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domingo, 2 de novembro de 2025

ASTROLINE - "CLOSE MY EYES" (2000) - A HISTÓRIA

ASTROLINE - "CLOSE MY EYES" (2000) COMPLETA 25 ANOS!

O Astroline lançou há 25 anos o single “Close My Eyes” (2000), sendo o maior sucesso do projeto em território brasileiro!! 

O Astroline foi um projeto belga fundado em 1997 e que obteve o seu devido reconhecimento na cena Dance dos anos 2000. Eles lançaram sete singles na linha Vocal Trance e se manteve ativo de 1997 até 2001. 

Na verdade, o Astroline não teve um fim definitivo, pois voltou a se apresentar nos festivais de "revivals" alguns anos após o seu término e estão até os dias atuais performando nestes eventos que celebram os anos 90 e 2000, contudo, o seu trabalho criativo e produtivo em estúdios durou de 1997 até 2001.

Os realizadores do Astroline são Bart Smolders (conhecido também como DJ Bart), Peter Luts (um dos produtores do Lasgo), Gert Corvers (um dos produtores de Esther), Christophe Chantzis (produtor do Absolom e Ian Van Dal), Stefan Wuyts (DJ Jimmy Goldschmitz & Heliac) e também, é claro, temos a presença da compositora, dançarina, frontwoman e vocalista Kathleen Goossens.


A vocalista do Astroline: Kathleen Goossens

Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento.

-RIKARDO ROCHA


Kathleen Goossens nasceu em Lier, Bélgica, no dia 23 de maio de 1976, e tem atualmente 49 anos de idade. Quem conhece a história de Kathleen diria que, no mínimo, a música está em seu sangue  como se fosse algo hereditário. De fato, os avós eram proprietários de uma editora musical e de uma gravadora (Rainbow Records), além de seu avô ser um produtor musical, empresário de vários artistas belgas, e um acordeonista da banda "The Rainbows". Já a sua mãe era dona de uma loja de discos da qual a filha, Kathleen, não saía de lá. Bom, com essa “árvore genealógica musical” não teria como Kathleen deixar a sonoridade de lado, certo? 

Errado! A loira resolveu se formar em Marketing, uma área que foge um “pouquinho” das nossas queridas melodias belgas...


Kathleen Gossens atualmente (49 anos de idade) com seu filho 

Kathleen Goossens começou a trabalhar depois de se formar em Marketing, conseguindo um emprego de meio período numa agência de artistas dirigida por sua irmã (Sabrina Goossens, falecida em 2023) e, como resultado, acabou indo parar no projeto Astroline, já que esta agência tinha o Astroline entre seus clientes.

O projeto de Vocal Trance ofereceu à Kathleen uma grande experiência em sua carreira de vocalista, lançando sete singles e realizando diversas turnês. Kathleen, consequentemente embarcou em outros projetos da música eletrônica e emprestou a sua linda voz ao Airplay, ao Orion Too, ao Third Bass, além de ter colaborado com o também belga DJ Philip. 

Aqui em São Paulo, a música “You And Me” do Orion Too chegou a ser executada em algumas FMs (agosto/ setembro de 2002), além da viajante “The Music Is Moving” do Airplay assumir o topo da Energia e Metropolitana FM (em meados de 2001). 

No segundo semestre de 2001 foi a vez de “Close My Eyes” do Astroline emplacar em nossos charts, um feito extremamente positivo que se prolongou até os primeiros meses de 2002, inclusive, essa foi a quinta música mais tocada nos clubs de São Paulo em janeiro de 2002.


Astroline: Christophe Chantzis, Peter Luts e Kathleen Goossens, entre dançarinos como Cindy De Visschere (atualmente administradora comercial), Ellen Kempenaers (atualmente gerente de uma empresa que trabalha com modelos/recepcionistas/anfitriãs para eventos), Ann Houben (ainda trabalha como dançarina), e etc. Peter Luts também subia aos palcos para performar com seus teclados, assim como já fez Gert Covers algumas vezes...Além da vocalista, produtores e dançarinas, na foto temos Feront Pascale (vocal do Absolom - que atualmente trabalha numa acessoria financeira e ainda atua como cantora). 


A vocalista Kathleen Goossens (jaqueta jeans) com a dupla de dançarinas - que visualmente também eram personas importantes para a imagem do Astroline

Kathleen Goossens foi a cantora oficial do Astroline, mas o projeto costumava apresentar, além da vocalista, duas dançarinas "imagens" que apareciam bastante frente ao grupo: An Hoube e Katarina Vincente.

Curiosamente, esta ideia de mostrar três garotas sexy's frente a um projeto continuou no início do também belga Ian Van Dahl, onde tínhamos Annemie Coenen e as dançarinas Jeanine e Diana. Na realidade, este era um conceito habitual em outros projetos trance da época - como o holandês Alice Deejay - que visava a "vocalista" mas não deixava de jogar holofotes de igual para igual nas duas dançarinas (principalmente nas imagens promocionais).


OS SINGLES DO ASTROLINE

Em resposta a uma pergunta que fiz à vocalista (via instagram), Kathleen Goossens contou que gravou a maioria das músicas do Astroline, e que algumas delas foram gravadas por cantoras de estúdio (!!).

Confira algumas imagens capturadas da conversa que tivemos, onde ela destaca que gravou todas as músicas do Orion Too e a maioria das músicas do Astroline:



Kathleen Goossens confirmou que gravou com a sua voz as canções do Astroline -"Close My Eyes", "Angels", "Take Care Good", "Smiling Faces" e que também foi a backing vocal em "Feel The Fire" (temos uma outra vocalista principal em sua maior parte). Já as canções "No Way Out" e "Happy Christmas, War Is Over", estas foram totalmente gravadas por cantores de estúdio. Numa outra conversa, Kathleen confirmou que gravou "The Music Is Moving" do Airplay e complementou que adoraria receber um convite de algum produtor de eventos para se apresentar no Brasil (quando eu informei à ela sobre as Tours de Evi Goffin por aqui): 

 "Faça chegar no ouvido dos managers, por favor, eu iria adorar!"


TODOS OS SINGLES DO PROJETO (1997-2001)

“Take Good Care” (1997)

-Vamos começar do começo. A primeira produção do Astroline foi "Take Good Care" (1997), escrita e produzida pela dupla Bart Smolders / Christophe Chantzis, e com trechos cantados por Kathleen Goossens, como vemos nos créditos do vinil belga: ''Vocais de Kathleen G.". E claro, a própria Kathleen nos confirmou que é a voz dela neste 1º single do projeto.

Sobre a produção de "Take Good Care" (1997), esta é uma viagem potente e lasciva do Trance noventista, de uma época que era "radical" demais para ser tocada no "As 7 Melhores" da Jovem Pan. Foi originalmente lançado em 1997 e apresenta um "featuring" em sua capa: Astroline Feat. DJ Bart;


"Smiling Faces" (1998)

-No segundo single "Smiling Faces" (1998), os créditos para compositores e produtores estão direcionados para Bart Smolders, Peter Luts e Gert Corvers. É mais um trance que não chegou ao Brasil, infelizmente...

Para a vocalista, o crédito está informado como ''Vocais de Kathleen G.", e de fato, é a voz dela que ouvimos neste single;


"Feel The Fire" (1998)

-O trabalho seguinte foi "Feel The Fire" (1998), escrito e produzido por Christophe Chantzis, Bart Smolders, Gert Corvers e Peter Luts

Se saiu muito bem nas paradas belgas, principalmente no Ultratop Dance Chart - onde conquistou o 1º lugar. É uma das minhas favoritas do Astroline, e sem dúvidas, é uma track extremamente eletrizante até hoje! O single anuncia que possui remixes produzidos pela equipe do Absolom, que é um projeto liderado por ninguém mais que Christophe Chantiz.


Astroline - "Feel The Fire" (Live - Year: 1999)
Kathleen Goossens é muito bem articulada em cima do palco, provando ser, sem dúvidas, uma das melhores vocalistas do Vocal Trance Belga. 

Apesar do trecho animadinho "Da dum da da di da oh eh" ser cantado por Kathleen Goossens, ouvimos ainda uma voz diferente na maior parte em "Feel The Fire", e quando vamos verificar os créditos no verso do disco constatamos que estes apresentam a informação: "Vocais de Kathleen G. & Cindy". Ou seja, tem essa outra participação feminina em "Feel The Fire", de alguém chamado Cindy.

Perguntei à Kathleen Goossens se ela lembra do nome completo da vocalista principal de "Feel The Fire", mas ela disse não se lembrar, então, o que me restou a fazer? Recorrer por outros meios, é claro...  

Pois é, meus amigos! Agora vamos de mais uma exclusividade deste Blog:


Cyndi ainda sente o fogo da música...

No perfil de Peter Luts (facebook) encontrei várias mulheres com o nome de Cindy, e depois de checar diversas dessas contas, encontrei a cantora de "Feel The Fire"!! 

Coincidiu da pessoa ter o mesmo nome daquela que foi creditada no single, além do fato de ser uma cantora:

Cindy Buckenberghs foi uma das vocalistas do Astroline, nunca mostrada antes, mas que você fica conhecendo aqui...


O nome da vocalista é Cindy Buckenberghs, nasceu no dia 05 de agosto de 1975, tem atuais 50 anos de idade. Ela canta atualmente músicas no estilo Rock.

Não precisei perguntar para a cantora se ela gravou "Feel The Fire" do Astroline, pois escutando a sua voz em seus vídeos ao vivo, pude perceber facilmente o quanto a sua voz continua inconfundível... mas, ainda teve um outro motivo plausível para que eu tivesse a certeza de que era ela… Vasculhei o Facebook de Cindy Buckenberghs e encontrei uma materialidade muito importante, onde ela cita a canção do Astroline, inclusive, ainda não fica muito contente com o crédito minúsculo que lhe deram:


Cindy relembra "Feel The Fire" numa postagem de 2022: "Memórias com Ilona Gybels... Tirando algumas músicas de gavetas antigas... 'Feel The Fire' com Astroline, estou referida como Cindy (7)??? Não tem graça!" (algo como "só isso", "que chato")



"Não, 'Feel The Fire' foi a única canção..."

Mesmo assim surgiu uma oportunidade de conversar com a vocalista e ela confirmou-me que gravou apenas "Feel The Fire" para o Astroline, e que "Happy Christmas, War Is Over" não é com ela nos vocais, como deduzi inicialmente que pudesse ser.


"No Way Out" (1999)

-"No Way Out'' (1999) foi o quarto single e apresenta uma letra composta por Kathleen Goossens e Elfi Strackx. Segue o mesmo estilo extasiante das produções anteriores e não há vocais mencionados no single. A voz da cantora, percebemos que está diferente... não é a voz de Kathleen (apesar da própria ter sido uma das compositoras da faixa).

Quem seria a cantora, afinal? Outra exclusividade que você só vê aqui:


A cantora de estúdio da música "No Way Out" do Astroline

A cantora aqui é Elfi Strackx! Sim, uma das compositoras da música! Rastreei seu nome e percebi que hoje ela atende por Elphy Strackx (às vezes é encontrada como Elfi) e trabalha desde 2014 numa empresa chamada "Positive Vibes" - voltada ao ramo de coaching / treinamento, com foco motivacional / habilidades pessoais. Indo mais a fundo, alcancei também o seu perfil artístico. Ela é realmente uma compositora / vocalista e ainda está ativa na Bélgica, cantando principalmente em casamentos (foto acima). 

Elphy cresceu em uma família musical. Seu pai era guitarrista / cantor amador e possuía uma extensa coleção de discos, que Elphy começou a explorar desde cedo. Aos 9 anos ela espontaneamente começou a cantar esses discos. O talento de Elphy também não passou despercebido na escola e ela logo foi selecionada para o coral local. Pouco depois, quando tinha apenas 14 anos, participou do show VTM Soundmix regravando a música "Queen For Tonight" de Helen Shapiro, que lhe rendeu uma considerável visibilidade. Logo depois ela se juntou ao grupo feminino Secret Fantasy, junto com Linda Mertens (sim, ela mesma, do Milk Inc., também em seu início de carreira). 


Elphy escreveu e cantou para o Astroline na faixa "No Way Out", além de outros projetos de Trance da época...

Através de algumas apresentações de sucesso na TV, Elphy teve contato com vários compositores e produtores conhecidos, incluindo Miguel Wiels, Peter Gilis, Daniël Moerenhout e Peter Luts. Foi aí que ela gravou algumas faixas de Dance Music, como:

- "The Music"Fiocco (1999, Antler-Subway, EMI Music Belgium)

- "No Way Out"Astroline (1999, Antler-Subway)

- "Virtual Love" - Requiem feat. Chiara Gio (2002, Antler-Subway)


Escrevi uma mensagem na página da Elphy (onde ela oferece seus serviços como cantora de casamentos), e depois de algumas semanas ela me respondeu por e-mail:

"Oi Rikardo. Obrigada por sua mensagem. Sim, eu fui a cantora de 'No Way Out' do Astroline. Saudações da Bélgica! Elphy" - 14/04/2024


Depois disso, Elphy fez muitos trabalhos de estúdio para álbuns de outros artistas, e hoje continua cantando e se apresentando, embora também tenha uma outra profissão, como mencionado.

E para concluir de vez, Kathleen Goossens fez apenas as apresentações ao vivo de "No Way Out", já que as gravações no estúdio aconteceram com Elphy Strackx;


"Angels" (2000)

-"Angels'' (2000) foi o quinto single do Astroline. Possui uma vibe que vai te levar aos céus e teclados mais que ensandecidos! É mais uma belíssima faixa que merece ser endeusada pelos fãs em todas as dimensões possíveis:


Astroline - "Angels" (Live - Year: 2000) 


Os créditos da letra de "Angels" são de Peter Luts, Kathleen Goossens e Gert Covers, no entanto, sem vocais creditados no single. Esta é uma das faixas que eu mais gosto do Astroline, e a própria Kathleen Goossens afimou que, não apenas a compôs, como também a gravou com sua voz;


"Close My Eyes" (2000)

- "Close My Eyes" (2000) completa agora 25 anos e foi o maior sucesso do Astroline aqui no Brasil. Foi muito tocada nas FMs, danceterias, e entrou ainda em diversas compilações de Dance Music. Foi também classificada na época pelos DJ's como uma "música de Paty". 

A voz não nos deixa dúvidas que é pertencente a Kathleen Goossens, mas mesmo assim podemos checar o seguinte crédito no vinil: ''Vocais de Kathleen G."

O single de "Close My Eyes" foi lançado no verão europeu do ano 2000 pelos produtores David Vervoort e Peter Luts (que juntos produziriam no ano seguinte o fenômeno Lasgo). É praticamente o último sucesso do Astroline, aliás, o projeto foi finalizado no momento exato em que conquistavam outros países com este seu sexto single, como o Brasil e o Canadá (simplesmente outros projetos iriam prosseguir com seus trabalhos e apenas finalizá-lo após uma sequência de singles mal sucedidos… o que não era o caso aqui). 


A letra de “Close My Eyes” é simples e romântica 

A letra de "Close My Eyes" é sobre uma promessa de amor eterno, funcionando também como uma declaração de amor carregada de emoção à pessoa amada. A expressão 'Let me be your destiny' (deixe eu ser o seu destino) sugere que o apaixonado quer pertencer /fazer parte da vida de sua alma gêmea, transparecendo que se trata de um relacionamento predestinado  reforçando a ideia de um amor eterno. Ouvimos também 'I'll never let you go', que desta vez enfatiza a promessa de nunca abandonar o seu amante, transcendendo o tempo e as circunstâncias.

A melodia aqui está perceptivelmente mais comercial que os singles anteriores, mas o poder dos sintetizadores progressivos continuam servidos deliciosamente aos fãs do Astroline neste single fundamental da Dance Music dos anos 2000. Ouça também a versão de Regi Penxten (Milk Inc.) que é excelente!

Ah, e não estranhe se este sexto single do Astroline se assemelhar muito com os singles do Lasgo, tenha apenas em mente que a letra de "Close My Eyes" foi composta simplesmente pela dupla David Vervoort e Peter Luts (a dupla do Lasgo), além da produção ser totalmente de Peter Luts;


"Happy Christmas, War is Over" (2001)

-Enquanto aqui no Brasil os jovens “viajavam” nas danceterias com a viciante "Close My Eyes", na Bélgica o Astroline lançava o seu último single "Happy Christmas, War Is Over" (2001), um trabalho que foi distribuído em coletânea belga natalina no ano de 1999, mas ganhando um registro oficial em single no ano de 2001. 

"Happy Christmas, War is Over" trata-se de uma regravação de John Lennon e serviu também como uma mensagem de paz e de conforto às pessoas  -  que estavam chocadas e amedrontadas após aos ataques terroristas do fatídico 11 de Setembro.

Não há créditos vocais informados no single, mas é sabido que a cantora aqui não é Kathleen Goossens. A voz é bem diferente da voz da vocalista oficial, e foi a partir desta divergência que resolvi entrar em contato com a loira e perguntar se ela sabe quem gravou a faixa. Como vimos acima, Kathleen respondeu-me que não sabe quem a gravou e que apenas a performou ao vivo nos shows (assim como também fez com "Feel The Fire" e "No Way Out"). 

Ainda neste single natalino foi adicionada uma outra faixa inédita aos fãs: "Sensations";


Kathleen Goossens com Christophe Chantzis (um dos produtores do Astroline, Absolom e Ian Van Dahl). Ela foi a cantora verdadeira na maioria dos singles do Astroline, e sempre interpretou todas as músicas do projeto de maneira satisfatória e plausível nos palcos!!


Vale lembrar que o Astroline não lançou nenhum álbum em sua trajetória, nenhum videoclipe, e focou apenas em singles e apresentações ao vivo. Estes singles foram lançados pela gravadora A&S (Antler-Subway), que nos anos seguintes apoiaria também outros projetos fervorosos do trance, como Lasgo e Ian Van Dahl.


ASTROLINE NO BRASIL

Aqui no Brasil o Astroline ficou mais conhecido entre 2001 e 2002 através do hit "Close My Eyes", título licenciado pela Building Records e muito tocado em nossas pistas e FM's - embora a canção tenha sido lançada oficialmente no dia 3 de julho de 2000 (na Bélgica). 

A empresa brasileira deu atenção total à "Close My Eyes" a inserindo em várias coletâneas "dance" da época - como "Comando 97 FM" (ano: 2001 - talvez a primeira aparição da música para o público brasileiro num CD) e a bem sucedida "As 7 Melhores 2002" (quase dois anos após o seu lançamento oficial!). 

Fora isso, a Spottlight (em parceria com a Som Livre) também trabalhou com "Close My Eyes" e a distribuiu em suas compilações de música eletrônica, como "dance.com - Jovem Rio 94,9 FM" (2001) e "Trance Party" (2002).

Spottlight e Building competiram-se e lançaram "Close My Eyes" em suas coletâneas, mas inexplicavelmente não investiram em nenhum outro single do Astroline...
 Ao centro da imagem, um TOP 10 dos singles mais vendidos em março de 2002 e publicado na revista brasileira DJ Sound #107 (clique na imagem para ver em melhor resolução)

Só foi uma pena nenhuma destas companhias brasileiras terem aproveitado as outras faixas do Astroline, como as estupendas "Take Good Care", "Feel The Fire" e "Angels", produções que mereciam um reconhecimento muito maior por aqui, inclusive, são canções até mais conhecidas que "Close My Eyes" em muitos países europeus. 

Aqui no Brasil "Close My Eyes" foi o maior hit do Astroline, mas na Europa (em especial na Belgica), essa música não se destacou tanto quanto as anteriores. No Canadá, o desempenho de "Close My Eyes" soou positivo como aqui no Brasil.


OS ASTROS SE COLIDIRAM

Ian Van Dahl e Lasgo

Quanto ao término do Astroline, muito foi se falado em sites da época que os produtores encerraram o projeto para focar fortemente nas produções do Ian Van Dahl e Lasgo. Christophe Chantzis precisava de mais tempo para se dedicar ao Ian Van Dahl e produzir o seu álbum de estreia "Ace", assim como Peter Luts se empenharia em absoluto para o projeto Lasgo -  ambos em bastante ascensão naquele ano de 2001. 

Sobre Stefan Wuyts, ele também foi trabalhar no Lasgo em 2001 e se tornou um dos produtores executivos do álbum "Some Things", assim como Gert Covers criou e produziu a bela e viajante faixa "Cloud Surfers*" deste álbum. Já Bart Smolders (DJ Bart), deixou de lado as produções e tem em seu currículo apenas os singles do Astroline (embora muita gente confunda-o com o DJ Bart de "Message" de 2001).


Kathleen Goossens foi gravar no projeto trance Orion Too...

Enquanto estava no Astroline, Kathleen Goossens gravou em 1999 a faixa "Harmony" de DJ Philip, e em 2001 realizou mais alguns trabalhos vocais para DJ's e produtores belgas, como a música já citada do Airplay - "The Music Is Moving" e Third Bass“Maid Of Orleans”. 

De 2001 até 2005 Kathleen gravou no ótimo projeto Orion Too e lançou diversos singles, incluindo “You And Me”


Third Bass - “Maid Of Orleans” (2001)

E é interessante observar que Kathleen Goossens assumiu o pseudônimo de "Caitlin" enquanto atuava no Orion Too e Third Bass, muito provavelmente por conta de seu contrato de exclusividade com os produtores do Astroline (talvez o mesmo motivo de não ter sido creditada no Airplay e na música com DJ Philip).

Para ler sobre o projeto Airplay e seu sucesso "The Music Is Moving" (2001), clique aqui


A RESPOSTA DO PÚBLICO JOVEM DOS ANOS 2000

Kathleen Goossens -   A voz do Astroline, Airplay, Orion Too…

Tanto “Close My Eyes” do Astroline, quanto "The Music Is Moving" do Airplay são dois exemplos do gênero Vocal Trance que ressoaram positivamente entre os entusiastas brasileiros da música eletrônica naquele início de século XXI. 

Com suas batidas pulsantes, melodias hipnotizantes, vocais quentes e teclados que "soltavam chamas", estas duas faixas tornaram-se verdadeiros hinos noturnos para os baladeiros e principalmente para os fãs de Lasgo, Ian Van Dahl, Fragma, Paul van Dyk, Kriss Grekò, Deal, Dee Dee...

Quem viveu, saboreou tudo isso com muita vontade e proveito!!


KATHLEEN GOOSSENS - APÓS A FASE DE OURO DO TRANCE

Kathleen Goossens atualmente: Ela continua envolvida na música, mas também se concentra em outros empreendimentos...


Com o encerramento do Astroline, a cantora e compositora Kathleen Goossens foi vista também atuando como atriz na TV belga. Sim, além de continuar escrevendo e gravando para outros projetos, Kathleen se tornou uma atriz a partir de 2001 e participou de algumas produções televisivas da Bélgica, além de um longametragem chamado "Meisjes" (2009).

Já em outubro de 2009, Kathleen apareceu em um reality show que buscava por uma cantora para um grupo musical chamado K3, porém, a voz de "Close My Eyes" não conseguiu passar para a sexta fase do reality. Foi também nessa época que Kathleen engravidou e teve um filho.


ASTROLINE - Filmagem de 2022

Kathleen Goossens continua a frente do Astroline e cantando os seus sucessos, como "Smiling Faces", "Close My Eyes" e "Feel The Fire".

Neste momento atual, Kathleen se apresenta como uma integrante do Astroline em diversos festivais pela Europa, além de ser a proprietária de uma loja chamada "Barnature" - que vende produtos naturais (suplementos, alimentos orgânicos, sem glúten, sem lactose, e etc). 


Barnature - Loja de produtos naturais de Kathleen Gooseens

A cantora de Trance Music se especializou também em 2022 em Hipnoterapia, e hoje aplica a técnica da hipnose em seus pacientes. 

Com certeza, uma mulher que continua linda, talentosa e acima de tudo muito determinada em seus projetos profissionais.


Agradecimentos: Kathleen Goossens, Elphy Strackx, Cindy Buckenberghs.


Para ler sobre o projeto Airplay - "The Music Is Moving" (2001):

https://rikardomusic.blogspot.com/2024/03/airplay-music-is-moving-2001-e.html



quinta-feira, 31 de julho de 2025

TEEKI - COLOURS IN MY EYES (1997) - A HISTÓRIA

TEEKI - "COLOURS IN MY EYES" (1997)

AS CORES AINDA ESTÃO VIVAS EM NOSSA MEMÓRIA


Chegou o momento de exaltar mais um vocal "dance" dos anos 90!! É o hit "Colours In My Eyes" do projeto Teeki, lembram-se dele?

Pois é... Essa música foi originalmente lançada em 1997, porém, começou a fazer sucesso aqui no Brasil no primeiro semestre de 1998, onde se destacou ao lado de outros clássicos da Eurodance, vide "Suddenly" da Gala, "You And Me" da Taleesa, "You're Not Alone" do Olive, "When I Fall In Love" do Ken Laszlo, e etc. 

Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.

-RIKARDO ROCHA


É importante dizer que "Colours In My Eyes" não foi uma produção voltada para o eurodance (termo popular que abrange o Euro-House alemão e o Dance italiano, principalmente).

Trata-se de um sub-estilo gerado com a mescla do "house clássico" norte-americano com alguns synths genéricos de guitarras distorcidas. Algo que lembra muito também a cantora Gala e o projeto Gaya com as suas produções; dois nomes que deram o ponta-pé inicial neste sub-estilo pós italodance (1993/1997). Algo similar aconteceu com a "You And Me" da Taleesa que, evidentemente, preserva as nuances sonoras das guitarras. Todd Terry foi o grande precursor dessa geração 'pós-eurodance' quando trabalhou no remix de "Missing" do EBTG.


OS COLABORADORES PRODUTIVOS

Há sete anos, quando conversei com Matteo Cremolini (um dos principais idealizadores do projeto Teeki), observei que ele ficou muito feliz pela minha lembrança a este seu trabalho. Cremolini ainda foi gentil em revelar em primeira mão o nome da vocalista — Sara Grimaldi — que, até então, era uma grande incógnita para nós, os fãs da Eurodance. 


A vocalista Sara Grimaldi

A letra de "Colours In My Eyes" foi, na verdade, escrita pela irmã de Matteo Cremolini, Chiara Cremolini, que hoje é uma oncologista de renome internacional. Naquela época, Chiara tinha apenas 13 anos de idade e Matteo pediu que ela imaginasse uma letra simples para a sua futura "Colours In My Eyes"

A música foi construída por Matteo Cremolini em parceria com seu amigo Davide D'Ambrosio.


Dra. Chiara Cremolini 

Chiara Cremolini graduou-se em Medicina em 2008, e em 2011 concluiu um mestrado em Desenvolvimento de Medicamentos. Em 2014 especializou-se em Oncologia Médica. 

Dra. Chiara Cremolini é especialista em oncologia gastrointestinal e já escreveu mais de 200 artigos sobre câncer colorretal. 


INSPIRAÇÕES COLORIDAS

A poeta Wisława Szymborska

Matteo Cremolini tinha lido o poema "Lovers" de Wisława Szymborska, onde é mencionado um arco-íris na noite, então pediu à sua pequena irmã que incluísse essa ideia na letra. 

Cremolini também contou ao blog que o refrão da música foi inspirado em um fragmento da canção "I Don't Know How to Love Him" ​​do musical Jesus Cristo Superstar (1972).


Jesus Christ Superstar - "I Don't Know How to Love Him" (1972)

Como Matteo Cremolini e a cantora Sara Grimaldi moravam na mesma cidade, isso facilitou para que se conhecessem pessoalmente e fossem trabalhar juntos. Ele ainda disse que, na época, também conheceu a professora de canto de Sara, e como a cantora já havia gravado em outros projetos de Dance dos anos 90, então acabou envolvendo-a no projeto Teeki.


Sara Grimaldi 

"Colours In My Eyes" do Teeki foi lançada na Itália e, acredita-se que em outros países europeus também, mas, como Cremolini mencionou, ele não tinha nenhuma evidência de sua distribuição comercial.

"Tive algumas noites de trabalho em estúdio, e depois não recebi nenhuma novidade sobre a música... até me encontrar com você na internet. Obrigado!"  (Matteo Cremolini)


A HISTÓRIA DE TEEKI NO BRASIL

A música “Colours In My Eyes” brilhou no primeiro semestre de 1998, principalmente no mês de fevereiro/98. Em agosto de 1998 (mês referente ao chart da imagem acima), ainda era tocada nos principais clubs de São Paulo.

Cremolini ficou sabendo do lançamento de "Colours In My Eyes" aqui no Brasil através do primeiro contato que tive com ele, em 2018. A partir daí, o músico me solicitou mais detalhes dos feitos de sua obra conquistados em terras brasileiras, incluindo as posições alcançadas nos charts, os nomes dos clubs que tocaram-na, os títulos das coletâneas de discos em que foi inserida... entre outros dados interessantes ao seu criador, pois segundo Cremolini, foi uma grande surpresa descobrir que a música havia sido tocada por aqui.

"Olá Rikardo, espero que tudo esteja bem!!

Estou tentando reconstruir a história da nossa querida canção 'Colours In My Eyes' e minha agência (SIAE) me perguntou se eu sei os lugares (os mais importantes) onde a música foi tocada. Você acha que pode me ajudar? (Matteo Cremolini)


TEEKI: UM SUCESSO DA DANCE MUSIC QUE MERECIA TER IDO MUITO MAIS LONGE

Pelos registros buscados, não encontrei nenhuma evidência da música ter sido trabalhada em outros países (além do Brasil), mas sei que na Romênia "Colours In My Eyes" tem alguns fãs, e se tem fãs, é possível que tenha chegado por lá também. Na Itália, a música foi distribuída em dois vinis 12": um white label e posteriormente em um single de capa azul  —  ambos com três versões e pelo selo Volumex.

O que podemos afirmar, é que na década de 90 as informações não eram registradas pontualmente como hoje, então, pode ser que a música tenha sido tocada em mais países, no entanto, seguiu com pouco deste histórico registrado. 

Também já é sabido com absolutismo que nenhum outro país do mundo destacou tanto Teeki - "Colours In My Eyes" como o Brasil. Aqui tocava-se muito nas boates e nas FMs, além da faixa ter sido inserida em seis compilações oficiais (fora os piratinhas que também traziam a track).

Quando a ouvi pela primeira vez, eu tinha 16 anos de idade e no ato reconheci a beleza e a qualidade de "Colours In My Eyes" do Teeki. Acredito que foi no programa "Ritmo da Noite" da Jovem Pan 2, no final de 1997 ou início de 1998 — um período que dava início a saturação das produções da Eurodance e também onde crescia com força a onda da Axé Music e seus derivados. 


TEEKI - "COLOURS IN MY EYES" (1997) 
Imaginem agora os adolescentes de 1998 descobrindo essa preciosidade nas rádios ...  Involuntariamente de boca aberta e olhos brilhando!!

Lembro ainda que, a Paradoxx Music publicou um TOP 10 de músicas novas licenciadas em uma das páginas da revista DJ Sound. Ou seja, muito provavelmente a gravadora paulistana estava negociando com o selo Volumex para licenciar a faixa aqui no Brasil, porém, algo deve ter acontecido no meio desse caminho e a negociação não se concretizou. Na sequência, a carioca Spotlight Records acabou licenciando Teeki - "Colours In My Eyes" com eles. Esta foi a primeira vez que vimos Teeki entrar num chart brasileiro, numa divulgação da Paradoxx Music em novembro de 1997:

Novembro de 1997 na Paradoxx Music. 
Há exatos 28 anos…

Outra recordação marcante: Quando o DJ tocou "Colours In My Eyes" na abertura do show da Taleesa, em Itatiba /SP, ao lado de outras canções que marcaram aquela época, como Alexia "Gimme Love"Dario G - "Sunchyme"Gala -"Suddenly"O.M.C - "How Bizarre"Debra Michaels - "How Do I Live?", e etc. Não tem como se esquecer da energia do público itatibense ao dançar e cantar essa música! Uma vibe positiva e contagiante sem igual!!

"Colours In My Eyes" de Teeki também foi muito executada em outras rádios além da Jovem Pan 2, como a 97 FM (São Paulo-SP), Metropolitana (São Paulo-SP), Educadora FM (Campinas-SP), Dumont FM (Jundiaí-SP), e etc. Uma curiosidade é que, quando os locutores informavam o nome do projeto, eu logo imaginava que se tratava de uma cantora coreana — devido a pronúncia do nome ("tiqui"), mas às vezes também idealizava uma cantora negra  devido a voz ser bem característica, potente, forte, daquelas que chamam a atenção logo na primeira ouvida.

Nos charts anexados à revista DJ Sound é possível presenciar também o sucesso que a música atingiu entre dezembro-97/ maio-98, sendo tocada nos mais conhecidos clubs do Brasil, como os icônicos Moinho Santo Antonio, Krypton, Atlanta, Queop's, Florestta, Shampoo, Ilha de Capri, Ludovico, e etc...

No endereço abaixo você pode visualizar todos estes charts, além dos vídeos e fotos da cantora Sara Grimaldi:

https://rikardomusic.blogspot.com/2018/12/a-vocalista-do-projeto-teeki-e-seu-hit.html (copie e cole pois essa url não está linkada).

Mesmo com o crescimento do Axé Music no cenário brasileiro, essa música do Teeki se destacou bastante por aqui em 1998, mas, em muitos países não obteve a mesma sorte... 

Teeki - "Colours Im My Eyes" - Em fevereiro de 1998 foi uma das mais tocadas das noites brasileiras

Mundialmente, "Colours In My Eyes" foi ofuscada por um mar de produções de Techno e Trance que começaram a emergir em 1997/1998, o que é uma grande pena pois a faixa tinha muito potencial para explodir mundo a fora, justamente por ser uma produção classuda, original, envolvente, e por nos apresentar uma linha melódica profunda e uma vibe misteriosa, tudo isso combinado a um vocal pra lá de poderoso. 

Para completar, Teeki teve o azar de ter sido lançada por uma gravadora que não fazia marketing nenhum de suas produções, dando a "Colours In My Eyes" uma divulgação totalmente inexistente e, consequentemente, fazendo com que a faixa nunca ganhasse uma exposição realmente merecida. 

A música não ganhou um vídeo-clipe, uma performance ao vivo, e nem uma edição em CD-Single sequer! 

No Spotify??? Nada também, até hoje!!!

Definitivamente, um completo descaso e uma infeliz subestimação por parte da gravadora para com Teeki e sua fantástica, mas desvalorizada, "Colours In My Eyes".


TEEKI - "COLOURS IN MY EYES"

VOCAIS NÃO CREDITADOS: SARA GRIMALDI

ANO DE PRODUÇÃO: 1997

ANO DE LANÇAMENTO: FINAL DE 1997

ATINGIU AS PARADAS DE SUCESSO: 1998

LABEL: VOLUMEX (ITALY) - SPOTLIGHT RECORDS (BRASIL)

PRODUTORES: A. KASERER, G. VIGNALI

COMPOSITORES: M. CREMOLINI, D'AMBROSIO, RANEAR

LETRA: CHIARA CREMOLINI


Chiara Cremolini e Matteo Cremolini: Com 13 anos de idade ela escreveu a letra de “Colours In My Eyes” para o projeto de seu irmão
(Foto de Carlo Antonio Carcangiu)


A GRAVADORA SPOTLIGHT RECORDS AJUDOU A ESPALHAR AS CORES DE TEEKI PELO BRASIL

Em suas redes sociais, Matteo Cremolini disse: "Essa é a minha faixa de estreia no mundo da Dance dos anos 90 e não vi nenhum centavo de retorno. Teeki: 'Colours in my eyes' teve uma colaboração de meu amigo Davide D'Ambrosio e depois recebeu alguma divulgação no Brasil. 

Alguns anos atrás um blogueiro brasileiro (nostálgico) se lembrou deste trabalho como uma música mágica de um verão que marcou as noites (e que noites... ).

Graças a web também achei uma coletânea brasileira que continha a faixa, comprei e meses depois chegou.

Então, recapitulando, este foi um projeto de dance music antigo, mas que, mesmo depois de todos estes anos, ainda causa emoções nas pessoas, traz sonhos e descobertas, ou seja: isso é algo que não tem preço. Posso dizer que eu participei disso!" Matteo Cremolini em seu facebook.


Matteo Cremolini comprou o CD brasileiro "Ritmo da Noite Volume 7". Ele mesmo tirou a foto do CD e postou em seu facebook

"Colours In My Eyes" do projeto Teeki marcou presença em algumas coletâneas brasileiras de Dance Music, e abaixo estão elas, num total de seis títulos — todos lançados no mercado no ano de 1998 (via Spotlight Records):

-Spotlight Project - "Radio/DJ": Na verdade, este é um CD Promo distribuído aos DJs, não teve venda direta para o público. No CD encontram-se duas versões de "Colours In My Eyes": Radio Vocal Mix (Radio Edit) e Long Mix. Como não existe o CD Single oficial da música (saiu apenas em vinil 12"), vale a pena ter esse promo lançado pela Spotlight;

-Spotlight Dance Hits: Coletânea com 14 faixas variadas, incluindo "Colours In My Eyes" na "Long Mix" de 6 minutos;

-Ritmo da Noite Volume 7: Mais um CD muito bom da Spotlight que traz diversos hits da Dance Music, e é claro, entre as dezenas de faixas, lá está ela: "Colours In My Eyes" ("Radio Vocal Mix");

-Dance Hits: Esta é mais uma compilação nota 10 que foi lançada nas lojas brasileiras, mais precisamente no início de 1998. "Colours In My Eyes" é a faixa #8 ("Radio Vocal Mix");

Terceiro Milênio Vol. 2: Este é um CD bem raro...creio que a Spotlight lançou em tiragem reduzida. Teeki com sua implacável "Colours In My Eyes" está presente na versão "Radio Vocal Mix" de 3 minutos e 42 segundos.

Teeki - "Colours In My Eyes" sendo indicada na coluna "Dance Floor" (quadro de lançamentos) da Revista DJ Sound (Fevereiro / 1998). Este belo Dance marcou  também os melhores anos do programa “Super Pista” da Educadora FM, comandado na época por Lui Mazini e DJ Carlinhos… Que saudades!!


SARA GRIMALDI - A VOCALISTA DO TEEKI 

Aqui está ela: Sara Grimaldi, conhecida também como Sarah Gee

Sara é cantora / compositora, além de ser uma treinadora vocal. Sara nasceu em 20 de novembro de 1966, ou seja, completará seus 59 anos de idade nos próximos dias. 

A artista nasceu na cidade de La Spezia (a mesma em que nasceu Alexia) e sua poderosa voz está classificada como soprano, se estendendo em 4 oitavas. Quando criança, Sara começou a cantar no coral da igreja e seguiu aulas de piano e dança em sua cidade natal. Com apenas 14 anos de idade, começou a praticar como DJ e poucos meses depois, passou a colaborar em algumas rádios regionais, gravando jingles publicitários.


Sara Grimaldi gravou muitas faixas de Eurodance


Sara Grimaldi trabalhou ainda para uma produtora de vídeos na área de filmagem e edição, e assim apareceu em alguns vídeos de artistas italianos e internacionais, como KC & Sunshine Band, Pino Daniele, Gianni Morandi, e etc.

Em 1994, Sara lançou um single solo chamado "Did You Love Me" sob o nome Sarah e em ritmo de Dance Music, a grande moda da época. A canção foi escrita por S. Tubelli, M. Franciosa e Sarah (a própria). Ela também gravou para diversos outros projetos de Eurodance, como XL"Fluxland" (1994), Wild $"Forever Love" (1995), Sinny"Give Me Your Love" (1995) e Queen Of Heart "All Of Your Love" (1997).

Depois, Sara Grimaldi se tornou backing vocal de alguns artistas conhecidos da Dance Music, como Jenny B, Tony Di Bart e Double You, além de contribuir como compositora em diversos trabalhos. 

Mas, se você pensa que Sara Grimaldi só trabalhou na Dance Music, está enganado. Sara também cantou Pop, Blues, Ópera, e participou de shows Gospel com artistas como Leona Laviscount.

Nestes diversos trabalhos no segmento da Eurodance, está o projeto Teeki com a nossa aclamada "Colours In My Eyes", talvez o único hit da cantora aqui no Brasil, embora não tenha sido creditada (estamos aqui para isso).

Sara Grimaldi apenas gravou um single para o projeto Teeki...

No início dos anos 2000 ela gravou para os projetos Sarah Nelson - "The One" (2000) e Valery Verga - "Higher" (2001). Foi em 2004 que Sara Grimaldi fez os vocais para os novos singles de Ice MC, "It's A Miracle" e "My World", além de contribuir nas demais faixas do novo álbum deste veterano da Eurodance.

Sara Grimaldi ainda colaborou em um disco com renda destinada às crianças do Paquistão e também gravou um single solidário para uma associação italiana contra a leucemia.

A talentosa Sara continua até hoje em atividades. Atualmente ele segue realizando performances ao vivo e gravando novas músicas de Eurodance, como as últimas Sarah & Sbeng Allstars"Heart Of Fire" (2024) e Sarah & Sbeng Allstars"Je T'Adore" (2025), que são dois lançamentos da Revamp (gravadora nova que está investindo em Italo Dance).


Matteo Cremolini continua como músico, mas criando sons e trilhas sonoras para a área do cinema e TV:

"Hoje em dia eu componho músicas para filmes e televisão, e esse projeto Teeki é apenas uma lembrança querida que ainda me encanta!!!" (Matteo Cremolini)

 Matteo Cremolini Atualmente - Insolito Stage Live (Novembro / 2025)


AGRADECIMENTOS:

Ao italiano Matteo Cremolini por ter colaborado com seus relatos e por ter cedido o nome da vocalista aqui nesta singela homenagem. 

Grazie!

domingo, 1 de junho de 2025

TATJANA - SANTA MARIA (1995)

 TATJANA - "SANTA MARIA" (1995) - HINO DA EURODANCE COMPLETA 30 ANOS DE ANIVERSÁRIO!

"Santa Maria" da Tatjana foi uma das músicas mais tocadas em 1995

Sem palavras para descrever essa música da Tatjana - "Santa Maria"... Estes vocais, esta melodia, este pianinho... tudo isso marcou meus anos 90 de uma maneira indescritível!! Sem palavrões, sem exaltação ao crime, sem baixaria... Só diversão para todos e com uma produção de tirar o chapéu!!!

Curiosamente, algumas pessoas ainda questionam se Tatjana Simic é de fato a vocalista do hit, já que era muito comum, na época, rostos bonitos apenas dublarem as canções, enquanto que as cantoras profissionais cantavam às escondidas nos estúdios.

Bem, essa resposta é um pouco complexa, porque, a croata Tatjana é modelo sim, mas ela também sabe cantar muito bem! Ela gravou verdadeiramente em suas músicas, mas aqui em "Santa Maria" o refrão conhecidíssimo não foi gravado por ela!!

Surpresos com este fato?

Simplesmente é a voz da compositora da canção neste trecho!!

Para saber mais sobre esta curiosidade, além de outras, embarque conosco no artigo abaixo e boa leitura!!

Tatjana - "Santa Maria" (1995) Ao vivaço no Japão!!!
A voz é minha e eu provo cantando ao vivo! (exceto em alguns trechos, rs)


A BELEZA E O TALENTO DE TATJANA

Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado neste artigo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.

-RIKARDO ROCHA


Infelizmente, aqui no Brasil somente "Santa Maria" fez sucesso  embora "Feel Good", "Calendar Girl" e "Ain't Gonna Cry" tenham figurado em alguns charts brasileiros  mas lá fora, Tatjana Simic é conhecida por muitos outros híts, principalmente no continente europeu.

Na Europa, por exemplo, "Santa Maria", "Chica Cubana", "Feel Good" e "Awaka Boy" são seus maiores sucessos. Por lá, também podem ser encontrados facilmente diversos produtos envolvendo o nome "Tatjana", como CDs, DVDs, Revistas, CD-Rom, Posteres...e etc.


Tatjana Simic
Tatjana: Colírio para os olhos e Eurodance para os ouvidos

Tatjana Simic, ou simplesmente Tatjana, nasceu em 09 de junho de 1963, na Croácia e se tornou rapidamente numa das cantoras de "dance-pop" mais produtivas do continente europeu, tendo uma discografia com vários singles e muitos vídeo-clipes filmados.

Sua escalada rumo ao sucesso começou em 1979, quando ela se mudou para Roterdã, na Holanda, com sua irmã e mãe para começar uma nova vida. Ela trabalhou como guia turístico na cidade holandesa, antes de começar um trabalho com esportes e recreação no departamento da prefeitura local.

Depois de ganhar um concurso organizado por uma revista holandesa, ela começou a sua carreira de modelo em 1985. Tatjana também apareceu em comerciais de TV e foi convidada pelo produtor do filme "Flodder", a participar do longa. Ela fez o papel de Kres Flodder, a filha desobediente da família.

"Flodder" se tornou no filme mais bem sucedido da Holanda, visto por mais de 2,5 milhões de pessoas no país.

A popularidade de Tatjana estava em alta nos anos 80. Seu sucesso e beleza eram tão notáveis que ela posou para a revista Playboy 16 vezes (!), começando em 1986 e terminando em 2012. Dessas edições, 12 foram para a versão holandesa, e 4 para a versão alemã.


DISCOGRAFIA

Tatjana: Das revistas para os estúdios

Tatjana lançou o seu primeiro single, "Baby Love" (1987), com o produtor e empresário holandês Bert Conard. Esse trabalho é um cover das The Supremes, você percebe que é um pop mais maduro e inclui até alguns sons de guitarras.

Depois ela foi trabalhar com os italianos Mauro Farina e Giuliano Crivellente, estes que estavam impressionados com a aparição vulcânica de Sabrina e sua febre dançante "Boys" (1987), então os dois símbolos da Dance Music se inspiraram muito na Sabrina para criar o próximo som da Tatjana. 

Em 1988, foi lançado finalmente o single "Awaka Boy", uma faixa dançante que possui uma voz masculina que lembra muito o rapper de Sabrina "Boys" (1987). Aliás, como já mencionado, a produção de "Awaka Boy" lembra muito este sucesso da Sabrina. A estratégia dada por Mauro Farina e Giuliano Crivellente deu bastante certo, pois "Awaka Boy" se tornou bem popular na Europa e também em alguns países da América do Sul, levando Tatjana ao hall das cantoras mais promissoras do gênero Dance Music naquele final de anos 80.

Mas, foi apenas em 1991 que foi lançado o 1º álbum da loira, intitulado simplesmente de "TATJANA", e contendo essas duas primeiras faixas de trabalho.

Em 1993 ela lançou "Feel Good" (uma de suas melhores músicas), que chegou ao Brasil através da ToCo International e distribuída em coletâneas pela PolyGram (uma delas é a ótima "Dance Total"). Definitivamente, foi a primeira música da Tatjana que o público brasileiro teve contato. 

Devido a este sucesso alcançado, foi distribuído o 2º álbum dela, intitulado de "Feel Good" (1993). Infelizmente não recebemos por cá este, e nenhum outro álbum de Tatjana. 

Obs: Apesar de ser praticamente um relançamento de seu 1º disco (tem as mesmas músicas do disco anterior), "Feel Good" é considerado um álbum novo por sua equipe, pois traz novos sucessos como a faixa título, além das regravações de "Can't Take My Eyes Off You" e "Don't You Want Me".

Vale lembrar também que, de todos os seus álbuns, "Feel Good" foi o seu disco melhor distribuído, sendo lançado em diversos países pelo mundo a fora.


FEEL GOOD: Um de seus maiores sucessos ganha vídeo em Miami

Já em 1995, foi a vez do hit "Santa Maria" fazer sucesso no cenário dance, então Tatjana aproveitou e lançou um novíssimo álbum no ano de 1996, produto que, recebeu obviamente o título da canção. Este álbum, "Santa Maria", também foi lançado na Coréia do Norte, Hong Kong e Taiwan.

Este, na minha humilde opinião, é o seu melhor álbum pois tem várias canções excelentes, todas no mesmo clima de magia e qualidade do single "Santa Maria". Inclusive, a produção impecável ficou a cargo dos mestres Mike Stock e Matt Aitken, então a dispensa de comentários é total.

Recomendo muito as faixas "Your Love is Magic", "The First Time", "Searching For You", "Boy I Know", "Lets Go Round Again", "Show Me", "Ain't Gonna Cry" e "Nothing To Me". Um álbum simplesmente irresistível!

Um fato memorável, é que diante do sucesso da música "Santa Maria", a cantora Samantha Fox resolveu regravar este clássico em 1997. O resultado ficou bom, mas, na minha opinião, bem inferior a versão original da Tatjana. Aliás, duas loiras belíssimas, talentosas e que disputavam o mesmo filão: música e carnalidade.


Quem ganhava essa disputa? Ah, eram os homens, é claro!

Heteros ou gays, eram os homens que se deliciavam com os trabalhos destas maravilhosas artistas. Existia uma primorosa sensualidade nos trabalhos de ambas, longe de denegrir ou vulgarizar a imagem da mulher. 

Eram sensuais em seus vídeos e apresentações, mas também tinham boas vozes, músicas com arranjos bem construídos, coreografias decentes, instrumentais agradáveis, e sem essa apelação gratuita que as péssimas cantoras da atualidade usam nas letras e nas danças, no desespero para "chocar" e "viralizar".

A garota do calendário: Tatjana

Já em 1997, Tatjana lançou seu novo álbum - "New Look", na Finlândia e Holanda, mas... quem for esperto vai perceber que se trata de um relançamento de seu bem sucedido disco "Santa Maria". A diferença desta edição, é que temos aqui também a faixa inédita "Calendar Girl", single lançado em 1996 e que fez um relativo sucesso naquele período.

Infelizmente, "New Look" foi o último álbum da bela croata, além de ter sido lançado em poucos países. Com a queda de interesse do público (e também com o declínio da eurodance), Tatjana não tem lançado mais álbuns, desde então.


CURIOSIDADES ACERCA DE "SANTA MARIA"

"Paradoxx, pede para o pessoal não tocar a primeira faixa"


Foi no início de 1995, que os olhos da famosa dupla Mike Stock e Matt Aitken caíram sobre a loira e linda Tatjana Simic. Eles ficaram interessados em trabalhar com ela, e assim, nasceu "Santa Maria".

"Santa Maria" foi lançada em single pela primeira vez em julho de 1995. Por ter sido produzida por estes dois respeitados profissionais, esperava-se muito mais do desempenho mundial de "Santa Maria", já que em seus outros trabalhos, Mike Stock e Matt Aitken estavam sempre nos topos das paradas. 

No mercado "dance", a música foi muito bem nos charts, mas nas listas mundiais de pop (onde a dupla estava acostumada a figurar-se), não alcançou as posições mais almejadas.

Chegou apenas no #37 do Mega Top 50 (importante chart britânico). Além disso, a música gerou uma certa polêmica na época, pois a sua equipe de produção foi acusada de pagar o famoso "jabá" para se manter nas paradas. Então, este single teve que ser retirado do Reino Unido em 1995, só sendo lançado novamente em 1996. Este ocorrido afetou negativamente (mais ainda) o desempenho da faixa.

Mas, apesar da "tragédia" que se instalou, não conseguiram apagar a chama de "Santa Maria". Além de conquistar vários fãs, "Santa Maria" teve ainda outros cantores que quiseram regravá-la, como é o caso da já citada Samantha Fox e também o latino Carlos Oliva & Los Sobrinos (aqueles do cover de "Macarena").

Samantha Fox fez a sua versão em 1997, e o cubano Carlos Oliva, em 1996:


Ouça o cover de Carlos Oliva & Los Sobrinos para "Santa Maria"
Observe que nos primeiros minutos, parece ser uma música totalmente diferente, mas depois "se transforma" na "Santa Maria" que tanto conhecemos.
Preste atenção a partir de 02'02"

*Curiosidade II: A então inédita "Calendar Girl" está presente no álbum "New Look", em duas versões: "Disco Version" e "Brasil Version" (!). Esta canção marca também o retorno da compositora Kirsti Johansen, que tinha trabalhado com Tatjana em "Santa Maria".

*Curiosidade III: Apesar de não lançar mais álbuns, Tatjana ainda gravava as suas canções no início dos anos 2000. Um destes trabalhos (que não ganhou álbum) e que merece destaque, é "Baila Baila", de 2000. A música tinha tudo para se tornar num hit, mas infelizmente não foi muito bem nos charts, apesar do clipe circular bastante na MTV Latinoamerica em 2000 / 2001.

Vale a pena conferir o vídeo deste seu trabalho:


A promessa de hit não vingou em "BAILA BAILA", infelizmente.

TATJANA VERSÃO 2000: Single "Baila Baila" decepciona. A cantora lançou ainda em 2003 uma nova versão para "Santa Maria" (2003 Almighty 12'' Mix)

A mídia física de "Baila Baila" chegou num single todo convidativo, cheio de atrativos e divulgação, mas infelizmente não conseguiu o sucesso que a gravadora esperava. 

Diante de todo o investimento perdido, a cantora só voltou a ter um relativo sucesso anos depois, com uma releitura de um de seus maiores clássicos, a versão 2003 de "Santa Maria". Nessa época, início de anos 2000, diversas músicas de eurodance estavam recebendo uma nova roupagem, com uma pegada mais "trance", como "Mr. Vain" (Culture Beat), "Saturday Night" (Whigfield) e "Push The Feeling On" (Nightcrawlers), e lógico, não poderia faltar o remake de "Santa Maria".


FILMES OUSADOS?

Como já mencionado,Tatjana também participou de alguns longas, aliás, a artista tem vários fãs que amam este seu lado atriz. Seus filmes tinham algumas cenas picantes, mas definitivamente não eram iguais aqueles "atuados" por Rita Cadillac e Gretchen aqui no Brasil... se é que vocês me entendem...

Os filmes da Tatjana não eram tão explícitos (ou confundíveis com os filmes adultos), digamos que eram produções mais "soft".

A propósito, a sua canção "Santa Maria" tem um 2º vídeo chamado de "Sexy Version", onde Tatjana sensualiza o tempo todo em frente às câmeras e fotógrafos. Esta versão apresenta cenas parecidas com as quais você poderá encontrar num de seus filmes, ou seja, nada de muito impactante ou vulgar.

Tatjana Simic é uma artista super versátil, talentosa, linda e querida pelo público (principalmente o masculino). No geral, ela é mais conhecida na Europa pelo seu papel no filme "Flodder" (1986), que devido ao sucesso na Holanda acabou gerando mais duas sequências e uma série de TV, entretanto, ela também se deu bem na música.

Resumidamente, Tatjana Simic é amada pelos marmanjões heteros, mas com o tempo também foi ganhando o seu público gay, principalmente quando a sua música "Santa Maria" entrou para a trilha sonora do seriado gay mais popular do entretenimento: "Queer as Folk" (2000-2005).


OS PRODUTORES DE "SANTA MARIA": MIKE STOCK E MATT AITKEN

A dupla Mike Stock e Matt Aitken

Na minha opinião, "Santa Maria" possui uma das produções mais belas e envolventes da Dance Music dos anos 90. A faixa em questão, logo em seus primeiros segundos, já apresenta sons vibrantes de ondas se quebrando e nos remetendo à praia, sol e verão. Logo na sequência, a música vai recebendo algumas batidas mais fortes e "secas", que vão se acelerando num ritmo mais contagiante e dançante. Não devemos nos esquecer dos "sussurros" femininos (cantando "Oh, Oh Oh..."), quase que angelicais, que vão de encontro com algumas frases ditas por um rapper, de forma bem rápida e totalmente enérgica.

A música tem vários bons momentos, mas talvez o clímax em "Santa Maria" esteja na inserção do pianinho, num intervalo mais relax, entrando em seguida o célebre refrão "santa mariaaaa", acelerando tudo outra vez.

Não devemos nos esquecer da base de fundo, sendo muito cativante e dando mais frescor e intensidade para "Santa Maria", principalmente quando esta instrumental, em um certo momento, se mistura com alguns dos elementos acima citados (uma junção perfeita das batidas, do pianinho, dos vocais...). Um verdadeiro deleite!!!!

Definitivamente, os ingleses Michael Stock (3 de dezembro de 1951) e Matthew James Aitken (25 de agosto de 1956) capricharam muito nesta linda track...

Obs.: A versão Extended (Wah-Wey Mix) é a que mais valoriza todos estes ótimos momentos citados, como nenhuma outra versão. Vale a pena conferir!

Tatjana - "Santa Maria"
(Wah Wey Mix)

QUEM É A VOCALISTA DO REFRÃO?

Kirsti Johansen e Kjetil Røsnes

Já o trabalho de composição da letra de "Santa Maria" ficou com o casal de noruegueses Kirsti Johansen e Kjetil Røsnes. Eles escreveram grande parte da música, embora esteja também constado nos créditos os nomes dos dois produtores Stock / Aitken (acredito que estes dois nem participaram da escrita da letra).

Inclusive, a participação de Kirsti Johansen foi extremamente importante para o êxito de "Santa Maria", pois além de compor a faixa juntamente de seu marido, ela ainda teve os seus vocais adicionados na canção. Sim, ela foi devidamente creditada como "Vocal Adicional", e conseguimos ouvir a sua voz no refrão da música.

Kirsti Johansen (22 de setembro de 1963) e seu marido Kjetil Røsnes (30 de março de 1960) eram integrantes do duo Avalanche (uma espécie de Roxette da Noruega) e cantavam músicas de europop.

O casal fundou o grupo em 1984, vivendo e trabalhando na Alemanha e na França, foi aí então que a dupla se tornou conhecida para os produtores de Tatjana.

Obs.: São nos sussurros ("Oh, Oh, Oh...") e também no enfático refrão que contem a voz de Kirsti Johansen. A sua voz provavelmente estava na versão "demo", e assim os produtores de Tatjana resolveram manter estes trechos na versão finalizada, justamente porque ficaram melhores e mais harmoniosos na voz da Kirsti.

E quando a loira Tatjana canta esta música ao vivo, percebe-se que, nestes exatos fragmentos ficam faltando os vocais de Kirsti. É muito nítido isso   apesar da croata mandar super bem ao vivo com o microfone ligado.

Kirsti Johansen: A voz no refrão é dela

A voz de Tatjana é mais suave e "aveludada", enquanto que a voz de Kirsti é um pouco mais aguda, embora ambas sejam lindas vozes.

Com a finalidade de evitar eventuais confusões, é bom salientar novamente que Tatjana não é uma modelo dubladora, dessas tão presentes e comuns na Dance Music. Tatjana Simic é a dona de seus vocais em "Santa Maria", e em todas as suas músicas gravadas, no entanto, é evidente que tem muito de Kirsti Johansen neste seu sucesso de 1995.

Há algum tempo atrás eu mandei uma mensagem à Kirsti, perguntando se era a sua voz em "Santa Maria", mas olhem só que interessante, depois de muito tempo, a Kirsti resolveu me responder, dizendo que realmente é a sua voz no refrão da música... Então, fica aqui a resposta da própria cantora para aqueles que ainda tem alguma dúvida em relação à estes vocais:


"Oi Rikardo! É a minha voz nos refrões de "Santa Maria", mas Tatjana cantou nos versos. A outra música 'Ridin' High' não sou eu cantando... Desculpe-me pela resposta tardia! Eu espero que você esteja bem no Brasil" - Kirsti Johansen.


APÓS O ÊXITO DE "SANTA MARIA"

Como citado anteriormente, esta parceria de Tatjana com Kirsti Johansen foi tão bem sucedida que a artista norueguesa foi convidada à trabalhar mais uma vez com a loira croata. Deste sucesso surgiu o novo single "Calendar Girl" (1996), onde Kirsti só escreveu a canção, desta vez não tendo seus vocais adicionados.

Sobre o atual paradeiro do casal Kirsti Johansen e Kjetil Røsnes, eles estão afastados dos estúdios por enquanto, mas ainda realizam apresentações cantando seus antigos hits em shows de Revivals. Atualmente o casal vive com sua família em Aurskog, na Noruega, onde também são avós. Atualmente eles preferem dar mais prioridade à família, dividindo momentos de lazer ao lado de seus filhos e netos.


TATJANA FEAT. REAL MCCOY? 

Sim, quase isso.
O vocal de O-Jay foi sampleado

Apesar do single e do álbum de Tatjana - "Santa Maria" creditarem os vocais de Kirsti Johansen, tem um outro vocal que não foi creditado aqui...

Sim, o trecho "rap" em "Santa Maria":

"Rhyme to the rhythm

Come on feel the rhythm

There's a rhythm that rhymes

That rock the whole time"


Sabe de quem é esta voz???

É do O-Jay, o rapper do grupo REAL MCCOY:

Olaf Jeglitza

Sim, Olaf Jeglitza (O-Jay) é o dono da voz masculina em "Santa Maria" de Tatjana. 

Quando o projeto dele ainda respondia por MC SAR & THE REAL MCCOY, ele lançou uma cover de "Pump Up The Jam" do Technotronic que ficou muito legal. Repare, são os mesmos vocais masculinos, e tem ainda o mesmo trecho que foi sampleado:

Não está convencido ainda? Então avance aos 3:42 e ouça este mesmo trecho original, que foi adicionado na música "Santa Maria" da Tatjana. Isso não é fantástico??

Muitos podem achar estranho, mas é realmente a voz de O-Jay que está em "Santa Maria" e "Pump Up The Jam". Ele apenas mudou o estilo de fazer seus rap’s (a partir de 1993), e passou a seguir um padrão novo após ao sucesso mundial de “Another Night”.

Quando eu perguntei à ele, em 2007, se era a sua voz nessa música da Tatjana, o próprio me confirmou que sim e ao mesmo tempo ficou surpreso, pois ele não conhecia "Santa Maria" da Tatjana, e nem sabia que tinham sampleado o seu trecho de "Pump Up The Jam"

Lembro que O-Jay tinha um blog naquela época, e em seguida fez até uma postagem contando essa história, além de mencionar que foi eu quem lhe mostrou essa música da Tatjana. 

Em 2024, o O-Jay veio ao Brasil, fez um show maravilhoso aqui em São Paulo e também nos encontramos pela primeira vez. Tocamos neste assunto, e ele ainda autografou o meu single da Tatjana: "Para o nosso fã nº 1 Ricardo".

Ah, e não estou contando isso para "me engrandecer", mas apenas para esclarecer que realmente é a voz dele, e que eu sei do que estou falando, só isso.

O-Jay do Real McCoy nem sabia que sua voz havia sido sampleada em "Santa Maria" de Tatjana, tomando conhecimento disso apenas em 2007, quando entrei em contato e perguntei se é a voz dele que ouvimos na música.


As vozes que você ouve no hit "Santa Maria" 
(Vídeo que montei em 2020, quando a música completou 25 anos)


FICHA TÉCNICA
TATJANA - "SANTA MARIA"
Vocalista: TATJANA SIMIC
Gravadora: Love This Records
Engenheiro de som: Dean Murphy, Peter Day
Assistente: Barrie Steele
Produtores: Stock e Aitken
Voz adicional: Kirsti Johansen
Sample Vocal - "Rap" (Não creditado): Olaf Jeglitza (MC Sar & The Real MCCoy)
Compositores: Johansen, Roesnes, Stock / Aitken
Gravado em Londres
Ano de Produção: 1995



TATJANA 2025

Tatjana Simic atualmente. Hoje, ela tem quase 62 anos de idade (completa no dia 9 de junho).

Infelizmente a cantora Tatjana não tem mais gravado músicas com a mesma frequência de antes, o que é uma grande pena. Seus últimos singles são as desconhecidas “Ik Laat Je Gaan” e “Blago Onom Ko Te Ima”, que são canções gravadas em 2008 e lançadas apenas em terras holandesas, e também cantadas no idioma holandês. 

Em 2012 saiu uma coletânea dela no mercado holandês, mas sem novidades, apenas trazendo suas músicas antigas.

Tatjana viveu um relacionamento de 2008 até 2010 com o multimilionário Ronny Rosenbaum, mas hoje está felizmente casada com Lex van Hessen, há mais de dez anos. 

Embora afastada da música, parece que Tatjana ainda continua conectada com seus filmes, podendo retornar num spin-off de seu longa mais famoso — "Flodder" (1986). 

"Fui abordada, estamos trabalhando muito nisso. Ainda não sabemos exatamente como vai ser e o que vai ser", disse a atriz / cantora.

A produtora NewBe já anunciou que está trabalhando nessa nova produção, mas Tatjana disse que tem dificuldades com isso...  Ela hesitou por um longo tempo: "Eu disse três vezes no começo: 'Acho que não devo fazer isso'. Hoje tenho 60 e poucos anos, preciso mesmo?"


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Obrigado, Tatjana!

Apesar de Tatjana ter gravado diversas músicas, a minha canção favorita dela é (e sempre será) "Santa Maria" —  licenciada aqui pela saudosa Paradoxx Music e fazendo um grande sucesso em 1995. 

Essa faixa esteve ainda em diversas coletâneas de Eurodance, mas creio que a mais popular de todas foi a "TV DANCE", que trazia ainda o clipe de "Santa Maria" numa faixa em CD-ROM!!! Quem lembra? A propaganda do CD circulava muito em dezembro de 1995 na TV!

"Santa Maria" ganhou dois vídeo-clipes, ganhou duas regravações feitas por dois artistas (um britânico e outro cubano), entrou para diversas coletâneas, integrou a trilha sonora de um seriado de TV americano, recebeu vários remixes de inúmeros DJs, teve um remake em 2003...

Enfim, "Santa Maria" é mais que um sucesso, é um grande marco dentro do gênero Dance Music dos anos 90! 

E podem vir mais 30 anos, que estaremos sempre com nossos ouvidos dispostos para ouvir "Santa Mariaaaaaaaaaaaaaa"



Leia mais sobre o que já foi publicado de Tatjana:

-DVD TATJANA MY OWN STORY

https://rikardomusic.blogspot.com/2022/04/dvd-tatjana-my-own-story-2002.html

- SUPERTICIOSOS CORRELACIONAM A TRAGÉDIA EM SANTA MARIA - RS COM MÚSICA DE TATJANA - "SANTA MARIA" (1995)

https://rikardomusic.blogspot.com/p/tatjana-incencio-em-santa-maria-rs-2013.html