Esta é outra "pauleira" que tocou muito nas FM's e pistas de dança de todo Brasil, e que agora completa o seu aniversário de 30 anos!!!
É isso aí, galera! Estamos falando "Zombie" do A.D.A.M., uma regravação da banda The Cranberries — famoso grupo irlandês de rock / pop de grande qualidade, e que teve, infelizmente, a sua talentosíssima vocalista Dolores O'Riordan falecida no início de 2018.
Quanto aos italianos do A.D.A.M., este time de produtores fizeram a referida versão de "Zombie" para ser tocada nas discotecas, no entanto, logo adentrou também em vários charts e acabou ganhando inúmeros admiradores no Brasil e em outros países pelo mundo. Mas, você sabia que, na época, muitas pessoas também desaprovaram essa versão?
Entenda o porquê:
O PROJETO A.D.A.M FOI INFELIZ?
Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado neste artigo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.
-RIKARDO ROCHA
A.D.A.M. FEAT AMY - "ZOMBIE" (1995)
CD-Single australiano
Aqui no Brasil todo mundo amou a faixa, tocava direto nas rádios, discotecas, playcenter e tava tudo certo. No entanto, na Europa estava claro que uma versão "dance" para essa música estava longe de ser apropriada. Passou uma impressão de que os produtores estavam se divertindo com uma música sobre crianças assassinadas (!).
Sim, a letra de "Zombie" não tem nada de alegre. Sua letra é uma resposta à morte de dois meninos que foram vítimas fatais em um bombardeio politicamente motivado pelo grupo armado IRA (Exército Republicano Irlandês), em 20 de março de 1993, na cidade de Warrington, na Inglaterra.
Além das mortes das crianças, o ataque terrorista ainda deixou mais de 50 pessoas feridas. A própria compositora da música (Dolores O'Riordan) já disse que essa é a música mais pesada que eles fizeram, então, realmente é estranho colocar uma galera para dançar ao som de uma música com uma mensagem tão séria e triste. Isso ainda consegue piorar, se você assistir ao video da canção, que nos mostra uma modelo "gostosona" sensualizando num lava-car (???).
Ou seja, bem compreensível esta enxurradas de críticas que esta versão italiana recebeu.
Venha para o meu lava-car...
O SUCESSO DO A.D.A.M.
Mesmo com a polêmica, esta versão "Dance" foi muito bem nas paradas e alcançou o #5 na Austrália, enquanto a original alcançou o #1 por 8 semanas.
Além da Austrália, outro país que deu destaque para essa versão do A.D.A.M. foi o Reino Unido, onde "Zombie" alcançou o Top 20 e atingiu o pico máximo na posição #16. Ainda no Top 100 britânico, ficou por 11 semanas entre 01/07 e 09/09/1995.
A banda The Cranberries — que possuía os direitos autorais — também deve ter permitido o lançamento desta versão e com certeza recolheu parte dos lucros. Se eles não se importaram muito com a versão "feliz" para a sua música "triste", então... vamos dançá-la!
Além da Austrália e Reino Unido, outros países como a França, Itália, Canadá, Alemanha, Suíça, Bélgica e o Brasil também dançaram muito com essa versão do A.D.A.M., embora ainda houvesse uma outra versão dançante para "Zombie" feitapelo projeto espanhol Ororo (versão legal, mas que não causou no público o mesmo agrado que o A.D.A.M. conseguiu).
"In your head, in your head
Zombie, zombie, zombie!!"
Quanto ao início do sucesso de "Zombie" do A.D.A.M., se deu primeiramente em abril de 1995 a partir do lançamento do vinil italiano, mas foi a partir do mês de maio que foi se tornando realmente popular na Itália. Aos poucos, a faixa foi se destacando também pelos países vizinhos e ganhando edições em CDs e discos de vinil de outras nacionalidades. Junho e Julho de 1995 foram os meses do Verão Europeu / Norteamericano, e "Zombie" conseguiu então se popularizar mundialmente. No Brasil, a música chegou através da Paradoxx Music na primavera de 1995 (setembro).
Eu tenho um carinho muito especial por esta faixa, pois a primeira vez que ouvi "Zombie" foi a partir desta produção. Só depois de uns dois anos que fui conhecer a obra original do The Cranberries... então, como eu poderia agora, desaprová-la? Foi praticamente a minha ponte para conhecer a banda irlandesa!
OS PRODUTORES E SEUS ENVOLVIDOS
Sobre a polêmica versão "dance", temos quatro produtores italianos que trabalharam e lançaram "Zombie", em 1995.
São eles,Andrea Morando, Davide Gaddia, Angelo De Robertis eMaurinaz,que juntando suas iniciais formam o nome deste projeto italiano de eurodance.
Estes produtores criaram várias versões para “Zombie”, além de terem convidado um outro produtor, mais conhecido que os próprios, para participar deste single: Mauro Marcolin (que foi o arranjador, programador e responsável pela mixagem de “Zombie”.
Teknol O.G - "I Want You" (1995)
Os produtores do A.D.A.M. olharam para Mauro Marcolin e falaram: "Nós queremos você"
Marcolin teve um papel muito importante na realização de "Zombie", pois ele pegou as ideias "rascunhadas" dos produtores do A.D.A.M. e as aperfeiçoou, resultando nas versões finais que conhecemos. A propósito, no mesmo ano de 1995 Marcolin também lançou o projeto Teknol O.G. - "I Want You", faixa perceptivelmente semelhante a sonoridade de "Zombie".
Resumindo: Marcolin produziu "Zombie" e apresentou muitos elementos que ele já usava na época, dando ao single muito mais características pessoais suas que os próprios produtores oficiais do A.D.A.M.
Marcolin já era muito experiente em 1995 e tinha em seu currículo trabalhos conhecidos na Time Records, como os renomados projetos Humanize, Antares, Aladino, Mr. Signo (aquele de "Loverboy") além de ter sido o compositor de “I Want Your Love” do Corona (DWA).
Os produtores do A.D.A.M. criaram as ideias, mas depois chamaram o experiente Mauro Marcolin para dar o toque final ao cover de "Zombie"
AS VERSÕES DE "ZOMBIE" (A.D.A.M.)
"Zombie" foi gravada em Brescia, Itália, mais precisamente no estúdio Cross Studio (BS), e licenciada pela Reflex / Dig It International.
Praticamente todas as versões presentes no single são ótimas, mas nem todas ficaram conhecidas pelo público brasileiro... A versão “Rockin’ With Zombie Club Mix” brinca com os nossos ouvidos ao trazer algumas inserções bem animadas de guitarras. Aliás, essa versão contem samples retirados da música “Cuddly Toy” do grupo Roachford. Bem interessante (e bem-vinda) essa mistura de dance music com rock que ouvimos aqui, afinal, a versão original do The Cranberries é um rock, né?
Há ainda no single a versão “Eternal Airplay Mix”, que é excelente e extremamente dançante! É aquela mesma versão que está presente no vídeo oficial. Uma das minhas favoritas!
E claro, há aquela versão que fez muito sucesso aqui no Brasil, a “Dancin’ With Zombie”. Essa foi arrebatadora nas rádios e nas coletâneas da Paradoxx Music!!!
OUTROS SINGLES DO A.D.A.M.
Devido ao grande sucesso de "Zombie", os quatro produtores voltaram a produzir mais duas músicas para o projeto A.D.A.M., sendo "Memories And Dreams" (1995) e"Nothing Sacred" (1996), mas que não chamaram muito a atenção dos DJs e do público na época, o que é uma pena...
Estes quatro produtores não produziram mais nenhum outro single de sucesso comparável à "Zombie", nestes 30 anos que se passaram.
A VOCALISTA E A PRODUÇÃO DE "ZOMBIE"
Quem é Amy? Este é mais um nome fictício inventado pela Dance Music...
Apesar do vídeo de "Zombie" trazer uma outra moça para os nossos olhos — e do single creditar uma tal de Amy — o nome real da vocalista deste imponente single é Melody Castellari (imagem acima), uma cantora de estúdio italiana que gravou muitas músicas de eurodance, e que você — possivelmente — já deve ter ouvido em outros sucessos, como "Remember" (Surama K.) e "Dancing in the Night" (Connie Nice).
Na internet, as pessoas se sentem a vontade para criar diversas teorias com seus achismos, não é mesmo? Pois atente-se, já que a "Amy" deste projeto é apenas um pseudônimo inventado pelos produtores de Dance Music, e não tem relação alguma com a cantora Amy Winehouse, como já cheguei a ler por aí. Sim, alguns acham que a artista falecida gravou "Zombie" para o A.D.A.M. no início de sua carreira... mas, é claro que essa é apenas uma mentira ridícula! Agora, um fato pouquíssimo comentado por aí: Você sabia que o refrão de "Zombie" não contem os vocais de Melody Castellari? Neste caso, trata-se de uma outra voz que ouvimos!!
Na verdade, Melody Castellari realizava muitas gravações nos estúdios da gravadora DIG IT, e um destes singles gravados como cantora "freelancer" foi "Zombie", quando ela tinha apenas 20 anos de idade. Era um trabalho sem maiores conexões com os donos do projeto, que também não tinham muitas pretensões e não esperavam muito sucesso de seus discos. Por essa situação, sempre quando uma música destes produtores se destacava nas paradas, alguma modelo era contratada para fazer a sua divulgação nos programas de TV, dar entrevistas para a imprensa e realizar turnês, assim como fez a brasileira Surama de Castro (projeto Surama K.) — que também foi uma destas modelos que dublou a talentosa italiana Melody Castellari (hit "Remember - 1997).
A modelo do A.D.A.M.: Sissi Zosi
Para se ter uma ideia, de como realmente não havia muitos laços entre a cantora de estúdio e os produtores, cheguei a conversar com Maurinaz (um dos "cabeças" do A.D.A.M.), e ele parecia nem saber o nome de Melody Castellari, se referindo a ela apenas como "vocalista".
Talvez ele tivesse mais afinidades com a modelo que representou o projeto A.D.A.M. — a garota que vimos dublando em "Zombie". Ela é a italiana Sissi Zosi, natural de Roma e quem conduziu comercialmente o projeto devidamente aos seus atributos físicos. Além de aparecer no vídeo oficial, Sissi Zosi também participou de algumas performances do A.D.A.M, como esta:
Sissi Zosi: linda, mas apenas dublava...
Melody Castellari concede ao projeto um super vocal, este sendo um dos grandes responsáveis pela consagração da música. Sua voz potente dá um extremo vigor para "Zombie", e sem ela, duvido que faria tanto sucesso.
Os versos cantados ficam claros que são de Melody Castellari, mas... e o refrão? Para mim, sempre foi muito diferente, e parece se tratar de um sample vocal retirado da voz original de Dolores O'Riordan... Você não acha? Pode ser ainda, que este refrão tenha sido gravado por uma outra cantora de estúdio da Dig It (com voz similar à de Dolores)... Existe essa possibilidade! Ou melhor: Na Eurodance, existem diversas possibilidades!!!
Para colocarmos um fim a essa dúvida, perguntei à Melody Castellari sobre essa voz:
Rikardo: "Oi, Melody! Sou do Brasil e sou fã da sua poderosa e linda voz. Sobre a música 'Zombie' (A.D.A.M.) que você gravou nos estúdios Dig It, reconheço facilmente a sua voz nos versos, mas no refrão também é você? Parece ser a voz original de Dolores O'Riordan... Abraço do Brasil!"
Melody Castellari: "Pelo que me lembro, gravei a música inteira, mas acho que os produtores deixaram a minha voz mais 'grossa' de alguma forma. Provavelmente mudando os formantes por meio de um plugin.
O mesmo aconteceu com a música 'Love in December', do projeto Axia, também cantada por mim."
Um dos produtores do A.D.A.M.: MAURINAZ
Falei também com Maurinaz, um dos caras que produziu o hit, mas ele me deu uma outra resposta. Confira:
Rikardo: "Olá, Maurinaz! Sou do Brasil e, assim como muitos brasileiros, eu adoro a música 'Zombie' que você produziu no projeto A.D.A.M. Sinceramente, acho que essa versão é muito melhor que a original, e aqui no Brasil ela fez um grande sucesso em 1995 (saiu aqui através do selo Paradoxx Music). Depois de alguns anos de seu lançamento, descobrimos que 'Zombie' foi gravada pela cantora italiana Melody Castellari, mas você se lembra se ela também gravou o refrão? Pois sempre acreditei ser uma outra cantora nessa parte da música, até mesmo pensei na possibilidade do refrão conter uma amostra vocal retirada da música original (cantada por Dolores O'Riordan). Você se lembra se o refrão está na voz da Dolores??? Muito obrigado pela sua atenção. Deus te abençoe por tudo!
Maurinaz: "Oi! Muito obrigado pelas suas gentis palavras e apoio — significam muito para mim!
Sobre o A.D.A.M., na versão dance de 'Zombie', o refrão não foi sampleado de Dolores O'Riordan. Na verdade, você está correto sobre essa voz estar diferente da voz que está nos versos, pois o refrão foi de fato cantado por uma segunda vocalista, porque a voz dela combinava melhor com o refrão. Infelizmente, não me lembro mais do nome dela — foi há muito tempo! Tudo de bom, e que Deus te abençoe também!"
MELODY CASTELLARI ONTEM E HOJE
Ela é atualmente cantora, compositora, produtora italiana e está prestes a completar seus 50 anos de idade. Nascida em 10 de junho de 1975, em Bolonha (cidade que fica a 80km de Florença), ela herdou o talento de seus pais, que também vieram do meio artístico: Corrado Castellari e Norina Piras.
A talentosa Melody Castellari:
Melody Castellari apenas realizou negócios profissionais com os produtores do A.D.A.M., já que trabalhava como cantora de estúdio da gravadora DIG IT, ou seja, acabou "vendendo" a sua voz e não teve relações mais próximas com estes produtores. Por isso, os projetos se viam obrigados a recorrer às modelos, quando estas músicas faziam sucesso...
Melody começou sua carreira ainda nos anos 80 (quando criança), interpretando canções de desenhos animados. Aos 15 anos, ela começou a trabalhar como backing vocal para alguns músicose obteve experiência nos variados processos de gravação.
A jovem artista também iniciou sua carreira como uma cantora de estúdio e emprestou a sua voz para vários produtores de dance music, aliás, a sua primeira canção gravada neste gênero foi a estupenda cover de La Bouche—“Sweet Dreams”, quefoi lançado como Sasha Feat. Melody(faixa também licenciada aqui pela Paradoxx Music em 1995). Um single que veio a seguir foi Connie Nice - "Dancing In The Night" (1995), sendo mais uma sensação nas pistas brasileiras.
Infelizmente, como ocorre em quase todo este gênero, suas contribuições vocais foram em grande parte sem créditos, e Melody na época não aparecia em público dando entrevistas sobre estes trabalhos. Ainda em 1995, houve o segundo single do A.D.A.M. Feat Amy - "Memories And Dreams", mas sem a participação vocal de Melody Castellari, que retornou apenas no terceiro e último single do projeto: "Nothing Sacred" (1996).
Aqui no Brasil, mais uma eurodance se destacou na voz de Melody Castellari... era "Remember" do projeto Surama K, que chegou em 1997 e rapidamente caiu nas graças dos DJs e das rádios dance.
Com o passar dos anos, Melody Castellari engatou outros variados trabalhos na Dance Music, como a sua contribuição vocal à música "Talk to Me" do projeto DEAR, além de "Inside to Outside" do Lady Violet, "Love In December" do Axia,"Take On Me" do Katty B., "My Sunshine" do Captain Joy, "My Macho" do Jessica Jay, foi a backing vocal do projeto de italo-house Malina (canção "Reach Out"), e por aí vai...
Como compositora, Melody Castellari escreveu ainda músicas para vários artistas italianos, como Fabrizio De André, Mina, Milva e Ornella Vanoni.
Como artista solo, ela lançou um álbum chamado “Vorrei” no gênero pop (em 1998) e singles em vários gêneros. Em 2002, interpretou “Princesa Nefertari” no musical “Os Dez Mandamentos”. No dia 4 de agosto do mesmo ano, ela se apresentou em memória do Papa João Paulo II.
Nos últimos anos, ela também começou a trabalhar como produtora, ao mesmo tempo em que continuou trabalhando como backing vocal de artistas italianos e internacionais.
Além de ter sua carreira solo (pop italiano) e de cantar eurodance para vários produtores, Melody Castellari ainda canta rock'n roll e tem a sua própria banda Melody Squad. Simplesmente, uma artista talentosa, versátil e de muito bom gosto!
Melody Squad - "Closer" (2005)
Assim como Clara Moroni, Max Senzioni, Andrea Alberghi, Jackie Bodimead, entre outros vocalistas de eurodance, Melody Castellari também se dedica ao Rock ...
Uma cantora para fazer bonito com um cover de "Zombie", tinha que ser realmente do rock!!
Melody Castellari improvisando um de seus maiores sucessos AO VIVO:
"Dancing In The Night"
Sublime!
Melody Castellari atualmente
Você era apaixonado pela modelo que aparece no clipe e quer saber como ela está atualmente?
Eis ela...
Sissi Zosi em foto de 2024
Falando no clipe da música, aqui está "Zombie", na mesma versão que consta no CD "TV Dance" (inclusive, é também a mesma versão que tocava nas rádios). Vamos recordar?
A.D.A.M. FEAT AMY - "Zombie" (1995)
Com certeza, A.D.A.M. Feat. AMY — "Zombie" foi uma das minhas músicas favoritas no finalzinho de 1995, e nesta época, não havia quem não se entregasse à este extasiante hit...Trinta anos atrás!!!
O carnaval chegou com o aniversário de 25 anos de Frederik - 'LA FOLLIA" (2000)
Mais um carnaval brasileiro chegando, e aqui estamos nós a todo vapor com mais uma publicação voltada ao... samba? Ao pagode? Ao axé music? Nada disso, meus jovens foliões! Aqui é, e sempre será, 100% Dance Music!
Hoje vamos falar de uma track eletrizante chamada "La Follia" de um tal de Frederik, reconhecem essa pérola?
Este é um single que fez o maior sucesso nos clubs no ano de 2001, embora seu lançamento original tenha ocorrido pela primeira vez em 2000.
E aí? Prontos para cair nesta folia?
Particularmente eu odeio o carnaval e toda essa barulheira infernal, e como fã de Dance Music que sou, prefiro ficar longe dos perigos carnavalescos e de toda essa poluição sonora para descansar, relaxar... e claro, também ouvir alguns CDs de música eletrônica, principalmente aqueles produzidos na década de 90 e 2000. Falando nisso, hoje vamos adentrar ao universo das coletâneas da Building Records e resgatar um fonograma que foi distribuído em muitas daquelas compilações saudosas, como "Sucesso das Pistas" (2001) e "Na Balada 4" (2001)... possíveis títulos que você deve ter aí na sua casa, certo?
"La Follia" de Frederik saiu em vinil pela primeira vez há 25 anos!
"La Follia" foi lançada inicialmente em 2000 pelo selo italiano Dance Pollution, no entanto também contou com o apoio da empresa Arsenic Sound Srl, que era nada mais que um subselo da conhecidíssima S.A.I.F.A.M.
Quanto a produção e a composição de "La Follia", tiveramuma ajudinha básica do mago Mauro Farina (o dono da S.A.I.F.A.M.), que trabalhou ao lado de DJ Andrea Boari e Paolino Nobile,outros profissionais que também deram vida à este produto icônico das boates.
O primeiro single saiu no ano 2000, numa edição simples em vinil com apenas 3 versões, e creio que estes produtores nem imaginavam a grande repercussão que "La Follia" receberia meses depois...
Com o passar das semanas, "La Follia" começou a se destacar em outros países europeus, além da Itália. Já no ano de 2001, o single obteve seu auge absoluto e se espalhou para países de outros continentes, como o Brasil, que recebeu-o de braços abertos e pés fervorosos nas pistas.
Devido a tamanha popularidade atingida, em 2001 saiu novamente na Itália um outro vinil chamado "La Follia Remix", agora lançado pela Houzy Records - um outro subselo da S.A.I.F.A.M., dando mais enfase ainda para esta "febre" entre os clubbers e DJs.
"La Follia" se tornou nº1 nos clubs, incluindo os brasileiros
"La Follia" também chegou a ser lançada na França como "La Folia" (com um L só), pelo selo Omnisounds, mas a grafia correta e oficial deste título é com dois Ls.
"FOLLIA" NO BRASIL E NO MUNDO
A palavra "follia" é quase que universal, tendo o mesmo significado em muitos países. Significa "festejo", "animação", "farra", "dança", entre outros.
"Follia" vem diretamente da palavra "follis", que é do Latin e depois acabou derivando “folie” (loucura) no francês. Essa "loucura" tem a ver justamente com o "endoidar de tanto festejar", "curtir ao máximo", "se esbaldar entre a multidão", "dançar como louco", ou seja, o mesmo caráter da folia tão evidente nos carnavais brasileiros (ou em qualquer outro festejo onde há uma entrega alucinante do público).
Frederik - "La Follia" (2000)
Infelizmente, a gravadora SAIFAM não criou um videoclipe oficial para este clássico...
"La Follia" chegou aos clubs brasileiros em março de 2001 e logo se tornou numa poderosa bomba, sendo um dos híts mais aguardados pelo público que frequentava as noites lideradas pelos DJs de casas noturnas.
Era só o DJ iniciar a sua introdução que a casa ia abaixo com sua base agressiva, cheia de personalidade e com um sample bem “roubado” de “Folletti” (1996) do projeto Der Hammer:
Der Hammer - “Folletti” (1996)
Lembro quando eu estava no barzinho do Club Grêmio C.P. (Jundiaí/SP) com alguns amigos, e de repente o DJ soltou essa pedrada chamada "La Follia".... Pra que? Imediatamente todo mundo se levantou euforicamente das mesas para ir à pista e dançar a track do momento...
Jamais irei me esquecer disso! O público simplesmente reconheceu a música nos primeiros segundos de execução, e tal cena presenciada parecia algo combinado, algo ensaiado, mas era apenas a "loucura" que estava contagiando aqueles jovens que respiravam o ar de 2001... Que saudades!!
DESEMPENHO NO BRASIL
Estamos em março de 2025, e foi justamente neste mês que o single "La Follia" de Frederik chegou com tudo nos clubs brasileiros, há exatos 24 anos!!
Mas, para sermos mais precisos, a música foi concluída e lançada pela primeira vez em 2000, na Itália, portanto, está completando o seu surpreendente 25º aniversário!
Quem diria, hein? Eu jamais imaginei estar comemorando o aniversário de 25 anos de uma Dance Music que me parece ainda tão atual, tão recente...
TOP 40 CLUB TRACKS SÃO PAULO - MARÇO/ABRIL 2001
"La Follia" foi licenciada aqui no Brasil pela Building Records e, como citado anteriormente, também esteve em muitas coletâneas desta extinta gravadora.
Nos meses de março e abril de 2001 conquistou o #1 em todos os clubs de São Paulo, segundo o TOP40 Club Tracks presente na revista DJ Sound #102, além de ser uma das músicas mais tocadas nas rádios paulistanas, como a Metropolitana FM e Energia 97.
Literalmente, uma loucura!!!
Demorou um pouquinho para estrear na Jovem Pan 2, mas depois quando viram que tudo estava dominado, então não teve jeito e acabou sendo também adicionada na programação desta famosa rede de rádios, mais precisamente em julho de 2001.
Essa era a época que a música eletrônica raíz era aclamada pelo público jovem e o sucesso foi certeiro!! Não tinha como "La Follia" fugir daquele seu destino, entenderam foliões??!!
Matrix - Março de 2001
Matrix foi uma famosa casa paulistana dos anos 2000, e "La Follia" de Frederik foi muito ecoada por lá...
Com o sucesso inesperado, a turma da S.A.I.F.A.M. teve que correr para aproveitar aquele rico momento, lançando novos singles para o seu projeto Frederik, então vieram outros petardos que mais uma vez balançaram os clubs...
"La Trasgressione" foi o segundo single do Frederik, e foi lançado originalmente na Itália em 2001. Outra produção estrondosa, extremamente dançante, e com aquela mesmíssima voz masculina, autoritária e imponente obrigando você a... Dançar! Uma das minhas favoritas!!!
Lembro quando ouvi "La Trasgressione" pela primeira vez e pensei: "De quem é essa voz, afinal? Quem é esse cara? Ele voltou e ainda não sabemos quem é ele??!"
DJ Frederik - "Las Trasgressione" (2001) sendo indicada na DJ Sound no quadro "Dance Floor"
A Building foi licenciando aqui no Brasil tudo que o Frederik ia lançando lá na Itália, como "Energia" - oterceirosingle e bastante parecido com a pancada "La Follia". Tocou muito também!
Em 2003, eu lembro que ouvi pela primeira vez "Musica", terceiro single, no programa de mixagem "Super Pista" da Educadora FM. Foi a indicação da noite, juntamente com uma outra poderosa: Lasgo - "Pray".
Nessa época, Frederik era conhecido também como "DJ Frederik", no entanto, devemos nos lembrar que este era apenas o nome fantasia de um simples projeto, não tinha nada a ver com um DJ em ação, como era o caso de personas reais como Paul van Dyk, Tiësto e David Guetta.
Lista de todos os singles explosivos do projeto Frederik (2000 - 2003):
"La Follia"
Dance Pollution
2000
"La Trasgressione"
Houzy Records
2001
"Energia"
Houzy Records
2002
"Musica"
Houzy Records
2002
"I Have A Dream"
Vision Soundcarriers
2003
Os quatro primeiros singles foram muito bem executados no Brasil, possuem o mesmo vibrante vocal masculino e saíram pela Building Records. Já "I Have A Dream", o quinto single, não ganhou tanto conhecimento do nosso público, e ainda fugiu um pouco do estilo das faixas anteriores (apesar de possuir as mesmas batidas nervosas). Aquela voz marcante e já conhecida fez muita falta aqui, e agora ouvimos uma voz feminina trabalhada num vocoder.
ALBUM "FOLLIA TOTALE" (ITALIANO) E "TECHNOFOLLIA" (FRANCÊS)
Muitos não sabem, mas o projeto Frederik lançou até um álbum em 2003, trazendo todas estas faixas acima mencionadas e mais outras inéditas:
1 - La Follia 6:14
2 - Light In The Dark 7:00
3 - Energia 5:48
4 - Play This Loud 5:33
5 - I Have A Dream 5:38
6 - La Trasgressione 5:42
7 - Musica 5:28
8 - Maybe One Day 6:47
9 - Fuego 4:50
10 - You Will Survive 5:20
11 - Here Comes The Killer 5:54
12 - La Follia (Tuneboy Rmx) 6:14
Na capa do álbum, em sua edição italiana, vemos destacado "DJ Frederik" e não apenas "Frederik". Já o título do disco ficou como "Follia Totale" (The Saifam Group srl). Quem aparece na capa deste referido disco não é o vocalista daquelas faixas que se destacaram nos clubs, mas sim um dos produtores - Paolino Nobile, dando a entender para o fã de Dance Music que ele era o tal do "DJ Frederik".
Álbum "Follia Totale" de DJ Frederik, lançado na Itália em 2003
Paolino Nobile aparece na capa com um fone de ouvido em torno de seu pescoço...
Em meados dos anos 2000, até imaginei que Paolino Nobile pudesse ser também o dono daqueles vocais masculinos tão entusiasmantes (após ter o conhecimento desta capa), mas, definitivamente o cara apenas participou de outros processos produtivos do Frederik, e não foi o vocalista. A propósito, no site Discogs alguém creditou no "achismo" que Paolino Nobile é o vocalista do Frederik, e essa informação equivocada se encontra registrada por lá até hoje.
Em 2020, pesquisando mais aprofundamente sobre "DJ Frederik", cheguei a conclusão que este personagem nunca existiu de fato. Era só um projeto com bons produtores, DJs, e alguns cantores de estúdio (até a cantora Melody Castellari gravou algumas faixas presentes no álbum "Follia Totale"). Continuando sobre Paolino Nobile, além de produtor executivo, ele foi ainda o dono do projeto, então era ele quem escolhia quem deveria aparecer na capa do álbum, e nesse caso, ele próprio optou em ser a tal imagem do Frederik após ver a repercussão positiva que sua obra recebeu.
Este mesmo álbum foi lançado ainda na França, mas com um outro título diferente - "Technofollia", e curiosamente não traz Paolino Nobile na capa, apenas vemos um design gráfico simples e com a arte de uma estrela.
FREDERIK CONTINUOU, MAS SEM O MESMO BRILHO
Frederik - "La Follia" 2006
Querendo surfar no sucesso conquistado com o "Frederik", Paolino Nobile voltou a trabalhar com novas músicas para o seu projeto, contudo, não repetiu a fórmula bem sucedida dos primeiros singles.
Os novos trabalhos vieram a partir de 2004, mas apenas "La Dolce Vita" trouxe aquele vocal já tão característico e que levanta até defunto... A faixa "Mela Dai" já traz um outro vocalista masculino, perceptivelmente mais "fofo" e nos remetendo aos romenos do O-Zone.
Exceto o single "La Dolce Vita" (2004), todos os demais infelizmente não trouxeram de volta o vocalista de "La Follia":
"La Dolce Vita"
Houzy Records
2004
"Mela Dai"
Houzy Records
2004
"House Gym"
Takuma Records
2006
"Bounce"
Takuma Records
2006
"Touchscreen"
Takuma Records
2007
"Heat Me"
Takuma Records
2008
"Fat Loss"
Spectra Records
2009
Vale destacar que em 2006 houve um relançamento: "La Follia 2006". Saiu em vinil no mercado francês pelo selo Multitempo.
QUEM É O CANTOR??
Federico Trebbi (Fede Trebbi)
Pois é, meus foliões da Dance Music, depois de 25 anos, vocês estão vendo finalmente a imagem deste incrível vocalista… Pela primeira vez e exclusivamente aqui neste Blog!
E caso você ver este conteúdo por aí, sem os devidos créditos ou menções à nossa página, saiba que foi daqui que o "ladrão" capturou esta informação exclusiva.
Bem, o vocalista de "La Follia", "La Trasgressione", "Energia" e "Musica" se chama Federico Trebbi,e não gravou muitas músicas, apesar de sua imperiosa voz.
Ele usava o nome de "Fede Trebbi" e assim era conhecido nas noites italianas, cantando mais ao vivo nas danceterias do que trabalhando nos estúdios, assim como também fazia a excelente vocalista Cristina Del Greco (do projeto Kriss Grekò eque tinha um ótimo sucesso da mesma época: "Surrender").
Fede Trebbi na infância
Crédito: Instagram Fede Trebbi
Federico Trebbi nasceu no dia 16 de maio de 1977 na cidade de Bolonha, Itália, e deu os primeiros passos a nível artístico como vocalista de uma banda de rock, em sua cidade natal. Ele contou exclusivamente para este Blog que, sua voz surpreendeu o público quando pegou pela primeira vez o microfone, e isso aconteceu em uma festa:
“Eu estava numa festa com uns amigos, mas eles sumiram, e no final já estava cansado para sair procurando-os, então por acaso peguei o microfone e anunciei ali que estava indo embora, imaginando que, aonde estivessem, iriam escutar a minha mensagem... Então vi que os organizadores fizeram de tudo para que eu continuasse com o microfone. Comecei a fazer noites de finais de semana, e depois, quando percebi também começaram a me oferecer vários compromissos no meio da semana... Foi aí que entendi que ser vocalista poderia virar um trabalho". -Fede Trebbi
A carreira de Federico Trebbi como vocalista de clubs foi longa, cantando ao vivo em alguns dos melhores clubs italianos. Ele começou primeiramente nas noites de sua cidade natal, Bolonha, se apresentando ao vivo nas discotecas Matis, Chalet delle Rose e Ruvido, depois esteve na região de Romagna Riviera - nos mais variados e famosos clubs como Prince, Pasciâ, Villa delle Rose, Paradisio, Byblos e Papeete Beach, assim como esteve em outras cidades e clubs locais.
Suas experiências profissionais também incluem a de locutor de rádio, chegando a atuar em algumas emissoras bolonhesas.
Em 1993, Fede Trebbi tinha apenas 16 anos de idade e já estava cantando no Ranch Saloon em Kentucky (Itália)... Basicamente, sete anos antes de gravar "La Follia" para o projeto Frederik
Crédito: Instagram Fede Trebbi
Em uma matéria de 2009 que encontrei em 2020 (salvei e não está mais on-line), dizia que a razão do sucesso de Fede Trebbi é bastante simples de entender: o estilo do vocalista ao microfone. Simplesmente ele usa sua voz com muita alegria e faz tudo o que um bom vocalista tem que fazer, ou seja, ele sabe cumprimentar quem está à mesa, incita a pista com slogans que dão energia... mas, acima de tudo, é alguém que se diverte enquanto trabalha.
Fedde Trebbi, 1998
Crédito: Instagram Fede Trebbi
Nesta matéria, o jornalista ainda complementou que rapidamente percebeu a presença de Fede Trebbi num evento que esteve presente, dizendo que ele estava no palco ao lado dos dançarinos e segurava ainda uma taça de champanhe na mão, perfeitamente à vontade. Ainda enfatizou que Fede Trebbi parecia natural, e sem o desejo do protagonismo: "Ele ficava à vontade na discoteca e até pedia algo para beber no bar."
“Um vocalista sempre tem o limite pela frente, ou seja, quando ele exagera ele começa a irritar ao invés de animar. Sobre cantar em discotecas, acredito que a diferença nesse trabalho é feita pela preparação musical... entender qual é a estrutura das músicas, assim você sabe quando intervir e quando não". - Fede Trebbi
“Existem locais muito diferentes para se cantar, mas gosto de destacar como as escolhas corajosas costumam compensar. Tem clubs onde os sábados é com bastante jovens e na pista são tocados apenas os singles do momento, mas tem outros clubs, como o Coco Beach, que tem um espaço exclusivo dedicado ao público acima dos 30 anos, então a seleção musical vai além dos sucessos habituais e tem aquele momento dos clássicos antigos, e o resultado é um monte de pessoas dançando loucamente do começo ao fim da noite!" - Fede Trebbi
Fede Trebbi, 2009, ao vivo agitando um club italiano com sua potente e animada voz!
Foi em 2000 que Fede Trebbi recebeu um convite do produtor Paolino Nobile para gravar "La Follia", então o vocalista, que tinha 23 anos de idade na época, se dirigiu ao Arsenic Studios -localizado na cidade italiana de Verona - e colocou os seus vocais neste que é um dos maiores clássicos dos anos 2000. A propósito, vemos muitas páginas da Dance 2000 citar os mesmos nomes de sempre - Lasgo, Ian Van Dahl, DJ Ross, Magic Box e Erika, mas deixam de fora outros artistas e projetos maravilhosos da Dance Music daquela década, como o próprio Frederik. Já perceberam?
No álbum do projeto, “Follia Totale”, Fede Trebbi cantou no total em seis músicas diferentes e um remix de "La Follia" , assim como as cantoras Melody Castellari e Juliet O’Brien cantaram outras faixas:
1- La Follia (Fede Trebbi)
2 - Light In The Dark
3 - Energia (Fede Trebbi)
4 - Play This Loud (Fede Trebbi)
5 - I Have A Dream
6 - La Trasgressione (Fede Trebbi)
7 - Musica (Fede Trebbi)
8 - Maybe One Day
9 - Fuego (Fede Trebbi)
10 - You Will Survive
11 - Here Comes The Killer
12 - La Follia (Tuneboy Rmx) (Fede Trebbi)
Em 2004, Fede Trebbi gravou ainda “La Dolce Vita” para o Frederik e “Up & Down” para Gianluca Motta.
DOS CLUBS PARA OS HOSPITAIS ITALIANOS
Fede Trebbi, 2021, pandemia Covid-19
Crédito: Instagram Fede Trebbi
Apesar do sucesso com sua voz, Fede Trebbi tem outras formações em seu currículo. Ele também é um cirurgião médico e atuou bastante nesta área (depois que deixou de cantar nas discotecas).
De fato, ele é uma pessoa muito positiva, e como diz o artigo de 2009, não gosta muito do protagonismo. É um cara muito humilde, ama os animais, tem seu cachorro, tem sua gata, e outro detalhe que "pesquei" sobre ele, é que procura sempre ajudar alguém "fraco" na dificuldade...
Atualmente, Fede Trebbi não está mais atuando como cirurgião nos hospitais, mas ele continua salvando vidas, dando acolhimento às pessoas com deficiência dentro de espaços e serviços prestados em cidades italianas. O homem que deu voz aos hít "La Follia" há 25 anos, hoje trabalha como Diretor Comercial e Gerente de uma instituição chamada World 4 All (Mundo para todos), que visa a inclusão social de pessoas com alguma deficiência.
Fede Trebbi: "Cirurgião. Amo meu trabalho"
Crédito: Instagram Fede Trebbi
Com a facilidade que Fede Trebbi tem em se comunicar com sua voz, ele ainda participa de algumas coletivas com outros profissionais voltados à área da Inclusão Social, e foi com um vídeo onde ele palestrava que encontrei-o e fiz o primeiro contato. É possível encontrá-lo nos sites de busca, mas nada relacionado a gravações em estúdios ou sobre suas performances nos clubs... Na verdade, essa fase musical de Fede Trebbi não aparece catalogada nos sites, justamente porque ele nunca foi uma pessoa que investiu muito nessa área, mas apenas alguém que trabalhou com sua voz em um determinado momento de sua vida.
"Sim, sou eu"
"Foi há muito tempo atrás"
Fede Trebbi aparentemente não gosta de falar sobre estas músicas do projeto Frederik, mas mesmo assim contei que foram grandes híts nas rádios e clubs brasileiros, então ele confirmou que é a sua voz nessas faixas, e disse que gravou para este projeto "há muito tempo".
No show da Taleesa em novembro de 2024, tocou "La Follia" em um determinado momento da festa, então filmei um trecho e enviei para que ele visse a galera brasileira se "acabando" na pista, mesmo depois de mais de duas décadas após seu lançamento.
Fede Trebbi e sua gata Carla Fracci, 2022
Crédito: Instagram Fede Trebbi
Prestes a completar 48 anos em maio deste ano, Fede Trebbi menciona que não liga para a idade, e que não irá se apetecer quando envelhecer.
Apesar de não estar mais trabalhando com sua voz (como antigamente), ele diz que cantar é como respirar, e complementa dizendo que ainda é de graça: "Graças a Deus, porque posso pagar, e assim sinto-me rico, de fato muito rico..."
FEDE TREBBI- JANEIRO DE 2025
Crédito: Instagram Fede Trebbi
Em seu instagram, ele posta suas fotos e vídeos juntamente com algumas legendas engraçadas e outras motivacionais, como:
"sorria o máximo que puder, porque os motivos para fazê-lo estão ao seu redor..."
"É difícil tentar ser sério!!"
"Às vezes você pode não saber exatamente o que fazer, em que direção seguir, mas não há nada mais errado do que ficar parado, então..... Vai."
"Aprenda com o passado, viva o seu presente e estenda a mão para o futuro"
"Nunca se esqueça de sorrir"
"Orgulhoso de ser útil no que posso. Não é tanto, mas vem do coração..."
"Não se esqueça de quem você foi e de quem não quer ser novamente ...."
"Que o silêncio do lugar de onde você estiver ajude a diminuir o volume do barulho dentro de você."
Fede Trebbi - Ouça essa voz, que continua exatamente a mesma!!!!
Nestes 25 anos de Frederik - "La Follia", só podemos dizer que FEDERICO TREBBI foi uma figura essencial para o projeto, e que muito do sucesso alcançado foi sem dúvidas com o mérito dele.
Fede Trebbi foi o puro suco do entrenimento noturno do início dos anos 2000, mesmo sem aparecer ou sem ter o seu nome linkado ao Frederik. E nós, fãs da Dance Music, somos muito gratos por isso.
EAST SIDE BEAT FEAT. MAX - "BACK FOR GOOD" (1995) COMPLETA 30 ANOS
East Side Beat / "Back For Good" (1995)
(G. Barlow)
O ano de 1995 foi o auge das regravações de músicas românticas em versões Dance... não é mesmo?
E o projeto East Side Beat com "Back For Good" foi mais uma aposta que se assemelhou ao sucesso do projeto italiano Andrew Sixty, estourados com "Oh Carol", "Diana", "Caterina", "You Got It", entre outros covers que deram certo.
"Back For Good" foi lincenciada no Brasil pelo selo Paradoxx Music, mas a canção original, que é bem lenta e romântica, foi gravada pela boyband Take That. Já a sua letra foi escrita pelo britânico Gary Barlow.
Sobre esta versão do East Side Beat, a faixa chegou nas rádios e club's brasileiros no segundo semestre de 1995 através do selo italiano Team Records, mas contou também com a ajuda da Dig It, que fez a distribuição do vinil.
Quando chegou ao Brasil, "Back For Good" logo integrou diversas coletâneas de Eurodance daquele ano, tais como "As Sete Melhores Vol. 4" e "TV Dance".
PRODUÇÃO E ESTRATÉGIA DA GRAVADORA
Vinil do East Side Beat - "Back For Good" (1995) lançado pelo selo italiano Team Records
Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado neste artigo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.
-RIKARDO ROCHA
Parece que a intenção dos produtores da Eurodance é sempre de enlouquecer seus fãs, não é mesmo?
Prestem bem atenção nas idéias destes caras...
Este projeto aqui nada tem a ver com aquele outro também intitulado de East Side Beat, que lançou sucessos como "Ride Like The Wind" (1991) e "So Good" (1994). Eu sempre achei que se tratavam dos mesmos responsáveis, por apresentarem o mesmo nome ("East Side Beat"), mas a mais pura verdade é que trata-se de um outro time de produtores e de um outro vocalista, apesar do nome "xerocado".
O próprio Carl Fanini (vocalista do East Side Beat Oficial) me informou que não é a sua voz que consta em "Back For Good", e que esse é um projeto totalmente diferente do criado por ele, então averiguando mais aprofundamente, pude perceber que os colaboradores aqui são outros, e que a gravadora armou toda uma estratégia para "fisgar" o público...
Acontece que a Team Records era um subselo da Media Records — a gravadora do verdadeiro East Side Beat — e estes empresários quiseram se aproveitar da marca já existente para chamar a atenção dos DJ's e rádios FM's, para assim conquistarem algum sucesso com a regravação Dance de "Back For Good".
Resumindo: A faixa "Back For Good" (1995) não tem relação alguma com o projeto que tem Carl Fanini nos vocais.
Roberto Guiotto, ele criou os arranjos em "Back For Good"
"Back For Good" do East Side Beat Feat. Max contem a produção de Sandy Dian, Roberto Guiotto, Francesco Vaccari e C.Causin, e o selo que trabalhou nessa produção, como já citado, é o Team Records / Media Records.
O vocal do Max é ótimo, bem "meloso" (sem perder a sua masculinidade) e ele canta num ritmo mais acelerado que a original, acompanhando perfeitamente a velocidade contagiante das versões "dance". E o coro de fundo? Aaaahhh… dá todo um contraste com a sua base, principalmente quando ela entra em destaque! É lindo, é dançante, é emocionante de se ouvir!!
Com o alcance que a música recebeu, os produtores convidaram o mesmo vocalista "Max" para gravar um novo single intitulado agora de "I Want To Know What Love Is", uma regravação da banda oitentista Foreigner. O segundo single foi lançado também em 1995, mas desta vez, sem sucesso.
No lado B do vinil "I Want To Know What Love Is", há uma faixa chamada "Get Down", mas sem os vocais de Max. Tráta-se de mais uma faixa no mínimo curiosa, já que ela apareceu também no lado B do single "Touch Me" (1996) de um projeto intitulado Kaccino, mas com compositores diferentes. Vai entender!
"Back For Good":
Destaque na coluna "Dance Floor", da Revista DJ Sound, Dez/95
Como em muitos casos já vistos, o website Discogs se equivoca também quanto a identidade deste vocalista. O vinil de "Back For Good" só informa na capa o Feat. "Max". Já o segundo single — "I Want To Know What Love Is" — contem créditos vocais à um tal de Max Cortina (impresso em sua contra-capa), então algum usuário do Discogs usou a sua imaginação e inseriu fotos e redes sociais de um cara de mesmo nome à página mencionada, dando a entender que aquela pessoa seria o vocalista, porém, isso foi um equívoco inserido no "achismo" e sem qualquer tipo de checagem dos administradores do site.
Aquele "Max Cortina"que aparece no Discogs é um homem anônimo, um italiano de Veneza que mora atualmente nos EUA e que nunca foi cantor. O "Max Cortina" impresso no vinil é apenas um pseudônimo dado ao vocalista pelos produtores do projeto.
Perguntei à Roberto Guiotto — um dos caras que ajudou a criar os arranjos para essa versão do East Side Beat — quem seria o enigmático vocalista Max, então, Mr. Guiotto prontamente informou-me que o seu verdadeiro nome é Max Senzioni.
MAX
Max Senzioni, aqui com outro codinome: Maxen
Max Senzioni é um cantor profissional que já gravou diversas canções durante a sua longa carreira na música italiana. "Back For Good" é apenas um, entre seus inúmeros trabalhos. Ele me disse também que gravou com sua voz a "Back For Good", mas que seria bom se fosse também o produtor da faixa:
O LEGADO DE MAX SENZIONI
O vocalista Max que fez a gente dançar em "Back For Good"
"Max", além de cantor é também compositor e guitarrista. Ele nasceu em Milão, na Itália, e desde muito jovem começou a profissão de músico, atuando por sete anos como cantor e guitarrista num clube, em sua cidade natal. Além disso, ele também interpretava inúmeros jingles publicitários para várias empresas, como exemplo a Coca Cola, a Peugeot, etc.
Depois, Max Senzioni passou a ser vocalista de inúmeras bandas, projetos, orquestras, e sempre esteve em numerosas aparições na televisão.
Após gravar em 1995 as releituras de "Back For Good" (Take That) e "I Want To Know What Love Is" (Foreigner), ele se tornou um cantor solo numa orquestra que foi transmitida pelo conhecido Canal 5, em 1996.
Seus trabalhos musicais, no geral, figuram mais no segmento Folk, Country e Rock, sendo que, de todas as suas músicas gravadas, apenas "Back For Good" e "I Want To Know What Love Is" são do gênero Eurodance.
EAST SIDE BEAT FEAT MAX: TRINTA ANOS DEPOIS
Trinta anos após trabalhar com East Side Beat, Max Senzioni continua ainda com todo o gás, cantando e se apresentando por toda a Itália.
Ele ainda mora em Milão, apresentou em 2019 a sua turnê "One Man Live Unplugged", e atualmente está cantando com outro nome artístico: Max Brera.
Max também tenta manter as suas redes sociais atualizadas (embora o seu perfil no facebook aparentemente não exista mais), sempre divulgando seus vídeos, agendas de shows e outros registros de suas performances.
Veja alguns vídeos do cantor:
Max Senzioni é muito fã dos Beatles, Queen, AC/DC, entre outros astros do Rock. Aqui ele canta Beatles na TV italiana, pena que o áudio está muito comprometido (volume baixo).
Em 2019, ele lamentou a morte de Mark Hollis, o vocalista do Talk Talk:
"Fez parte da minha juventude, onde durante muito tempo eu cantei e toquei as suas músicas.
Tenha uma boa viagem, Mark...!"
Max Senzioni canta o clássico do rock "We Are The Champions"
Em seu show "One Man Live Unplugged" (2019)
Max Senzioni atualmente
Sem dúvidas, Max Senzioni é mais um grande artista que deu voz à uma excelente regravação, que é "Back For Good".
Ouça aqui esta sua versão dance lançada há 30 anos, em 1995: