terça-feira, 22 de setembro de 2020
AS 15 MÚSICAS ELETRÔNICAS MAIS TOCADAS NAS RÁDIOS BRASILEIRAS - 2020
segunda-feira, 21 de setembro de 2020
HI-TECH - "DON'T ASK ME WHY" (1995)
HI - TECH / "DON'T ASK ME WHY"
FINALMENTE DESCOBRIMOS QUEM É ESSE ARTISTA DA DANCE MUSIC
Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.
-RIKARDO ROCHA
A música escolhida de hoje é "Don't Ask Me Why", do projeto Hi-Tech, lançada em 1995 e que esteve em algumas coletâneas, como a popular "Festa Mix 4" da Som Livre.
Eu era adolescente e estava com minha família num supermercado (Extra, da cidade de Campinas-SP) em um domingo à tarde, quando acabei encontrando este CD dando sopa nas prateleiras do departamento de discos.
Não deu outra! Comprei essa coletânea imediatamente, pois eu também já estava super animado com a sua publicidade que tinha visto na TV. Voltamos para casa ouvindo o CD na caminhonete do meu pai, faixa por faixa, naquela ansiedade e expectativa de “devorar” cada hit radiofônico do produto recém comprado!
Lembro daquele brilho solar entrando pelas janelas da D10 bege, aquela batida da música ecoando em nossos ouvidos, e da família toda em harmonia - ouvindo as grandes melodias do Eurodance 90's!
Essa compilação tem algumas faixas bem legais, como os hits de Nicki French, Corona, Gillette, C&C Music Factory, Tony Garcia, Real McCoy ("Operator", puxa, como eu curtia essa música!!) ... sendo que todos estes projetos citados já tinham uma imagem apresentada ao público.
Por exemplo, eu já tinha visto alguns clipes na MTV, assim como lido matérias em revistas, ou visto algumas performances na TV, mas o projeto Hi-Tech com a sua música "Don't Ask Me Why" era totalmente novidade para mim. Eu era muito fã da música mas não sabia absolutamente nada sobre a tal.
A faixa tem um refrão bem pegajoso, uma melodia lindíssima e um vocal bem marcante, que você não esquece jamais, mesmo depois de 25 anos! O duro mesmo é gostar da track mas não fazer a menor noção de quem a canta...
RAIO X
HI-TECH
Pois bem, depois de todo esse tempo, posso dizer que tenho a resposta que tanto procurei nesses últimos anos. Primeiro de tudo, digo à vocês que o Hi-Tech foi um projeto nacional.
Eu podia jurar que se tratava de um projeto italiano, pois realmente o som nos transmite o estilo Italo-Dance. Mas foi um projeto totalmente brasileiro!
Assim como Gottsha, que estava fazendo um grande sucesso na época (e lançando o seu álbum "No One To Answer"), o Hi-Tech também procurava um lugar ao sol, diante de tantos projetos que tocavam nas rádios e nas noites de 1995.
O responsável pelo Hi-Tech era o mineiro Rondon Andrade Porto, formado em Ciência Política no ano de 1990. Ele foi o vocalista e gravou "Don't Ask Me Why" quando tinha 26 anos de idade:
"Eu sou mineiro de Visconde do Rio Branco, mas desde 1983 vivo em Brasília. Essa gravação foi feita no Downtown Studio com o Paulo Jeveaux e o Nino Carlo."
Nessa época, Rondon estava no Rio de Janeiro e também trabalhou no álbum "No One To Answer" da Gottsha:
"Eu tenho um spotify só com minhas composições, inclusive você poderá encontrar algumas músicas da Gottsha que escrevi, como 'Break out', 'Dance the night away', 'Nobody does what you do' e 'Sunshine in your eyes'".
Rondon Andrade também é produtor, então perguntei-lhe se produziu algumas dessas músicas para a Gottsha, mas ele informou que quem concluiu as instrumentais foram Paulo Jeveaux e Nino Carlo, que também trabalharam na sua faixa "Don't Ask Me Why":
"Eu fazia uma pré....E mandava para ela. Ali foram os dois produtores Paulo Jeveaux e DJ Nino Carlo...Todos amigos".
Rondon ainda me enviou mais duas músicas do projeto Hi-Tech, que eu ainda não conhecia mas que achei muito boas:"So Have A Great Time" e "Big Time".
Através dessas canções, constatamos que a voz de Rondon Andrade lembra um pouco os vocais de David Gahan (Depeche Mode), principalmente em "Big Time".
Ah, nessas faixas temos também a participação da cantora Paula Gaby.
Vale a pena conhece-las!
Agradecemos à Rondon Andrade por seu empenho na Dance Music brasileira, pois além de suas composições à Gottsha, ele ainda compôs e cantou a sua canção "Don't Ask Me Why", uma bela trilha sonora de momentos inesquecíveis dos anos 90.
Desejamos também à Rondon que continue exercendo o seu excelente papel na música eletrônica, sendo produtor, DJ, compositor ou o admirável cantor que conhecemos no projeto Hi-Tech.
O nosso muito obrigado!
Para conhecer suas mídias sociais e outros trabalhos, acesse:
Soundcloud Youtube Instagram Diversas Músicas Diversas Músicas II
terça-feira, 15 de setembro de 2020
RÖYKSOPP - "WHAT ELSE IS THERE?" (2005): LUZES, EXPLOSÕES E INTENSIDADE
"What Else Is There?" é uma música lançada em outubro de 2005, mas que se tornou conhecida no Brasil nos anos seguintes.
Por vezes eu a ouvi nos clubs em 2006-2007, mas eu não sabia nada a seu respeito, tal como o seu título, quem a cantava e muito menos o nome do projeto. Enfim, o tempo passou e ela ficou totalmente esquecida em minhas memórias - nem lembrava mais que existia - até a ouvir recentemente na rádio Energia 97. Nesse momento então pensei comigo: "Como é bom ouvir isso novamente depois de tanto tempo!!"
Atenção: Toda pesquisa, entrevista e texto digitado abaixo pertencem à Rikardo Rocha. Caso você ver este conteúdo em algum site, fórum, youtube, ou qualquer outra plataforma, saiba que foi copiado daqui. O dono do blog não autoriza o compartilhamento das informações postadas abaixo sem o seu consentimento. Para maiores informações, clique aqui.
-RIKARDO ROCHA
Assista ao vídeo e tente entender o significado da música, através de algumas imagens que aguçam a nossa curiosidade e até causam um certo incômodo...
Pra começar, temos uma loira flutuante que é algo que intriga já no começo do vídeo. Podemos associar sua figura com a de uma "alma perdida" e que está vagando em busca de vingança, pois ela morreu atropelada ali naquela estrada. Roteiro interessante, não acham?
Logo depois você consegue idealizar um carro em movimento numa estrada à noite, e também pode vê-lo se aproximando da vítima, quando a luz das lanternas brilha em seu rosto assustado.
Agora, depois de morta, ela quer se encontrar com a pessoa que lhe tirou a vida. Percebemos também que a responsável pela sua morte sente que está sendo observada... Mas neste momento ainda podemos nos perguntar: E se for apenas o seu sentimento de culpa que a rodeia??
O fantasma ressurge novamente perto de uma mesa repleta de alimentos, mas ele percebe nesse instante que a "assassina" está impactada e atordoada com todo o ocorrido, e diante disso resolve aliviá-la da culpa... olhando com pena e segurando a sua cabeça para acalmá-la.
Alguns trechos da letra:
"Era eu naquela estrada
Mas você não podia me ver
Muitas luzes, mas nada perto daqui"
"Era eu naquela estrada
Você continua sem poder me ver
E então lampejos e explosões"
"O fim da estrada está ficando mais perto
Nós percorremos distâncias mas não juntos"
"Eu sou a tempestade, eu sou a maravilha
E os lampejos, pesadelos
E explosões repentinas?"
Gosto muito dessa versão, que na minha humilde opinião é o melhor remix já feito para "What Else Is There?".
A versão original é totalmente bela, surrealista, teatral, forte, expressiva e emocional. Não tem como fazer comparações com essa versão que é extremamente pulsante e eletrizante, mas você pode dançá-la, como basicamente fazíamos nas nossas antigas baladas:
A modelo que dubla a voz da cantora sueca é Marianne Schröder, nascida em Smøla, na Noruega, em 11 de março de 1977.
Na verdade, a modelo foi escolhida para atuar como a personagem central da música, então ela dublou a vocalista também, entretanto fazendo isso de maneira louvável e puramente artística.
Quando ouvimos "What Else is There?", conseguimos encontrar grandes semelhanças com algumas músicas da cantora inglesa Kate Bush (30 de julho de 1958), mais especificamente aos seus clássicos "Wuthering Heights" (1978) e "Running Up That Hill" (1985).
Além da voz soar parecida, tem também a história de um fantasma que assombra uma pessoa dentro da letra de "Wuthering Heights".
Pra quem não sabe a história da música, é sobre uma mulher chamada Cathy que vive uma relação de grande amor, mas também de grandes conflitos e desentendimentos com o seu amado Earthcliff. Tem um momento que ela adoece e acaba falecendo, deixando para trás o seu tão querido e odiado homem, porém o homem de sua vida.
No entanto, o espirito dela depois volta para a casa onde viviam no meio do bosque, e nas noites frias e sinistras "bate na janela", esperando o seu amado abrir pra ela, a fim de possuí-lo. É uma história triste de amor basicamente, um pouco sobrenatural e com um toque soturno que a própria Kate Bush põe brilhantemente na sua fantasmagórica apresentação:
É triste também, saber que a escritora morreu pouco tempo depois do lançamento do livro. Ela tinha apenas 30 anos de idade, morreu de tuberculose e sem saber do reconhecimento e da glória que foi sua obra literária.
Em 2010, Röyksopp resolveu convidar a cantora e atriz Anneli Drecker para cantar em seus shows um cover de "Wuthering Heights". Você pode encontrar diversos vídeos no Youtube dessas performances, que demonstram mais uma evidência do quanto eles são fãs da Kate Bush e de suas obras musicais.
Svein Berge também já falou sobre a importância de "Running Up That Hill", um outro clássico de Kate Bush:
-Svein Berge (Röyksopp)
“Sentimos que este é um adeus ao formato tradicional do álbum”, explicou Svein. Ainda concluiu: “Em nossa série consecutiva de álbuns, temos sido capazes de dizer e fazer o que queríamos. Não vamos parar de fazer música, mas o formato do álbum como tal, isso não está mais nos nossos planos.”
E isso vem se mantendo até então, sem álbuns e com foco cada vez maior nas plataformas digitais, como o Spotify.
Em 2019 a dupla lançou a compilação "Lost Tapes", com raros B-sides, músicas antigas e exclusividades jamais lançadas antes! E claro, podem ser encontradas apenas nos serviços de streamings.
Eles praticamente anunciaram o fim da mídia física, já que coincidiu também com o decreto do último álbum da dupla, em 2014.