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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

CORONA ÁLBUM "AND ME U" É MAIS UMA FARSA DA EURODANCE

APÓS 20 ANOS, A TERCEIRA FRAUDE DO PROJETO CORONA É REVELADA

Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.

-RIKARDO ROCHA


Você está convidado para conhecer toda a verdade sobre o 3º disco do Corona!!

Quando o projeto Corona retornou ao cenário da música no ano 2000, muitos fãs ficaram bem animados para conhecer o novo trabalho de Olga de Souza, afinal, a estrela brasileira era bem querida aqui no Brasil, onde vários de seus seguidores tinham muito orgulho dela. 
Nessa época, a Olga era vista como uma cantora brasileira que havia conquistado fama internacional com o seu talento, o que é bem difícil de acontecer para muitos músicos, por mais esforçados que eles sejam. Então, a linda carioca não foi só motivo de orgulho, mas também de inspiração para muitos jovens artistas dos anos 90. Ela aumentou as esperanças de vários cantores que sonhavam com uma carreira consagrada, sendo um exemplo a ser seguido.

A simpatia de Olga de Souza

Mas quando Olga de Souza lançou o seu primeiro single "Volcano" (2000), do novo álbum, causou um certo estranhamento em alguns fãs, pois era uma voz bem diferente das que  já estavam acostumados a ouvir em seus trabalhos anteriores. Como pode, uma cantora mudar totalmente de voz, assim de um disco para o outro? 
A explicação que alguns fãs davam é que, como os singles antigos eram mais eletrônicos, então os efeitos nestas músicas afetavam também na voz da beldade. Já a nova música de trabalho "Volcano", esta era uma faixa mais R&B, por isso soava diferente, pois estava mais natural e próxima da sua realidade. Essa era a explicação mais lógica, pois ninguém queria acreditar em qualquer ato desonesto e suspeito vindo daquela artista simpática, alegre, alto astral e cheia de carisma. Era inconcebível ser enganado por alguém que demonstrava tanto afeto e carinho pelos seus fãs. 

Mas a verdade, é que a cada álbum do projeto, sempre tinha uma cantora diferente gravando nos estúdios.

Como o álbum novo agora trazia uma nova voz, a farsa do Corona foi ficando cada vez mais evidente, pois os fãs se lembraram de algo semelhante que aconteceu alguns anos atrás... Em meados dos anos 90, quando foi lançado o segundo sucesso "Baby Baby" (1995), este também chamou a atenção pois apresentava uma voz bem distinta do hit anterior, "The Rhythm Of the Night" (1994), então ali começou uma história que foi sendo encaixada, como um quebra-cabeças, de que Olga de Souza não era a cantora que gravava nos estúdios.

Mas como não tínhamos muitas informações naquela época, a modelo brasileira conseguiu convencer uma parte da mídia, de que ela era a verdadeira cantora em todas estas músicas. Havia uma entrevista da Olga (infelizmente não mais disponível) em que ela afirmava que isso são apenas boatos criados por alguns brasileiros invejosos, que são pessoas que não podem ver alguém brilhando, que ao invés de torcerem pelo sucesso, querem derruba-lo com inveja e mentiras. 
Existe uma outra entrevista (esta eu tenho) que ela diz algo parecido, sempre se fazendo de "vítima". Veja abaixo um trecho com este discurso, publicado pela revista DJ Sound em junho de 1995, onde ela é contestada sobre estes boatos:

O limite da cara de pau: "Não tenho que ficar me justificando para os invejosos..."

Com esse argumento raso, a modelo conseguiu convencer alguns de que era a cantora do Corona, então seguiu com sua carreira lançando músicas, promovendo shows e enrolando seus fãs até os dias atuais (o que é mais cruel, pois, onde fica a consciência de uma pessoa que engana o seu fã?). 
Lembrando também que não temos nada contra a brasileira, mas é estranho, ser fã de alguém que fica mentindo para você...

A TECNOLOGIA A FAVOR DA VERDADE
Mas com a popularização da internet, a verdade aos poucos foi sendo devidamente colocada à amostra. Quem gravou "The Rhythm Of The Night" (1994) foi a maravilhosa cantora italiana Giovanna Bersola, mais conhecida como Jenny B. Como a música foi um grande estouro mundial, os produtores do Corona quiseram lançar um novo single, sendo distribuída então a conhecida "Baby Baby" (1995)que foi gravada pela talentosa inglesa Sandra Chambers. 
Olga de Souza, na verdade, foi contratada apenas para ser a modelo do projeto, não gravando nenhuma música no estúdio... a realidade mais pura é essa. Ela não era uma cantora profissional, como bem disse em alguns programas de TV.

Eu sou a favor da verdade e tenho que concordar também que Olga de Souza tem uma presença de palco muito forte, animada, contagiante e carismática. É bem visível que Olga sabe esbanjar muita simpatia, e talvez seja por isso que a nossa decepção tenha sido muito grande quando descobrimos toda a verdade: que ela NÃO gravou os hits do Corona.



Jenny B e Sandy Chambers
As duas vocalistas dos 2 primeiros álbuns

E tudo isso que está sendo colocado aqui não foi baseado em "achismos" ou em fontes de terceiros, a conclusão dessa tese pode ser feita por qualquer pessoa que queira descobrir a verdade, facilmente e simplesmente assim. Basta procurar por videos ao vivo de Jenny B e Sandra Chambers para comprovar que são os mesmos vocais. 
E tem mais, ambas não só afirmam sobre este acordo em entrevistas, como ainda cantam ao vivo estes hits do Corona, que a Olga insiste em dizer que foram gravados na sua voz. Detalhe que elas cantam perfeitamente, já a modelo brasileira infelizmente deixa muito a desejar...

Alguns fãs mais desajustados dizem que nas outras faixas, a Olga de Souza canta sim, mas há um engano muito grande nessa afirmação, pois quem cantou totalmente nos dois primeiros discos do Corona foi Sandra Chambers, exceto apenas a faixa "The Rhythm Of The Night" (1994) - interpretada magistralmente por Jenny B. 
Estas duas artistas são as que merecem o título de "rainhas" pois são as verdadeiras cantoras do projeto. A "COROA" do Corona pertence totalmente à elas!

Essa história, de que o produtor Lee Marrow descobriu Olga de Souza enquanto ela cantava numa discoteca é balela pra boi dormir! Ela se tornou a imagem do Corona quando "The Rhythm Of The Night" (1994) já estava gravada e fazendo sucesso...
BUG DO MILÊNIO, FIM DO MUNDO E FARSA DO CORONA
Mas voltando ao terceiro disco, "And Me U" (2000), muita gente realmente estranhou ao ouvir a nova voz registrada em todas as faixas. Nessa época, alguns fãs começaram a deduzir que Olga de Souza poderia estar cantando verdadeiramente, e esse raciocínio até que fazia muito sentido pois agora ela estava trabalhando com um novo produtor, com uma nova gravadora (Abril Music) e se arriscando num outro estilo musical. Então, já que estava começando do zero, fazendo tudo de maneira diferente e sem Lee Marrow por perto, este parecia ser o momento ideal para a modelo começar a cantar...
Eu mesmo nunca dei muita atenção à este álbum, mas acreditava que era finalmente a Olga de Souza, tentando ser a vocalista.

Mas, mais uma vez... não era a voz dela no CD.

Corona - "Volcano" (Seismic Mix)
Essa versão de "Volcano" fez sucesso na rádio Educadora FM de Campinas - SP, ocupando várias vezes a 1ª posição das músicas mais pedidas.
É bem mais dançante que a original, nos remetendo à era Disco e transmitindo uma vibe bem festiva.

Eu tenho este álbum "And Me U", mas nunca o ouvi por completo até receber a mensagem de um querido leitor chamado Jorge Luiz Cardoso, que num trecho me chamou a atenção:

"Bem, no 3º album tenho minhas dúvidas se é ela mesma quem canta, pois o inglês está muito perfeito e diferente do 4º album. Vale a pena uma investigação! Ah, quando Lee Marrow se desligou do projeto Corona, ainda estava rolando uma espécie de briga pelo uso do nome do projeto. Repare que no 3º album ela usa o nome de "Corona X". Esse X era exatamente porque ela ainda não podia usar o nome do projeto após a saída de Lee Marrow."

E assim então, eu fui ouvir o álbum "And Me U" do Corona. E não é que esta observação do nosso amigo fazia todo o sentido??!!
Não é só o inglês que está diferente aqui no terceiro disco (cantado perfeitamente, no caso), mas também a voz, aqui bem-sonante e macia. Sobre a voz real de Olga de Souza, me parece ser bem mais estridente e nada suave.
O inglês de Olga é diferente, carrega consigo um sotaque brasileiro bem acentuado, já aqui no material gravado tudo soa natural e profissional.

Então, conforme solicitado, a investigação foi feita e posso afirmar que, neste disco "And Me U", assim como nos anteriores:
OLGA DE SOUZA NÃO É A VOCALISTA! 


Quem acreditava que Olga cantava no 3º álbum, já pode tirar o cavalinho da chuva...

Sobre o uso do nome CORONA "X", pode ser que tenha realmente alguma relação com a briga judicial. Mas vale lembrar que, nesta época, vários artistas estavam querendo se atualizar e parecer "hi-tech", com a chegada dos anos 2000. Eu lembro que tivemos alguns filmes que também traziam este "X" ou "2000" no final de seus títulos, então pode ser que seja o mesmo caso. Mas tudo é possível, já que esta hipótese colocada também tem bastante nexo. A única afirmação concreta que eu trago neste blog é que: 

A voz aqui não é da simpática Olga de Souza 


Olga de Souza dublando "Volcano" na TV, em 2000

Eu me recordo de Olga no programa da "Hebe" dublando "Volcano", assim como no programa "Altas Horas" e num programa tosco da "Carla Perez" (video acima). Agora, me vem tudo isso em minha mente... Recordo-me que, nesse mesmo período ela fez um show numa casa noturna em Campinas (Rhodes) e alguns dias antes deste evento foi à rádio Educadora FM divulgar este show, cedendo entrevistas, contando sobre seu início como cantora, tirando fotos com os fãs e tal... Mas a pergunta que fica é: Sem querer julgar, mas não é meio estranho tudo isso? Ela literalmente ganhou dinheiro com a voz de outra pessoa. 
Tá, eu sei que teve o consentimento da verdadeira vocalista, mas e os fãs? Estavam consentidos também?


QUEM CANTAVA NO 3º DISCO DO CORONA??
"Brandy": Uma das cantoras do álbum "And Me U" do Corona

Depois de Jenny B e Sandy Chambers cantarem nos dois primeiros álbuns, agora no terceiro disco do projeto Corona temos outras duas cantoras!! São as irmãs norte-americanas Bernadette Jones, apelidada pela sua família de "Brandy", e Natisse Jones, apelidada de "Bambi".

Quando realizei essa pesquisa, inicialmente eu cogitei que só tivéssemos a participação de Brandy Jones neste álbum do Corona, pois Brandy também compôs algumas faixas do disco e a sua voz "batia" com as características apresentadas nas músicas do "And Me U".
Mas a verdade, é que a irmã dela, a Bambi Jones, também trabalhou neste álbum. As duas cantoras sempre colaboravam juntas em quase todas as produções, e também tinham vozes bem parecidas. O álbum "And Me U" contém músicas cantadas e intercaladas pelas duas vocalistas, como o trabalho abaixo:


Este é o verso do CD - Tributo ao ABBA - "THE BNB -  Bossa Mamma Mia" e um dos muitos trabalhos em que as irmãs foram parceiras de estúdio (assim como no álbum "And Me U" do Corona).

Ouça algumas dessas músicas, gravadas na voz de "Bambi": 

The BNB - "Dancing Queen" 

The BNB - "Gimme Gimme Gimme"

The BNB - "The Winner Takes It All"

Ouça agora a versão original de Corona - "Volcano" (2000) e compare com as músicas acima
A VOCALISTA REAL DE "VOLCANO" É BAMBI JONES!!!


A HISTÓRIA DE 
BAMBI E BRANDY:
Elas nasceram numa cidade do estado americano de Oklahoma chamada Tulsa, numa família repleta de músicos e cantores. Os pais de Brandy & Bambi já eram músicos quando elas nasceram, e ambas foram muito influenciadas por eles. 

Brandy, Bambi e seus outros irmãos (todos eram músicos) formaram a banda Honey B's, fazendo um relativo sucesso e até chegando a gravar um disco em sua fase mais jovem:


Brandy, Bambi e seus irmãos integravam o Honey B's na década de 70

Com seus irmãos, Bernadette "Brandy" Jones e Natisse "Bambi" Jones compartilharam vários palcos locais nos anos 70 com a Gap Band e outros artistas de Tulsa. Um dos irmãos, James Jones, disse à um site: "Bambi poderia ir nota por nota com qualquer cara. E ela podia cantar e tocar ao mesmo tempo - rápida, precisa e rítmica." 
Ainda crianças, eles foram apresentados aos instrumentos por sua mãe, Leola Jones, que também já vivia de música com o seu marido (e pai dos garotos). 


Natisse "Bambi" Jones
A voz verdadeira de "Volcano" (Corona) com seus pais James Jones e Leona James
Créditos da foto: Instagram de Adrienne Mariya (filha de "Brandy")

Os Honey B's assinaram seu primeiro contrato em 1978. Eles fizeram turnês internacionais e depois deixaram Tulsa, indo morar em Los Angeles, onde gravaram um álbum. Gerenciada pelo patriarca da família, a banda Honey B's parou de se apresentar no final dos anos 80. Mas ainda nessa mesma década, Brandy e sua irmã Bambi também começaram a gravar diversas músicas para vários produtores, principalmente como backing vocals de alguns artistas. As sisters colaboraram com suas vozes em álbuns de artistas como Robert Brookins, GonzalesJohnny Mathis.


Bernadette "Brandy" Jones
Créditos da foto: Instagram de Adrienne Mariya (filha de "Brandy")

Já nos anos 90, ambas voltaram a trabalhar com o músico Christian De Walden (produtor do Honey B's), o mesmo que mais tarde trabalharia para Olga de Souza no álbum Corona X - "And Me U". Foi aí que surgiu este elo das vocalistas americanas com esta produção italiana... 
Christian De Walden é um produtor, compositor e arranjador italiano mas que reside também em Los Angeles, Califórnia, então imagino que eles se conheceram por residirem na mesma cidade americana.

Brandy e Bambi então foram cantoras de estúdio em diversas produções, compondo e fornecendo seus vocais para muitos projetos, assim como serviram de apoio (backing vocals) para os artistas Marta Sánchez, Thomas AndersTeri Ann Linn, Brigitte Nielsen, Tony Aguilar, Pascale Feront, Cynthia Manleyalém daqueles trabalhos em que não foram creditadas, como este terceiro álbum do Corona.


Natisse "Bambi" Jones
Créditos da foto: Instagram de Adrienne Mariya (filha de "Brandy")

Após colaborar no 3º álbum do Corona (2000), Bambi Jones lançou em 2001 o seu 1º álbum de estúdio com o título "Girls Wanna Have Funds", que além de cantar com sua voz também foi creditada como baixista.


Capa do seu disco solo: Natisse "Bambi" Jones - "Girls Wanna Have Funds"


Bambi Jones é a verdadeira cantora de "Volcano" de Corona

E pela primeira vez em mais de 20 anos, o Honey B's se reuniu no palco em 2009. Os irmãos (agora com muitos filhos) se apresentaram no "Millennium Funk Fest" em Mohawk Park. 

Já em 2010, uma fatalidade ocorria no dia 07 de novembro daquele ano. Bambi, a irmã e companheira de estúdio de Brandy veio a falecer em Sherman Oaks, Califórnia, por complicações de um tumor, aos 53 anos de idade. 
Natisse "Bambi" Jones tinha uma voz de quatro oitavas e era a quarta dos cinco filhos da família, junto com seu irmão e três outras meninas. Bambi estudou violino na escola, reivindicou o baixo aos 14 anos e aprendeu rapidamente.
Depois da morte de Bambi, não consegui encontrar muitas músicas gravadas por Brandy, sendo que o seu último trabalho encontrado é do ano de 2013.

Eu tive a ousadia de perguntar ao produtor do disco "And Me U", quem é a verdadeira vocalista da música "Volcano", e meses depois ele me respondeu:


"O nome dela era Bambi Jones; infelizmente ela morreu de câncer há alguns anos"

O próprio produtor citando a verdadeira cantora da faixa "Volcano"

Descanse em Paz, Bambi!
Dia 07 de novembro de 2020 será completado 10 anos do falecimento de Bambi Jones.
Créditos da foto: Instagram de Adrienne Mariya (filha de "Brandy")
Em seu facebook, Bambi Jones se apresentava como:

"OLÁ, EU SOU UMA PESSOA BEM LEGAL. TENTO SER COMPREENSIVA E NÃO GOSTO DE JULGAMENTOS. EU CANTO E TAMBÉM TOCO BAIXO. ADORO JOGAR VÍDEO-GAMES COM MINHAS SOBRINHAS E SOBRINHOS E TAMBÉM DE VER FILMES DE TERROR"

Sua citação favorita:
"A FAMÍLIA QUE ORA JUNTO FICA JUNTO"

Ela era nascida no dia 07 de janeiro de 1957 e faleceu no dia 07 de novembro de 2010, aos 53 anos de idade

O CAMINHO PERCORRIDO PARA CHEGAR NAS CANTORAS:
Como citado anteriormente, Brandy também ajudou a compor algumas faixas do "And Me U", e foi através desses créditos como compositora que descobri que ela poderia ser uma das cantoras verdadeiras:

Clique na imagem para visualizar (com zoom) os créditos no encarte do álbum "And Me U"

Embora amamos a alegria e a simpatia de Olga de Souza, a impressão que fica é que a brasileira apenas pagou para que outras pessoas fizessem este trabalho pra ela, compreendem? 

É bom lembrar também que nessa época, a Olga de Souza já estava sem o seu ex-produtor Lee Marrow, para lhe obrigar a ser apenas a "imagem" do projeto. Agora se tratava de uma nova equipe e uma nova gravadora, porém, mesmo assim Olga de Souza continuava não gravando nos estúdios.


Bernadette "Brandy" Jones
Créditos da foto: Instagram de Adrienne Mariya (filha de "Brandy")

Na Itália, somente o single de "Good Love" foi lançado, mas como não foi bem, só aqui no Brasil que o álbum "And Me U" foi realmente trabalhado... Assim que este disco ficou pronto, Olga o distribuiu apenas no Brasil, pela Abril Music.

Atualmente Brandy já é avó, tem uma filha que também é cantora de R&B chamada Adrienne Mariya, além de um filho chamado Armond, que é chef e estudante universitário. Procurei-a pelas redes sociais, mas não a encontrei, até que numa das postagens de sua irmã Bitsy Brown alguém perguntava sobre Brandy, e sua irmã respondeu que ela não tinha facebook. Ela parece ser bem discreta, e só vemos suas imagens atuais em algumas redes sociais de sua filha.


Bernadette "Brandy" Jones
Uma das verdadeiras vocalistas do 3º álbum do Corona
Créditos da foto: Instagram de Adrienne Mariya (filha de "Brandy")

Ouça abaixo algumas músicas cantadas por Brandy no tributo ao grupo ABBA (citado acima) e perceba que a sua voz é muito parecida com a de sua irmã, a Bambi:


Brandy - "Money, Money, Money" (2010)

Brandy - "One Of Us" (2010)

Brandy & Ricky - "Fernando" (2010)


A MODELO OLGA DE SOUZA ENTREGANDO O PRODUTO ACABADO:
No ano 2000, a Olga esteve no Brasil divulgando o álbum "And Me U" para vários meios de comunicação, e mais uma vez ela cedeu uma entrevista à DJ Sound (edição 99). 
Tem uma parte da entrevista que ela diz: "Ah, este novo CD me deu bastante trabalho. Pesquisei muito até conseguir chegar em AND ME U". Mas... deu trabalho, como? Se não cantou ou compôs uma faixa sequer?? 

Christian De Walden

Sobre a nova gravadora, Abril Music, Olga disse que conheceu em 1999 o produtor italiano Christian De Walden (o cara que produziu o seu disco e que trabalhava com Brandy e Bambi), e que através dele, conheceu o João Augusto, que era da Abril. 

Segundo Olga de Souza: "O convite surgiu e achei interessante que eu voltasse a figurar por aqui. Por isso, aceitei e comecei a espalhar pela Europa que Corona estava precisando de novas composições. Após 9 meses, o filho saiu".


CONCLUSÃO FINAL:
Diante de tantas vocalistas contratadas, ficamos até receosos em ouvir o 4ª álbum do projeto, pois já imaginamos o que podemos encontrar pela frente (mais uma fraude?). 
Mas tudo indica que este disco, "Y Generation", finalmente seja cantado por Olga de Souza, embora ela tenha bastante ajuda de diversos backing vocals. 
Parece ser a mesma voz e inglês vistos em seus shows, além de seu nome (Olga de Souza) constar nos créditos como compositora de algumas faixas. Mas mesmo assim, fico com um pé atrás ao falar sobre este trabalho, pois diante de tantas farsas...eu não me surpreenderia se não tivéssemos o vocal da Olga aqui também. 
Em "Y Generation", posso dizer que existe uma quarta voz, diferente de todas as outras anteriores, e bem próxima da voz que ouvimos dela no "ao vivo". 
Logo mais, uma investigação mais minuciosa será feita neste álbum também.

Sobre o disco independente que ela lançou ("Queen Of Town") eu não sei dizer quem é a vocalista, pois este eu nunca ouvi. Se alguém tiver e puder me enviar, ficaria grato...

As vocalistas do "Corona" então tem sido:
1º ÁLBUM: JENNY B / SANDY CHAMBERS
2º ÁLBUM: SANDY CHAMBERS
3º ÁLBUM: BAMBI JONES / BRANDY JONES
4º ÁLBUM: OLGA DE SOUZA??
5º ÁLBUM: OLGA DE SOUZA??


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este álbum só prova o quanto o projeto Corona foi um produto pré-fabricado dos anos 90. 
A beleza, alegria e simpatia realmente mudaram a vida da brasileira, mas ela não exercia nenhum dom artístico.
Os vocais, as composições, a mixagem, a produção, a remasterização... nada disso teve a mão de Olga de Souza, que serviu apenas para estampar a capa do álbum e divulga-lo pelos cantos do mundo. A brasileira era remunerada para fazer "merchan" destes trabalhos, seja nos palcos, nas TVs, revistas... Uma garota publicitária, uma atriz de comerciais, digamos.

Mas se você ouvir "And Me U", sem pensar muito nesta "malandragem", pode até ser que goste de algumas faixas. É um álbum mais pop, com R&B, baladas suaves e poucos remixes, tudo bem diferente de seus álbuns anteriores.

Na minha opinião, é o 3º melhor álbum do projeto:
"The Rhythm Of The Night" (1995) -  Excelente!!
"Walking On Music" (1998) -  Ótimo!
"And Me U" (2000) - Bom
"Y Generation" (2010) - Médio
"Queen Of Town" (2013) - Nunca nem vi

Este artigo é dedicado ao leitor Jorge Luiz Cardoso

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

REAL SYSTEM - "THERE IS NO MORE LOVE" (1995 / 1996)

Estamos de volta com mais uma homenagem à um pequeno clássico noventista, desta vez do ano de 1996!!!
Esta foi uma época que ouvimos muito Shakira, Lina Santiago, Double You, Karina, Nicki French, Mr. President, Alexia, Angelina e vários outros artistas que lançavam vários singles de sucesso, mas também foi um ano que tivemos vários projetos que alcançaram êxito com apenas uma música, como Laura Martinez, DJ Tururu, Julia J., Robin, Carol Bailey, Sasha, Schwarzcopf, Ondina, entre muitos outros, assim como também é o caso do Real System e a sua bela e ultra executada "There Is No More Love".
Do you remember??


VOCÊ SE LEMBRA DO REAL SYSTEM E SEU MAIOR SUCESSO? 

Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.

-RIKARDO ROCHA


O Real System criou "There Is No More Love" em 1995

Belíssimo!!!
Essa é a expressão que melhor define o hit “There Is No More Love” lançado  pela Paradoxx Music (aqui no Brasil), que particularmente ainda sou muito fã!!
Lembro-me que era uma das faixas que os DJ's costumavam tocar para abrir a pista de dança, convidando o público para se esbaldar na noite que só estava começando. Era assim em 1996 e também se repetiu quando fui ver o show da Nicki French, em 2017, na cidade de Salto - SP.

A produção da música é uma cópia quase que exata do hit "Missing" do Everything But The Girl (assim como "Cruel Summer" do Randy Bush, nossa publicação anterior aqui do Blog), mas mesmo assim tem seus méritos, pois nos apresenta vocais de qualidade, bons grooves e uma letra bem pegajosa que não sai das nossas cabeças.

DESCREVENDO "THERE IS NO MORE LOVE"
Logo no início da música, quando chegamos aos seus primeiros 00'15", é possível ouvir alguns toques futurísticos e bem "viajantes", que dão um certo charme à esta produção. Um estilo cósmico e atraente que não ouvimos nas rádios atualmente, e com esta bela mesclagem percebemos que o produtor acertou em "roubar" as batidas de "Missing", e que se não fosse dessa maneira, a música provavelmente não teria essa essência tão atraente.
Repare também nos vocais chorosos que surgem aos 00'38'', dando forma à música e culminando-a quase num suplício sonoro, se ajustando com cada detalhe inserido, assim como os efeitos de fundo e sua lastimosa melodia.
O vocal, apesar de ser muito bom, parece cantar num tom meio pessimista, principalmente quando menciona o seu refrão "There is no more love, in this world, Oh baby" ("Não há mais amor neste mundo, Oh baby!").

Acho que o resultado final de "There Is No More Love" pode ser definido em duas palavras: cativante e harmoniosamente magnético!

Ouça esta "antiguidade", que mantém-se próxima de completar 25 anos, e perceba toda esta riqueza de detalhes, aspectos que você não encontra em nenhuma produção atual:


Ouça:
Real System - "There Is No More Love" (Real Groove) (1996)

Ouça também:
EBTG - "Missing" (Todd Terry Remix) (1995)

"THERE IS NO MORE LOVE" X "MISSING"
Devido a essa similaridade entre as canções, era muito frequente presenciarmos os DJs mixando as duas faixas na sequência. Inclusive na época, comentava-se muito sobre "falta de criatividade", de "plágio" e de "oportunismo" em relação ao produtor de "There Is No More Love"...

Mas será mesmo, tudo isso?? 
O cara era esse "vilão", que todos diziam realmente?

Bom, pra começo de conversa, é muito normal não só no eurodance, mas em outros segmentos este tipo de inspiração. Quando uma música faz grandioso sucesso, vários outros produtores querem beber também daquela fonte, como acontece igualmente no cinema e em outras artes. Basta um "Panico" para vários "Lenda Urbana" e "Eu Sei Oque Vocês Fizeram no Verão Passado", por exemplo (me vieram estes filmes noventistas na mente, rs).
E "There Is No More Love" só possui as mesmas batidas de "Missing", mas é criativa em sua suave e envolvente melodia, além da voz da vocalista ser mais doce e profunda que a voz delicada e elegante de Tracey Thorn.

"There Is No More Love" contem uma atmosfera mágica, apaixonante e mais prática, enquanto consegue ser também mais comercial e intencionalmente popular (o refrão repetitivo diz muito sobre isso).
"Missing" tem uma levada mais alternativa, underground e conceitual. São iguais em suas construções sonoras, mas caminham para lados opostos em termos concepcionais. Estas diferenças notáveis, na minha opinião, colaboram positivamente e fornecem um pouco mais de originalidade à música do Real System, embora saibamos que houve realmente uma "copiada" no remix revolucionário de Todd Terry.

Acredito que o Real System foi bastante criticado pois ele foi um dos primeiros projetos a utilizar destas batidas sampleadas, então serviu de bode expiatório. Outros artistas depois surgiram com esta mesma instrumental, como a Alexia, que também a utilizou em "Number One", a Nell em "Better Life", o No Mercy em "Where Do You Go", e tantos outros que não foram igualmente "apedrejados".

O CRIADOR DO HIT:
"Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma"
-Antoine Lavoisier 

O  produtor do Real System é o italiano Marcello Catalano, foi ele quem criou esta "polêmica" canção em 1995, mas que se tornou sucesso mundial no início de 1996, quando tinha 35 anos de idade.
Além de produtor, Marcello também é o proprietário do selo discográfico Bianco & Nero, responsável por outros inúmeros lançamentos da Dance Music nos anos 90. Ele está na música desde seus 19 anos de idade, quando resolveu ser baterista e tecladista em algumas bandas italianas nos anos 80.
Logo após ingressar nestas bandas tocando instrumentos, Catalano abriu seu próprio estúdio (Gian Burrasca Recording Studio) e começou a trabalhar com outros feras do eurodance, como Toni Di Barti e Stefano Secchi. 
Já em 1992, ele inaugurou a sua atual gravadora (já citada), a mesma que lançou este seu inesquecível single - produzido em parceria com Roberto Zucchini.

CD-SINGLE

À Revista DJ Sound, em 1996, sem nenhum tipo de constrangimento ele afirmou que sim, que se inspirou totalmente no remix de Todd Terry para "Missing". Catalano contou que ele já havia escrito a letra de  "There Is No More Love" antes de escutar "Missing" nos clubs e rádios, e que não criou a música devido ao sucesso de “Missing”, pois a faixa do E.B.T.G. ainda nem era conhecida.
Segundo o produtor, ele ouviu “Missing” depois tocar num club e então começou a cantarolar sozinho a sua música “There Is No More Love” sob aquela base que estava sendo tocada, soando perfeitamente.

Marcello Catalano fez questão de dizer isso, que quando se "apropriou" das batidas de "Missing" não fez isso para pegar carona no sucesso da música, pois ainda era uma faixa desconhecida pela maioria das pessoas, apenas fez isso pois as batidas realmente combinaram com a sua canção. Segundo ele, só depois "Missing" acabou estourando, e consequentemente, a sua "There Is No More Love" também.

Em abril de 1996, o Real System com a sua "There Is No More Love" chegou ao topo dos clubs!! Foi a música mais tocada nas noites da cidade de São Paulo!!

Atualmente, Catalano continua produzindo, ainda é empresário, mora em Milão e tem seus 59 anos de idade.

A CANTORA 
ANTONELLA MARE
"You Cant Get Away..."

Nessa mesma matéria na DJ Sound, é citado ainda como Marcello Catalano conheceu a vocalista "Antonella", a dona da voz em "There Is No More Love". Na verdade, a vocalista - que tinha 19 anos -  havia sido descoberta por dois amigos de Catalano, em uma discoteca no ano de 1994.
Quando ele finalmente pode ouvir a garota cantar, disse que ficou "encantado" com a voz da menina e na possibilidade de trabalhar com ela.

Nessa edição, a revista não informou mais detalhes sobre essa cantora, apenas citou que é também italiana e que tinha 19 anos de idade.
No entanto, como a música virou hit aqui no Brasil, o Real System voltou a ser destaque nas páginas da DJ Sound, inclusive a revista fez uma cobertura da turnê deles no Brasil (em 1996), então mais informações sobre eles foram lançadas aos brasileiros...

A vocalista Antonella

Marcello Catalano veio ao Brasil com duas integrantes femininas, uma delas sendo a "Antonella". Então nesta nova matéria na revista, além de fotos da cantora, tínhamos também o seu nome completo sendo divulgado: Antonella Mare.

Apesar de sabermos finalmente o nome da vocalista, quando vamos procurar algo sobre sua carreira musical e sobre suas outras músicas, ficamos a ver navios... Nada sobre Antonella Mare é encontrado na internet.

Até imaginei que ela pudesse ser apenas a modelo na época, e que a cantora real fosse uma outra mulher, mas "fuçando" pelo mundo submerso da internet, acabei descobrindo depois que a vocalista realmente foi a Antonella, e que atualmente ela atende por: Antonella Marescalco.

TRAJETÓRIA MUSICAL
Antonella Marescalco nasceu no dia 07 de maio de 1977, na cidade de Sesto San Giovanni, na Itália. Além de gravar no Real System, ela também gravou outros singles nos estúdios da Bianco & Nero, como exemplo a música "You Play" do projeto Sharon, em 1994:

Sharon - You Play (1994)


ÁLBUM DO REAL SYSTEM:
No dia 1º de maio de 2013, finalmente foi lançado o álbum do Real System, que provavelmente já estava pronto e engavetado fazia anos. O lançamento ocorreu apenas digitalmente, e com 15 faixas. Podemos ouvir várias músicas na voz de Antonella Marescalco, como "Sing My Song", "Got To Be Loved", "Around My Life", "Something About You", "Believe In You", "Never Say Good Bye" (cover de Gloria Gaynor), "Cantaremos", "Your Song" (cover de Elton John) e "Mi Fa Morire Cantando" (cover em italiano de "Killing Me Softly" de Roberta Flack e com a mesma base do Fugees).
Todas as faixas são interpretadas pela cantora Antonella, e quase todas as músicas tem o estilo sonoro do maior hit do projeto... Álbum bacana e muito recomendável aos fãs nostálgicos!!!

Antonella Mare, DJ Banana, Marcello Catalano e Alina (1996)

Aliás, nos shows realizados em junho de 1996 pelo Brasil, eles performaram uma boa parte do repertório deste disco, como "Believe In You", "Never Can Say Good Bye", e claro, a super popular "There Is No More Love". 
Além de Antonella e Marcello Catalano, as performances nos palcos também tinham a presença de Alina, que complementava o trio Real System. 

Antonella cantou as 3 músicas citadas e Alina cantou uma música italiana na sequência, mas segundo a revista DJ Sound, ela parecia "não ter voz". Outro que decepcionou cantando foi Catalano, quando interpretou um cover do Bee Gees ("Run To Me"). Como cantor, diríamos que ele é um bom produtor musical...rs.

CONHEÇA O ÁLBUM!
Real System - "The Album" (2013)
Todas as músicas estavam numa única faixa, então efetuei o desmembramento de cada uma. Talvez não tenha ficado com a qualidade desejada, mas é o máximo que consegui fazer.


Mais recentemente, no ano de 2018, Antonella voltou aos estúdios para gravar uma nova versão de  "There Is No More Love", com a finalidade de comemorar o aniversário de 25 anos da música (anteciparam o aniversário?). 
Neste mesmo ano foi publicado no Youtube um vídeo desta nova versão, mas confesso que não entendi muito bem a proposta deste material visual, sinceramente eu achei bem desinteressante, principalmente porque a música se encontra no volume mínimo, onde eles parecem destacar mais os diálogos no vídeo. É louvável apenas pela presença da vocalista e também pelo motivo da música não ter ganhado, até então, um clipe oficial:


A música é um clássico e merecia um trabalho comemorativo à altura... 
Repare ainda que, no video, Antonella Mare é apresentada com um outro pseudônimo: TONY M.
 Outro detalhe, é que os produtores que aparecem em cena são da nova versão, e não tiveram relação nenhuma com a clássica de 1995.
 
Antonella Marescalco hoje mora em Milão, é casada com um músico chamado Diego Belluschi, e às vezes também canta na banda dele, chamada Steve Sonora, mas geralmente ela está mais compenetrada em sua carreira solo e em seus variados projetos. Ela é muito fã da cantora Tina Turner, e também está há muitos meses apresentando nos palcos um elogiado tributo à essa grande vocalista suíça/americana.

Antonella é uma artista que se aventura mais no blues atualmente, mas ficou muito agradecida quando lhe mandei algumas fotos da época em que cantava "dance-pop", quando esteve no Brasil, junto ao Real System:

"Obrigada Rikardo, por esta lembrança incrível. Depois de todo este tempo, você ainda se lembra de mim. Estou grata."

Ela disse em uma de suas postagens:
"Eu sei, eu sou uma pessoa sem muitos patrocinadores, não tenho páginas, sites, técnicos, fotógrafos ou profissionais em filmagens para registrar vários momentos de minhas performances, mas eu tenho uma coisa bem maior e que é incontrolável: Eu sempre tenho na minha mente e no meu coração aqueles sorrisos e aplausos que eu vejo nos meus shows. São olhares cheios de amor que todas essas pessoas sempre me oferecem nesta minha jornada musical... e não há publicidade nenhuma melhor que isso."


Antonella Marescalco atualmente

Sobre a indústria da música atual, ela diz:
"As rádios, as TVs, as casas noturnas, os managers convenceram o público que para se divertir é necessário ser limitado e ouvir só o que eles querem, como cantar sempre as mesmas músicas que estão na moda. Este é provavelmente o momento mais baixo para os shows ao vivo, mas ainda assim me sinto sortuda porque eu posso fazer o que mais me deixa feliz, presentear em notas. E como repito a cada concerto, prestigiem os shows ao vivo, sejam curiosos e ouçam a música independente, a que não faz sucesso. Apoiem os verdadeiros músicos, deixem-se transportar...Não abandonem a boa música."

Eu consegui falar com Marcello Catalano, para tirar uma dúvida a respeito da integrante Alina, que esteve no Brasil se apresentando com o projeto (inclusive, ela cantou uma música em italiano nestas apresentações). Mas ele me esclareceu que a cantora do Real System sempre foi apenas a Antonella Mare, que Alina não gravou nenhuma música:

 "A Alina foi ao Brasil conosco apenas para estimular e agitar nos palcos. Foi a Antonella que gravou todas as músicas do Real System, além de outros projetos".
-Marcello Catalano

Para ler mais sobre Alina, clique aqui.


Marcello Catalano atualmente

Catalano disse que se lembra desta turnê no Brasil e que foi um momento de bastante alegria para todos eles. O italiano também agradeceu aos brasileiros que ainda amam a sua música:

"I love you all still feel your love for my music"

Ele depois finalizou, solicitando que nos inscrevamos em seu canal no Youtube:
"Subscribe my youtube channel (Bianco & Nero)"


CONSIDERAÇÕES FINAIS
O vocal de Antonella Marescalco é lindo demais. Procure ouvir também as outras músicas disponíveis no álbum do Real System, como o cover de "Never Can Say Good Bye" e preste atenção na sua grandiosa e potente voz, talvez melhor explorada nestas faixas que em "There Is No More Love".
Hoje, Antonella tem 42 anos e continua cantando e realizando shows por toda a Itália:


Antonella Marescalco (Live)

Agradecimentos:
À Marcello Catalano e à Antonella Marescalco.
Parabéns também à dupla, por estes 25 anos!!

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

RANDY BUSH - "CRUEL SUMMER" (1997)

Vocês se lembram da farsa de Randy Bush, publicada há um ano aqui no blog???
Pois é, os nossos leitores assistiram a máscara da modelo Patrizia Cavaliere cair por terra através daquele artigo, e assim, todos puderam conhecer também a face da verdadeira cantora, a talentosa italiana Emy Berti.
Vale lembrar que tivemos uma outra vocalista que também trabalhou no Randy Bush, é a inglesa Sandra Chambers, cantando a música "Positively", lembram-se?
E é lógico, não podemos nos esquecer de Patrizia Musolino, a voz em "Run Baby Run" (Nora Simon / Randy Bush). São tantas colaboradoras que a gente fica até perdido... e o pior: essa desordem não parou por aí!!

Ainda tem uma outra voz que também trabalhou neste projeto fake... e eu consegui mais detalhes sobre essa outra vocalista...Vamos conferir?

Let's play!!

RANDY BUSH: DESCONSTRUINDO A FARSA 

Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.

-RIKARDO ROCHA


Patrizia Cavaliere sempre foi bonita e sexy, mas não nasceu para cantar

Lembro-me como se fosse ontem, quando colocamos internet discada aqui em casa (ano 2000). Fui correndo procurar algo sobre meus astros favoritos dos anos 90. 

Eu até consegui informações sobre alguns artistas, mas em relação ao "Randy Bush"??? Não encontrei nada referente à este projeto... Tudo que surgia na tela do meu monitor, era sobre um jogador de baseball americano que também tinha este mesmo nome (Randy Bush, em foto abaixo). 
Ali então, eu começava a perceber que o sucesso daquelas músicas não era tão significativo, quanto eu imaginava que fosse...

Único Randy Bush que aparecia na internet

Já no ano de 2005, finalmente eu conseguia ler algo sobre Randy Bush pelas páginas virtuais. Eu estava descobrindo que Patrizia Cavaliere agora realizava shows sob o nome artístico de "Lady Trisha". 
Alguns anos mais tarde, veio à tona que o Randy Bush tinha lançado ainda outras músicas, como as regravações de "Cruel Summer" e "Heaven Is A Place On Earth", e saber destas produções foi uma grande surpresa para mim, pois simplesmente acompanhei toda a eurodance dos anos 90 e nunca tinha ouvido falar na existência destas faixas.

Bom, eu ouvi e achei interessante esta versão para "Cruel Summer", mas de cara já percebia que não era mais a mesma voz, que cantava em "Elevation", "Sounds Like A Melody" "I Love To Love"
Inocentemente eu pensava que Patrizia Cavaliere tivesse sido substituída, mas quem tinha se desligado era a cantora oficial Emy Berti, o tal segredo mantido apenas nos bastidores. Então, com a saída da cantora, uma nova profissional tinha que ser adicionada ao Randy Bush, cantando então este novo single da nova fase...

DESNUDANDO
"CRUEL SUMMER"

Patrizia: "Ai que calor, vou tirar a roupa!!"

"Cruel Summer". Este é o tema oficial dos verões escaldantes!! 
A música original é um clássico das meninas do Bananarama e até que ficou legal nesta versão lançada em 1997. Mas sabe o que mais me chamou a atenção, aqui neste remake? É que o Randy Bush, que sempre foi apontado por copiar o estilo do Ace Of Base, pela primeira vez foi mais "original" que a banda sueca. Sim, e eu posso explicar isso melhor:

O Ace Of Base também regravou este hit do Bananarama, mas a versão deles foi lançada apenas em 1998, um ano após o lançamento do Randy Bush.
Como se não bastasse, o projeto italiano ainda resolveu abrir mão daquelas batidas características do Ace Of Base, parecendo não querer ter mais nenhum tipo de relação com os suecos... então, quem dizia que o Randy Bush "copiava" o Ace Of Base, neste momento se surpreendeu um pouco, pois agora parecia que estava acontecendo o contrário, embora fosse apenas uma simples coincidência do destino.

Ao meu ver, o Randy Bush ainda continuava com a sua mania de se inspirar em outros artistas da Dance Music, só que agora a equipe italiana estava mirando o seu olhar para uma outra personalidade do gênero...
O alvo da vez parecia ser Todd Terry e o seu remix para a faixa "Missing", do duo Everything But The Girl.
Ouça a versão de Randy Bush para "Cruel Summer" e sinta esta leve inspiração:

Randy Bush - "Cruel Summer" (1997)


EBTG - "Missing" (Todd Terry Remix) (1995)


Ace Of Base - "Cruel Summer" (1998)


A VOCALISTA DE "CRUEL SUMMER"
E quem diria, que uma cantora do Brasil iria trabalhar no projeto Randy Bush!! Hein?
Pois é isso mesmo, quem deu voz à esta versão de "Cruel Summer" é a brasileira Lucia Helena de Pinho, que está no ramo da música desde setembro de 1990. Ou seja, neste ano de 2020 ela está completando 30 anos na área musical, então parabéns à ela!

Lucia Helena de Pinho. Foto pessoal da artista.

Ela é nascida em 16 de outubro de 1964, tendo já cantado em restaurantes, hoteis, piano's bares, eventos, além também de ter gravado algumas músicas em estúdios. Seu repertório é de músicas brasileiras, mas claro, inclui-se também algumas músicas internacionais.

Lucia Helena é bem talentosa e também sabe tocar guitarra, assim como pintar quadros. Ela já morou no Egito, Itália, Suíça, e agora mora nos Estados Unidos, onde se encontra casada e com filhos. Estes países onde morou, também devem ter contribuído de alguma maneira em sua experiência artística, pois conviveu com diferentes povos e novas culturas.

Pela pesquisa que fiz da Helena, ela me pareceu ser bem interessada em causas sociais, ama ter sua família por perto (principalmente a sua amada mãe) e acredita em Deus.
Conversei um pouco com a nossa vocalista e ela também se demonstrou bem divertida:

Lucia Helena de Pinho. Foto pessoal da artista.

Rikardo: Lucia Helena, existe uma versão de 1997 para o hit “Cruel Summer” (Bananarama), por acaso foi você que cantou esta versão? 

Lucia Helena de Pinho: Sim fui eu. 1997 wow... Como você chegou à mim? Não lembrava que meu nome estava no disco...

Rikardo: Na verdade seu nome não está no disco, como é uma versão conhecida entre os fãs do gênero “dance”, resolvemos nos aprofundar em saber quem canta...então uma pessoa chamada Andrew Alves descobriu que seu nome está ligado a este trabalho. É muito frustrante gostar de uma voz e não saber de quem ela é... não sei se você me entende.... Imagine-se ouvindo uma voz que você gosta e não saber nada sobre ela... A capa do disco só marca “Randy Bush” e mais nada, pelo menos deveria constar seu nome, pois para nós, você realizou um bom trabalho.

Lucia Helena de Pinho: Absolutamente.. Achei interessante! Eu fiz varias coisas com aqueles produtores mas sempre usando nomes fictícios. Acabei não ouvindo nenhum dos produtos prontos. Hoje moro nos USA onde canto música brasileira. Sou conhecida somente como "Helena". Seja na Itália ou aqui (conhecida no sentido de como todo mundo me chama kk) 

Rikardo: Você se lembra de ter conhecido Lino Nicolosi? Ele era o dono da gravadora que você trabalhava. Os produtores que trabalharam com você nesta época eram gentis, exigentes com você? 
Lucia Helena de Pinho: Sim, eu conheci o Lino sim, o irmão dele também, o Pino. Todos muito gente boa.

Pintura de Lucia Helena de Pinho

Rikardo: Helena, você chegou a trabalhar também com Dora Nicolosi? Ela era esposa do Lino e também cantora... 

Lucia Helena de Pinho: A Dora gentilmente fez os backs para algumas faixas, inclusive para uma música que eu gravei como "Lenazul", que era um outro projeto que focava em versões em português do Novecento, mas este projeto infelizmente não teve término e não foi lançado...

Rikardo: Você se lembra de mais alguma música que você gravou com os italianos? Eu conheço uma versão de “Life” que você cantou, original da Des’Ree. Este cover ficou legal também! Muito bom saber que você é brasileira e que canta estas produções italianas...

Lucia Helena de Pinho: Vocês lembram mais do que eu KKK. Eu lembro de ter gravado "Fast love" do George Michael. Lembro dessa porque foi muito difícil pra mim. Estava no meu começo...
Mas como você achou isso? Gostaria de ouvir também...

Rikardo: Obrigado Helena. Irei procurar “Fast Love” também... Olha, se você quiser ouvir “Life” na sua voz, esta música saiu com o seu nome: "Helena". Está disponível aqui neste link do YouTube:

Helena - "Life" (1998)


Lucia Helena de Pinho: Super engraçado kkk tão acelerado! Obrigada!

HELENA EM SEUS TRABALHOS MAIS ATUAIS

Helena -"One Note Samba"

Helena - "Saudade"


Bom, esta foi a rápida conversa que tive com a cantora brasileira Lucia Helena de Pinho, em outubro de 2019. Ela é a 4ª voz do projeto Randy Bush, complementando o time abaixo:

1ª - EMY BERTY
2ª - SANDY CHAMBERS 
3ª - PATRIZIA MUSOLINO ("Run Baby Run" - Nora Simon)
4ª - LUCIA HELENA DE PINHO
5ª - ???????????

Ainda existe uma 5ª voz (música "Heaven Is A Place On Earth"), mas a identidade desta cantora ainda é desconhecida. Ao todo, o projeto Randy Bush teve no mínimo 5 cantoras diferentes. 



CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Eu não citei sobre a farsa do Randy Bush à Lucia Helena, pois ela nada tem a ver com esse esquema liderado por Patrizia Cavaliere. Ela apenas exerceu muito bem a sua função de cantora de estúdio, não tendo contato nenhum com a modelo.

AGRADECIMENTOS:
À Lucia Helena de Pinho e à Andrew Alves.