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terça-feira, 30 de junho de 2020

PENELOPE - "TAKE A CHANCE" (1995)

"Take a chance, take a chance
Are you ready for romance?"
É ELA, MEUS AMIGOS!!

Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.

-RIKARDO ROCHA


Esta é mais uma daquelas Dance-Pop que ouvíamos muito na nossa adolescência, mas que ninguém sabe informar quem é a cantora, certo?

Bom, finalmente a identidade dela foi revelada corretamente aqui no Blog! Antes tínhamos chegado numa vocalista de voz semelhante, além da coincidência dessa moça ter trabalhado também com os mesmos produtores do Penelope...mas agora está aí, a real identidade dela!

Algumas pessoas me perguntam porque eu quero sempre descobrir quem canta essas faixas enigmáticas, bom...eu acho que certas perguntas não necessitam nem de explicações, mas para quem ainda insiste, um dos motivos é o de poder ouvir também outras músicas dos tais vocalistas misteriosos. Se estes cantores de estúdio souberam nos encantar com alguns de seus sucessos, possivelmente iremos gostar também de outros de seus trabalhos... Como é o caso de Annerley Gordon, a verdadeira vocalista de Whigfield, que cantou várias músicas excepcionais... imagine que desperdício seria, não se aprofundar e não conhecer outros projetos que também levam a sua voz? Annerley está também em Ally & Jo, TH Express ("I'm Your Side"), Ann Lee, Charme, Texture, Fruit Of Juice, Jenny J,  Housecream...e tantos outros que marcaram as nossas vidas. Hoje aquela modelo canta, mas qualquer pessoa consegue perceber que se trata de uma outra voz, além do estilo musical ter mudado, sem aquele charme nas produções e sem uma voz de qualidade.

Bom, essa é a idéia principal. Saber quem canta essas músicas que tanto nos encantaram, e conhecer também outras faixas desses artistas. Leia a matéria abaixo e conheça a cantora do "Penelope" - que gravou há 25 anos - o seu hit "Take A Chance".

Good Trip!

PENELOPE - "TAKE A CHANCE"
OS 25 ANOS DE UMA MÚSICA QUE REMETE A ADOLESCÊNCIA NOVENTISTA!

Já fazia muitos anos que eu tinha essa curiosidade, de saber quem é a vocalista dessa música que eu tanto ouvia em 1995. Nessa época eu tinha 14 anos de idade e já acompanhava os lançamentos da dance music mais comercial, e como bom fã de Whigfield que sempre fui, logo de primeira me deixei levar por "Take A Chance" de Penelope, que tentava seguir essa mesma linha "fofinha" do projeto italiano.

Naquela época de ingenuidade, eu acreditava que a modelo do Whigfield realmente cantava, assim como também acreditava que o nome "Penelope" era a identidade real da cantora de "Take A Chance", mas este na verdade é apenas um nome fantasia...

Penelope é um projeto alemão que, apesar do sucesso que alcançou com "Take A Chance", não lançou um video-clipe e nem mais músicas de trabalho. Este é o único single do Penelope, mas essa misteriosa voz permaneceu viva em meu imaginário por 25 anos... 
Se você é um leitor assíduo deste simplório Blog, com certeza deve ter também essa bela voz em sua memória, além de uma leve curiosidade em relação à verdadeira vocalista.

OS DONOS DO 
"PENELOPE"

Consta na capa do single que o projeto Penelope foi uma produção dos produtores alemães Nikolaus Esche e Oliver Fahrenheit, mas também teve as participações importantes da dupla Peer Jalowietzki Ravin Mehta.
Sobre a politicamente correta letra de "Take A Chance", esta foi escrita pelo produtor Oliver Fahrenheit, mas apenas nos trechos femininos. No trechos em "rap", a letra é do próprio rapper da música: Tikiman.
Repare no conteúdo da letra, que é sem apelações, sem vulgaridades, sem exaltações às drogas ou criminalidades, tanto no vocal feminino quanto no masculino:

Penelope - "Take A Chance" (1995)

"Dê uma chance, dê uma chance
Você está pronto para o romance?
É agora ou nunca
Dê uma chance, dê uma chance
Você está pronto para o romance?
Talvez para sempre
Esta é a noite, você vai me abraçar forte
Eu mal posso esperar, não hesite
Aqui está meu coração, agora podemos começar
Até o amor se tornar realidade, como fazem os apaixonados..."


DETALHES DO
RAPPER
Paul St. Hilaire

Assim como muitas produções da época, este hit apresenta um vocal feminino e um rapper para dar um entusiasmo maior para a música, e isso sempre funcionava nas produções dessa época! 
No início de 2020 falamos à respeito de Asher Senator, que gravou muitos rap's em várias produções da Time Records, como Taleesa - "Let Me Be". Aqui é outro rapper, mas ele segue nesse mesmo formato, fazendo uma aparente fusão de hip-hop com reggae.

O tal rapper era conhecido nesse período como Tikiman, mas por problemas judiciais ele teve que alterar o seu nome, hoje sendo mais conhecido como Paul St. Hilaire.
Ele é um vocalista de reggae nascido em Grandbay, na ilha caribenha da Dominica. Em 1995, seu famoso trecho "rap" foi adicionado em "Take A Chance" do projeto Penelope. Ainda em 1995, ele produziu uma série de lançamentos apresentando seus vocais em seu próprio selo Burial Mix, que inspirou ouvintes e outros produtores desde então. Paul St. Hilaire também teve inúmeras participações especiais em lançamentos eletrônicos da Stereotype, The Bug, Deadbeat, Beat Pharmacy, Modeselektor, entre outros. Ele diz: "Minha filosofia não é manter um estilo, mas estar aberto à todas as boas músicas".

Além do artista ter sido o rapper da canção, ele foi também um dos compositores de "Take A Chance" (na parte em rap, como já citado), mas curiosamente ele nunca menciona esse single em seus históricos e biografias.

St. Hilaire também produziu dois álbuns solos e ainda continua gravando seus raps, alem de se apresentar regularmente em vários locais e festivais de música por todo o mundo.


Martinez feat Paul St Hilarie - "Grandma" (2004)
Ouça e reconheça a sua voz nesta outra produção!



DETALHES DE
PRODUÇÃO

PENELOPE - "TAKE A CHANCE"
Letras: Paul St Hilaire
Letras e Música: Nikolaus Esche
Música: Peer Jalowietzki e Ravin Mehta
Produtores: Oliver Fahrenheit, Nikolaus Esche
Remixado: Team 33 / Bülo Aris 
VOCALISTA: ANJA KRABBE
RAPPER: TIKIMAN

BABINHA QUE MARCOU!


"Take A Chance" de Penelope teve uma distribuição bem ampla, chegando em muitos países europeus como Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Espanha, Suíça, Finlândia... e lógico, como o Brasil estava tocando muito eurodance em 1995, também chegou por aqui graças à Paradoxx Music. 
A saudosa gravadora brasileira licenciou a faixa e a incluiu em algumas coletâneas, como "Hot Nine Seven Volume 2" da 97 FM, sendo um sucesso também na Jovem Pan Sat, além de várias outras FMs e principalmente nos clubs brasileiros.

O single foi gravado no estúdio White Wedding Studio, em Berlim, e distribuído pelo importante selo Edel, que era uma companhia responsável também pelos lançamentos de Fun Factory, DJ Bobo, 2 Eivissa, entre muitos outros que você também deve conhecer.
Aliás, o respeitado produtor Bülent Aris e a equipe Team 33 também colaboraram neste single de Penelope. Eles contribuíram nas versões "single mix" e "club mix", por isso muitas pessoas encontram similaridades entre "Take A Chance" com as produções de Fun Factory, Darkness e principalmente Chak, com o hit "Summer Party":

Chak - "Summer Party" (1995)
Os cantores eram os integrantes do Fun Factory, estes três modelos não cantavam.

EM BUSCA DA VOCALISTA

Eu havia perguntado há alguns anos para Peer Jalowietzki sobre a vocalista, mas ele então informou-me que não se lembra de sua identidade, apenas complementou que era uma cantora de estúdio da cidade de Berlim. Então, nesse primeiro passo eu não obtive sucesso.
Já Ravin Mehta, atualmente não é mais produtor musical e quase nem acessa mais suas redes sociais. Mehta agora é diretor-gerente de uma empresa relacionada à computação (ele a fundou, na verdade), sendo um cientista da computação e totalmente fora da música.
Oliver Fahrenheit continua com suas produções, mas visualizou e não respondeu nenhuma das minhas mensagens. Já esperava essa "ignorada" da parte dele, pois ele é meio "recluso" e nem suas imagens encontramos pelos websites. Uma simples mensagem vinda dele seria um milagre. 

Segundo o produtor Peer Jalowietzki, ele não se lembra do nome da vocalista. Mas depois quando descobri o perfil da moça no facebook, dei de cara com ele entre os amigos dela, rs. Ainda bem que estou acostumado com essas falsidades e já desconfiava desse seu papo furado.... Eu só não entendo o motivo de tanto querer esconder a vocalista...


Mas vestígios da cantora começaram a aparecer quando eu resolvi conhecer o acervo musical dos produtores do Penelope, onde conferi outra excelente música, aparentemente não lançada no Brasil. O mais legal nessa descoberta, é que pude reconhecer a voz da cantora na vigorosa "I Can Fly" do projeto Sonic Beat. 
Ouça, é a mesmíssima e estridente voz da vocalista do "Penelope":

Sonic Beat - "I Can Fly" (1995)

Mas fiquei praticamente na mesma situação, pois nesse single a intérprete também não estava sendo creditada. Uma curiosidade, é que esse projeto foi lançado em alguns países com outro nome: Blue Ocean Cult.
Além de "I Cant Fly" fui conhecendo outras músicas com este mesmo time de produtores e com vocais semelhantes, mas não se tratando da mesma vocalista... Um exemplo disso é a canção "I'll Be There" do projeto Savannah.

Levei três anos para descobrir quem canta em Penelope - "Take A Chance" , e quando achei que tivesse finalmente revelado a identidade dela, simplesmente caí do cavalo pois era uma outra cantora que eu havia encontrado... Coincidentemente ela só tem um timbre parecido, além também de ter trabalhado com os mesmos produtores do Penelope.
Eu lembro que fiquei bem animado quando encontrei no encarte do CD Savannah um pequeno crédito vocal à uma tal de Gebi Cooper, que é a voz do vídeo abaixo. Ela mesma confirmou ter cantado essa música, mas negou o tempo todo ser a vocalista de Penelope - "Take A Chance" e Sonic Beat - "I Can Fly"

Savannah - "I'll Be There" (1998)

Sobre o projeto Savannah - "I'll Be There" - teve a produção de Stefan Knauthe em parceria com eles, mais uma vez: Peer Jalowietzki e Oliver Fahrenheit (ambos do Penelope).
Perguntei à Stefan Knauth, mas ele também disse que não se lembra do nome completo da cantora, mas que era conhecida como "Gabi". Na capa deste single tinha uma modelo, então ele reforçou isso, que a moça da capa não é a verdadeira cantora, finalizando com "foram tempos estranhos":

"Eu lembro que seu nome era Gabi e seu sobrenome holandês"
- Stefan Knauthe

Savannah - "I'll Be There" (1998)
Ouça essa música na voz de Gebi Cooper. Agora estávamos chegando perto...mas ela negava ter cantado em Penelope...


Um belo dia, sem planejar nada, eu estava ouvindo o grupo alemão Real McCoy e não é que percebi a mesma voz de "Gebi Cooper", numa das músicas???
Pois é, em 1999 o grupo Real McCoy ressurgiu com uma nova formação, e uma das integrantes parecia ser a vocalista do Savannah. Meus ouvidos sentiram aquele "estalo" quando ouvi a música "Hey Now". Ouça:

Real McCoy - "Hey Now" (1999)

O Real McCoy também relançou em 1999 uma nova versão para um de seus primeiros hits: "Its On You". Essa atualização da antiga faixa me lembra muito as produções do Vengaboys, que era muito popular naquele fim de anos 90. Os vocais também foram substituídos pelos novos vocalistas, então mais uma vez pude ouvir e reconhecer a voz de "Gebi Cooper":

Real McCoy - "It's On You" (1999)
Não sei quanto aos outros integrantes, mas aparentemente a moça de vestido branco realmente cantava. Ela é Geby Cooper.

Os créditos da produção depois confirmaram seu nome completo:

Finalmente podemos encontrar os créditos que informam a identidade real da vocalista de "It's On You" (1999). A outra moça (Ginger Kanphuis) provavelmente não cantava, parece que apenas performava.

GEBI COOPER 
GEBY KOOPMANS:
A VOCALISTA DE INÚMEROS PROJETOS

O nome real da vocalista do Real McCoy, Savannah (e outros projetos) é Gabriele Koopmans. Um de seus pseudônimos era Gebi Cooper, mas como quase nunca era creditada, nada conseguíamos encontrar sobre ela.
Ela atende hoje pelo nome Geby Koopmans, e mesmo com este nome ainda encontramos poucos trabalhos creditados na sua voz.


Suas raízes são holandesas (lembra do sobrenome que o produtor Stephan disse ser holandês?), indonésias, portuguesas e armênias, que segundo ela, permitem uma abordagem muito natural da música e dos ritmos. Geby vem de uma grande família de músicos, portanto cantar, dançar e atuar sempre foram parte integrante da sua infância e da sua educação.

A mãe de Geby tinha uma banda nos anos 60, juntamente com seus dois tios. Seu amor pela música começou aí, ela diz que veio da sua família e que os gêneros Soul e R&B logo se tornaram as suas preferências musicais. 
Como já deu para perceber, ela fez muitos trabalhos exclusivamente em estúdios, ou seja, "nos bastidores" de artistas conhecidos. 

Geby Koopmans é bem versátil e também se sente em casa cantando Jazz. Ela gravou com artistas deste gênero também, como a Orquestra RIAS de Berlim, Jocelyn B. Smith, Katja Riemann e Jazzanova.
A voz de Geby não é muito difícil de ser reconhecida, é bem estridente, principalmente quando pronuncia algumas palavras com términos em "Ai", como "Fly", "High", "Sky", entre outras que soam como agudos penetrantes.

Geby também foi backing vocal para grandes artistas como Celine Dion e Lionel Richie, onde definiu estes trabalhos como: "obviamente grandes honras!"

Na Dance Music ela gravou mais músicas, como Dj SPUD - "Set it off"Mark OH - "Tell Me", além do rap alemão Epilog O.G. - "Leichtigkeit des Seins"
Como compositora, ela é contratada da Warner Chappel e também é treinadora de canto, tendo a sua própria sede de treinamentos chamada Koopmans Coachins.

Conheça o site pessoal de Geby Koopmans


MAS A CANTORA CONTINUAVA NEGANDO TER CANTADO EM PENELOPE ("TAKE A CHANCE") E SONIC BEAT ("I CAN FLY")
Gabriele Koopmans é muito discreta, não tem redes sociais e prefere trabalhar longe dos holofotes. Mandei algumas mensagens à ela, perguntando se existiam mais músicas na sua voz em parceria com os produtores de "Take A Chance" (Penelope), mas não teve interesse em responder. Depois de algumas semanas criei um e-mail falso e entrei em contato novamente, mas agora dando a entender que queria me matricular em suas aulas de canto. Traduzi em alemão e enviei. O contato dela veio imediatamente, disposta a falar sobre seus treinamentos...

Depois que fiz a publicação no blog, ela resolveu entrar em contato para o meu verdadeiro e-mail e então disse que não foi a cantora de Penelope e Sonic Beat, embora realmente tivesse trabalhado com os mesmos produtores. Fiquei desconfiado, pois talvez ela não pudesse dizer a verdade devido aos contratos da época, mas ao mesmo tempo ela parecia muito convincente em suas palavras, então resolvi averiguar novamente...

Infelizmente eu não tinha nenhum vídeo de Geby Koopmans cantando totalmente ao vivo para "matar essa dúvida", então tive que reconsiderar a possibilidade de não ser ela - a vocalista em Penelope e Sonic Beat.
Fazia um pouco de sentido suas declarações, pois em Sonic Beat e Penelope é claramente a mesma vocalista, se ela confirmasse ter cantado apenas uma dessas faixas, então sim ela estaria mentindo...Mas Geby Koopmans estava negando justamente apenas essas duas canções.

Então, depois de tanto insistir (eu nunca desisto), eis que encontro a verdadeira PENELOPE!


A VERDADEIRA VOCALISTA DO PENELOPE
Anja Krabbe

O nome real dela é Anja Krabbe e nasceu no dia 14 de setembro de 1970, na cidade de Berlim. 
Essa alemã é bem ligada a cena rock-pop na Alemanha, sendo também excepcionalmente versátil como cantora, compositora, baixista e guitarrista. 
Ela começou como cantora de estúdio em Berlim, depois fez turnês com várias bandas e também estudou música popular e canto. Anja ainda acompanhou alguns artistas como convidada em turnês, antes de iniciar o seu primeiro trabalho solo em 1998.

Anja tem dois álbuns solo "49750" (Sony) e "ANJAKA" (EMI), mas trabalhou também nos álbuns da banda Heart ´n´ Soul Cooperation - "Oh No!" e AK4711 - "First Aid". Ela colaborou com muitos produtores e outros músicos como autora em CDs, produções ao vivo e cinema na área infantil para Tigerentenclub , KiKa, Kiddinx e Friedrichstadt-Palast Berlin .

Anja Krabbe sempre teve muita postura Rock'n Roll


Anja Krabbe também escreveu trilhas sonoras para vários filmes alemães. Como compositora, ela ainda contribuiu para diversos artistas alemães de sucesso, como Marlon, Luxuslärm, Vicky Leandros, Michelle, Maybebop e outros. Como cantora de estúdio, ela emprestou sua voz expressiva para inúmeras produções e comerciais.

Anja Krabbe foi vocalista de várias bandas e projetos

Com podemos ver, Anja Krabbe sempre amou os palcos e os estúdios. Depois ela se destacou como vocalista no show de YMA - "Beautiful To Be True", além de ter sido membro da equipe criativa do grande espetáculo "Glamour is back", bem como participou do show de Natal / Inverno “BerlinErleuchtet” e dos programas infantis “Ganz Schön Anders” como compositora - letrista - cantora - produtora.

Em sua página no facebook ela respondeu à um fã, que postou em sua linha de tempo no facebook um vídeo do projeto Blue Ocean Cult - "I Can Fly":
"Foi aí que começaram meus trabalhos no estúdio ... você normalmente não encontra meu nome aí ..."

Se você traduzir em alemão, lerá que aqui foi o seu início como cantora de estúdio

Nos últimos anos, Anja Krabbe tem se dedicado cada vez mais como compositora e escritora, embora ainda continue cantando bastante. Inclusive, em suas redes sociais ela demonstra estar muito empolgada para voltar a se apresentar ao público (os shows estão pausados devido a essa triste e preocupante pandemia - covid19).

Anja Krabbe em foto atual, com seus 50 anos de idade

Eu enviei um e-mail à Anja Krabbe perguntando se é mesmo a sua voz em Penelope - "Take A Chance" e aqui está a resposta que eu tanto quis ler nesses últimos 3 anos:

"Oi Rikardo,

Sim, é realmente minha voz 🙋‍♀️🤓
Eu me lembro bem de cantar essa música da qual eu ainda gosto muito depois de todos esses anos 🙌

Fico feliz em saber que pude gastar alguma energia para você e obrigado por seu e-mail amigável,

Amáveis saudações, ANJA"


O meu muito obrigado à ANJA KRABBE!
Por sua resposta, por ter cantado essa música e por ter demonstrado ainda carinho por essa linda canção, mesmo depois de 25 anos! 
Essa investigação, com certeza, foi a mais complicada e difícil que já realizei aqui no Blog, mas depois desse e-mail, vejo que valeu muito à pena!

CONFIRA ALGUMAS APRESENTAÇÕES AO VIVO DE ANJA KRABBE, CANTANDO POP-ROCK:

LIEBESWALZER live

Six - "What's Up"

Anja Krabbe - "Natürlich kann ich fliegen"


Ou seja, Geby Koopmans gravou "I'll Be There" como Savannah e também as músicas "Hey Now" e "It's On You'99" do Real McCoy, mas a atenciosa Anja Krabbe foi quem gravou Penelope - "Take A Chance" e Sonic Beat/ Blue Ocean Cult - "I Can Fly". 
Todas essas produções com as duas cantoras são de Peer Jalowietzki, que se recusou em fornecer informações ao Blog... mas, como o nosso slogan é "ONDE A MÚSICA MOSTRA A CARA", eu tinha que dar um jeito de resolver essa questão, e aí está toda a verdade.

Conheça o site pessoal de Anja Krabbe

"Você está pronto para a verdade?"
Anja Krabbe & Tikiman: As vozes de Penelope - "Take A Chance"

Então, vou finalizando aqui esse "exposed" do projeto Penelope. Essa música "Take A Chance" me remete muito ao Ensino Médio, hormônios em ebulição, Mamonas Assassinas (sim, eles estavam no auge), matinês, verão de 1995, amizades e muita diversão! 
Atmosfera mágica e inesquecível de 25 anos atrás...
Obrigado à ANJA KRABBE!



sexta-feira, 29 de maio de 2020

SERENA - "RIDIN' HIGH" (1995)

Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.

-RIKARDO ROCHA


Hoje é um dia muito importante para mim, pois finalmente consegui concluir esta investigação sobre "Ridin' High" de Serena. Eu sempre quis saber quem era essa vocalista (e ouvir outras músicas na sua linda voz) e esse dia finalmente chegou! Pois é meus amigos, QUEM PROCURA, ACHA!

E, coincidentemente, "Ridin' High" está completando o seu 25º aniversário de lançamento, ou seja, nada melhor que uma comemoração bem especial, não é mesmo? Motivos para isso, não nos faltam!

Então, orgulhosamente apresento-lhes:

OS 25 ANOS DE "RIDIN' HIGH" E O ACORDO SECRETO ENTRE A VERDADEIRA SERENA E SEUS PRODUTORES

"ME SINTO COMO
SE PUDESSE VOAR"
Foram necessários dois anos pesquisando, entrando em contato com vários músicos, juntando inúmeras informações e ouvindo diversos vocais para finalmente poder fechar este quebra-cabeça chamado "SERENA". Bom, mas o que eu posso dizer sobre "Ridin' High"? Essa canção fez parte da minha adolescência, eu ouvia direto na coletânea "TV Dance", dancei muito nos clubs, além de ouvi-la assiduamente na programação da Jovem Pan, 97 FM, Metropolitana e tantas outras rádios que se dedicavam no gênero eurodance. É um hit supremo, bem produzido, com vocais encantadores e uma melodia extremamente harmoniosa!

Podemos encaixar "Ridin' High" facilmente no estilo de músicas do projeto "Whigfield", pois sua letra é bem simples, a voz da cantora é bem "fofinha", contém arranjos cativantes e uma base pop-dance bem envolvente.
Sobre a letra, a vocalista diz na música que está se sentindo muito bem e compara isso com a sensação de poder voar, então no refrão você ouve: "Voando Alto, Oh Sim!""Voando alto no ritmo""Voando alto no sentimento" e "Voando alto numa coisa boa"

É, "Ridin' High" apresenta pouquíssimas palavras e são repetidas numerosas vezes, mas tudo com muita sintonia, charme e sutileza. Outro diferencial são os doces vocais, que fazem o seu ouvinte "viajar" numa vibe muito positiva e estimulante.


Serena - "Ridin' High" recebendo destaque na coluna de lançamentos da revista brasileira "DJ Sound", em julho de 1995


Um fato curioso, é que algumas pessoas interpretam a letra da música com um duplo sentido, pois "ficar alto" também pode significar "se embebedar" ou "ficar de fogo", mas eu prefiro acreditar na inocência e na pureza da música, pois a carga emocional que construí ao longo destes anos (e também influenciado pela voz delicada da cantora) não combina com este outro conceito, que é mais pesado e negativo.
Creio que atualmente existe muito mais malícia do que antigamente, então as pessoas enxergam "maldade" onde não tem, ficam apenas procurando brechas para poderem destrinchar suas teorias maliciosas.

Enfim, "Ridin' High" é uma "babinha" de respeito e que tem muitos fãs ainda hoje, além de ter sido um dos hits de 1995 que mais invadiu as famigeradas coletâneas da Paradoxx Music, como exemplo: "TV Dance Vol 1", "As 7 Melhores da Jovem Pan Vol.3", "DJ Express", "Mega Dance Non Stop", "Flash Hits", "Mid Back", e etc.

O INÍCIO 
DO SERENA
Os produtores de "Ridin' High" são os talentosos britânicos Mike Stock e Matt Aitken, que escreveram e produziram este sucesso em 1994, logo no início da gravadora Love This Records.
Na verdade, essa dupla já era consolidada no cenário musical há muitos anos, pois fundaram na década de 80 a famosa PWL (ao lado de Peter Waterman), produzindo e lançando muitas power tracks oitentistas de Kylie Minogue, Jason Donovan, Lonnie Gordon, SinittaRick Astley, Sybil, Sonia, e muitos outros artistas da cena euro-pop.

Nesta nova empreitada da dupla, Aitken e Stock então criaram a Love This com a finalidade de produzir novos sucessos para os meados dos anos 90, e seus primeiros artistas desta geração eram praticamente Nicki French, Newton, Tatjana e Serena.

Os produtores e empresários Mike Stock e Matt Aitken

"Ridin' High" foi gravada em 1994, porém lançada oficialmente apenas em junho de 1995 e sendo um grande sucesso nas rádios e clubs do Brasil. Por falar nisso, o nosso país foi onde "Ridin' High" conseguiu alcançar mais sucesso do que em qualquer outro lugar do mundo.

Depois do Brasil, podemos dizer que o Reino Unido foi o 2º país que mais deu destaque à esta linda faixa, que segundo registros da época, atingiu a posição #8 no The British D.J. Chart e permaneceu no Club TOP 40 por várias semanas.

O curioso de tudo, é que este single britânico foi retirado às pressas das lojas após o seu lançamento, como se a gravadora tivesse recebido alguma ordem judicial o proibindo de ser comercializado. É um mistério que ninguém sabe explicar muito bem... Possivelmente esse episódio tem alguma ligação com um evento ocorrido nessa mesma época, onde os produtores foram acusados injustamente de pagarem "jabá" para conseguirem as melhores posições nos charts, com suas produções. Nada disso foi comprovado, mas afetou diretamente no desempenho de diversos de seus singles, como Tatjana - "Santa Maria" (que foi relançada depois em 1996, após as falsas acusações).


O rapper Einstein

Quem ouve "Ridin' High" logo sente a presença de uma voz masculina também. Temos um rapper aqui, e isso era praticamente um padrão para os eurodances dos anos 90. 
Seu nome artístico é Einstein, um rapper que já colaborou em outras produções de Stock, Aitken, Waterman ("Roadblock"), além de ter trabalhado com o Technotronic ("Turn It Up"), Snap! ("The Power' 96"), entre outros.
Ou seja, o cara tinha muita competência e colaborou em grandes grupos, sendo um especialista em misturar rap com dance music. E sem dúvidas, as rimas de Einstein ofereceram ainda mais animação e energia para "Ridin' High".


"OH YEAAHHH!"
OUÇA "RIDIN' HIGH":

Apertem os cintos para esta viagem e cantem comigo:
"Feels so good (Oh Yeah!)
I feel like I could fly...
Ridin' high on the rhythm"

O ACORDO SECRETO DA GRAVADORA
Alguns fãs gringos de "Ridin' High" tem muitas dúvidas em relação a cantora "Serena", inclusive, alguns até acham que a vocalista é brasileira, pois tem vários videos do projeto no Youtube e sempre com muitos comentários do povo brasileiro.
No ano passado (em 2019), eu fiz um artigo especial sobre a coletânea "TV Dance" e comentei um pouco sobre cada faixa deste fantástico CD, mas fiquei frustrado por não conseguir revelar aos leitores quem seria a misteriosa Serena. A moça que vocês podem ver na capa do single não é a vocalista, mas sim uma modelo nos mesmos moldes de Sannie Carlson (Whigfield), Patrizia Cavaliere (Randy Bush), Olga de Souza (Corona), Serena Volpini (New System), e tantas outras que só enfeitavam os discos, palcos e videos. Sem dúvidas, Serena foi apenas um projeto, onde a cantora real não aparecia.

"Serena é brasileira?"

Este projeto foi inspirado totalmente em Whigfield, pois Mike Stock e Matt Aitken estavam maravilhados com o sucesso de "Saturday Night" em todo o continente europeu, principalmente no Reino Unido (a música quebrou recordes por lá e até entrou no Guiness Book), então, eles queriam produzir a sua própria "Whigfield" e com as mesmas características do projeto italiano.

Com "Ridin' High" sendo lançada, Stock e Aitken puderam oferecer ao público o mesmo teor pop dançante de Whigfield, incluindo ainda uma letra fácil de ser cantada, e a mesma prática de colocar uma cantora no estúdio e uma modelo na capa dos discos.

Sobre a verdadeira cantora, sim os produtores já tinham há muito tempo a sua própria 'Annerley Gordon', e guardada a sete chaves nos estúdios... Na verdade, duas excelentes cantoras!

Essas são as duas únicas imagens da "Serena" que conheço

Os produtores contrataram então uma modelo, que de rosto era até bem parecida com Sannie Carlson (modelo do Whigfield), e essa moça com seus cabelos negros foi apenas a frontlady do Serena.
A única informação que sabemos a seu respeito, é que ela durou muito pouco no Serena, e que não existem muitas imagens dela (no projeto) disponíveis.

Interessante que, numa destas tentativas de descobrir quem foi Serena, eu acabei descobrindo uma informação que eu não esperava. Eu tive acesso a uma descrição publicada no site da gravadora italiana S.A.I.F.A.M., que dizia que a vocalista de seu projeto Lisa Milton havia cantado antes em Serena - "Ridin' High". Seria verdade, o que eu estava lendo??


Esta biografia misteriosamente não está mais disponível no site da S.A.I.F.A.M.
Realizei um "print" antes de publicar o artigo sobre "TV Dance".
(Clique na imagem para dar o zoom)

Como vocês podem ver, esta é uma biografia de Lisa Milton (música "Ai No Corrida"), mas em suas últimas linhas fica claro que ela havia cantado anteriormente no projeto Serena, e ainda é especificado que é a mesma vocalista de "Ridin' High", e que seus produtores eram Mike Stock e Matt Aitken
O problema é que, apesar de serem vozes espetaculares, os vocais de Serena e Lisa Milton são diferentes...
Seria uma biografia "fake" inventada para a personagem "Lisa Milton"? Ou será que a modelo realmente era uma cantora profissional (apesar de não ter gravado o primeiro single do Serena)? Pois o cantor Newton era da mesma gravadora, a Love This, mas só passou a gravar com sua voz real quando foi trabalhar em outra gravadora...

A voz de Lisa Milton é a mesma voz de Jenny, a garota que canta com Ken Laszlo os hits "Whatever Love", "Video Killed The Radio Star", "When I Falling In Love" , entre outros, mas definitivamente não é a mesma voz ouvida em "Ridin' High". Será que a frontlady do Serena saiu da Love This para poder cantar com sua voz real, como fez o britânico Newton nessa mesma época?

ACERVO DE 
INFORMAÇÕES
Eu fui colecionando várias informações que conseguia com os produtores, assistentes e engenheiros de som, mas eles se recusavam a dizer o nome da verdadeira cantora do Serena, porém, o pouco que me informavam eu fui agregando para poder concluir este ato.

Um certo dia procurei pela cantora Nicki French no twitter, e fiz o mesmo questionamento à ela. Sempre simpática, ela me respondeu dizendo que se lembra sim da "Serena", mas disse-me que perdeu o contato no decorrer dos anos. Óbvio que Nicki não queria se comprometer falando a respeito desta farsa:

Nicki French falando sobre Serena

Então eu fui percebendo que a cantora Serena nunca havia existido de verdade... Era só um projeto ensaiado com alguns profissionais de estúdio.
Eu já havia perguntado antes ao produtor Mike Stock, a respeito da vocalista e seu nome real, mas ele apenas me "enrolou" e não disse o nome verdadeiro da artista. Tornei a lhe perguntar, mas Stock me ignorou. Então, como eu tinha encontrado muitas similaridades entre o vocal do projeto Les Deuxs com o vocal de Serena, eu fui no twitter e perguntei à ele sobre quem seria a voz na música "Since Yesterday" (Les Deuxs), que não sei como, respondeu-me tranquilamente: Mae McKenna e Miriam Stockley.
(Lembro-me que, uma certa vez, Mike Stock foi bem chato com um fã que fez essa mesma pergunta há uns anos antes. Você pode conferir isso no artigo sobre "TV Dance").

Mas quando Stock citou os nomes das vocalistas, neste mesmo momento caiu uma luz sobre mim. Lembrei novamente da cantora Nicki French, pois ela disse que conheceu a verdadeira "Serena", e quando você verifica os nomes dos colaboradores do seu álbum "Secrets"... Quem estão lá como backing vocals? Elas novamente, Miriam Stockley e Mae McKenna!

Já existia uma pergunta de alguém para Mike Stock, sobre essa mesma dúvida, mas o produtor não havia respondido à tal pessoa. Então, o que eu fiz? Apenas "ressuscitei" este assunto, quatro anos depois...só aí que Mike Stock apareceu:


Mas espera aí, eu consigo ouvir estas vozes tranquilamente em "Ridin' High", então eu disse isso ao Mike, que surpreendentemente curtiu e retuitou o meu comentário. Acredito que ele não pode confirmar em palavras para não levantar provas contra si, mas fez isso para confirmar o meu raciocínio. 
É obvio que não devemos acreditar 100% nestes produtores, mas neste caso fazia todo o sentido pela semelhança nos vocais, e é sabido também que uma pessoa só retuíta aquilo que concorda, ninguém retuíta algo que desaprova ou discorda.


Eu já conhecia alguns trabalhos da dupla Miriam Stockley e Mae McKenna, mas a maioria apenas em suas funções de backing vocals, em singles de Kylie Minogue, Nicki French, Tatjana, Jason Donovan... poucas músicas propriamente delas, então tive que recorrer aos seus trabalhos solos para confirmar se o produtor estava brincando, ou assumindo a verdade nas entrelinhas.

Então, após diversas audições, agora eu posso afirmar com toda a certeza à vocês que... o Serena é cantado de fato por Miriam Stockley e Mae Mckenna. E complemento mais ainda: O Serena foi um projeto britânico que surgiu para pegar carona no sucesso do italiano Whigfield, e seu nome "Serena" tem uma relação direta com os sobrenomes de suas duas vocalistas: Stockley + McKenna.



Outra informação importante, quando perguntei à Mike Stock sobre quem seria a vocalista, ele me disse que ela era de Surrey, que era muito talentosa, e até se demonstrou muito grato de ter trabalhado com ela. Stock não citou nenhum nome, mas neste caso ele estava se referindo a Mae McKenna, pois ela mora em Surrey, como diz esta reportagem com o seu filho (Jamie Woon, que também é músico).

Essa é uma demo rara de "Especially For You", que ficou conhecida nas vozes de Kylie Minogue e Jason Donovan. 
A versão aqui é cantada por Mae Mckenna e Mike Stock (sim, ele também cantava e gravava de vez em quando).

Mas, sabem de uma coisa? Até então, a minha dificuldade era de encontrar a voz de Mae McKenna em "Ridin' High", pois o refrão expressivo ficou todo com Miriam Stockley, e fácil de ser reconhecido. 
Inclusive, de início até deduzi que Mae Mckenna não participava desse single, porém, atualmente eu posso dizer que ela colaborou nos versos e em alguns trechos mais suaves de "Ridin' High".

Mas, onde podemos ouvir mais de Mae McKenna no Serena??

A resposta vem na faixa "Denis", que definitivamente nos apresenta 100% da voz de Mae McKenna. 
Esta foi a 2ª e última música do Serena, publicada em 1996 (também pela Love This Records), sendo uma regravação do Blondie e saindo apenas em poucas compilações. A faixa foi cantada por Mae McKenna, embora os produtores tenham acelerado um pouco os seus vocais (veja o vídeo demonstrativo abaixo).

"Denis" ainda foi lançada de maneira tímida aos ouvintes da Dance Music, mas você pode encontrá-la nas coletâneas "As Borbulhantes da Pepsi Vol. 2" e "Hot Nine Seven Vol. 4", via Paradoxx Music.

Este trabalho do Serena também não foi tocado nas rádios e nem nos clubs, justamente por não ter tido uma divulgação como o single anterior, aliás, nem single físico ganhou...

Então, procedendo nesta realidade, fica claro que Mae McKenna e Miriam Stockley foram as vocalistas reais do Serena. A equipe de Mike Stock se esquivou o tempo todo pois não podiam dizer os nomes reais das vocalistas - sabiam que iriam entregar a farsa. Contudo, algumas palavras ditas colaboraram muito com essa investigação, e me induziram a ouvir mais as vozes de ambas para constatar o que já estava como suspeito.


COMO É BOM SABER QUEM ERAM OS ARTISTAS QUE FAZIAM A GENTE SUAR NAS PISTAS
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Miriam Stockley pode ser ouvida no refrão de "Ridin' High" com sua inconfundível voz, mas Mae McKenna também participou nos versos, como no suave trecho "Oh Yeah!"

O projeto Serena, como dito anteriormente, nasceu influenciado pela voz e sucesso de Annerley Gordon (Whigfield), então Mike Stock e Matt Aitken resolveram explorar uma de suas backing vocals mais talentosas neste projeto: MIRIAM STOCKLEY, embora Mae McKenna também esteja na música.

Depois de anos pesquisando, finalmente posso dizer que o projeto Serena foi composto não por uma cantora, mas sim por duas grandes cantoras: Miriam Stockley Mae McKenna.
Recapitulando: Ambas foram backing vocals para Nicki French, Tatjana, Suzann Rye, Sybil, Deuce, Kym Mazelle & Jocelyn Brown, entre outros inúmeros artistas "dance" da gravadora.

Mas, por que apenas em Serena que estas duas fantásticas artistas não foram creditadas como backing vocals também????
Justamente pelo motivo do Serena ser com elas no comando.


COMPROVEM COM SEUS OUVIDOS: 
AS CANTORAS DE 
SERENA - "RIDIN' HIGH" E "DENIS"
Definitivamente, o hit "Ridin' High"possui duas vozes femininas

Assistam a este vídeo comparativo com muitas músicas na voz de Miriam Stockley e Mae McKenna, que revelam o agudo e a doçura tão característica em suas duas vozes.

Miriam Stockley é uma conceituada cantora 
que gravou com muitos artistas e em diversos gêneros musicais

Miriam Arlene Stockley (15 de abril de 1962) é uma cantora e compositora sul-africana. Ela nasceu em Johannesburgo, na África do Sul, e começou a cantar aos 11 anos de idade, quando formou uma dupla com sua irmã chamada Avryl, as Stockley Sisters. Elas tiveram um sucesso com a música "Venus" em 1976, que entrou no Top 30 da África do Sul, dez anos antes da versão de Bananarama. Logo depois disso, ela foi convidada para gravar um jingle para um comercial, então aí começou a sua fantástica carreira solo no mundo da música. Ela gravou um LP em 1979 - "Miriam Stockley", quando tinha seus 17 anos de idade.

Quando completou 18 anos, Miriam se mudou para Londres, onde conheceu muitas pessoas, cantores, produtores, compositores e demais profissionais ligados à arte musical.
Desde que se mudou para o Reino Unido, trabalhou como backing vocal de muitos artistas conhecidos.
Durante o final dos anos 80 e o começo dos anos 90, Miriam Stockley trabalhou como cantora de estúdio para o trio de compositores e produtores britânico Stock, Aitken e Waterman. A cantora foi destaque em faixas de Kylie Minogue, Jason Donovan e Sonia. Juntamente com a cantora Mae McKenna, Stockley é creditada por ser parcialmente responsável pelo som distinto destes famosos produtores.
Com sua imensa versatilidade, ela se adequou ao pop, ao rock, ao reggae, à dance music, à música indiana e também à new age.

Alguns artistas do cast da PWL
Em muitos destes trabalhos, Miriam Stockley e Mae McKenna colaboraram como backing vocal's

Em 1991, Stockley se tornou parte do grupo Praise, cujo single "Only You" alcançou o #4 na parada de singles do Reino Unido. Um ano depois, a banda (com Miriam Stockley novamente nos vocais) lançou seu segundo single, "Dream On".  O álbum de nome "Praise" saiu em 1992.

Em 1994, quando tinha 32 anos de idade, Miriam Stockley gravou com Mae Mckenna o hit "Ridin' High" para o projeto Serena, uma das primeiras produções da Love This Records. O refrão dessa faixa contem a sua voz bem característica e fácil de ser reconhecida, porém, em alguns versos e trechos como em "Oh Yeah…", tem o vocal de Mae McKenna.
Em 1995, e ao lado novamente de sua amiga Mae McKenna, Stockley foi backing vocal do álbum "Secrets" de Nicki French. Em 1996, exerceu a mesma função com a sua colega no álbum "New Look" de Tatjana Simic, além de outras diversas participações e trabalhos similares.

Stockley recebeu grande reconhecimento em 1995, quando se tornou parte do projeto Adiemus do músico Karl Jenkins (ex-membro da banda de jazz Soft Machine). Jenkins estava gravando uma música para um comercial de uma empresa de aviões e contratou Miriam Stockley para cantar os vocais principais. A cantora se apresentou em todos os álbuns do Adiemus desde então. Em 1999, ela lançou seu primeiro álbum solo, que foi simplesmente intitulado de "Miriam" e com seu trabalho notavelmente influenciado pela música africana de seu país de origem.

Em 2001, Miriam lançou seu 2º álbum "Second Nature";
Em 2006, ela retornou com seu 3º álbum intitulado de "Eternal". Estes três álbuns da cantora seguiam um estilo mais modern classical, ou new age.

Além de cantora e compositora, Miriam Stockley também é consultora musical, arranjadora vocal e produtora. Ela tem o seu nome registrado em produções de vários artistas já citados aqui, e isso inclui também a banda (de rock) Queen, George Michael, Alphaville, Sarah Brightman, Montserrat Caballé, Tina Turner, Bonnie Tyler, além de muitos outros. Cantou também algumas trilhas sonoras para filmes bem populares, como "Moulin Rouge: Amor em Vermelho" (2001) e "O Senhor dos Anéis: Sociedade do Anel" (2001).

Eu entrei em contato com Miriam Stockley e perguntei se é dela a voz em "Ridin' High" (Serena), mas como eu já imaginava, ela negou. Fez exatamente como Emy Berti (Randy Bush), Annerley Gordon (Whigfield) e tantas outras.

Com uma voz cheia de técnica e versatilidade, 
Miriam Stockley ajudou dar vida à "Ridin' High", juntamente com sua parceira e amiga Mae Mckenna

Depois de algumas semanas, perguntei à Miriam se ela havia cantado em Les Deuxs - "Since Yesterday", mas negou mais uma vez. Ou seja, até nas músicas já confirmadas pelo próprio produtor, ela continua informando que não contem a sua voz. Mas nós entendemos o seu ponto de vista e o seu lado profissional, afinal, este era um acordo secreto da época, entre vocalistas e produtores. Sem falar que ninguém tem orgulho daquilo que não é autêntico, daquilo que é envolvido em esquemas ou manipulações, e a carreira solo dela não visa isso, então ela prefere não ter vínculos com esses projetos...

"Sinto muito, mas não sou eu"...e ainda elogiou a música (que ela cantou, rs)


A talentosa artista que visitou vários gêneros e 
possui inúmeras técnicas vocais

Stockley cantou em muitos projetos da Dance Music ao longo destes anos, e podemos incluir músicas conhecidas por nós (brasileiros), pois algumas destas faixas entraram em coletâneas, rádios e clubs do Brasil.
É dela também a voz nestas músicas:

Chimira - "Show Me Heaven"
Chimira - "You're So Vain"
Les Deuxs - "Since Yesterday"
Obsession - "Never Ending Story" (a versão de 2006, pois existe uma versão de 1990 com Amanda Abbs nos vocais)
Obsession - "State of the Nation"
Obsession - "Without You"
Obsession - "The Crying Game"
Just Hal - "Creation"
Erick E - "The Beat Is Rockin'"
Atlantis vs. Avatar - "Fiji"

A própria Almighty Records credita a nossa vocalista em seu website

Miriam Stockley também colocou a sua poderosa voz no álbum "Song Of Zoo Meets House Style" do projeto Band Of the Gypsies, nas 10 músicas presentes no disco. Aliás, quem quiser saber mais a respeito dessas produções, acompanhe aqui este pequeno artigo (onde Miriam até contou-me que já veio ao Brasil).

A vocalista trabalhou em muitos estúdios, mas na área "Dance" podemos citar a Energise, a Almighty Records, e lógico, a Love This Records.
Na Love This - onde ela gravou Serena - "Ridin' High" -  ficou como cantora de estúdio até 1996.


Serena ‎– "Ridin' High"
Love This Records (Reino Unido) ‎
Paradoxx Music (Brasil)

País de origem: Reino Unido
Lançamento: Junho de 1995
Gênero: Eurodance/ Dance Music/ Dance-Pop
Compositores: Mike Stock e Matt Aitken
Produtores: Mike Stock e Matt Aitken
Vocalistas não creditadas: Miriam Stockley & Mae McKenna

Tracklist
1 Ridin' High (Ride As You Like Mix) 5:50
2 Ridin' High (Like How You Ride Mix) 5:04
3 Ridin' High (Radio Edit) 3:03  



Em 2012, a Love This Records relançou o single digitalmente numa versão Deluxe,
 contendo novas versões:

Tracklist
1 Ridin' High (Mike Stock & Matt Aitken Radio Edit) 3:03
2 Ridin' High (Ride As You Like Mix) 5:50
3 Ridin' High (Like How You Ride Mix) 5:04
4 Ridin' High (7 Inch Instrumental) 3:23
5 Ridin' High (Milano Mix) 4:32


CURIOSIDADES
A estréia de "Ridin High" no Brasil

"Ridin' High" estreou no Brasil em seu mês de lançamento mundial: Junho de 1995. Diferentemente das outras eurodances que faziam sucesso primeiro nos clubs, essa música contrariou as demais e chegou ao topo primeiro nas FM's. A danceteria Krypton (que tinha o DJ Ronaldinho comandando as pickups) foi uma das primeiras casas a tocar a música em todo o Brasil, em junho de 1995. A maioria das danceterias começou a tocar após se tornar popular nas rádios;

A música atingiu o #6 das mais tocadas da Jovem Pan, no mês de julho de 1995. Em agosto, quando já havia caído para o #30, estreava em #3 nos clubs paulistanos, e em #16 nos clubs cariocas. Uma estréia em #3 era algo de prestígio, ainda mais se considerarmos a quantidade de eurodances que havia naquele ano de 1995;

Os clubs de São Paulo vibraram com "Ridin' High" em agosto de 1995


Apesar do sucesso de "Ridin' High", é bem provável que esta música não deva ter ganho um video oficial. A Love This Records tem um canal oficial no Youtube e constantemente tem publicado alguns de seus videos antigos. Quem sabe, eles não tem este material perdido entre seus arquivos e resolvem publicar?

Eu fazia parte de um Fã-Clube de Eurodance nos anos 90 e muitos membros associados diziam que a Serena, na verdade, era a cantora mexicana Selena, assassinada por um fã no ano de 1995. Como não havia nenhum registro de dados sobre a intérprete de "Ridin' High", alguns acreditavam que essa escassez de informações era devido ao falecimento precoce da cantora. Mas estavam apenas confundindo os nomes, que só são bem similares.

Em 1998, Mike Stock re-lançou "Ridin' High" cantada agora pela atriz, modelo e cantora Tracy Shaw. Na música, ouve-se alguns samples da música original. Percebam que nessa versão excluíram totalmente a parte do rapper Einstein, mas aumentaram - em compensação - a letra cantada pela vocalista;

O projeto Serena não teve uma vida longa. Apesar do sucesso da primeira faixa "Ridin' High", eles pararam em 1996, em sua segunda música ("Denis"). Muitas pessoas confundem e acham que o projeto teve uma vida mais longa e com uma quantidade maior de singles, mas realmente, só houve o lançamento de "Ridin' High" e "Denis".  O que acontece é que nesta mesma época tiveram variados projetos também de nome "Serena", como exemplo, um de nacionalidade italiana que lançou a música "Stop it" (1995), além de um "Serena" também britânico, que lançou "Crazy" (1995) e "Never Give It Up" (1996). As veteranas Annerley Gordon (Whigfield) e Emanuela Gubinelli (Taleesa) também cantaram em um projeto chamado Serena nos anos 90, mas todos estes nada tem a ver com o Serena desta publicação.

MIRIAM STOCKLEY 
ATUALMENTE
Miriam Stockley hoje está com 58 anos

Eu acho super excitante, saber que Miriam Stockley continua ainda atuando com bastante fervor na música... Isso não é o máximo?
Miriam está em sua carreira solo apresentando o melhor da sua new age, mas também colabora ainda com seus vocais para outras produções.
Você pode ouvir a sua encantadora voz em Rubra - "Mamma Mia" (cover do ABBA), lançado em 2018 e cantando com outros cantores. A loira foi também backing vocal em Tom Bailey - "Science Fiction" (um rock-pop-eletrônico) do mesmo ano de 2018.
No ano de 2019, ela foi ainda backing vocal de The Chemical Brothers, no seu eletrônico "Got To Keep On".

E esperamos ouvir por muito tempo a suprema voz de Miriam Stockley, seja em seus discos solos ou em suas parcerias com outros músicos, pois seu instrumento de trabalho é impressionante e continua provocando emoções nas pessoas.


MAE MCKENNA GRAVOU
SERENA - "DENIS"

É claramente a voz da cantora Mae McKenna em "Denis", mas eu preferi reduzir a velocidade da música no vídeo acima para facilitar o reconhecimento e não haver dúvidas nenhuma sobre isso. Percebam que ela sempre canta como se estivesse utilizando a ponta dos lábios.



Mae McKenna (23 de outubro de 1955) é natural de Coatbridge, Escócia. Ela é conhecida por diversos trabalhos vocais, inclusive, ela foi backing vocal também de Michael Jackson. Mae McKenna participou ainda de diversas trilhas sonoras de filmes, como "Harry Potter e o Cálice de Fogo" (2005), "Nanny McPhee, Baba Encantada" (2005) e "Uma Vida Sem Limites" (2004).
A cantora escocesa tem atualmente 64 anos de idade e também continua em atividades, gravando suas músicas no estilo celta e subindo em alguns palcos.
Mae McKenna está na música desde os anos 70, atuando como cantora e compositora. Desde então, gravou um álbum com a banda Contraband (lançado em 1973), 6 álbuns solo e muitos vocais convidados com outros artistas. 
Além de sua carreira solo, Mae McKenna teve muito sucesso como cantora de estúdio e arranjadora vocal. Já cantou em mais de 200 hits, vários comerciais de TV e rádio, filmes e em programas de televisão. Essa experiência em vários gêneros a equipou para ajudar outros cantores a adquirir habilidades em todos os estilos contemporâneos.
Mae McKenna é muito discreta no showbusiness, mas muito lembrada por ter sido uma backing vocal muito competente de muitos astros do pop, como Rick Astley e Ultravox.

A voz em Serena - "Denis" 
Eu perguntei à ela, se cantou em "Denis", pois é bom ter uma confirmação do artista, mas ela visualizou e nem deu o trabalho em responder, rs. Mas se isso significasse alguma coisa, né? Poderíamos considerar Sannie Carlson e outras modelos como as verdadeiras cantoras até hoje....


CONSIDERAÇÕES FINAIS
STOCKLEY + MCKENNA

A parceria de Mae McKenna e Miriam Stockley chamou muito a atenção nos anos 90, pois elas complementaram e harmonizaram muitas produções musicais daqueles anos. Miriam Stockley, por exemplo, tem uma doçura enorme em sua voz, ela canta pra fora e seu som vibra nos agudos. Já Mae McKenna emociona com uma voz mais intimista, é uma voz mais interna e sem a doçura de Stockley, mas com uma maturidade muito aconchegante em seus vocais, principalmente nos graves.

A adição destas duas vozes tão diferentes - mas igualmente belas - valorizaram as produções da PWL, e conseqüentemente também as produções da Love This Records. As duas vocalistas trabalharam como backing vocals para muitas estrelas da música, mas seus próprios produtores e críticos especializados admitiam que as duas eram melhores que muitos desses - considerados - grandes artistas. Mike Stock também foi muito questionado sobre não ter gravado músicas apenas com elas... Mas, quem disse que ele não fez isso? O projeto Serena é um clássico exemplo de que ele fez isso sim, o único porém, é que elas não apareciam.

Nessa época, as duas já tinham suas carreiras solos e seus discos próprios, além de que, os seus estilos musicais nada tinham a ver com o universo "pop dançante" da PWL / Love This, então elas tinham que conciliar estes trabalhos pessoais com seus diversos trabalhos de estúdio.
As duas cantoras são muito amigas ainda hoje, sempre trocando assuntos, recordando trabalhos, dialogando sobre suas famílias e mantendo uma grande proximidade.

Montei uma compilação incluindo alguns trechos de grandes sucessos cantados por Miriam Stockley e Mae McKenna e espero que gostem.... Vale a pena conhecer o vasto material que elas gravaram, tudo com muita qualidade e requinte:

Isso é apenas um pouco do que Miriam Stockley e Mae McKenna contribuíram para o euro-pop. 
Elas cantaram em muito mais músicas!
Observem com atenção a doçura tão característica na voz de Miriam Stockley e o grave sutil tão evidente na voz de Mae McKenna.

 **Elas são um verdadeiro tesouro da música pop-dance, e não tem quem possa duvidar dessas minhas palavras**


FIM