mais sobre essa relíquia, que está completando 25 anos de aniversário: DJ PROJECT - "YOU CAME".
Um abraço!!
Agradecimentos: À Katla Hausmann, Gianluca Viviani e Fabrizio Sinoncioni
MEDUZA SEGUE SENDO UM DOS PRINCIPAIS NOMES DA MÚSICA ELETRÔNICA DA ATUALIDADE
Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.
-RIKARDO ROCHA
Ninguém segura esse trio e suas parcerias de sucesso!
Eles estão com tudo!
O trio de produtores do Meduza, formado pelos italianos Luca De Gregorio, Mattia Vitale e Simone Giani,recebeu recentemente uma certificação de Ouro nos EUA! Na verdade, já é a 3ª vez que eles recebem esse reconhecimento naquele país. No facebook, eles agradeceram:
"Não podemos descrever em palavras como estamos felizes em obter a terceira certificação de Ouro da RIAA aqui nos EUA! Obrigado América e obrigado à equipe da Republic Records por todo o seu trabalho duro!"-Meduza
Esta conquista veio através da música "Paradise", que também é um sucesso nas FM's brasileiras, como as rádios Energia 97 e Jovem Pan:
MEDUZA - "Paradise" (Live Performance Video) ft. Dermot Kennedy (2020)
O video-clipe não conta com a presença do vocalista, mas o Meduza trouxe todos os envolvidos dessa produção (inclusive eles), nesse outro material acima.
Sobre os clipes do Meduza, vemos apenas alguns atores / modelos representando em cenas e preenchendo o tempo de duração das músicas (talvez uma ideia da gravadora apenas como divulgação dos singles). Acho que os produtores nem dão pitacos sobre as produções dos vídeo-clipes.
O Meduza não é apenas conhecido por lançar músicas dançantes e de caráter bem comercial, mas também é conhecido por apresentar elementos eletrônicos bem característicos, que faz com que reconheçamos os seus trabalhos de imediato.
Aparentemente, eles também gostam de valorizar os vocais em seus singles - sejam femininos ou masculinos. Nessa canção de título "Paradise", por exemplo, temos o vocal introspectivo do cantor islandês Dermot Kennedy, que habitualmente se desempenha como vocalista em músicas do gênero Pop / R&B.
O último single solo de Dermot Kennedy é a canção "Better Days", lançado em julho deste ano. Já a parceria entre o vocalista e os produtores italianos aconteceu no ano passado, embora pareça ser bem mais recente - por depararmos muito ainda com a faixa nas rádios e nos principais charts de serviços de streams.
OUTROS ESTOUROS DO MEDUZA QUE VOCÊ CONHECE
Becky Hill, Joshua Grimmett e Dermot Kenedy: Cantores que também escrevem letras
Ao contrário do cantor Dermont Kennedy (que trabalha mais com Pop e R&B), Becky Hill já é uma cantora totalmente focada na Dance Pop, e brilhou com o Meduza no grande êxito "Lose Control" (2019). Qual a pessoa que nunca ouviu, ou cantou, este baita som chiclete?
Becky Hill segue lançando música atrás de música, e uma faixa que indico da cantora é "Remember", parceria da artista com David Guettae que já toca em algumas rádios brasileiras.
E tem mais: Becky Hill também está lançando o seu álbum de estreia intitulado "Only Honest On The Weekend". Em suas redes sociais, emocionada, ela escreveu:
"Esperei quase 10 anos para escrever isso, mas finalmente, estou apresentando a vocês o meu DEBUT ALBUM e o primeiro trabalho pelo qual estou tão apaixonada, orgulhosa e animada. ‘Only Honest On The Weekend’ está disponível AGORA! Obrigada pelo apoio em cada lançamento, é por causa de todos vocês que cheguei até aqui "-Becky Hill
MEDUZA, Becky Hill, Goodboys - "Lose Control" (Live at The Worx, London / 2019)
O vídeo-clipe não conta com a presença da vocalista (aliás, de nenhum dos integrantes).
No vídeo acima, estão os 7 integrantes reunidos (Meduza, Becky Hill e Goodboys).
"Lose Control" foi cantada por Becky Hill, certo? Mas, tem ainda a colaboração de um outro time bem talentoso e que foi mais que necessário nesse primeiro triunfo do Meduza... Trata-se do trio britânico Goodboys, formado pelos músicos Joshua Grimmett, Ethan Shore e Johannes Shore, que trabalharam em todo o processo de produção deste single.
A propósito, a voz masculina que canta repetidamente o famoso trecho "Ah-ah-ah, I Need Your Love, I Need Your Love" é de Joshua Grimmett. O cantor ainda ajudou na composição das letras e nos arranjos de "Lose Control", "Paradise" e "Piece Of Your Heart", os três maiores hits do Meduza.
Pois é, a união deu tão certo entre o Medusa e o Goodboys que nasceu entre eles uma nova parceria chamada "Piece Of Your Heart" (2019), sendo um outro single muito expressivo do projeto.
A música foi muito tocada nas rádios brasileiras e recebeu até certificação de Diamante por aqui (O DJ brasileiro Alok fez um remix, então isso pode ter colaborado também).
GOODBOYS
Muita gente pensa que eles são o MEDUZA, mas apenas colaboraram em algumas músicas
"Piece Of Your Heart" traz os vocais novamente de Joshua Grimmett (do Goodboys), que como citado acima, participou do single anterior com Becky Hill.
O cantor não foi creditado nos singles com o seu nome solo. Veja em "Lose Control" e "Piece Of Your Heart", ambos foram creditados apenas como Meduza feat. Goodboys.
Você poderá reconhecer a voz de Joshua Grimmet ainda em outras produções em que o Goodboys colaborou, como exemplo, a parceria deles com Imanbek - "Goodbye" (2020), faixa conhecida entre os ouvintes da rádio Energia 97.
MEDUZA, Goodboys - "Piece Of Your Heart" (Live at Universal Music Studios, London / 2019)
O nome do vocalista é Joshua Grimmett, do trio Goodboys, músicos que produzem e compõem.
No vídeo acima, estão os 6 integrantes reunidos (Meduza e Goodboys).
"Piece Of Your Heart", além de ter sido um outro hit do Meduza, teve ainda a honrosa chance de ser indicada ao Grammy 2020, na categoria de "Melhor Gravação Dance".
A título de curiosidade, eles perderam esse prêmio para o veterano e lendário Chemical Brothers, que estava concorrendo com a música "Got To Keep On" (que tem a presença da talentosa vocalista Miriam Stockley no backing vocal):
The Chemical Brothers - "Got To Keep On" (2019) (Official Video)
A vencedora do Grammy 2020 -"Melhor Gravação Dance"
O Meduza conquistou muito sucesso, espaço e reconhecimento nos últimos anos, e tudo isso graças ao seu empenho e talento em produzir hits comerciais, além de saber escolher essas parcerias, todas muito bem sucedidas.
Em 2020 saiu ainda "Born To Love", uma colaboração com a cantora britânica Shells (cujo nome real é Sarah Sheldrake). Não fez barulho como os discos anteriores.
Meduza: O que vem pela frente?
Recentemente o Meduza ainda remixou singles de artistas importantes, como Ed Sheeran - "Bad Habits", John Legend - "Wild" e Armin van Buuren - "Discopolis 2.0".
Neste ano de 2021 eles lançaram o novo single "Headrush", mas sem aquela dedicação na melodia e também sem aquele refrão vocal, que rigorosamente abrilhantaram os singles anteriores... Uma pena!
Aguardemos ansiosos e confiantes pelos próximos empreendimentos do italiano Meduza, afinal, não é todo dia que vemos um projeto emplacar como eles conseguiram, em canções próprias ou em remixes de outros artistas.
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-RIKARDO ROCHA
Por meio de uma postagem recente no instagram do meu amigo Valmir Sant'anna, me surpreendi agora com o falecimento precoce do DJ e Produtor americano Ian Carey.
O nome verdadeiro dele era Ian Harshman, era músico americano, DJ e trabalhava como produtor musical.
Com a cantora Michelle Shellers, Ian Carey estourou no mundo todo como o hit "Keep On Rising" (2008)
Aqui no Brasil também alcançou bastante popularidade e esteve na coletânea "Summer Eletro Hits Volume 5"
Michelle Shellers e Ian Carey
Foto: facebook de Michelle Shellers
A cantora escreveu em seu facebook que esteve em inúmeras aventuras com Ian Carey, e desejou que ele faça uma boa passagem
CAUSA DA MORTE AINDA NÃO FOI INFORMADA
Ian Carey faleceu em 20 de agosto de 2021, aos 45 anos. Nada foi compartilhado sobre o motivo da morte.
O produtor Steve Mac foi o primeiro a anunciar seu falecimento: ''Muito triste e chocado com a notícia da morte de Ian Carey. Muito jovem. Sua música continuará viva"
Em um dos vídeos postados no Youtube (que informava o falecimento do produtor), um fã chegou a questionar o canal sobre a causa da morte - se por acaso era por Covid-19. Então, uma pessoa chamada Lite Raine, que se dizia tia de Ian Carey, negou o falecimento por covid.
Aí perguntaram-na: "Por favor, diga-nos o motivo senhora"
Então, a tia escreveu: "Era uma condição implícita, que só ele sabia que estava sofrendo… ele sofria disso há anos. Não posso falar sobre isso. Eu também acho que ele era um workaholic (viciado em trabalho / trabalhava demais) e estava muito exausto."
A causa da morte não foi divulgada oficialmente, porém, se analisarmos o fato da família pedir o sigilo da informação, e também na possibilidade de sua tia estar dizendo a verdade, então, já podemos deduzir qual foi o motivo do falecimento do nosso Ian Carey (causa que infelizmente afeta muitas pessoas).
IAN CAREY FEZ SUCESSO NA DANCE MUSIC
RIP IAN CAREY
Ian Carey cresceu ouvindo música, principalmente porque ele tinha muitas pessoas ao seu redor envolvidas nessa arte, como o seu pai - que era engenheiro de som. Também era um hobby para ele tocar violão e cantar ao lado de sua mãe, em uma idade mais jovem.
No ensino médio, Ian Carey tocou bateria e até participou da banda militar da escola. Foi nessa época que ele descobriu a dance music.
Ian Carey depois se tornou num DJ de dance/eletrônica e já vendeu mais de 1 milhão de discos. Ele também tocou em todos os continentes do mundo, desde a Tailândia até o Canadá, da Rússia à Ucrânia, Japão, Austrália, África do Sul, América do Sul e, por toda a Europa e América do Norte.
Algumas de suas obras mais conhecidas:
"Keep on Rising" · 2008
"Get Shaky" · 2009
"Last Night" · 2011
"Let Loose" · 2010
"Amnesia" · 2012
"Lights Out" · 2012
"Baddest Chick" · 2013
Ian Carey - "Get Shaky" (2009)
Outra grande faixa conhecida dos fãs da Dance Music
Neste exato momento, muitos fãs e amigos compartilham suas condolências e homenagens nas redes sociais.
Descanse em paz, Ian Carey. Sem dúvidas, uma grande influência na cena eletrônica.
Não há uma criatura, fã de eurodance no Brasil, que não conheça essa maravilhosa artista...
CANTORA DE EURODANCE - NICKI FRENCH - PISAVA NO BRASIL PELA 1ª VEZ HÁ 25 ANOS
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-RIKARDO ROCHA
Seu nome real é Nicola Sharon French, nasceu em Carlisle (Inglaterra) no dia 26 de setembro de 1964 e começou a cantar aos seus 12 anos de idade numa banda com o seu irmão. Com o 'brother' ela cantou até aos 19 anos, depois se mudou para Londres e cantou em muitos clubs espalhados pela cidade.
Vale acrescentar que, antes de ser descoberta, a inglesa fez ainda vários trabalhos como backing vocal para muitos cantores, além de cantar em projetos como Whiskey & Sofa - "Dirty Den" - que aliás, é uma produção bem obscura de 1986.
Whiskey & Sofa - "Dirty Den" (1986)
Raríssima música com a participação da Diva do Eurodance:
NICKI FRENCH!!!
Aos seus 29 anos, a jovem artista foi ainda a voz do projeto britânico French Connection, na faixa "You'll Be Sorry" (1993). Ainda em 1993, finalmente assumiu-se com o nome artístico de Nicki French e se tornou uma das maiores estrelas da dance music dos anos 90.
A prendada vocalista assinou um contrato com os produtores Mike Stock e Matt Aitken, famosos por produzirem Kylie Minogue, Jason Donovan, Sybil, e muitos outros astros dos anos 80 (em parceria com Pete Waterman). A dupla de produtores tinha acabado de inaugurar o seu selo Love This Records, então trouxe Newton, Serena, Tatjana e Nicki French entre os seus primeiros contratados, onde todos obtiveram êxitos nos charts dos clubs e FMs, inclusive aqui no Brasil.
O primeiro single de Nicki French foi a clássica "Total Eclipse of the Heart", que alcançou rapidamente o primeiro lugar em vários países, como Japão, Canadá, Espanha e Brasil - bem como esteve no topo das paradas da Austrália, Alemanha, Itália, México, Holanda, Dinamarca e Noruega. Na França, o single também se destacou e vendeu mais de 5 milhões de cópias. Um grandioso HIT mundial!!
"Total Eclipse Of The Heart" é um cover de Bonnie Tyler, mas considerada por muitos como uma das melhores regravações já feitas por um artista Dance... Não é a toa que muitos ouvintes a definiram também como uma "versão tão boa quanto a original".
O reflexo dessa grandiosidade trouxe o lançamento de dois videos oficiais para a faixa; um exclusivo para o público americano e o outro destinado mais para a Europa. "Total Eclipse" conseguiu ainda um dos melhores resultados para um artista de eurodance nos Estados Unidos, chegando ao #2 do concorrido HOT 100 da Billboard.
Nicki French chegou onde poucos conseguiram
Particularmente, eu não me lembro de ver um feito tão glorioso alcançado por um outro artista de Eurodance, como Nicki French conseguiu. A cantora conquistou simplesmente o mais almejado topo principal da Billboard americana. É o sonho de muita gente, inclusive da brasileira Anita, que chegou nessa mesma parada atingindo apenas a 90ª posição!!!
Se a Spotlight Records tinha Ice MC, Double You e Corona em seu cast, a concorrente Paradoxx Music tinha a britânica Nicki French como uma de suas maiores estrelas, e com isso distribuiu seus novos lançamentos como "For All We Know" (outra regravação) e "Did You Ever Really Love Me?" (uma faixa original), ambos hits estrondosos e que lotaram as coletâneas da gravadora paulistana.
Diante desse momento, Nicki French era considerada a Maior Revelação da Dance Music Mundial.
Nicki French e seu 2º single "For All We Know" sendo indicado na revista DJ Sound
Seu novo single, "For All We Know", era uma versão "dance" da obra-prima original da dupla The Carpenters, e foi bem conhecida entre os frequentadores das danceterias e tocada nas principais emissoras especializadas em Dance Music. Em 1995, esse 2º single atingiu o #42 na mais importante parada do Reino Unido.
O vídeo oficial de "For All We Know" foi lançado e nos mostrou um outro lado de Nicki French, que não conseguíamos visualizar apenas a ouvindo nas coletâneas da Paradoxx Music ... era o seu lado "Diva Gay", que a cantora exerce fortemente no Reino Unido em seus shows e apresentações até os dias atuais.
Após a estes dois singles, Nicki French saiu com o álbum "Secrets", que foi distribuído em vários países, inclusive aqui no Brasil - através da sempre saudosa Paradoxx Music.
Nicki French - Album "Secrets"
Edição americana
Nesse período, a cantora disse: "Eu trabalhei duro por muitos anos, me apresentando em centenas de club's pelo Reino Unido e fazendo backing vocal para diversos cantores, mas, como tantos outros artistas, sempre esperei, no fundo, que um dia tivesse meus próprios sucessos. Então, quando apareceu a chance de trabalhar com Mike Stock e Matt Aitken - que são dois dos maiores produtores ingleses, com mais de 100 hits que passaram pelo TOP 40 - eu aceitei no mesmo instante." - Nicki French
No 2º semestre de 1995, Nicki French lançou o single de um de seus mais queridos hits aqui no Brasil. Era a canção "Did You Ever Really Love Me?" que bombou demais em nossas rádios e noites, mas fazendo um relativo sucesso no Reino Unido, atingindo o #55 nas paradas daquele país. Essa também foi uma das surpresas da coletânea "As 7 Melhores Vol. 4", assim como "Total Eclipse Of The Heart" havia ocupado com vigor "As 7 Melhores Vol. 2".
"Is There Anybody Out There?" foi single no final de 1995 e se tornou numa nova febre daquele momento. Clubs paulistas, como a nostálgica Krypton, adicionaram esta power track na seleção das melhores da noite, justamente para causar o impacto e garantir o ápice dos "mauricinhos e patricinhas".
Sim, no Reino Unido a cantora sempre foi muito aplaudida pelo público LGBT, mas aqui no Brasil quem aclamava Nicki French como a Rainha da Dance Music eram os "mauricinhos e patricinhas" das mais populares boates brasileiras. "Is There Anybody Out There?" se destacou muito em solo brasileiro, enquanto que no Reino Unido atingiu o #83, em 1995.
Nicki French - Sinônimo de talento e simpatia
Em 1996 Nicki French não teve muitas entradas nos gráficos britânicos; a cantora só voltou a receber alguma atenção por lá com a faixa "Te Amo" (lançada no final daquele ano)...Mas aqui no Brasil, seu impulso vitorioso estava apenas começando... E este, definitivamente, foi o ano de sua consagração na cena Dance brasileira.
1996 foi também um ano bem lucrativo para a Paradoxx Music, que celebrava as boas vendagens do disco "Secrets", divulgado como o álbum mais bem vendido de um artista da gravadora.
Diante de tantos resultados positivos - e das músicas da Nicki estarem em todas as rádios - , a Paradoxx Music resolveu re-lançar este disco, agora trazendo 3 novas faixas gravadas pela cantora: "Stop In The Name Of Love", "Heaven Is A Place Of Heart" e "Tell Him". O resultado disso? Novos hits em todas as rádios, nas coletâneas e nos clubs brasileiros.
Reedição do álbum "Secrets" by Paradoxx Music
Os fãs de Dance Music tiveram em seguida a chance de acompanhar o adicionamento de "Heaven Is A Place On Earth" (regravação de Belinda Carlisle) e "Stop In The Name Of love" (regravação das The Supremes) nas programações das rádios brasileiras. A propósito, belas covers que só a Nicki sabe fazer! Não vi ninguém superar essas versões, até hoje. Eu me lembro ainda que a rádio VOX 90, de Americana - SP, fez até um jingle no estilo paródia de "Stop In The Name Of love", com uma cantora cantando em português e com uma base bem parecida... Marcou-me demais!
Sobre estas excelentes vendagens de seu álbum, Nicki havia dito bem antes: "Estou cruzando os dedos para poder retribuir, com uma enorme vendagem, toda a confiança que os meus produtores depositaram em mim". Bom, ao que tudo indica, podemos dizer que Nicki French retribuiu e muito bem, pois o público brasileiro ajudou a emplacar estas vendas, com duas edições lançadas pela Paradoxx Music.
Nicki French: Hits atrás de Hits
Para se ter uma ideia do sucesso de Nicki em terras brasileiras, ela foi convidada para vir ao Brasil pela primeira vez em 1996, e assim realizou vários shows em elogiadas apresentações. Essa turnê foi um verdadeiro fenômeno de público e aclamação, com casas lotadas e plateia extremamente satisfeita.
O resultado foi tão positivo, que Nicki French teve que voltar ao Brasil mais 2 vezes para atender a alta demanda, então, em 1996 ela esteve aqui por 3 vezes seguidas! A 4ª vez aconteceu apenas 4 meses depois, em março de 1997!!
DJ Ronaldinho (lenda das pick-ups), com Nicki French e Altair (gerente da Krypton)
Em sua primeira turnê no Brasil, em março de 1996
A primeira vez que Nicki French esteve no Brasil foi em março de 1996, há pouco mais de 25 anos!! Quem a trouxe nessa ocasião foi Adilson Luciano, um empresário e dono da casa noturna Babel de Itatiba - SP, considerada como um templo da Dance Music nos anos 90.
Adilson já havia trazido outros grandes nomes do gênero, como Whigfield, Taleesa, Alexia, Double You, Martine, Black 4 White, Ice MC, Fourteen 14, Randy Bush, e muitos outros, então só faltava trazer esse grande nome da Inglaterra ... fato que acabou se concretizando e enlouquecendo os fãs da loira.
Nicki French tinha 31 anos de idade nessa sua primeira vez ao Brasil, e ficou hospedada num SPA chamado "7 Voltas", que também fica em Itatiba (cidade vizinha daqui). Ela disse aos jornalistas locais que começou cantando na banda de seu irmão, mas que nessa época fazia músicas para um público mais velho, e que naquele atual momento estava atingindo mais aos adolescentes: "Não tenho a idade deles, mas certamente estou dando-lhes o que querem".
Quem curtiu essa época, deve se lembrar que Nicki era um nome excitante entre os teens brasileiros...
[Nicki French na Krypton]
Nicki French se apresentou em dezenas de clubs brasileiros, mas ela não podia deixar de visitar a Krypton, né? A famosa danceteria que sempre destacou os seus sucessos!!!
O primeiro show que a rainha da Dance Music fez no Brasil? Foi na cidade de Manaus - AM, num Hotel chamado Tropical.
À revista DJ Sound, a cantora disse: "Subi ao palco e o espetáculo tem a duração de 30 minutos, mas aos 45 eu ainda estava lá".
Nicki informou ainda que esperava apenas uma, ou duas músicas (no máximo) sendo reconhecidas pelo público, mas ela se surpreendeu com toda a dimensão que seu trabalho tomou em nosso país: "No carro passeando pelo dial das rádios, escutei 3 ou 4 músicas minhas!!"
Não era pra menos, né? Afinal estávamos em março de 1996, época que "Did You Ever Really Love Me?" e "Is There Anybody Out There?" eram hits absolutos entre os adolescentes, sem citar ainda nos singles anteriores, que também foram febres.
Nicki French em Itatiba-SP, no SPA "7 Voltas"
E Nicki French acreditava (nessa época) que Olga de Souza era a vocalista verdadeira do Corona (assim como todos nós, né?!). Ela mencionou à DJ Sound que fez uma turnê em 1995 nos EUA, e que nessa experiência acabou conhecendo a "Corona", que também estava fazendo shows por lá:
"Admiro muito o trabalho dela e a capacidade de cantar em inglês." - Nicki French.
Nicki French demonstrou ainda que não se incomoda em ser taxada de "cantora de Dance", mas ressaltou que não esconde a sua felicidade quando alguém percebe suas músicas de outros gêneros, como as baladas de pop que estão em seu álbum "Secrets".
Seus shows mais memoráveis? Foram tantos que é até uma covardia citar um só, mas na Krypton, casa noturna que sempre exaltava as suas músicas, tem que ser lembrado com toda a certeza! O show foi realizado no dia 10 de março de 1996 e foi definido como "Incrível" pela Revista DJ Sound, que enfatizou mais uma vez a adoração do público adolescente pela cantora, citando em suas páginas: "Adolescentes de 14, 15, 16...jovens de 18, 19, 20... cantando letras completas de suas músicas e dançando sem parar. Cenas que deixam qualquer um arrepiado".
A banda brasileira AI-5 fez os shows da turnê de Nicki French no Brasil
Esse show teve a organização da CIRKUS - Central de Promoções e Eventos, começando às 19:45hs. A jornalista Gabriela Btcher disse na época: "Nicki 'gastou' toda a sua voz em interpretações emocionantes. Podia-se notar que Mrs French se sentia 'nas nuvens'."
O sócio proprietário da Krypton, Vitor Paulo, também falou todo orgulhoso a respeito desse show: "Ela fez um dos melhores shows apresentados aqui na Krypton".
O repertório que fez todos cantarem juntos numa só voz, trazia as músicas "Is There Anybody Out There?" (que era um de seus mais recentes sucessos), "Stop In The Name Of Love", a balada "Secrets", "For All We Know", "Did You Ever Really Love Me?", "Total Eclipse Of The Heart", "Never In Million Years", e fechando o bis de "Did You Ever Really Love Me?", uma de suas maiores marcas até hoje.
Show na histórica Pacha de Campinas-SP
Após a estes shows no Brasil, Nicki ficou feliz e surpresa com a recepção do público: "Nunca vi tanta gente cantar todas as músicas com tamanha correção...Fiquei simplesmente fascinada com a reação das pessoas, não podia imaginar nunca que vocês saberiam cantar todas as minhas músicas, e que principalmente fossem me receber de braços abertos da maneira que vi. Realmente é emocionante o calor humano do brasileiro." - Nicki French.
NICKI FRENCH: UM É POUCO, DOIS É BOM...
[Show no Moinho Santo Antonio]
Nicki French retorna ao Brasil depois de apenas 3 meses da sua 1ª vez...
Depois dessa boa impressão da cantora (e do público também), Nicki French voltou ao Brasil em menos de três meses para uma nova turnê. Ela foi questionada ainda sobre o andamento do novo álbum, então Nicki disse que seus produtores (ainda Mike Stock e Matt Aitken) estavam trabalhando em novas faixas, e que quando ela chega nos estúdios eles já estão com várias bases prontas.
Nicki ainda falou rapidamente sobre os bastidores, que Mike e Matt sempre mostravam à ela essas bases, para que pudesse fazer suas avaliações. "Eu então analiso se coloco a letra ou não, apesar disto ser sempre uma decisão unida".
Nicki French voltou ao Brasil, e é lógico que iria se apresentar novamente na Krypton!!
Nicki French fez também a sua primeira participação na TV brasileira nessa 2ª visita em nosso país, que aconteceu no programa "Sabadão", com Gugu Liberato.
Nessa transmissão, a charmosa inglesinha cantou o seu hit do momento "Stop In The Name Of Love" , e eu tive a sorte de pegar isso no exato momento e gravar no videocassete. Quem fez a tradução deste bate-papo (curtíssimo) entre Gugu e Nicki, foi a Silvia da Paradoxx Music, que sempre atendia minhas ligações nos anos 90.
Nicki French na Rainbow, em junho de 1996
O loiro que a abraça é o stripper Marco Manzano, falecido em novembro de 2020 (após uma cirurgia no coração).
TRÊS É DEMAIS!
Em outubro daquele ano, Nicki se preparava para voltar...
E depois de tanta popularidade e assédio do público, Nicki French voltou pela 3ª vez ao Brasil em 1996. Se passaram apenas 4 meses da sua última turnê, mas a cantora - considerada e anunciada como a Rainha dos "mauricinhos e patricinhas" - veio se apresentar com outros artistas no "Dance Phico Music Festival", que aconteceu em outubro daquele ano.
Nicki French no "Dance Philco Music" Festival, em outubro de 1996
Os outros nomes que também participaram do "Dance Phico" eram Taleesa, Double You, Undercover, Schwarzkopf e Karina (artistas da Paradoxx Music e Spotlight) e todas as apresentações foram um sucesso.
Igualmente ao festival do ano anterior, o "Close Up Festival", esse também lançou uma coletânea que reunia os sucessos de cada cantor convidado. Nicki French cumpriu o extenso roteiro do festival, que tinha o objetivo de aproximar a marca "Philco" com o público adolescente dos anos 90.
Nicki French e seus dançarinos agitando o Festival, em sua 3ª vinda ao Brasil
NICKI FRENCH RETORNA AO BRASIL EM 1997, MAS SEU 2º ÁLBUM NÃO É LANÇADO AQUI
No final de 1996 é lançada finalmente uma faixa inédita de Nicki French... Era uma regravação? Não! Era "Te Amo", uma música original, inédita e sendo mais uma vez sucesso no Brasil.
A Jovem Pan fez questão de tocar essa música com exclusividade na época, e anunciava com exaustão que era "a nova de Nicki French", já que a artista era muito popular e tinha vários admiradores de seu último álbum. Um detalhe, é que "Te Amo" voltou também a levar o nome de Nicki às paradas britânicas, mas atingiu apenas o #84 em 1997.
Aqui no Brasil, essa nova faixa da cantora foi inclusa em algumas coletâneas clássicas da Paradoxx Music, como o CD "Sequência Máxima", que era o nome de um programa bem conhecido da Jovem Pan. A música teve ainda sucesso em alguns países asiáticos, mas nada parecido com o "endeusamento" que acontecia no Brasil.
Curiosamente a faixa foi liberada no Brasil em 1996, mas o single só chegou oficialmente em 1997- período que a música cantada em castelhano estava em alta nas rádios e clubs... Por isso, você encontrava também nesse single uma versão com a Nicki "botando pra quebrar" em espanhol.
Nicki French no Brasil, em março de 1997
1997 chegou e Nicki French voltou ao Brasil pela 4ª vez (em apenas 1 ano, ela veio 4 vezes!!) - mais precisamente em março - para divulgar este novo trabalho.
Os shows, mais uma vez, tiveram lotação máxima e o talento de Nicki muito aplaudido. Além dessas apresentações, a cantora também esteve em alguns programas de TV, como "Quem Sabe ...Sábado" (TV Record) e "Raul Gil" (Rede Manchete), cantando "Te Amo" - seu último sucesso nas rádios e clubs.
Detalhe que a gravadora Love This Records não estava em seu melhor momento (faliu em 1997), então os produtores desse e dos próximos trabalhos de Nicki French não eram mais Mike Stock e Matt Aitken, mas sim o britânico Mark Cyrus.
Depois de alguns meses, não demorou muito e a Jovem Pan voltou a anunciar em sua programação "a nova de Nicki French", agora destacando o lançamento de "Give It Up Now". Estranhamente o título divulgado foi apenas "Give It Up", tanto na locução da rádio como na descrição da música que saiu na coletânea "As 7 Melhores vol. 7" (1997).
Infelizmente essa nova faixa foi tocada apenas algumas vezes, e depois a Jovem Pan acabou "abandonando-a", como se nunca tivesse existido. Também não saiu em muitas coletâneas, como as anteriores faixas de Nicki French - que eram espalhadas por diversos CD's.
Logo mais, a Paradoxx Music lançou a linda "Don't Want To Be Alone Tonight", que não foi tocada nas rádios. Uma pena! A coletânea intitulada "TOP 18" trouxe esse som no final de 1997, e apresentava ainda outros fortes nomes do eurodance daquela época, como Gala - "Come into my Life", Regina - "Day By Day", Surama K -"Remember", Blackwood - "My Love For You", entre outros.
Nicki French no Brasil, em março de 1997 (Serra Negra - SP)
Crédito da foto: Rocheti Sergio
Depois disso, a impressão que se dá é que Nicki French e a gravadora Paradoxx Music romperam com o contrato, ou que simplesmente não renovaram. Não houve mais trabalhos desta fantástica inglesinha sendo lançados no Brasil.
Sobre o 2º álbum de Nicki French, ele foi finalmente lançado, mas adivinhem? Não chegou ao Brasil, o país que a cantora mais obteve sucesso! Totalmente incoerente, não é?
O nome desse novo trabalho é "French Revolution", e aparentemente saiu apenas no Japão e Taiwan. A edição de Taiwan traz a faixa "Te Amo" (Rap Version) que é uma versão exclusiva e que só saiu nesse CD; não foi inclusa no single e nem no álbum japonês.
Ao ouvir "Te Amo", na versão "normal", você vai perceber que a música aparentemente teve seus vocais regravados por Nicki, não é a mesma edição que ouvimos na coletânea "Sequência Máxima" (a música havia sido gravada inicialmente em 1996 e lançada pela Peer Music).
Você irá perceber também que o disco tem menos covers que o registro anterior, apresentando agora as poucas regravações de Chaka Khan - "Through The Fire", Chicago - "Hard To Say I'm Sorry", e novamente o maior sucesso de Nicki French - a cover de Bonnie Tyler - "Total Eclipse Of The Heart" numa outra nova versão (gostei bastante, e me lembrou um pouco Amber - "This Is Your Night"). O álbum "French Revolution" teve a produção da dupla Mark Cyrus e Gary Miller.
Em 2000, Nicki French participou também do famoso Festival europeu Eurovision, representando o Reino Unido em Estocolmo. Ela afirma que essa experiência foi a mais emocionante de sua carreira, e a música representada foi "Don't Play That Song Again".
A essa altura, a cantora não tinha mais músicas novas sendo lançadas ao público brasileiro, e a Dance Music estava se destacando com outros artistas, como ATB, Alice Deejay, Eiffel 65 e Fragma. Mas, você pensou que Nicki French havia parado de cantar? Achou errado então!!
A cantora gravou ainda as músicas "The One and Only" e "Will You Love Me Tomorrow" para o projeto Paris, que são produções que nos lembram os Hi-NRGs de Prima, Paul Parker & Angie Gold, Princess Paragon, entre outros.
Ouça e reconheça esses inconfundíveis vocais!!!
Paris -"The One and Only" (2000)
Paris - "Will You Love Me Tomorrow" (2000)
OUTROS TRABALHOS MAIS RECENTES
Nicki French continua na ativa e trabalhando muito na indústria fonográfica, assim como realizando suas turnês e apresentações teatrais (ela também é atriz de musicais). Ao todo, a veterana artista já lançou vários álbuns e E.P's:
“Secrets” (1995), “French Revolution” (1997), “One Step Further”(2015), “A Very Nicki Christmas” (2017), “Glitter To The Neon Lights” (2018), “A Touch More Glitter” (2020) e “Let's Play That Song Again Vol. 2” (2021)
Nos anos 2000, Nicki veio ao Brasil várias vezes, como nos anos de 2007 e 2009. Em 2012 ela voltou e se apresentou também no programa de TV "Superpop", da Luciana Gimenez. Por enquanto, a sua última vinda ao Brasil foi em 2017, onde pude finalmente assisti-la numa apresentação inesquecível.
E Nicki French é exatamente como a vemos nas entrevistas e apresentações na TV: Muito simpática e atenciosa com todos.
NICKI FRENCH COMEMORANDO RECENTEMENTE OS 25 ANOS DO "SECRETS"
Com toda a certeza, Nicki é uma das maiores artistas que o eurodance já teve em seu vasto e rico catálogo.