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-RIKARDO ROCHA
Quando o projeto Corona retornou ao cenário da música no ano 2000, muitos fãs ficaram bem animados para conhecer o novo trabalho de Olga de Souza, afinal, a estrela brasileira era bem querida aqui no Brasil, onde vários de seus seguidores tinham muito orgulho dela.
A explicação que alguns fãs davam é que, como os singles antigos eram mais eletrônicos, então os efeitos nestas músicas afetavam também na voz da beldade. Já a nova música de trabalho "Volcano", esta era uma faixa mais R&B, por isso soava diferente, pois estava mais natural e próxima da sua realidade. Essa era a explicação mais lógica, pois ninguém queria acreditar em qualquer ato desonesto e suspeito vindo daquela artista simpática, alegre, alto astral e cheia de carisma. Era inconcebível ser enganado por alguém que demonstrava tanto afeto e carinho pelos seus fãs.
Mas a verdade, é que a cada álbum do projeto, sempre tinha uma cantora diferente gravando nos estúdios.
Mas como não tínhamos muitas informações naquela época, a modelo brasileira conseguiu convencer uma parte da mídia, de que ela era a verdadeira cantora em todas estas músicas. Havia uma entrevista da Olga (infelizmente não mais disponível) em que ela afirmava que isso são apenas boatos criados por alguns brasileiros invejosos, que são pessoas que não podem ver alguém brilhando, que ao invés de torcerem pelo sucesso, querem derruba-lo com inveja e mentiras.
Existe uma outra entrevista (esta eu tenho) que ela diz algo parecido, sempre se fazendo de "vítima". Veja abaixo um trecho com este discurso, publicado pela revista DJ Sound em junho de 1995, onde ela é contestada sobre estes boatos:
Eu sou a favor da verdade e tenho que concordar também que Olga de Souza tem uma presença de palco muito forte, animada, contagiante e carismática. É bem visível que Olga sabe esbanjar muita simpatia, e talvez seja por isso que a nossa decepção tenha sido muito grande quando descobrimos toda a verdade: que ela NÃO gravou os hits do Corona.
Alguns fãs mais desajustados dizem que nas outras faixas, a Olga de Souza canta sim, mas há um engano muito grande nessa afirmação, pois quem cantou totalmente nos dois primeiros discos do Corona foi Sandra Chambers, exceto apenas a faixa "The Rhythm Of The Night" (1994) - interpretada magistralmente por Jenny B.
Estas duas artistas são as que merecem o título de "rainhas" pois são as verdadeiras cantoras do projeto. A "COROA" do Corona pertence totalmente à elas!
Essa história, de que o produtor Lee Marrow descobriu Olga de Souza enquanto ela cantava numa discoteca é balela pra boi dormir! Ela se tornou a imagem do Corona quando "The Rhythm Of The Night" (1994) já estava gravada e fazendo sucesso...
Eu mesmo nunca dei muita atenção à este álbum, mas acreditava que era finalmente a Olga de Souza, tentando ser a vocalista.
Mas, mais uma vez... não era a voz dela no CD.
"Bem, no 3º album tenho minhas dúvidas se é ela mesma quem canta, pois o inglês está muito perfeito e diferente do 4º album. Vale a pena uma investigação! Ah, quando Lee Marrow se desligou do projeto Corona, ainda estava rolando uma espécie de briga pelo uso do nome do projeto. Repare que no 3º album ela usa o nome de "Corona X". Esse X era exatamente porque ela ainda não podia usar o nome do projeto após a saída de Lee Marrow."
E assim então, eu fui ouvir o álbum "And Me U" do Corona. E não é que esta observação do nosso amigo fazia todo o sentido??!!
Não é só o inglês que está diferente aqui no terceiro disco (cantado perfeitamente, no caso), mas também a voz, aqui bem-sonante e macia. Sobre a voz real de Olga de Souza, me parece ser bem mais estridente e nada suave.
O inglês de Olga é diferente, carrega consigo um sotaque brasileiro bem acentuado, já aqui no material gravado tudo soa natural e profissional.
Então, conforme solicitado, a investigação foi feita e posso afirmar que, neste disco "And Me U", assim como nos anteriores:
OLGA DE SOUZA NÃO É A VOCALISTA!
Sobre o uso do nome CORONA "X", pode ser que tenha realmente alguma relação com a briga judicial. Mas vale lembrar que, nesta época, vários artistas estavam querendo se atualizar e parecer "hi-tech", com a chegada dos anos 2000. Eu lembro que tivemos alguns filmes que também traziam este "X" ou "2000" no final de seus títulos, então pode ser que seja o mesmo caso. Mas tudo é possível, já que esta hipótese colocada também tem bastante nexo. A única afirmação concreta que eu trago neste blog é que:
A voz aqui não é da simpática Olga de Souza
Eu me recordo de Olga no programa da "Hebe" dublando "Volcano", assim como no programa "Altas Horas" e num programa tosco da "Carla Perez" (video acima). Agora, me vem tudo isso em minha mente... Recordo-me que, nesse mesmo período ela fez um show numa casa noturna em Campinas (Rhodes) e alguns dias antes deste evento foi à rádio Educadora FM divulgar este show, cedendo entrevistas, contando sobre seu início como cantora, tirando fotos com os fãs e tal... Mas a pergunta que fica é: Sem querer julgar, mas não é meio estranho tudo isso? Ela literalmente ganhou dinheiro com a voz de outra pessoa.
Tá, eu sei que teve o consentimento da verdadeira vocalista, mas e os fãs? Estavam consentidos também?
Depois de Jenny B e Sandy Chambers cantarem nos dois primeiros álbuns, agora no terceiro disco do projeto Corona temos outras duas cantoras!! São as irmãs norte-americanas Bernadette Jones, apelidada pela sua família de "Brandy", e Natisse Jones, apelidada de "Bambi".
Mas a verdade, é que a irmã dela, a Bambi Jones, também trabalhou neste álbum. As duas cantoras sempre colaboravam juntas em quase todas as produções, e também tinham vozes bem parecidas. O álbum "And Me U" contém músicas cantadas e intercaladas pelas duas vocalistas, como o trabalho abaixo:
BAMBI E BRANDY:
Brandy, Bambi e seus outros irmãos (todos eram músicos) formaram a banda Honey B's, fazendo um relativo sucesso e até chegando a gravar um disco em sua fase mais jovem:
Ainda crianças, eles foram apresentados aos instrumentos por sua mãe, Leola Jones, que também já vivia de música com o seu marido (e pai dos garotos).
Os Honey B's assinaram seu primeiro contrato em 1978. Eles fizeram turnês internacionais e depois deixaram Tulsa, indo morar em Los Angeles, onde gravaram um álbum. Gerenciada pelo patriarca da família, a banda Honey B's parou de se apresentar no final dos anos 80. Mas ainda nessa mesma década, Brandy e sua irmã Bambi também começaram a gravar diversas músicas para vários produtores, principalmente como backing vocals de alguns artistas. As sisters colaboraram com suas vozes em álbuns de artistas como Robert Brookins, Gonzales e Johnny Mathis.
Já nos anos 90, ambas voltaram a trabalhar com o músico Christian De Walden (produtor do Honey B's), o mesmo que mais tarde trabalharia para Olga de Souza no álbum Corona X - "And Me U". Foi aí que surgiu este elo das vocalistas americanas com esta produção italiana...
Christian De Walden é um produtor, compositor e arranjador italiano mas que reside também em Los Angeles, Califórnia, então imagino que eles se conheceram por residirem na mesma cidade americana.
Brandy e Bambi então foram cantoras de estúdio em diversas produções, compondo e fornecendo seus vocais para muitos projetos, assim como serviram de apoio (backing vocals) para os artistas Marta Sánchez, Thomas Anders, Teri Ann Linn, Brigitte Nielsen, Tony Aguilar, Pascale Feront, Cynthia Manley, além daqueles trabalhos em que não foram creditadas, como este terceiro álbum do Corona.
Já em 2010, uma fatalidade ocorria no dia 07 de novembro daquele ano. Bambi, a irmã e companheira de estúdio de Brandy veio a falecer em Sherman Oaks, Califórnia, por complicações de um tumor, aos 53 anos de idade.
Natisse "Bambi" Jones tinha uma voz de quatro oitavas e era a quarta dos cinco filhos da família, junto com seu irmão e três outras meninas. Bambi estudou violino na escola, reivindicou o baixo aos 14 anos e aprendeu rapidamente.
Depois da morte de Bambi, não consegui encontrar muitas músicas gravadas por Brandy, sendo que o seu último trabalho encontrado é do ano de 2013.
Eu tive a ousadia de perguntar ao produtor do disco "And Me U", quem é a verdadeira vocalista da música "Volcano", e meses depois ele me respondeu:
"OLÁ, EU SOU UMA PESSOA BEM LEGAL. TENTO SER COMPREENSIVA E NÃO GOSTO DE JULGAMENTOS. EU CANTO E TAMBÉM TOCO BAIXO. ADORO JOGAR VÍDEO-GAMES COM MINHAS SOBRINHAS E SOBRINHOS E TAMBÉM DE VER FILMES DE TERROR"
Sua citação favorita:
"A FAMÍLIA QUE ORA JUNTO FICA JUNTO"
Ela era nascida no dia 07 de janeiro de 1957 e faleceu no dia 07 de novembro de 2010, aos 53 anos de idade
É bom lembrar também que nessa época, a Olga de Souza já estava sem o seu ex-produtor Lee Marrow, para lhe obrigar a ser apenas a "imagem" do projeto. Agora se tratava de uma nova equipe e uma nova gravadora, porém, mesmo assim Olga de Souza continuava não gravando nos estúdios.
Na Itália, somente o single de "Good Love" foi lançado, mas como não foi bem, só aqui no Brasil que o álbum "And Me U" foi realmente trabalhado... Assim que este disco ficou pronto, Olga o distribuiu apenas no Brasil, pela Abril Music.
Atualmente Brandy já é avó, tem uma filha que também é cantora de R&B chamada Adrienne Mariya, além de um filho chamado Armond, que é chef e estudante universitário. Procurei-a pelas redes sociais, mas não a encontrei, até que numa das postagens de sua irmã Bitsy Brown alguém perguntava sobre Brandy, e sua irmã respondeu que ela não tinha facebook. Ela parece ser bem discreta, e só vemos suas imagens atuais em algumas redes sociais de sua filha.
Ouça abaixo algumas músicas cantadas por Brandy no tributo ao grupo ABBA (citado acima) e perceba que a sua voz é muito parecida com a de sua irmã, a Bambi: