sábado, 23 de novembro de 2024

THE TAMPERER: HEATHER LEIGH WEST IS THE REAL SINGER OF "FEEL IT" (1998)

HEATHER LEIGH WEST: "QUANDO VI O VÍDEO DE 'FEEL IT' NA TV EU TIVE UM CHOQUE POIS APARECEU UMA GAROTA MAGRA E NEGRA DUBLANDO A MINHA VOZ!!"

Loira não recebeu nenhum centavo e jamais foi creditada por contribuir vocalmente ao The Tamperer

Olá amigos da Eurodance, mais uma vez estamos aqui para dar continuidade em nossa última postagem sobre o projeto The Tamperer e a verdadeira cantora da música "Feel It", que no caso NÃO é a Maya, como já esclarecemos aqui.

Na matéria anterior eu apresentei uma Linha de Raciocínio baseada apenas na lógica e nos áudios comparativos contendo os vocais das duas cantoras, e agora nesse Artigo Definitivo (Parte 2) trago também outras esferas que comprovam melhor o que, e como, tudo aconteceu no universo dos samples em que colidiram as duas vocalistas: Heather Leigh West e Maya Days.

Para começar, quero deixar bem claro aos desavisados que a vocalista original de "Feel It" é, e sempre será, a loira Heather Leigh West. Quanto a essa questão, definitivamente não há nenhuma dúvida. 

SINTA ESSA HISTÓRIA

"A CASA CAIU, MAYA!"

A cantora Heather Leigh West gravou a música "Drop A House" para o projeto americano Urban Discharge em 1994, a música foi lançada oficialmente em 1995, e em 1997 teve o seu vocal sampleado pelos italianos do The Tamperer.

Mas quando "Feel It" do The Tamperer estava pronta e prestes a ser lançada na Europa, o The Tamperer - sem saber quem era a vocalista - apenas recorreu aos produtores americanos do Urban Discharge - que eram Jim Dyke e Steve Gittelman - e solicitou à dupla a autorização do sample vocal para o licenciamento do single. Os caras não só autorizaram o sample vocal, mas também foram creditados como colaboradores na produção de "Feel It" (1997). No entanto, quando a música começou ser tocada em todos os continentes, o The Tamperer percebeu que era necessário trazer também a cantora daqueles vocais ao projeto, solicitando consequentemente aos americanos a presença dela, pois queriam que ela gravasse o vídeo de "Feel It" e outras possíveis novas músicas.

Maya Days é Laura Dias; uma afro-americana com descendência portuguesa

Maya Days - que na época usava o nome de batismo Laura Dias - realmente havia trabalhado com Jim Dyke e Steve Gittelman no projeto Urban Discharge, porém, ela os "abandonou" (!) para tentar conquistar um sucesso maior com um outro time de produtores. 

Desculpem pela minha sinceridade, mas sempre projetei a imagem de Laura como uma mulher muito ambiciosa, e até hoje percebemos isso vendo suas entrevistas, principalmente quando fala com uma certa pretensão, tentando se igualar (nas entrelinhas) a vários Pop-Stars.

Quando era mais jovem, Laura era muito fã de Whitney Houston e sonhava também em ser descoberta e fazer um grande sucesso como a estrela de "O Guarda Costas", então ela entrou em contato com Steve Gittelman (ele foi o primeiro empresário de Whitney) e lhe enviou uma fita demo onde cantava o hino nacional americano. Ele gostou do que ouviu e convidou Laura para fazer parte de seu time criativo. Laura ficou contente? Não por muito tempo...

Laura Dias encerrou rapidamente o seu contrato com Steve, pois não estava muito satisfeita e pulou fora do projeto Urban Discharge. Mas antes de pedir demissão, Laura chegou a gravar a emblemática "Drop A House", entretanto não deu tempo de ser lançada pois coincidiu justamente com o seu pedido de desligamento, alegando que havia recebido uma proposta melhor com uma outra gravadora e que queria fazer Pop e não Dance Music. 

Heather Leigh West

Com a ida de Laura Dias para outra gravadora, os produtores sem muita opção chamaram então a jovem Heather Leigh West para refazer a música. A loira fez o seu trabalho e regravou "Drop a House" em 1994, sendo este também o seu primeiro trabalho de gravação num estúdio. Os produtores gostaram do resultado e lançaram o single em 1995. E atenção: Só reforçando que foi através desta contribuição vocal de Heather Leigh West que nasceu nasceu o single de “Drop A House” e que fez o The Tamperer gostar da sua linha vocal - resultando na mesclagem icônica que conhecemos anos depois em "Feel It". 

Como eu havia mencionado, o The Tamperer queria imediatamente que a cantora de "Drop A House" fosse colaborar com eles, principalmente para gravar o vídeo de "Feel It", então, quando a dupla do Urban Discharge foi solicitada para que enviasse a cantora aos italianos, Jim e Steve recorreram à Laura Dias, a cantora que "vazou" para cantar música Pop em outra gravadora.

Pois é, a verdadeira vocalista Heather Leigh West foi deixada de lado pelos produtores. Na verdade, Heather nem sabia dessas negociações entre Laura e os produtores do projeto italiano, e como vocês bem sabem, praticamente foi a contribuição vocal da loira que levou Laura Dias à fama, algo que a morena buscava ambiciosamente a todo custo. 

No entanto, é preciso esclarecer também alguns pontos. Numa edição rara do single britânico da música "Drop A House", de 1995, aparece bem pequeno o crédito para duas vocalistas: Laura e Sharon. Ou seja, Laura Dias foi creditada equivocadamente por alguém que confundiu essa segunda versão feita pela loira com a anterior feita pela morena, antes da tal virar as costas para o projeto. Houve um erro aí, fator que pode ter levado o nome de Laura para o projeto The Tamperer, enquanto que a vocalista real não recebeu crédito algum ou qualquer outro tipo de reconhecimento. 

Muito injusto, não?

Urban Discharge - "Drop A House" (1995)
Disco lançado no Reino Unido contendo o vocal de Heather Leigh West, porém erroneamente foi impresso na mídia física que as cantoras são Laura e Sharon

Todo mundo sabe como é o mundo da música, né? Cheio de segredos, mentiras, podridão e injustiças que ficam escondidos nos bastidores, por este motivo creio também na possibilidade dos italianos do The Tamperer terem interferido ainda nessas escolhas, e terem optado pela Laura ao invés da Heather... Há uma forte possibilidade disso ter acontecido. Ao que parece, o The Tamperer gostou do visual exótico da Laura, viram que ela era muito boa no palco, tinha uma imagem carismática, e o principal, era uma atriz de teatro / musicais que conhecia bem as técnicas da apresentação e do improviso, além de ter uma ótima desenvoltura perante a plateia e as câmeras. Ou seja, ninguém se lembrou muito de Heather Leigh West, e ninguém se preocupou também como ela iria reagir quando descobrisse o que estavam arquitetando.

O que sabemos de concreto, é que os produtores do Urban Discharge solicitaram à Laura Dias que largasse tudo para ir colaborar com os italianos, então Laura Dias foi conhecer Giacomo Maiolini (fundador e presidente da Time Records) em Miami, para depois se iniciar no projeto The Tamperer.

Heather, sem saber de nada, continuou trabalhando duro nos EUA, se dedicando com muito amor à House Music voltada mais para um nicho, que era o público da cena gay americana.

Como o The Tamperer já estava usando há algumas semanas o nome fantasia The Tamperer Feat. Maya, Laura Dias resolveu então adotar esta identidade artística, e desde então passou a ser conhecida como Maya Days e não mais Laura Dias.

REFLEXÃO - NEM SEMPRE O BEM VENCE

WHAT A BITCH!

Como vocês puderam perceber, Laura Dias começou a trabalhar com Steve Gittelman e Jim Dyke, mas rapidamente recebeu uma proposta de um outro produtor, então ela deixou a dupla. A jovem cantora também não gostava muito de cantar Dance Music e preferia o Pop - o gênero que este produtor estava propondo em fazer com ela, ou seja, para Laura tudo era muito promissor naquele momento.

O tal produtor contratou-a, mas logo dispensou-a alegando que a gravadora estava indo muito mal financeiramente, com isso Laura ficou desempregada por algum tempo, até que começou a trabalhar novamente desta vez com entrega de comida. 

Foi quando Laura recebeu essa nova proposta de seus antigos produtores (Urban Discharge), por intermédio do The Tamperer, e assim, a americana foi trabalhar e fazer muito sucesso com os italianos. Ah, e detalhe, fez sucesso cantando justamente aquilo que ela não queria cantar: A Dance Music.

Entrevista em que Maya explica o conceito da música "Drop A House", e também diz que foi creditada na música como "Laura". De fato ela foi creditada, juntamente com a backing vocal Sharon Neil, mas essa versão que entrou no The Tamperer é com Heather Leigh West nos vocais principais, e a versão da Maya nem foi lançada pois ela se desligou do projeto por estar insatisfeita, indo atrás de outros produtores que trabalhavam com Pop

Aqui nessa outra entrevista de 2007, Maya disse:

Eu cantei "Feel It". Um grupo de produção chamado The Tamperer pegou meu vocal. Eu fiz essa outra música que originalmente se chamava "Want to Drop a House on That Bitch". . . . Era uma música sobre infidelidade. O básico é: "Você chega perto do meu homem, e eu vou derrubar uma casa em você!" [Risos.] Eles pegaram esses vocais e os colocaram na instrumental de "Can You Feel It?" dos Jacksons. Os italianos fizeram isso e depois enviaram para os ingleses. Na Europa, o que quer que esteja acontecendo em Londres geralmente toma conta de toda a Europa. É como se, o que quer que seja grande na América, o mundo inteiro acaba seguindo também. É o que acontece no mundo europeu. Foi número um no Reino Unido e em sete outros países. . . Eu fui muito abençoada. Eu tive muita sorte porque era algo que eu realmente não pretendia fazer. E então ir para Londres na esteira daquela história de ser Mimi (uma correlação com a peça "Rent" que ela também fez em Londres) foi o equivalente de ter Toni Braxton fazendo A Bela e a Fera aqui.

Primeiro de tudo, sobre infidelidade Maya entendia, né? Maya sempre foi muito hipócrita e mentirosa em suas entrevistas. "Eu fui muito abençoada". Whattt??? Conte outra, fia... subir nos outros é benção agora??!!

Encontrei este vídeo de 2010 da cantora original, Heather Leigh West, que naquela ocasião estava trabalhando no relançamento de "Drop A House", então ela também fala rapidamente sobre o assunto e reafirma que é a verdadeira vocalista (algo que a gente já havia discutido aqui no Blog, sem antes mesmo de conhecer esse e outros materiais a seguir):

Heather Leigh West em Nova York (em vídeo de 2010) prestes a se apresentar e cantar a sua música "Drop A House", que a cantora Maya diz ter o seu vocal.

Numa outra entrevista realizada em 2007, Heather Leigh West demonstrou descontentamento e decepção quando descobriu que seus vocais estavam em "Feel It" sem o seu consentimento. Confira:

Lembra dos anos 90, quando as divas  Martha Wash e Loleatta Hollaway estavam sendo sampleadas por produtores sem receber o devido crédito? 

Adicione Heather Leigh West também à lista. Heather gravou os vocais para o clássico da House Music "Drop a House" do Urban Discharge, que foi sampleado pelo The Tamperer para se tornar o imenso sucesso pop/dance "Feel It". 

DJ Ron Slomowicz: Então, vamos começar do começo, você cantou os vocais de "Drop A House" do Urban Discharge?

Heather Leigh West: Sim, eu cantei, em 1994.

Heathet Leigh West
Trocaram a loira pela negra, imagine se isso fosse o contrário e acontecesse nos tempos atuais...

RS: Como você se envolveu com esse projeto?

Heather Leigh West: Uma amiga estava trabalhando como bartender com um dos dois escritores e ela sabia que eu era vocalista e que eles precisavam de uma vocalista para a música. A outra pessoa que gravou abandonou o projeto, então eles decidiram que alguém refizesse. Eles me deram a versão que essa pessoa cantou e eu aprendi com essa versão. Então eles me levaram para o Smash Studios e eu a regravei lá.

RS: A faixa virou um hit underground e entrou na parada Billboard Club. Vocês fizeram turnê com esse disco?

Heather Leigh West: Muito pouco, muito pouco. Fiz algumas vezes bem no começo e depois disso eles meio que seguiram o seu próprio caminho e foi basicamente isso. Na época eu estava cantando canções românticas, eu nunca tinha feito Dance Music antes e certamente eu não cantava nada sobre alguma "vadia" (a música tem várias metáforas, tem correlação com o filme Mágico de Oz, mas no geral é sobre uma vadia "bitch" que está de olho no namorado da outra). Isso foi em 1994 e eu realmente não achava que queria dizer isso ao mundo. Eu estava um pouco apreensiva em colocar meu nome em algo tão agressivo. Aí eles (os produtores) viram minha preocupação e sugeriram que eu gravasse como 'She' (Ela). Naquele momento eu não percebi - porque eu era jovem e ingênua - que eles estavam tentando encontrar uma maneira de tornar "she" intercambiável. Eles mudaram de vocalista, a próxima pessoa também era instável, e assim por diante. Então eu não percebi que a música seria um grande sucesso, e também não sabia que não colocar meu nome nela iria resultar nisso, ter que ficar provando pelo resto da minha vida que é a minha voz. Eu não sabia que esse problema seria tão grande. Quem sabe o que vai dar certo e o que não vai dar certo?

RS: Quando você ouviu essa versão da música criada pelo The Tamperer pela primeira vez?

Heather Leigh West: Eu estava morando em Los Angeles em 1998 e eles não a tocavam no rádio de lá, mas meus amigos em Nova York disseram que ouviram a minha voz na KTU (uma estação de rádio muito popular em Nova York). Eles disseram que a rádio estava dizendo o nome de uma outra pessoa, mas que era definitivamente a minha voz. Eu não estava disposta a dizer que era a minha voz até que eu mesma ouvisse, o porque eu não sei. Finalmente, um dos meus amigos me trouxe uma compilação com a versão "Feel It", e assim que eu ouvi, eu soube que era realmente a minha voz. Eu tenho um som muito distinto e uma pessoa conhece sua própria voz. Uma vez que eu ouvi, então eu soube absolutamente que não havia dúvidas de que era o mesmo vocal que eu tinha feito para "Drop A House", só que eles tinham acelerado ou jogado alguns efeitos nele para fazê-lo soar um pouco diferente. Há um tom e uma qualidade no som da minha voz - algumas pessoas gostam, algumas pessoas não gostam - mas definitivamente sou eu. Então eu vi o vídeo e cara, deixa eu te dizer, isso foi um choque. Eu estava sozinha e estava assistindo TV na casa da minha mãe, e de repente aparece uma garota negra e magra abrindo a boca e soltando a minha voz. Foi quase um ataque cardíaco, um grande choque. Eu nem sabia o que fazer comigo mesma. Eu estava fora de mim. Esse foi o momento mais surreal que aconteceu na minha vida. Foi uma loucura.

RS: Você já entrou em contato com as pessoas na Itália, o pessoal do Tamperer que fez o disco?

Heather Leigh West: Sabe, é tão engraçado, eu não os contatei intencionalmente, mas de alguma forma nós nos conectamos. Alguém que eu conheço estava em contato com o estúdio deles e contou a história, mas eles não acreditaram e também negaram saber sobre isso. Mas eu penso que, você nem precisa ser um músico ou alguém da indústria para conseguir ouvir claramente que essa garota, que tem a sua voz real no segundo single, não tem a mesma voz que a minha. Então, eles já estavam trabalhando com ela em "If You Buy This Record" e outras coisas no estúdio, portanto é simplesmente impossível para mim que eles não soubessem que não era ela. Como vocalista, eu não me importaria nem um pouco se ela tivesse apenas regravado, a questão é como o mundo inteiro pode estar dançando com a minha voz e ninguém deixa o mundo saber que sou eu?? Bastasse voltar para o estúdio e regravar, e então é você, e está tudo bem. Eu não tenho direitos sobre a música em si, mas se essa é minha voz real, então por que você está recebendo crédito por ela? Eu acho que, o que aconteceu foi que, mesmo que ela tivesse tentado fazer a versão dela, ela simplesmente não foi capaz de entregá-la da mesma forma como as pessoas queriam ouvir. Ela não tem o mesmo tipo de voz que eu, ela tem uma voz muito leve e arejada em comparação com meu vocal.

Heather, arremesse essa casa em cima daquela cadela!

RS: Então, agora em 2007, para esclarecer a história, você regrava a música. Conte-nos sobre isso.

Heather Leigh West: Todo mundo estava me cutucando para garantir que eu deixasse isso claro. Então, decidi que, como ninguém dos envolvidos quis ser honesto sobre essa situação, pensei que se eu regravar, ninguém poderia negar a minha voz. As pessoas conhecem a minha voz tão bem e a música (original) significa algo para elas, então se eu abrir a minha boca e regravá-la, então, historicamente eu posso morrer e o mundo pode voltar a investigar e dizer "sim, era ela realmente", e quando ouvissem as diferentes versões eles iriam perceber que sou eu. Então, decidi fazer isso e colocar o meu nome na música e lançá-la como uma promoção, não está à venda. Trabalhei com a DJ Liza e foi fabuloso trabalhar com ela. Não a lancei para ganhar dinheiro; lancei para fazer história e fazer essa conexão com a verdade. O que é tão engraçado é que, cerca de dois meses depois, Maya Days também lançou um novo "Drop A House 2007". Acho que, ao fazer isso, ela realmente me fez um favor, porque vai me ajudar a provar legalmente que ela não teve nada a ver com a gravação original.

Heather Leigh West - "Drop A House" (2009)
Cantora manda a real para quem está usando a sua voz e levando os seus créditos!!
Ela acrescentou novas frases à "Drop A House", citando o seu nome na música pois, "quando eu falecer, as pessoas poderão voltar atrás, comparar todas as versões e verem que de fato eu sempre fui a verdadeira vocalista". 
Genial, mas triste ao mesmo tempo, pois é uma tática criada para ser reconhecida ao menos depois de sua morte.

A música foi relançada em 2007 (promocionalmente apenas) e em 2009 (em caráter comercial) com direito a um vídeo.
Como vocês podem ver, a música toda faz uma analogia direta ao filme "O Magico de OZ" e fala sobre uma garota que é "traíra", e a cantora diz que vai jogar a casa em cima dela (em metáfora não muito conhecida aqui no Brasil - No Reino Unido tem ainda outro significado mas que também se encaixou no sentido).

RS: Estou tentando pensar em outras coisas que você cantou que precisamos deixar as pessoas saberem.

Heather Leigh West: Tenho muitas coisas que não são dance music, mas nenhuma delas foi realmente lançada. Sou escritora e artista, então continuo fazendo o máximo de trabalho que posso e acho que irei lançá-las em breve. Quanto às coisas dance, fiz algumas músicas com os Bodega Boys nos anos 90, "Eres Tu", que é uma música bilíngue espanhol/inglês, e "Follow Me". Essas foram muito bem e ainda são tocadas. Tenho um monte de coisas que fiz com um produtor australiano chamado Marne Lenoir e uma delas se chama "Phoenix", além de uma que farei com Da Hool. Ele está fazendo uma mixagem nela e vamos lançá-la. Também tem "Sensational" e "Inside Out", que devem sair, espero, no decorrer do ano que vem. Estou sempre escrevendo e trabalhando com o máximo de pessoas diferentes que posso, porque amo arte e amo me expressar por meio da música.

RS: O que você gostaria de dizer a todos os seus fãs por aí?

Heather Leigh West: Muito obrigada por todo o amor dado, e digo também que eu nunca irei parar. Vocês são a minha razão. É isso que eu queria que vocês soubessem.

Heather Leigh West - Essa é a dona da voz que conhecemos em 1998, no hit "Feel It"

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Bom pessoal, à todos aqueles que leram o artigo anterior sobre o The Tamperer, onde tinha mais o meu raciocício subjetivo e pouca materialidade, fica agora registrado aqui todas as evidências levantadas e ainda a própria desilusão contada por Heather Leigh West.

Não consegui encontrar a cantora Heather Leigh West em nenhuma rede social, como Facebook ou Instagram, sendo isso algo muito estranho visto que atualmente qualquer artista precisa das redes sociais para se manter conectado com os fãs e principalmente para conseguir novas parcerias e contratos (há uma esperança pois encontrei o Linkedin dela). 

Esperamos que tudo esteja bem e que Heather continue brilhando e se expressando através de sua arte, e claro, que continue jogando a sua casa em cima de bruxas más do oeste que surgem querendo sugar o seu talento e voz únicos.


LEIA TAMBÉM O ARTIGO ANTERIOR - PARTE I: AQUI


CRÉDITOS DAS ENTREVISTAS: 

Entrevista Maya Youtube: Mega Music Memories 

Entrevista Heather Youtube: RyanReporting

Entrevista Heather WebSite: AboutcomDanceMusic

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

TIME RECORDS COMPLETA 40 ANOS!

TIME RECORDS, UMA DAS MAIS IMPORTANTES GRAVADORAS DA ITALODANCE, COMPLETA 40 ANOS DE HISTÓRIA


HÁ 40 ANOS, NASCIA UMA DAS MELHORES DA DANCE!!

Tudo começou no dia das bruxas, 31 de outubro de 1984, quando o produtor e empresário italiano Giacomo Maiolini fundou o seu selo TIME Records, uma empresa independente que marcou de forma indelével a história da Dance Music feita na Itália e distribuída no mundo.

Foi na cidade de Bréscia, na sede da Time, que nasceram as músicas mais icônicas, os grandes híts internacionais, os remixes, os contratos, e os licenciamentos que fizeram o delírio dos milhares de fãs da Dance Music Mundial, sobretudo a Eurodance tocada no rádio, nos clubs e distribuída nas coletâneas.

Giacomo Maiolini no início da Time

Aqui no Brasil, a Time começou a ganhar reconhecimento dos notívagos em meados dos anos 90, graças justamente às coletâneas de Eurodance da Paradoxx Music e Spotlight Records, além das transmissões dessas músicas em rádios como a Jovem Pan 2, 97 FM, Nova FM, Cidade FM, Metro FM, e claro, não podemos nos esquecer da força dos DJ's, que as executaram nos inesquecíveis clubs Kripton, Ilha de Capri, Toco, OverNight, Rivage, Atlanta, Resumo da Ópera, Limelight, Pacha, Broadway, entre muitos outros.

MUITA ITALO DISCO EM 1984:

Giacomo Maiolini nasceu no dia 08 de março de 1963 e sempre foi um menino apaixonado por música, de frequentar às discotecas só para ouvi-las. Quando ele ouviu pela primeira vez uma música que gostou sendo tocada, foi perguntar ao DJ qual era o seu título e quem cantava, e na semana seguinte já foi comprar o tal disco. Ele sempre estava nas discotecas e levava também consigo um bloco de notas para anotar as canções que mais chamavam a sua atenção. Noite após noite, ele criou a sua playlist perfeita de "Dance Matadora", assim dando início na sua carreira como Produtor executivo e empresário do ramo fonográfico.

Não, em seu início ele não virou DJ, mas pensou nisso. O desejo que se instalou forte no italiano era em produzir, e Giacomo Maiolini consequentemente ficou alimentando essa ideia, até que perguntou à um amigo: "Porque não gravamos um disco?" 

Em Brescia, cidade onde Giacomo Maiolini nasceu, tinha um pessoal que havia acabado de gravar um disco, então o jovem Maiolini se uniu a dois deles (em 1984), e juntos fizeram dois discos. Estou falando de ninguém mais que a lendária dupla da S.A.I.F.A.M. - Mauro Farina e Giuliano Crivellente - que ajudaram a produzir as primeiras músicas da Time, produções estas, mais voltadas à italo disco. 

Iniciando nessa experiência, o novato produtor disse a si mesmo que, se ele quisesse seguir em frente com este sonho, precisaria criar um logotipo próprio, algo que fosse a sua marca. Então, Giacomo Maiolini olhou para o relógio e disse: 'Vamos de gravadora Time Records. Quatro letras, fáceis e compreensíveis na Itália e no resto do mundo'.

Mauro Farina, Giacomo Maiolini e Giuliano Crivellente

Com muito trabalho, viagens, colaborações, e visão de mercado, Giacomo Maiolini transformou a Time Records num dos selos mais proeminentes da Italo Disco dos anos 80, lançando artistas / projetos como Atrium, Danny Keith, Riky Maltese, Aleph, Alan Barry, Virgin, Gipsy & Queen, De Niro e Sophie. O selo foi responsável ainda por lançar alguns nomes clássicos da Italo Disco, como Fred Ventura, Albert One, Jock Hattle, Stylóo, Rudy & Co., Max Coveri, Rose, Topo & Roby e Silver Pozzoli.

Mauro Farina, além de ser conhecido pelos fãs da Eurodance como um excelente produtor, é também um eficiente cantor e fez vários vocais masculinos para a Time em muitos projetos, até que chegou um dia que ele resolveu se desligar da gravadora (juntamente com Giuliano Crivellente, no final de 1988) para começar a sua Asia Records

Já a cantora Clara Moroni (que se juntou à Time no final de 1986), foi uma das principais vozes femininas do selo, fazendo muitos backing vocals e cantando refrões harmoniosos em muitos singles do estúdio.

Clara Moroni gravou inúmeros singles para a TIME

DE OLHO NO EUROBEAT / HIGH-ENERGY:

Giacomo Maiolini sempre foi visionário e praticamente inventou um gênero musical na segunda metade dos anos 80. Tudo começou quando ele sentiu o potencial de um mercado ainda a ser descoberto e compreendido: O mercado japonês - que adorava as músicas no estilo dançante, cantado e "acelerado". 

O produtor executivo então investiu altamente em produções neste formato e vendeu aos japoneses várias compilações com centenas de faixas criadas em Bréscia. Foram 100 mil cópias vendidas por mês em variadas coletâneas, e assim, catapultando de vez o nome de Giacomo Maiolini como uma forte referência ao estilo "High-Energy". 

O mercado japonês foi inundado com produções da Time até 2002, com ao todo 1954 produções no estilo, e com cinco prêmios Grammy concedidos à três compilações “Super Eurobeat apresenta Initial D – D Non stop Megamix”, “Super Eurobeat vol.100” “Super Eurobeat vol.110”

Ann Sinclar - "Help Me" (1993)
 Annerley Gordon na Time Records

A EURODANCE CHEGA NO INÍCIO DOS ANOS 90:

Com o nascimento da House Music no final dos anos 80, Maiolini decidiu embarcar nesta nova onda, fazendo da Time uma das melhores no segmento da Euro-House, Eurodance e Italo Dance. 

Dessa tendência que abria os anos 90, nasceu um novo subselo da Time em 1990, intitulado de Italian Style e que foi, sem dúvidas, um dos melhores ”labels” italianos no que diz respeito à Italo-house e Italo-dance. Você ficaria surpreso com quantos hits saíram deste selo, sendo produções inesquecíveis de projetos como USURA, Aladino, Ruffcut Feat. Carol Jones, Silvia Coleman, Copernico, Andromeda, Quasimodo, Nevada, Jinny, Carol Bailey, Antares, Discover, Orange Blue, Lullaby, Gorky, Humanize, Trivial Voice, Kina, Phase Generator, entre muitos outros.

O primeiro single lançado pelo selo Italian Style foi DJ Pierre - "Move Your Body" (1990), uma ótima produção e muito inspirada em Technotronic - "Pump Up The Jam" (1989). Os singles seguintes foram House Corporation "Jammin On The Dance Floor" (1991) e Jinny"Keep Warm" (1991), com este último conseguindo um bom destaque nos charts das pistas de dança e ganhando outros futuros singles pelos próximos anos.

Já em 1997 Maiolini criou o selo Rise Records, que tinha um objetivo de mostrar outras sonoridades dos clubs, além do famoso ítalo. Este selo logo foi inaugurado e um de seus primeiros registros foi a faixa "Feel It" do The Tamperer, que ficou pronta em dezembro de 1997.

Giacomo Maiolini afirmou na época que os produtores ficaram 3 meses trabalhando no single "Feel It", e enfatizou: "foram dias e noites trabalhando nesta façanha". Fora o fato que ele teve que enfrentar vários problemas relacionados a direitos autorais, todos referentes aos samples que foram retirados (aparentemente sem autorização) de outras produções alheias e incluídos em "Feel It".

The Tamperer featuring Maya -  "Feel It" (1997)
Selo: Rise Records

Na verdade, "Feel It" nasceu de uma mescla da instrumental de "Can You Feel It" dos Jacksons com o vocal gravado de 1995 da cantora americana Heather Leigh West. Ouça aqui essa música original - "Drop a House (on that bitch)" para o projeto inglês Urban Discharge feat. She

Neste single há também um pequeno trecho masculino que fica repetindo "Is It Sex, Or Is It Love", que no caso foi retirado de uma obra de Danny Vitale And Family - "Sex Or Love" (1995).

O resultado disso tudo? Surreal!! The Tamperer com sua "Feel It" detonou nos charts mundiais e ficou 6 semanas em 1º lugar na Inglaterra. Aliás, Giacomo Maiolini foi o único produtor italiano a conseguir este feito, com quatro músicas no topo dos charts ingleses:

The Outhere Brothers - "Don't Stop" (1994)

The Outhere Brothers - "Boom Boom Boom" (1995)

The Tamperer - "Feel It" (1998)

Black Legend - "You See The Trouble With Me" (2000)

CD "ALL NIGHT DANCE" (1995)
Uma das coletâneas da brasileira Paradoxx Music dedicada apenas às músicas da Time

Além da Clara Moroni (que acompanhou a Time desde os tempos da Italo Disco até a Italo Dance), tivemos muitos outros artistas que participaram vocalmente nas produções da gravadora, como Asher Senator, Taleesa, Melanie Thornton, Jenny B, Sandy Chambers, Debby French, Simone Jay, Annerley Gordon, Maria Capri, Nancy Sexton, Nathalie Aarts, Ken Laszlo (Gianni Coraini), e etc.

Confira aqui uma lista quase completa, contendo os nomes de quem gravou nos gêneros Italo Disco e Eurobeat da Time.

Sandy Chambers de volta no Brasil, depois de 18 anos (10/08/2024)
Sandy Chambers também atuou na Time Records e um de seus sucessos foi com Aladino - "Stay With Me". Mas, engana-se quem pensa que Sandy não gravou mais na gravadora de Giacomo Maiolini... A estrela da DWA e do projeto Corona ainda gravou para os excelentes Jinny - "Wanna B With You", Dream Project - "Take A Chance", entre outros...

Com o nome "Time", houve ainda um departamento que licenciava as produções de outros estúdios para o mercado italiano, embora a Style Italian também tenha distribuído alguns singles de terceiros, como “Cannibal” do Black 4 White (em 1995 - a produção era 100% da DWA), “To Be Free” do Prime (também em 1995 - a produção era de Riccardo Menichetti) e “Dreaming” do Ruffdrivers (em 1998 - a produção era do selo britânico Inferno).
Outras distribuições realizadas pela Time (para produtos que não eram deles) continuaram acontecendo, como os petardos do 20 Fingers, Vengaboys, O-Zone, ATC, Bob Sinclar, Chris Willis, Deal ("Maybe One Day" e "Shine"), Alice DeejayRihanna ("Disturbia" e "Don't Stop The Music"), Lady Gaga ("Just Dance"), Robyn With Kleerup ("With Every Heartbeat") entre centenas de outros, além da brasileira Luka com seu mega-hit "Tô Nem Aí"

Inclui-se ainda nesse mesmo selo os grandes artistas próprios e que se tornaram sucessos europeus, como DJ Dado, Taleesa, Molella, Billy More, Magic Box, Erika, DJ Ross, Prezioso Feat. Marvin, e etc... sendo literalmente produções que "moraram" nos nossos clubs e FMs dos anos 90 e 2000. 


Taleesa na festa de Halloween da rádio Energia 97 (02/11/2024)
 Taleesa - assim como Sandy Chambers - também cantou com Aladino, e seu vozeirão magnífico se encontra em faixas clássicas como "Brothers In The Space", "Make It Right Now" e "Call My Name", além de muitos outros projetos. Fora isso, a vocalista ainda fez carreira solo na Time com seus hits "I Found Luv", "Let Me Be" e "Burning Up".


MEU TOP 10 DE SINGLES DA TIME

40 ANOS DA TIME
Prontos para um passeio num meteorito?

Quanto aos singles citados abaixo, são clássicos atemporais que nunca deixarei de ouvir, e sempre quando coloco algum CD contendo essas canções dá aquela vontade de ligar os alto-falantes no volume máximo para que toda a vizinhança possa ouvir e dançar também! 

São hinos avassaladores que não devem ficar confinados a um canal do YouTube! É um dever social compartilhar todos estes tesouros dos anos 90, mas, como temos que respeitar a lei do silêncio e a privacidade alheia, venho até aqui então para subdividir este TOP 10 com vocês:

1- ALADINO - "Make It Right Now" (1993)

Música muito atmosférica, dá até para sentir aquela fumaça artificial da boate chegando ao seu rosto enquanto você ouve "Make It Right Now" do Aladino... Um dos pontos fortes é o vocal grave e belo da cantora Taleesa imperando sobre a instrumental, porém, infelizmente é uma faixa não muito conhecida do público brasileiro, tanto é que a cantora, apesar de gostar muito da música (é a favorita dela), prefere não cantá-la em seus shows aqui no Brasil e dar prioridade às suas outras canções mais populares.

2- NEVADA - "Take Me To Heaven" (1994)

Aqui já se trata de um grande hit na voz de Giovana Bersola, a Jenny B. Aliás, se um dia ela vier ao Brasil, tem que interpretar "Take Me To Heaven" ao vivo e nos levar, finalmente, a tão aguardada "morada dos bem-aventurados"! "Take Me To Heaven" é sem dúvidas uma música perfeita para ser dançada num sábado à noite, rodeado dos bons e verdadeiros amigos numa discoteca -ambiente mágico que cura a inércia. O Nevada depois seguiu com outras cantoras, todas talentosas e com músicas também excelentes. Indico todas!

3- NEVADA - "Feels Like Heaven" (1995)

E o Nevada quer, de qualquer jeito, que seus ouvintes sintam-se no paraíso! Neste 2º trabalho eles vieram com uma outra incrível e adorável vocalista, a Deborah French. É uma música extremamente envolvente, base que aguça as boas lembranças dos anos 90 e um vocal doce e carismático que, pode parecer exagero, mas tem a capacidade de fazer muito marmanjão chorar (sim, experiência própria)!

4- JINNY - "Wanna B With You" (1995)

Olha aí o projeto Jinny de volta! Este foi o primeiro projeto da Style Italian a fazer um grande sucesso comercial, lá em 1991, com o single "Keep Warm". Já o single "Wanna B With You" foi lançado no segundo semestre de 1995, na voz inconfundível da Sandy Chambers, a cantora que é um dos maiores patrimônios da Eurodance dos anos 90. Tocou muito, tanto nas pistas como nas rádios! Com a vinda da Sandy Chambers no Brasil em agosto deste ano (para duas apresentações), é claro que ela teve que incluí-la em seu vasto e impecável setlist.

5- MOLELLA - "I's a Real World" (1997)

Espetacular trabalho de Molella e Phil Jay que chegou em 1997 e foi muito bem tocado nas danceterias e FM's daquele ano. Não tem uma vibe "alegrezinha", pois era um outro momento que a música dance atravessava... No entanto, sentíamos algo reflexivo que pairava sobre a sua sonoridade e sobre os vocais circunspectos da bela Nancy Sexton. Foi um dos frescores da rádio Jovem Pan, que buscava exclusividade para a sua programação, e assim, sempre tocava os grandes lançamentos antes de todas as outras rádios. Que época!

Os charts da Billboard com as mais tocadas da Time!!
Ano: 1995

6- ANTARES - "Ride On A Meteorite" (1995)

O teclado vibrante e os vocais irresistíveis dão vida à este acelerado Italodance de 1995. Taleesa escreveu a letra, mas também gravou a faixa em estúdio com sua amiga Clara Moroni (os vocais principais são da Clara). O rap é do britânico Asher Senator, que também abrilhantou em vários outros hits da Time, inclusive é dele a voz no rap em "Let Me Be" da Taleesa. "Ride On A Metorite" é uma das músicas que sonho um dia ver voltando às paradas, tipo aquela redescoberta recente da geração atual pela Kate Bush, sabem? 

7- THE TAMPERER - "Feel It" (1997)

Essa música tem um valor sentimental muito grande para mim. A primeira vez que a ouvi foi no programa "Super Pista" da rádio Educadora FM, comecinho de 1998, e naquele momento senti que seria uma das mais tocadas nas rádios e clubs do Brasil. Não demorou muito e a invasão do The Tamperer deu-se início. A dançante "Feel It" era uma das mais aguardadas da noite, e quando o DJ iniciava a sua introdução com "Is it sex, Or is it love" a galera simplesmente entrava em êxtase!! Encontrei-a depois em sua versão estendida no CD "Hot Nine Seven 7" (Paradoxx Music) e se tornou o meu vício por longos meses. A cantora Maya Days, que representava o projeto, era muito talentosa mas ela não gravou este primeiro single do projeto, visto que os produtores Mario Fargetta e Alex Farolfi samplearam vários sons de diversas produções, incluindo o vocal de Heather Leigh West, uma cantora e compositora americana que gravou a sua parte vocal em 1994 (!).

8- MOLELLA - "If You Wanna Party" (1995)

Mega executada no Brasil no final de 1995. Chego até me lembrar agora do meu primeiro minisystem, recém comprado no Carrefour, double deck, onde gravava várias modas dance que bombavam na Jovem Pan, inclusive gravei "If You Wanna Party" numa dessas fitas K7 (em dezembro de 1995). Os vocais animados da dupla The Outhere Brothers e a produção contagiante do Molella colocavam todos para dançar numa época que fervia criatividade e talento nas produções.

9- TALEESA - "I Found Luv" (1994)

Taleesa foi uma das artistas que mais emprestou o seu talento às produções da Time, mas aqui a cantora italiana foi colaborar com os produtores alemães do La Bouche - a equipe Le Click Productions. Apesar disso, o single foi distribuído na Itália pela empresa de Giacomo Maiolini, que permaneceu sendo o "Produtor Executivo" deste trabalho. "I Found Luv" foi uma faixa bem disputada pelos DJ's e entrou, é claro, na programação de muitas rádios. Vale lembrar ainda que Taleesa gravou "I Found Luv" em Frankfurt, nos incríveis estúdios que produziram o Milli Vanilli; além de trazer a participação do ótimo rapper Michael Romeo (do Le Click - "Tonight Is The Night"). Um clássico!

10- ORANGE BLUE - "If You Wanna Be (My Only)" (1994)

Mais uma track fantástica da Time / Style Italian que fez parte das nossas adolescências!! Interessante que, no single "I Found Luv" da Taleesa, a italiana foi produzida pela mesma equipe que produzia o La Bouche, enquanto que, no mesmo ano de 1994, a cantora do La Bouche foi trabalhar com quem? Com os produtores da Taleesa! Melanie Thornton gravou "If You Wanna Be (My Only)" para o projeto Orange Blue, que inclusive traz os raps de Gianfranco Randone, o super vocalista do Bliss Team e Eiffel 65. Taleesa ainda relatou: "Melanie foi uma boa amiga, e nós ajudamos ela com seus shows na Itália. Ela também foi uma boa amiga de Simone Jay, a cantora (minha irmã :)) que produzimos!". "If You Wanna Be (My Only)" é de fato uma Eurodance fascinante, e muito de suas qualidades se deve ao talento da inesquecível Melanie Thornton.


AS VISÕES DE GIACOMO:

GIACOMO MAIOLINI
Um visionário, ligado em moda, e louco por música

A grande capacidade de Maiolini em compreender o sucesso comercial de um produto - antes de outros profissionais  - foi reforçada em 2004, quando o fundador da Time decidiu adquirir os direitos autorais de "Dragostea Din Tei" dos garotos romenos do O-Zone. Com essa negociação, a Time vendeu mais de dez milhões de singles e dois milhões de álbuns, fora ainda os resultados alcançados no Japão e que não foram contabilizados nestes números. 

O single "Dragostea Din Tei" atingiu o topo das paradas mundiais de maneira grandiosa, porém, infelizmente não fez o devido sucesso aqui no Brasil, talvez pela falta de compreensão e visão de algum empreendedor fonográfico brasileiro (características enfatizadas acima em Maiolini). Na verdade, "Dragostea Din Tei" chamou a atenção de uma pessoa errada aqui no Brasil, e que quis aproveitar a sua melodia para fazer uma versão em português: Latino - "Festa no Apê" (2005). Tristemente, a maioria dos brasileiros conheceram antes a versão do Latino, e assim, muitos deduziram erroneamente que a original é que era a cópia.

O-Zone foi febre total com "Dragostea Din Tei" (2004)

O sucesso global do O-Zone levou ainda, em 2008, o rapper americano T.I. a solicitar à empresa sediada em Brescia, os direitos para gravar "Live Your Life" com a cantora barbadiana Rihanna. A versão da dupla foi número 1 nos Estados Unidos com cinco milhões de singles vendidos. 

Os híts mundiais da Dance Music continuavam. Através do selo Rise, foi lançado o single de Alex Gaudino"Destination Calabria" (2006) que foi um marco na cultura clubber em meados dos anos 2000, trazendo uma letra escrita pela cantora Sharon May Linn (a vocal do Blizzard), mas gravada pela icônica voz de Crystal Waters. O resultado de "Destination Calabria" foi enorme (principalmente na Europa), além de vencer um disco de ouro na Inglaterra e outro na França.

Parabéns TIME!!

A Time seguiu apostando em novos produtos Dance, como Yolanda Be Cool - “We No Speak Americano” (2010) e Dynoro & Gigi D'Agostino -“In My Mind” (2018), e este último ganhou até uma platina dupla! 

Mas, infelizmente, muitos dos singles produzidos e apoiados pela Time de uns anos para cá não tem se destacado no Brasil, como acontecia antigamente. Ficam conosco as boas lembranças que essas trilhas sonoras nos trouxeram, toda a dança, a despreocupação juvenil, as risadas, os amigos... Foram anos maravilhosos que nunca mais voltarão. 

Contudo, a gravadora que "quarentou" segue firme na Itália, trabalhando e apostando as suas fichas em produções voltadas à Dance Music atual.

Parabéns à Giacomo Maiolini pelo 40º aniversário da Time Records, um dos maiores símbolos da Italo Dance de todos os tempos! 

Para àqueles que também contribuíram, principalmente cantando os grandes sucessos da gravadora, o nosso muito obrigado por tantas alegrias e emoções propiciadas!

Assinado: Todos os fãs do Brasil.



LEIA MAIS SOBRE O QUE JÁ FOI PUBLICADO SOBRE A TIME:

domingo, 10 de novembro de 2024

DESIRELESS DE "VOYAGE, VOYAGE" (1986) SE APOSENTOU E LARGOU A MÚSICA

DESIRELESS - "VOYAGE, VOYAGE" (1986) - CANTORA FRANCESA SE AFASTA DE VEZ DA MÚSICA

Boa aposentadoria, Desireless!!

O assunto de hoje não é Eurodance, mas está ali, lado-a-lado, fazendo você dançar em qualquer festa onde executado. É um Euro-Pop de grande excelência, dono de um sintentizador hipnotizante e com aquela atmosfera mágica que só a década de 80 poderia nos oferecer!

Estou falando do clássico imortal de Desireless - "Voyage, Voyage" (1986), um mega sucesso entre 1986/1988 e que chegou ao número um em muitas paradas de singles europeias e asiáticas. O videoclipe foi dirigido por Bettina Rheims e mostrou ao público uma cantora com um estilo andrógino, semelhante a uma onda de outras cantoras contemporâneas, como Annie Lennox e Grace Jones.

O nome real dessa cantora é Claudie Fritsch-Mentrop, ela é francesa, nascida numa data natalina (25 de dezembro de 1952), cresceu ouvindo música clássica e jazz, além de ser fã de David Bowie, Bob Dylan e de Joni Mitchell (se influenciando muito nestes três quando começou a cantar profissionalmente). 

Lembro-me com muita exatidão de ouvir "Voyage, Voyage" num programa de flashback da Dumont FM nos anos 90 (enquanto eu trabalhava com meu pai), e nessas ouvidas sempre conectava a sonoridade da música ao movimento LGBT, e detalhe que eu nem tinha visto ainda a imagem ambígua da cantora, apenas ouvia o seu sintetizador cativante, a voz sisuda e a sua poética melodia.

O olhar sempre gélido de Desireless

O COMEÇO DE DESIRELESS

Antes de fazer sucesso como cantora, Claudie Fritsch-Mentrop teve uma breve carreira como designer de moda (lançando uma coleção com o amigo Claude Sabbah). Ela também já havia feito várias viagens à Índia em 1980, então, assim como a cantora do projeto Randy Bush (Emy Berti), ela encontrou uma filosofia de vida com meditações, mantras, adorações à divindades e yogas. Logo Claudie descobriu também que o seu lugar era na música, e passou a cantar em alguns grupos musicais franceses. 

Claudie conheceu em seguida o produtor Jean-Michel Rivat (em 1984), que futuramente escreveria e produziria todas as músicas de seu primeiro álbum. Já no ano seguinte, 1985, Claudie conheceu François Tabah, com quem se relacionou amorosamente por 18 anos (ela não era lésbica, como eu presumia na minha adolescência).

Antes de ser Desireless e antes gravar "Voyage, Voyage"

Após gravar algumas canções com o grupo Air 89, que também era produzido por Jean-Michel Rivat, Claudie recebeu um convite para gravar o seu single solo - "Voyage, Voyage", e assim o fez, em 1986.

Desireless foi o nome artístico batizado para iniciar a sua carreira solo, um nome escolhido por ela mesma - "Sem desejo" - já envolvida em toda a filosofia indiana. Há quem diga que, para criar este nome, ela se inspirou no livro "The Stranger" do filósofo francês Albert Camus, mas há também rumores de que ela se inspirou no livro "O Pequeno Príncipe" de Antoine de Saint-Exupéry

O NASCIMENTO DO HINO

A letra de "Voyage, Voyage" foi escrita por Jean-Michel Rivat e Dominique Dubois, dupla que inicialmente queria que um cantor mais popular a gravasse, então foi oferecida à Michel Delpech, este que recusou gravá-la. 

Em seguida, "Voyage Voyage" então foi oferecida à Claudie, que já era uma artista que trabalhava com Jean-Michel Rivat e que estava buscando por uma carreira solo. 

O resultado disso? Claudie fez um trabalho majestoso e que sobrevive aí até hoje, sendo uma das músicas mais célebres de toda a década de 80 e ainda muito tocada em festas, rádios, jingles publicitários, e etc.

Desireless - "Voyage, Voyage" (1986)
Video Official
A introdução da faixa com o vibrante sintetizador já é arrepiante por si só, mas aí entra a voz e o estilo melancólico de cantar da Desireless e tudo se transforma nessa obra de arte atmosférica e viajante!

"Voyage, Voyage" tem uma letra inteligente, elogiada e reflexiva. É tudo sobre viajar, mas não apenas se locomover de um lugar para outro, mas também é sobre mudar de conceitos, conhecer novas pessoas, se aperfeiçoar, crescer com novas experiências, sair de uma zona de conforto, arriscar e tentar a sorte no desconhecido.

Desireless com "Voyage, Voyage" alcançou altas posições nas paradas europeias e foi um sucesso instantâneo nas boates e FM's, inclusive aqui no Brasil. 

Foi também uma das músicas temas de um seriado teen muito famoso na década de 80: Voyagers- Os Viajantes do Tempo, que foi transmitido no SBT. Era sobre um menino e um jovem que possuíam um medalhão mágico que lhes permitiam viajar no tempo para resolver problemas. É considerado por muitos como um dos melhores seriados para adolescentes que já passou na televisão brasileira.

Desireless - "Voyage,Voyage" (vinil francês)
Recentemente a música "Voyage, Voyage" chamou a atenção por alcançar 208 milhões de streaming no Spotify

Demorou um pouco, mas Desireless lançou o seu segundo single, "John" (1988). Esta nova produção fez um significativo sucesso europeu, contudo, aqui no Brasil não teve nenhum impacto e passou despercebido. Aliás, Desireless não voltou a ter mais nenhuma outra faixa de sucesso em terras brasileiras além de "Voyage, Voyage", infelizmente.

Em 1989, a cantora lançou o terceiro single chamado "Qui Sommes Nous", sempre cantando em francês e mantendo o seu estilo tão marcante.

LANÇAMENTO DO ÁLBUM DE DESIRELESS:

Geralmente quando uma música explode nas paradas, os produtores e a própria gravadora colocam o cantor para gravar um disco completo com várias faixas o mais urgente possível, e ainda pressionam para que ele faça isso o mais rápido que puder - justamente para aproveitarem todo o embalo do primeiro hít  -  mas, estranhamente demorou três anos para que o primeiro álbum de Desireless ficasse pronto

Eis que no ano de 1989, finalmente é lançado "François", o primeiro álbum solo de Desireless e que trazia este título em homenagem ao seu namorado, François Tabah.

O primeiro e clássico álbum de Desireless - "François" (1989 - edição japonesa)
Músicas de fato construídas, cada detalhe rítmico e harmônico altamente calculado.

O álbum foi distribuído em muitos lugares do mundo, chegando inclusive a ser lançado no Brasil em vinil, no ano de 1990 - pela Discos CBS (que era um subselo da Columbia / Sony). Só é uma pena a versão CD não ter saído por aqui também.

Desireless lançou depois dois singles em 1990: "Elle Est Comme Les Étoiles" e "Hari Ôm Ramakrishna". Passaram longe da popularidade de "Voyage, Voyage", obviamente.

DESENTENDIMENTOS COM A GRAVADORA E NASCIMENTO DA FILHA

Ainda em 1990, nasceu a primeira filha de Claudie e com isso a cantora deixou a vida artística para se dedicar à sua família. Existia também alguns rumores que apontavam que a cantora não aceitava algumas decisões de sua gravadora, a CBS (Sony), e que a empresa queria tomar a frente de tudo, inclusive queria fazer ao seu modo toda a produção do segundo disco. Claudie já não estava satisfeita com a divisão de lucros das vendas de seu primeiro álbum, então rompeu com todos estes profissionais da CBS.

Desireless demorou 4 anos para retornar à cena musical. Seu segundo álbum "I Love You" foi lançado em 1994, e como no primeiro trabalho quem obteve grande parte dos lucros foi o produtor Jean-Michel Rivat (ele foi o produtor, compositor, letrista e arranjador), então Claudie resolveu escrever muitas das faixas de seu novo disco. O estilo do álbum também foi alterado, afinal, agora estavámos em 1994 e aquele sintentizador, apesar de avassalador, estava totalmente fora de moda.

Desireless - "I Love You" (1994)
O aguardado segundo álbum saiu por uma gravadora pequena da França: Pense À Moi

É lógico que jamais Desireless conseguiria superar o sucesso do álbum anterior, que trazia o hino "Voyage, Voyage", mas, apesar da pequena distribuição do novo disco (apenas França e Alemanha receberam este lançamento), ainda assim "I Love You" foi elogiado pelo público. Com o fim da promoção do novo trabalho, a cantora resolveu dar uma pausa na carreira em 1995.

DESIRELESS FOI SE AFASTANDO DAS PARADAS

Desde que deu uma pausa em sua carreira, em 1995, Desireless adotou um estilo de vida longe dos holofotes, contudo, ainda fazia alguns festivais retrô pela Europa. A artista foi se desconectando aos poucos da fama e focando mais em seus hobbies particulares, como cultivando jardins e buscando explorar a sua espiritualidade.

Com o passar dos anos, Desireless se tornou uma artista para um público menor, sendo totalmente independente e sem caráter comercial, mas apesar de seu declínio em popularidade, a vocalista ainda lançava alguns discos. O seu último álbum, por exemplo, teve lançamento em 2017 (ela lançou ao todo 11 discos após o primeiro "François").

Depois disso, poucas notícias de Desireless surgiram na imprensa, e sua última aparição registrada num palco é de 2018.

No mesmo ano de 2018, um ano após lançar o seu último disco, Desireless afirmou: “Eu sobrevivo cantando 'Voyage, Voyage' em meus shows. Se eu fosse a produtora e compositora, seria muito rica, no entanto, eu sou apenas a intérprete”

Após 2018, Desireless desapareceu totalmente da mídia, dos shows retrôs (que costumava fazer), e boatos sobre o seu completo afastamento começaram a circular pela impresa francesa...  Mas, seria verdade que ela abandonaria de vez os estúdios e palcos?? 

Desireless em 2018
Ela trocou aquele corte de cabelo exuberante por simples flores em sua cabeça

VIAJOU DEMAIS

Ao meu ver, a Desireless do primeiro disco foi apenas um projeto controlado e comandado pela gravadora e por seus produtores... Já a Desireless do segundo disco (em diante) é a artista real, sozinha e sem cordões. Tem uma boa voz e de fato nasceu para ser artista, no entanto, apenas isso não é o suficiente para se manter. Aquela união de talentos e pensamentos artísticos do primeiro álbum foi insuperável e fez toda a diferença, trazendo até a ela o reconhecimento mundial. Mas, aí também vem aqueles questionamentos inevitáveis: Ela está feliz assim? Vale a pena você ser reconhecido, e ver sujeitos enriquecendo às suas custas?

DESIRELESS SE APOSENTOU E NÃO QUER MAIS OUVIR FALAR SOBRE MÚSICA

A cantora, que hoje está com 71 anos de idade, infelizmente não quer mais cantar e nem estar conectada ao mundo dos famosos, conforme relatou uma de suas melhores amigas no último dia 08 de novembro em um programa de TV francês chamado “Chez Jordan”.

Amiga de Desireless informou seu afastamento da música: "Ela não quer mais ouvir falar sobre música"

Chantal Richard, mais conhecida como Sloane, é uma cantora popular na França e muito amiga de Desireless, então ela levou essas tristes novidades à TV francesa: 

"Desireless não quer retomar à música, quer apenas cuidar das coisas dela... Ela tem um pouco de dificuldade para andar, pois quando você envelhece, às vezes você precisa perder peso, e o peso afeta bastante quando se tem problemas de saúde... Mas ela é uma mulher maravilhosa, tem um talento incrível. E é puro amor!"

Sloane já havia falado sobre Desireless anteriormente na TV francesa, em 2023, e disse que a cantora queria se afastar do entretenimento, dos palcos e da música, e agora apenas reforçou que isso já está acontecendo. Sloane também mencionou que Desireless sofreu uma queda durante uma turnê quando ia para o hotel: "Ela estava muito cansada e cortou a boca". 

A cantora e amiga de Desireless continuou: "Ela se aposentou, não quer mais falar sobre música, quer se manter distante. À medida que envelhecemos vamos nos cansando e foi isso que aconteceu com ela. Desireless estava muito exausta, não aguentava mais... estava muito farta de tudo....e nesses casos é preciso ter uma mente de aço. Se Desireless tem outros planos em mente, que a agradem mais do que fazer turnês e cantar, ela partiu em direção à eles”.

Desireless dezembro de 2023
Créditos: instagram oficial de Desireless


CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Hoje a Desireless não tem nada a ver com aquela Desireless estilosa e com aquele seu semblante pesado e penetrante que conquistou o mundo. É uma artista com saúde debilitada, sentindo o reflexo do tempo em seu corpo limitado e em sua mente exausta; no entanto, DESIRELESS marcou uma época estupenda e se tornou um grande ícone dos anos 80, algo supremo e absoluto que o tempo e nem ninguém poderá apagar.

Excedeu décadas, e viverá eternellement.


quinta-feira, 7 de novembro de 2024

ALEXIA - “I FEEL FEELINGS” NEW SONG 2024

ALEXIA ANUNCIA VOLTA À DANCE MUSIC COM "I FEEL FEELINGS" (2024): NOVÍSSIMO SINGLE EM INGLÊS 

Alexia lançará novo single cantado em inglês: "Recomeçar cantando nesse idioma é, para mim, como voltar para onde tudo começou"

Mais uma vez o olhar saudosista deste Blog descansa as suas asas peregrinas sobre um dos maiores símbolos da Eurodance dos anos 90. Sim, meus prezados amigos, informamos através desta publicação - com muito prazer e orgulho - o retorno de uma das gigantes da Dance Music noventista: ALEXIA!!!!

Para quem não se lembra, Alexia gravou canções de Eurodance entre 1990 / 1999 e explodiu nas pistas de dança e FMs com vários híts triunfais, inserindo a sua poderosa voz em muitos projetos aleatórios do selo DWA, assim como nas conhecidas produções de Double You "Part-Time Lover" "I Got To Love". Outra colaboração bem sucedida aconteceu com o mago Ice Mc"Think About The Way", "Dark Night Rider", "It's A Rainy Day", "Russian Roulette" "Run Fa Cover", além de sua carreira solo iniciada em 1995 com seus sucessos próprios, como "Me And You" (aqui com Double You retribuindo o featuring com ela), "Summer Is Crazy", "Number One", "Uh La La La", "Gimme Love", entre outros.

A título de curiosidade, apenas o seu primeiro álbum "Fan Club" (1997) foi totalmente direcionado ao gênero Eurodance, embora os discos “The Party” (1998) e “Happy” (1999) nos apresentaram algumas tracks animadinhas em Dance-Pop. A verdade é que, depois que Alexia assinou com a Sony Music ela passou a se dedicar mais ao gênero pop. Já no início dos anos 2000, Alexia deixou a música cantada em inglês e embarcou para o romantismo e pop cantados em italiano, mantendo uma carreira até comparada com a de sua compatriota Laura Pausini

ALEXIA HOJE 

E agora, depois de exatos 20 anos sem gravar em inglês (sua última música foi "You Need Love", que está no álbum "Gli Occhi Grandi Della Luna") finalmente chegou o momento em que Alexia irá presentear seus fãs e orfãos dos anos 90 com este seu tão aguardado "comeback"...

Alexia com o figurino que usou recentemente no Tomorrowland (em agosto/24)

Quem acompanhou a nossa recente matéria sobre Alexia e suas novidades, conseguiu perceber que a cantora está muito animada para voltar à música, e não apenas isso, mas também captou que ela, na verdade, quer é voltar às suas origens. Alexia se expressou assim: "Sinto que quero voltar com músicas novas, mas quero fazer o que sempre fiz no passado: ser provocadora e fora da caixa. Vou tentar surpreender vocês novamente". Essa sua frase já deixava uma dica valiosa aos fãs (ao menos aos mais atentos), pois se Alexia quer fazer algo voltado ao passado, imaginamos automaticamente em algo dançante e cantado em inglês!! 

Nessa mesma matéria, a italiana ainda falou sobre a onda dos flashback’s, mencionando que nunca viu os anos 90 tão em alta como agora, e que as festas com essa temática estão acontecendo com muito mais frequência ao redor do mundo. Essa foi uma outra pista concedida, nos dando a entender que a cantora quer fazer o seu público dançar como nos velhos tempos. 

E a novidade oficial vem agora: Alexia anunciou recentemente uma nova música, a sua primeira gravada em inglês em 20 anos! O novo single desta nova fase (ou seria velha?) da talentosa e inesquecível Alexia se chama "I Feel Feelings", e marca o retorno da artista à cena que a projetou mundialmente: A Dance Music. 

"I Feel Feelings" será lançada no próximo dia 15 de novembro de 2024 (sexta-feira da próxima semana) e foi escrita pela cantora canadense Dragonette, aquela mesma do hit “Hello” (em colaboração com o DJ francês Martin Solveig), lembraram-se deste sucesso de 2010?

Martin Solveig & Dragonette - Hello (Official Short Video Version HD)

Alexia disse para a página italiana "New Sic":

"Quando recebi e ouvi a demo de 'I Feel Feelings' de Dragonette, soube imediatamente que era a música perfeita para o meu retorno na música Dance em inglês. Recomeçar cantando nesse idioma é, para mim, como voltar para onde tudo começou, e eu só poderia fazer isso com uma canção enérgica, corajosa, simples, mas com uma mensagem clara que diz: 'vamos enfrentar as emoções sem medo e vivê-los plenamente'".

Alexia complementou ainda à imprensa italiana: "'I Feel Feelings' é um convite para compartilhar sentimentos, um lindo hino à vulnerabilidade e à sinceridade que vê beleza e força em todas as conexões humanas. A letra, eficaz na sua simplicidade, é focada na experiência íntima e profunda da ligação emocional que temos com a outra pessoa. Na letra há ainda uma metáfora da 'melodia perfeita' que ressoa nos corações. O refrão 'Do you feel it too?' (Você também sente isso?) é um convite à toda essa cumplicidade emocional, além de ser um apelo para superar o medo de ser vulnerável e aceitar a autenticidade da própria passionalidade."

Alexia - "I Feel Feelings" (2024)
Uma arte simples, lembrando aqueles singles de eurodance despretensiosos e sem nenhuma figura humana na capa

OUTRAS CURIOSIDADES:

Os compositores de "I Feel Feelings" são: Martina Sorbara (Dragonette), Paul Harris e Carl Ryden.

 estranho não ver o nome de Alexia entre os compositores da nova música, já que a cantora escreveu muitos sucessos (você vê o nome dela nos créditos de seus grandes clássicos da eurodance - Alessia Aquilani);

-Gravadoras: Garbo Dischi / Daylite Records ("Hello" Spottlight Record!! Que tal licenciar essa novidade da Alexia para o público brasileiro?).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Alexia estaria em busca de suas raízes perdidas, de seu público realmente fiel, ou tentando apenas se aproximar da audiência do "flashback"?

É difícil dizer com certeza, mas o que fica é que este novo single está sendo lançado finalmente, depois de tanto a cantora assistir o próprio "Fan Club" solicitar em suas redes sociais uma música voltada puramente às pistas de dança (como nos velhos tempos). Assim, apenas por esta feliz escolha, já ficamos extremamente satisfeitos por ver Alexia atendendo ao nosso antigo pedido.

Esperamos que "I Feel Feelings" seja exatamente isso, algo que faça-nos dançar, cantarolar aquele refrão chiclete, vibrar com as batidas, emocionar com toda a sua potência vocal...  algo à altura de uma megastar como Alexia.

IN MEMORIAN: Artigo dedicado ao amigo Paulo Beraldo, que sonhava muito com este lançamento de Alexia (ele era um desses fãs que pedia por uma nova faixa dançante à Alexia via instagram).